Em ‘The Great’, exercer o poder é mais difícil do que conquistá-lo 


Na 2.ª temporada da série, Catherine (Elle Fanning) lida com a gravidez, cria planos e esbarra na resistência à mudança

Por Mariane Morisawa

Pensou em drama de época, pensou em Downton Abbey: bonito de olhar, educado, polido. The Great, criada por Tony McNamara, manteve apenas os figurinos deslumbrantes. No mais, é anárquica, divertida e apenas ocasionalmente baseada nos fatos. A segunda temporada da série satírica levemente inspirada em Catarina, a Grande, está no ar no Starzplay, com episódios novos aos domingos. “Acho que, como as pessoas já conhecem os personagens, tivemos mais liberdade e pudemos fazer escolhas mais malucas”, disse McNamara em entrevista ao Estadão. 

Elle Fanning em cena da segunda temporada da série 'The Great' Foto: Starzplay

Na primeira temporada, que teve duas indicações ao Emmy, Catherine (Elle Fanning) chega à corte russa para se casar com Peter (Nicholas Hoult). Ele é um idiota, ela é inteligente e educada e quer implementar mudanças. Na segunda, ela está grávida e finalmente consegue o trono. “Catherine agora precisa ver como vai usar seu poder e implementar suas ideias”, disse Fanning, em mesa-redonda com a participação do Estadão. “Às vezes, ela parece estar se tornando o Peter, um pouco cruel e quase tirana, o que eu amo. Foi muito divertido interpretar sua arrogância, seus limites sendo testados.”

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McNamara queria justamente explorar o idealismo de Catherine, que deseja modernizar a Rússia, implementando escolas para as meninas, abrindo um museu de arte, construindo estradas. Tudo sem recorrer à violência, se possível. “Mostramos que a parte difícil não é tomar o poder, mas exercê-lo e transformar um país que você não entende. Catherine acredita que, por suas ideias serem melhores, todos vão embarcar. Mas não é assim.” 

Mudança

Em processo de transformação também está sua relação com Peter, encantado com a ideia de ser pai, mas também iludido sobre sua real capacidade de mudança. “Ele sempre se sentiu no direito, porque, afinal, foi criado assim. Peter percebe que é privilegiado, tenta se transformar, mas não é tão fácil quanto parece”, disse McNamara. Para Nicholas Hoult, o ex-imperador, que se achava perfeito, começa a perceber seus defeitos. “Não que isso vá provocar sua transformação, mas ele pelo menos reconhece problemas, coisas que vêm da criação que recebeu na corte.”

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Não bastasse a gravidez, a incapacidade de mudança da Rússia e de Peter, a ameaça que paira sobre sua cabeça, as dificuldades com o poder, Catherine também vai ter de enfrentar sua mãe, Joanna (Gillian Anderson), uma mulher ardilosa, para quem o golpe de Estado dado pela filha não foi um bom negócio. 

Elle Fanning vê na série uma tentativa de reabilitar a imagem de Catarina, a Grande, que foi imperatriz da Rússia entre 1762 e 1796. “Ela fez coisas incríveis, mas as pessoas só sabem da propaganda sobre o cavalo”, disse a atriz, referindo-se aos boatos espalhados de que ela teria feito sexo com um animal. “A série é divertida e engraçada, mas tem o que dizer. Ela estava à frente de seu tempo, era feminista e progressista. Na segunda temporada vemos como é difícil conseguir implementar mudanças em um país que não quer mudar, muito menos ouvir uma mulher.”

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Para Tony McNamara, não faz sentido fazer uma série de época que não tenha vida ou que pareça um quadro na parede. “Essas pessoas são como nós”, disse. “Dá para reconhecer as coisas com as quais lidamos hoje, a mesma falta de progresso. Como seres humanos, continuamos com nossos egos, nosso sentimento de merecimento, nosso privilégio.” 

Pensou em drama de época, pensou em Downton Abbey: bonito de olhar, educado, polido. The Great, criada por Tony McNamara, manteve apenas os figurinos deslumbrantes. No mais, é anárquica, divertida e apenas ocasionalmente baseada nos fatos. A segunda temporada da série satírica levemente inspirada em Catarina, a Grande, está no ar no Starzplay, com episódios novos aos domingos. “Acho que, como as pessoas já conhecem os personagens, tivemos mais liberdade e pudemos fazer escolhas mais malucas”, disse McNamara em entrevista ao Estadão. 

Elle Fanning em cena da segunda temporada da série 'The Great' Foto: Starzplay

Na primeira temporada, que teve duas indicações ao Emmy, Catherine (Elle Fanning) chega à corte russa para se casar com Peter (Nicholas Hoult). Ele é um idiota, ela é inteligente e educada e quer implementar mudanças. Na segunda, ela está grávida e finalmente consegue o trono. “Catherine agora precisa ver como vai usar seu poder e implementar suas ideias”, disse Fanning, em mesa-redonda com a participação do Estadão. “Às vezes, ela parece estar se tornando o Peter, um pouco cruel e quase tirana, o que eu amo. Foi muito divertido interpretar sua arrogância, seus limites sendo testados.”

McNamara queria justamente explorar o idealismo de Catherine, que deseja modernizar a Rússia, implementando escolas para as meninas, abrindo um museu de arte, construindo estradas. Tudo sem recorrer à violência, se possível. “Mostramos que a parte difícil não é tomar o poder, mas exercê-lo e transformar um país que você não entende. Catherine acredita que, por suas ideias serem melhores, todos vão embarcar. Mas não é assim.” 

