‘A intolerância está nos tomando e a falta de diálogo impera’, diz Adriana Esteves sobre ‘Os outros’


Série do Globoplay mostra briga entre famílias como retrato de sociedade dividida. ‘O Deus da Carnificina’, de Yasmina Reza, adaptada para o cinema por Roman Polanski, foi referência

Por Daniel Silveira
Atualização:

“Sou os outros.” A mensagem é clara nos primeiros segundos da nova série do Globoplay Os Outros, que estreou na plataforma na última quarta-feira, 31. A série aborda a história de duas famílias que vivem em um condomínio Barra Diamond, que fica na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e cujas histórias se cruzam depois de uma briga entre dois adolescentes.

Os meninos em questão são Rogério (Paulo Mendes) e Marcinho (Antonio Haddad), filhos de Wando (Milhem Cortaz) e Mila (Maeve Jinkings) e Cibele (Adriana Esteves) e Amâncio (Thomás Aquino), respectivamente. A discussão entre os dois, que culmina em um deles machucado, é o gatilho para o início da história. Intolerância, violência doméstica, falta de diálogo, briga de egos e a perda da empatia são temas presentes na série e desenrolados ao longo dos episódios.

Thomás Aquino, Adriana Esteves e Antonio Haddad são Amâncio, Cibele e Marcinho em 'Os Outros'. Foto: TV Globo/Divulgação
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Esse começo lembra a peça de teatro O Deus da Carnificina, de Yasmina Reza, adaptada para o cinema por Roman Polanski em 2012. O texto, de fato, serviu como uma referência para a série, segundo o autor, Lucas Paraízo (Sob Pressão), e a diretora Luisa Lima (Onde está meu coração). Mas vai além. A série tenta imaginar o retrato de uma sociedade dividida, egocêntrica e em crise.

“Acho que estamos todos em alguma escala nos debatendo com a dificuldade de viver em sociedade. A intolerância vem nos tomando e a dificuldade de diálogo impera. Os resultados são muito graves”, comenta Adriana Esteves. “Vejo na série uma oportunidade de nos enxergarmos. Ela pode funcionar como um espelho e nos fazer refletir sobre o papel de cada um de nós”, continua.

Cibele, sua personagem, é uma mãe super protetora, que ama desesperadamente seu filho. Junto de seu marido, Amâncio, eles se mudam para um condomínio como uma saída para uma vida melhor e com mais segurança. “Eu vejo (condomínios) como mais uma possível barreira entre nós, seres humanos, é como colocar uma cerca na sociedade em que vivemos, para distanciar, ou facilitar, a moradia de certas pessoas”, diz Aquino. “É uma ideia excelente, você ter por perto mercado, quadras esportivas..., mas, ao mesmo tempo, você distancia isso de uma realidade social”, complementa.

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Milhem Cortaz, Paulo Mendes e Maeve Jinkings são Wando, Rogério e Mila em 'Os Outros'. Foto: TV Globo/Divulgação

Reflexo da sociedade

O sonho de ter uma nova vida, mais segura e feliz para seus filhos, é interrompido pela escalada de violência que invade a rotina dos dois casais. “A série mostra o quanto podemos estar o tempo todo ao lado do perigo da violência, física, verbal, comportamental, muitas vezes velada”, diz Adriana. “Mostra o quanto temos a capacidade de reagirmos de forma violenta. E as consequências disso. Inclusive o perigo do silêncio”, continua a atriz.

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A briga entre os adolescentes invade as duas famílias, que passam a se estranhar. Wando e Cibele tornam-se inimigos mortais e seus parceiros ficam na berlinda entre o apoio e a necessidade de equilibrar. A série traz também a tensão no ar, o medo constante que invade essas famílias. Além da perda de limites. Um dos aspectos que serão abordados é a violência doméstica, que acaba acontecendo na casa de Wando e Mila.

