‘House of the Dragon’: Desejo e dever marcam episódio 4


Atenção: análise de novo episódio traz spoilers

Por Mariane Morisawa
Atualização:

Reconciliações, ainda que frágeis, rupturas e sexo: bem-vindo ao episódio 4 de A Casa do Dragão, ou House of the Dragon.

*

Atenção para descobrir, a partir daqui, spoilers do episódio 4.

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O close no colar que Daemon (Matt Smith) deu para Rhaenyra (Milly Alcock) inicia o episódio 4 de A Casa do Dragão, ou House of the Dragon, dando a dica da força da ligação entre os dois.

Logo em seguida, ouve-se o barulho do dragão Caraxes: o bom filho à casa torna. Claro que, em se tratando de Daemon, a chance de terminar em caos é enorme.

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Mas ele vem, coroa na cabeça, ouvir do seu irmão, o rei Viserys, como foi importante para Westeros, por ter derrotado o Engorda Caranguejo e assegurado passagem livre em Passopedra. Daemon é daqueles que se gaba parecendo humilde. Mas irmão é irmão, Viserys é um bom homem, e logo os dois estão lembrando de histórias de infância. Nenhuma palavra é trocada sobre Daemon ter esperado o irmão capitular e anunciar o envio de ajuda para dar início ao ataque suicida que acabou ganhando a guerra.

Enquanto isso, Rhaenyra continua meio de escanteio. Não é fácil ser mulher na corte, mesmo quando se é princesa. Ela fez uma turnê à procura de um bom pretendente, mas eram todos velhos demais, jovens demais ou estúpidos demais. Alicent (Emily Carey) dá um toque de que poucas mulheres têm a sorte de ter mais de um pretendente, que dirá dezenas. Rhaenyra então solta que não há nada romântico em ficar presa em um castelo dando à luz bebês. Ela logo percebe que é justamente o papel da ex-amiga e pede desculpa. Solidariedade feminina antes de tudo. É uma pena que a série tenha pulado a consequência imediata do anúncio de que Viserys se casaria com Alicent, lá atrás. Rhaenyra simplesmente parou de falar com Alicent?

Cena do quarto episódio da série House of the Dragon. Foto HBO Foto: HBO
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A rainha admite que é solitária. E Rhaenyra diz que sentiu falta dela também. A segunda reconciliação da noite, senhoras e senhores.

E aí temos o reencontro de Daemon e Rhaenyra. Daemon nota que a sobrinha está usando o colar dado por ele lá atrás. Fala como ela amadureceu nesses quatro anos. Ele também tenta convencê-la de que casamento é um simples arranjo político. Depois de feito, há liberdade para tudo. Tudo entre eles tem duplo sentido, com um ar de flerte. Daemon parece gostar da sobrinha, mas também parece querer manipulá-la.

A impressão se comprova pouco depois, quando ela entra no quarto e vê roupas simples e um mapa. Há uma passagem secreta no seu quarto! Ela leva para fora da Fortaleza Vermelha, onde Rhaenyra descobre, levada pelo tio, mágicos que cospem fogo, teatro que satiriza a corte e uma casa onde todos praticam sexo livremente. O clima esquenta, e logo Daemon e Rhaenyra estão se beijando. Começam as preliminares. Mas ele para. Parece que essa história de incesto não é tão tranquila assim, pelo menos não para essa geração. Ou talvez tenha sido uma preocupação com a honra da sobrinha? Não sabia que os Targaryen preocupavam-se com isso.

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Mas também: nunca uma mulher foi herdeira do Trono de Ferro e, como sabemos, as regras para elas são diferentes. Mesmo para aquelas que pertencem à Casa do Dragão.

Acontece que Otto Hightower (Rhys Ifans), a Mão do Rei, que está doido para ver seu neto Aegon virar o herdeiro, tem espiões espalhados por aí. E um deles conta que Rhaenyra estava transando com o tio.

Viserys não acredita. Mas vai tomar satisfações com o irmão. Daemon não dá o braço a torcer, tenta convencer Viserys a deixá-lo se casar com Rhaenyra, juntando o útil ao agradável. Viserys protesta, dizendo que além de tudo Daemon já é casado. E aí Daemon lembra que Aegon O Conquistador tomou Westeros com suas duas mulheres, que também eram suas irmãs. “Faça Westeros grande de novo”, defende Daemon, afinal, naquele tempo é que era bom. “Você é um dragão, o que diz é a verdade, é a lei.” Viserys só enxerga na proposta uma chance de Daemon ocupar o trono. Até que o rei é esperto, às vezes.

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Já Alicent, que ouviu tudo por trás do biombo, depois de cumprir seus deveres de esposa, vai tomar satisfações com a enteada e amiga. Rhaenyra finge indignação. Jura pela mãe morta, mente na cara dura. Essa reconciliação não vai durar muito.

Como não dura a de Viserys e Daemon. O rei expulsa o irmão novamente da corte. Vamos ver se desta vez ele vai reencontrar a mulher.

