Os nobres fofoqueiros estão de volta à Netflix. A primeira parte da 3ª temporada de Bridgerton estreia nesta quinta-feira, 16, e foca especialmente em Penelope Featherington (Nicola Coughlan) e Colin Bridgerton (Luke Newton). Mas outra filha da família aristocrata também ganhou destaque neste ano: Francesca.
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Nova intérprete da personagem — o papel era de Ruby Stokes, que deixou a produção —, Hannah Dodd conta, em entrevista ao Estadão, que nem sabia quem viveria na série quando fez o teste. Ela ficou empolgada ao conquistar a posição. “Estou muito animada para que todos conheçam a Francesca um pouco mais”, afirma.
Embora não seja a protagonista da temporada, a garota rouba muito dos holofotes. Uma das crianças do meio da família, ela agora já atinge a idade de ser apresentada à sociedade e entrar para o mercado casamenteiro. Neste, Colin chega para ser o mais cobiçado, o que inflama a relação com Penelope, decidida a casar.
Mas enquanto os dois protagonizam a recorrente dinâmica de gato e rato dos pretendentes na série, a trama de Francesca é até mais interessante que a do casal porque a personagem é mais complexa. Ou, talvez, seja apenas desconhecida.
Francesca Bridgerton é um tanto seca e muito pragmática. Encara com praticidade o rito de passagem e os bailes reais e parece menos interessada em descobrir um grande amor. Mas muito disso vai mudando no correr da temporada, à medida que ela conhece pretendentes.
Para Dodd, o desafio de assumir o papel de outra pessoa foi quase um salto no escuro. “Não sabia qual seria a história. Então, depois de conseguir o papel, se isso não fosse emocionante o suficiente, receber os roteiros e ver que iríamos conhecer um pouco mais essa personagem foi muito emocionante, mas também muito aterrorizante”, afirmou na ligação de vídeo com o Estadão, direto de um estúdio no Reino Unido.
Na preparação para o trabalho, ela encontrou na música uma maneira de mergulhar na narrativa da personagem. “Eu tenho uma playlist da Francesca: Fran x Han. Sinto que as músicas tiveram um papel importante em Bridgerton como um todo, então eu meio que levei isso para a minha personagem”, explica, em referência à série ser conhecida por adaptar canções atuais para arranjos da música erudita.
De acordo com Dodd, algumas das músicas talvez fizessem sentido apenas no contexto íntimo entre atriz e personagem. Já outras, teriam letras explícitas demais, sob risco de revelar spoilers da história. Entretanto, ela entrega um título entre os vários que ouviu: Iris, da banda Goo Goo Dolls.
Quem acompanha a série após ler os livros de onde ela se originou sabe que o desfecho de Francesca não é imediato. E é a essa aproximação com a saga materna que Claudia Jessie — a Eloise — atribui a devoção dos fãs brasileiros à produção.
“Acho que havia uma base de fãs tão forte para os livros, então há uma dedicação real. Nossa esperança era que o povo brasileiro, os fãs dos livros, se sentissem satisfeitos com a adaptação na televisão. O que aparentemente aconteceu”, afirmou Jessie ao Estadão.
Uma das personagens que mais desafia os padrões da sociedade do século 18, mesmo com todas as liberdades históricas a que Bridgerton se permite, Eloise tem até bastante da atriz que a interpreta. “O que temos em comum é que ambas somos fumantes”, brinca Jessie, com jeito de falar sério. “Ambas gostamos de fazer as pessoas rirem. Acho que ela é uma pessoa de raciocínio rápido”, completa, abrindo a deixa para as colegas concordarem que ela também é assim.
Já as diferenças são mais profundas. “Não sou nem de longe tão descolada. Até mesmo as coisas que são frustrantes ela usa como munição. Enquanto eu sou muito mais fraca e desanimada do que Eloise”, compartilha.
Mas quem está um tanto diferente e parece passar pelo mais profundo processo de transformação é Cressida. A ácida personagem de Jessica Madsen se aproxima de Eloise e começa a gradativamente questionar o próprio comportamento. Transição que a intérprete classifica efusivamente como “sensacional, sensacional, sensacional.”
“Ter recebido camadas tão complexas para interpretar uma personagem foi realmente empolgante. E uma que já conhecemos há algum tempo e sobre a qual todos têm uma opinião muito forte. É legal ter tido a oportunidade de fazer algo muito diferente, especialmente contracenando com a Claudia”, conta, virando-se para a colega. “Aprendi muito com você. Muito mesmo”, finaliza.