Mila é uma mulher dedicada ao lar, à criação do filho e às tarefas da casa. Wando é o “homem da casa”, provedor, que trabalha para manter o status financeiro da família. É nesse contexto que a violência doméstica existe na história dos dois. “A gente tende a imaginar Mila como uma mulher muito frágil, submissa, e eu me atrevo a dizer que eu acho que o tipo de violência doméstica que ela vive é majoritário, não é uma uma relação com violência física, é uma relação tóxica que vai que vai dilapidando o outro”, diz Maeve, que interpreta a personagem.

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O que Mila sofre nas mãos do marido é uma espécie de herança do patriarcado. “Eu acredito que Wando é um homem que quer ser diferente, mas ele acaba agindo por impulso”, diz Cortaz, que dá vida ao marido da dona de casa. O vendedor de carros é, de alguma maneira, a maior influência para o filho Rogério, que é quem fere o colega de condomínio nos primeiros minutos da série.

Além das famílias

O condomínio de Os Outros é quase um bairro inteiro na Barra da Tijuca. Além dos casais, personagens centrais da trama, a série traz outras pessoas que, de alguma forma, ajudam a criar o clima tenso e de preocupação na história. A síndica Lúcia (Drica Moraes), que faz uma gestão questionável, que é casada com o empreiteiro Jorge (Guilherme Fontes), que já foi preso.

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Quem também mora no Barra Diamond é Sérgio (Eduardo Sterblitch), um ex-policial que se aproveita da briga entre os vizinhos para tirar vantagem da situação.

O primeiro episódio de Os Outros está aberto para não assinantes até o dia 5 de junho. Os episódios serão liberados na plataforma toda quarta e sexta-feira, até o dia 7 de julho.

“Sou os outros.” A mensagem é clara nos primeiros segundos da nova série do Globoplay Os Outros, que estreou na plataforma na última quarta-feira, 31. A série aborda a história de duas famílias que vivem em um condomínio Barra Diamond, que fica na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e cujas histórias se cruzam depois de uma briga entre dois adolescentes.

Os meninos em questão são Rogério (Paulo Mendes) e Marcinho (Antonio Haddad), filhos de Wando (Milhem Cortaz) e Mila (Maeve Jinkings) e Cibele (Adriana Esteves) e Amâncio (Thomás Aquino), respectivamente. A discussão entre os dois, que culmina em um deles machucado, é o gatilho para o início da história. Intolerância, violência doméstica, falta de diálogo, briga de egos e a perda da empatia são temas presentes na série e desenrolados ao longo dos episódios.

Thomás Aquino, Adriana Esteves e Antonio Haddad são Amâncio, Cibele e Marcinho em 'Os Outros'. Foto: TV Globo/Divulgação

Esse começo lembra a peça de teatro O Deus da Carnificina, de Yasmina Reza, adaptada para o cinema por Roman Polanski em 2012. O texto, de fato, serviu como uma referência para a série, segundo o autor, Lucas Paraízo (Sob Pressão), e a diretora Luisa Lima (Onde está meu coração). Mas vai além. A série tenta imaginar o retrato de uma sociedade dividida, egocêntrica e em crise.

“Acho que estamos todos em alguma escala nos debatendo com a dificuldade de viver em sociedade. A intolerância vem nos tomando e a dificuldade de diálogo impera. Os resultados são muito graves”, comenta Adriana Esteves. “Vejo na série uma oportunidade de nos enxergarmos. Ela pode funcionar como um espelho e nos fazer refletir sobre o papel de cada um de nós”, continua.

Cibele, sua personagem, é uma mãe super protetora, que ama desesperadamente seu filho. Junto de seu marido, Amâncio, eles se mudam para um condomínio como uma saída para uma vida melhor e com mais segurança. “Eu vejo (condomínios) como mais uma possível barreira entre nós, seres humanos, é como colocar uma cerca na sociedade em que vivemos, para distanciar, ou facilitar, a moradia de certas pessoas”, diz Aquino. “É uma ideia excelente, você ter por perto mercado, quadras esportivas..., mas, ao mesmo tempo, você distancia isso de uma realidade social”, complementa.