Mudança

Em processo de transformação também está sua relação com Peter, encantado com a ideia de ser pai, mas também iludido sobre sua real capacidade de mudança. “Ele sempre se sentiu no direito, porque, afinal, foi criado assim. Peter percebe que é privilegiado, tenta se transformar, mas não é tão fácil quanto parece”, disse McNamara. Para Nicholas Hoult, o ex-imperador, que se achava perfeito, começa a perceber seus defeitos. “Não que isso vá provocar sua transformação, mas ele pelo menos reconhece problemas, coisas que vêm da criação que recebeu na corte.”

Não bastasse a gravidez, a incapacidade de mudança da Rússia e de Peter, a ameaça que paira sobre sua cabeça, as dificuldades com o poder, Catherine também vai ter de enfrentar sua mãe, Joanna (Gillian Anderson), uma mulher ardilosa, para quem o golpe de Estado dado pela filha não foi um bom negócio. 

Elle Fanning vê na série uma tentativa de reabilitar a imagem de Catarina, a Grande, que foi imperatriz da Rússia entre 1762 e 1796. “Ela fez coisas incríveis, mas as pessoas só sabem da propaganda sobre o cavalo”, disse a atriz, referindo-se aos boatos espalhados de que ela teria feito sexo com um animal. “A série é divertida e engraçada, mas tem o que dizer. Ela estava à frente de seu tempo, era feminista e progressista. Na segunda temporada vemos como é difícil conseguir implementar mudanças em um país que não quer mudar, muito menos ouvir uma mulher.”

Para Tony McNamara, não faz sentido fazer uma série de época que não tenha vida ou que pareça um quadro na parede. “Essas pessoas são como nós”, disse. “Dá para reconhecer as coisas com as quais lidamos hoje, a mesma falta de progresso. Como seres humanos, continuamos com nossos egos, nosso sentimento de merecimento, nosso privilégio.” 

Pensou em drama de época, pensou em Downton Abbey: bonito de olhar, educado, polido. The Great, criada por Tony McNamara, manteve apenas os figurinos deslumbrantes. No mais, é anárquica, divertida e apenas ocasionalmente baseada nos fatos. A segunda temporada da série satírica levemente inspirada em Catarina, a Grande, está no ar no Starzplay, com episódios novos aos domingos. “Acho que, como as pessoas já conhecem os personagens, tivemos mais liberdade e pudemos fazer escolhas mais malucas”, disse McNamara em entrevista ao Estadão. 

Elle Fanning em cena da segunda temporada da série 'The Great' Foto: Starzplay

Na primeira temporada, que teve duas indicações ao Emmy, Catherine (Elle Fanning) chega à corte russa para se casar com Peter (Nicholas Hoult). Ele é um idiota, ela é inteligente e educada e quer implementar mudanças. Na segunda, ela está grávida e finalmente consegue o trono. “Catherine agora precisa ver como vai usar seu poder e implementar suas ideias”, disse Fanning, em mesa-redonda com a participação do Estadão. “Às vezes, ela parece estar se tornando o Peter, um pouco cruel e quase tirana, o que eu amo. Foi muito divertido interpretar sua arrogância, seus limites sendo testados.”

McNamara queria justamente explorar o idealismo de Catherine, que deseja modernizar a Rússia, implementando escolas para as meninas, abrindo um museu de arte, construindo estradas. Tudo sem recorrer à violência, se possível. “Mostramos que a parte difícil não é tomar o poder, mas exercê-lo e transformar um país que você não entende. Catherine acredita que, por suas ideias serem melhores, todos vão embarcar. Mas não é assim.” 

Mudança

Em processo de transformação também está sua relação com Peter, encantado com a ideia de ser pai, mas também iludido sobre sua real capacidade de mudança. “Ele sempre se sentiu no direito, porque, afinal, foi criado assim. Peter percebe que é privilegiado, tenta se transformar, mas não é tão fácil quanto parece”, disse McNamara. Para Nicholas Hoult, o ex-imperador, que se achava perfeito, começa a perceber seus defeitos. “Não que isso vá provocar sua transformação, mas ele pelo menos reconhece problemas, coisas que vêm da criação que recebeu na corte.”

Não bastasse a gravidez, a incapacidade de mudança da Rússia e de Peter, a ameaça que paira sobre sua cabeça, as dificuldades com o poder, Catherine também vai ter de enfrentar sua mãe, Joanna (Gillian Anderson), uma mulher ardilosa, para quem o golpe de Estado dado pela filha não foi um bom negócio. 

Elle Fanning vê na série uma tentativa de reabilitar a imagem de Catarina, a Grande, que foi imperatriz da Rússia entre 1762 e 1796. “Ela fez coisas incríveis, mas as pessoas só sabem da propaganda sobre o cavalo”, disse a atriz, referindo-se aos boatos espalhados de que ela teria feito sexo com um animal. “A série é divertida e engraçada, mas tem o que dizer. Ela estava à frente de seu tempo, era feminista e progressista. Na segunda temporada vemos como é difícil conseguir implementar mudanças em um país que não quer mudar, muito menos ouvir uma mulher.”

Para Tony McNamara, não faz sentido fazer uma série de época que não tenha vida ou que pareça um quadro na parede. “Essas pessoas são como nós”, disse. “Dá para reconhecer as coisas com as quais lidamos hoje, a mesma falta de progresso. Como seres humanos, continuamos com nossos egos, nosso sentimento de merecimento, nosso privilégio.” 

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