Milhem Cortaz, Paulo Mendes e Maeve Jinkings são Wando, Rogério e Mila em 'Os Outros'. Foto: TV Globo/Divulgação

Reflexo da sociedade

O sonho de ter uma nova vida, mais segura e feliz para seus filhos, é interrompido pela escalada de violência que invade a rotina dos dois casais. “A série mostra o quanto podemos estar o tempo todo ao lado do perigo da violência, física, verbal, comportamental, muitas vezes velada”, diz Adriana. “Mostra o quanto temos a capacidade de reagirmos de forma violenta. E as consequências disso. Inclusive o perigo do silêncio”, continua a atriz.

A briga entre os adolescentes invade as duas famílias, que passam a se estranhar. Wando e Cibele tornam-se inimigos mortais e seus parceiros ficam na berlinda entre o apoio e a necessidade de equilibrar. A série traz também a tensão no ar, o medo constante que invade essas famílias. Além da perda de limites. Um dos aspectos que serão abordados é a violência doméstica, que acaba acontecendo na casa de Wando e Mila.

Mila é uma mulher dedicada ao lar, à criação do filho e às tarefas da casa. Wando é o “homem da casa”, provedor, que trabalha para manter o status financeiro da família. É nesse contexto que a violência doméstica existe na história dos dois. “A gente tende a imaginar Mila como uma mulher muito frágil, submissa, e eu me atrevo a dizer que eu acho que o tipo de violência doméstica que ela vive é majoritário, não é uma uma relação com violência física, é uma relação tóxica que vai que vai dilapidando o outro”, diz Maeve, que interpreta a personagem.

O que Mila sofre nas mãos do marido é uma espécie de herança do patriarcado. “Eu acredito que Wando é um homem que quer ser diferente, mas ele acaba agindo por impulso”, diz Cortaz, que dá vida ao marido da dona de casa. O vendedor de carros é, de alguma maneira, a maior influência para o filho Rogério, que é quem fere o colega de condomínio nos primeiros minutos da série.

Além das famílias

O condomínio de Os Outros é quase um bairro inteiro na Barra da Tijuca. Além dos casais, personagens centrais da trama, a série traz outras pessoas que, de alguma forma, ajudam a criar o clima tenso e de preocupação na história. A síndica Lúcia (Drica Moraes), que faz uma gestão questionável, que é casada com o empreiteiro Jorge (Guilherme Fontes), que já foi preso.

Quem também mora no Barra Diamond é Sérgio (Eduardo Sterblitch), um ex-policial que se aproveita da briga entre os vizinhos para tirar vantagem da situação.

O primeiro episódio de Os Outros está aberto para não assinantes até o dia 5 de junho. Os episódios serão liberados na plataforma toda quarta e sexta-feira, até o dia 7 de julho.

“Sou os outros.” A mensagem é clara nos primeiros segundos da nova série do Globoplay Os Outros, que estreou na plataforma na última quarta-feira, 31. A série aborda a história de duas famílias que vivem em um condomínio Barra Diamond, que fica na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e cujas histórias se cruzam depois de uma briga entre dois adolescentes.

Os meninos em questão são Rogério (Paulo Mendes) e Marcinho (Antonio Haddad), filhos de Wando (Milhem Cortaz) e Mila (Maeve Jinkings) e Cibele (Adriana Esteves) e Amâncio (Thomás Aquino), respectivamente. A discussão entre os dois, que culmina em um deles machucado, é o gatilho para o início da história. Intolerância, violência doméstica, falta de diálogo, briga de egos e a perda da empatia são temas presentes na série e desenrolados ao longo dos episódios.

Thomás Aquino, Adriana Esteves e Antonio Haddad são Amâncio, Cibele e Marcinho em 'Os Outros'. Foto: TV Globo/Divulgação

Esse começo lembra a peça de teatro O Deus da Carnificina, de Yasmina Reza, adaptada para o cinema por Roman Polanski em 2012. O texto, de fato, serviu como uma referência para a série, segundo o autor, Lucas Paraízo (Sob Pressão), e a diretora Luisa Lima (Onde está meu coração). Mas vai além. A série tenta imaginar o retrato de uma sociedade dividida, egocêntrica e em crise.

“Acho que estamos todos em alguma escala nos debatendo com a dificuldade de viver em sociedade. A intolerância vem nos tomando e a dificuldade de diálogo impera. Os resultados são muito graves”, comenta Adriana Esteves. “Vejo na série uma oportunidade de nos enxergarmos. Ela pode funcionar como um espelho e nos fazer refletir sobre o papel de cada um de nós”, continua.

Cibele, sua personagem, é uma mãe super protetora, que ama desesperadamente seu filho. Junto de seu marido, Amâncio, eles se mudam para um condomínio como uma saída para uma vida melhor e com mais segurança. “Eu vejo (condomínios) como mais uma possível barreira entre nós, seres humanos, é como colocar uma cerca na sociedade em que vivemos, para distanciar, ou facilitar, a moradia de certas pessoas”, diz Aquino. “É uma ideia excelente, você ter por perto mercado, quadras esportivas..., mas, ao mesmo tempo, você distancia isso de uma realidade social”, complementa.

Milhem Cortaz, Paulo Mendes e Maeve Jinkings são Wando, Rogério e Mila em 'Os Outros'. Foto: TV Globo/Divulgação

Reflexo da sociedade

O sonho de ter uma nova vida, mais segura e feliz para seus filhos, é interrompido pela escalada de violência que invade a rotina dos dois casais. “A série mostra o quanto podemos estar o tempo todo ao lado do perigo da violência, física, verbal, comportamental, muitas vezes velada”, diz Adriana. “Mostra o quanto temos a capacidade de reagirmos de forma violenta. E as consequências disso. Inclusive o perigo do silêncio”, continua a atriz.

A briga entre os adolescentes invade as duas famílias, que passam a se estranhar. Wando e Cibele tornam-se inimigos mortais e seus parceiros ficam na berlinda entre o apoio e a necessidade de equilibrar. A série traz também a tensão no ar, o medo constante que invade essas famílias. Além da perda de limites. Um dos aspectos que serão abordados é a violência doméstica, que acaba acontecendo na casa de Wando e Mila.

Mila é uma mulher dedicada ao lar, à criação do filho e às tarefas da casa. Wando é o “homem da casa”, provedor, que trabalha para manter o status financeiro da família. É nesse contexto que a violência doméstica existe na história dos dois. “A gente tende a imaginar Mila como uma mulher muito frágil, submissa, e eu me atrevo a dizer que eu acho que o tipo de violência doméstica que ela vive é majoritário, não é uma uma relação com violência física, é uma relação tóxica que vai que vai dilapidando o outro”, diz Maeve, que interpreta a personagem.

O que Mila sofre nas mãos do marido é uma espécie de herança do patriarcado. “Eu acredito que Wando é um homem que quer ser diferente, mas ele acaba agindo por impulso”, diz Cortaz, que dá vida ao marido da dona de casa. O vendedor de carros é, de alguma maneira, a maior influência para o filho Rogério, que é quem fere o colega de condomínio nos primeiros minutos da série.

Além das famílias

O condomínio de Os Outros é quase um bairro inteiro na Barra da Tijuca. Além dos casais, personagens centrais da trama, a série traz outras pessoas que, de alguma forma, ajudam a criar o clima tenso e de preocupação na história. A síndica Lúcia (Drica Moraes), que faz uma gestão questionável, que é casada com o empreiteiro Jorge (Guilherme Fontes), que já foi preso.

Quem também mora no Barra Diamond é Sérgio (Eduardo Sterblitch), um ex-policial que se aproveita da briga entre os vizinhos para tirar vantagem da situação.

O primeiro episódio de Os Outros está aberto para não assinantes até o dia 5 de junho. Os episódios serão liberados na plataforma toda quarta e sexta-feira, até o dia 7 de julho.

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