Viserys vai ter uma conversa com Rhaenyra, que continua negando tudo. O rei lembra a filha novamente da responsabilidade dos reis Targaryen, invocando novamente o sonho-profecia de Aegon. A adaga - aquela mesma usada por Arya Stark (Maisie Williams) para matar o Rei da Noite - tem a famosa profecia inscrita: “Do meu sangue vem o príncipe que foi prometido, e dele será a canção do gelo e do fogo”. “Essa responsabilidade é maior que o trono, que você e que seus desejos”, diz Viserys. Ou seja, um monarca pode ter a sensação de uma carta branca para fazer tudo o que quiser, seguindo apenas seus desejos e instintos, mas, na verdade, tem deveres e responsabilidades.

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Se Viserys tem a vista bem clara sobre as reais intenções de Daemon, é Rhaenyra quem abre os olhos do pai para Otto. Ela reclama de estar sendo espionada para que Otto tenha armas para defender a nomeação de Aegon, ainda um bebê, como herdeiro. Viserys finalmente enxerga que a aproximação de Alicent não foi espontânea. E, choque dos choques, acaba destituindo Otto de sua posição como Mão do Rei.

Na última cena, porém, mostra que seguro morreu de velho e que provavelmente Rhaenyra mentiu para ele, mandando o Maester ao quarto da filha com um chá que é uma especie de pílula do dia seguinte. Porque a verdade é que, para Rhaenyra, pode haver consequências impossíveis de esconder. Mal sabe ele que a transa com Daemon realmente foi interrompida, mas que, empolgada, ela fez sexo com Criston Cole (Fabien Frankel). Rhaenyra, afinal, é uma Targaryen alimentada por fogo e sangue.

A Casa do Dragão recebeu críticas por sua abordagem das violências contra as mulheres, mas neste episódio acertou muito na relação complicada entre Rhaenyra e Alicent. O “desculpa” meio envergonhado de Rhaenyra, mesmo estando ainda ferida com Alicent por seu casamento com seu pai, é de enorme delicadeza. As relações com Daemon (se relevarmos o incesto) e com Criston são complexas e cheias de jogos de poder, mas Rhaenyra tem agência ali. É raro ver o prazer e o desejo femininos enaltecidos assim.

E a Misarya (Sonoya Mizuno), que virou dona da casa de swing e espiã? Parabéns para ela, que se livrou do macho tóxico Daemon Targaryen.

Todo o episódio foi uma preparação para Rhaenyra finalmente aceitar um pretendente, nem que seja por pura conveniência política, tendo liberdade para fazer o que quiser depois. Ela chega a um compromisso com seu pai: aceita se casar com Laenor Velaryon, para selar a paz com Corlys Velaryon, possesso ao ver sua filha ser rejeitada pelo rei, que preferiu Alicent. Em troca, ganha a demissão de Otto.

A maior curiosidade é a reação de Alicent com a demissão do pai, a pedido da amiga-inimiga Rhaenyra, que também mentiu para ela sobre Daemon.

Reconciliações, ainda que frágeis, rupturas e sexo: bem-vindo ao episódio 4 de A Casa do Dragão, ou House of the Dragon.

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Atenção para descobrir, a partir daqui, spoilers do episódio 4.

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O close no colar que Daemon (Matt Smith) deu para Rhaenyra (Milly Alcock) inicia o episódio 4 de A Casa do Dragão, ou House of the Dragon, dando a dica da força da ligação entre os dois.

Logo em seguida, ouve-se o barulho do dragão Caraxes: o bom filho à casa torna. Claro que, em se tratando de Daemon, a chance de terminar em caos é enorme.

Mas ele vem, coroa na cabeça, ouvir do seu irmão, o rei Viserys, como foi importante para Westeros, por ter derrotado o Engorda Caranguejo e assegurado passagem livre em Passopedra. Daemon é daqueles que se gaba parecendo humilde. Mas irmão é irmão, Viserys é um bom homem, e logo os dois estão lembrando de histórias de infância. Nenhuma palavra é trocada sobre Daemon ter esperado o irmão capitular e anunciar o envio de ajuda para dar início ao ataque suicida que acabou ganhando a guerra.

Enquanto isso, Rhaenyra continua meio de escanteio. Não é fácil ser mulher na corte, mesmo quando se é princesa. Ela fez uma turnê à procura de um bom pretendente, mas eram todos velhos demais, jovens demais ou estúpidos demais. Alicent (Emily Carey) dá um toque de que poucas mulheres têm a sorte de ter mais de um pretendente, que dirá dezenas. Rhaenyra então solta que não há nada romântico em ficar presa em um castelo dando à luz bebês. Ela logo percebe que é justamente o papel da ex-amiga e pede desculpa. Solidariedade feminina antes de tudo. É uma pena que a série tenha pulado a consequência imediata do anúncio de que Viserys se casaria com Alicent, lá atrás. Rhaenyra simplesmente parou de falar com Alicent?

Cena do quarto episódio da série House of the Dragon. Foto HBO Foto: HBO

A rainha admite que é solitária. E Rhaenyra diz que sentiu falta dela também. A segunda reconciliação da noite, senhoras e senhores.

E aí temos o reencontro de Daemon e Rhaenyra. Daemon nota que a sobrinha está usando o colar dado por ele lá atrás. Fala como ela amadureceu nesses quatro anos. Ele também tenta convencê-la de que casamento é um simples arranjo político. Depois de feito, há liberdade para tudo. Tudo entre eles tem duplo sentido, com um ar de flerte. Daemon parece gostar da sobrinha, mas também parece querer manipulá-la.

A impressão se comprova pouco depois, quando ela entra no quarto e vê roupas simples e um mapa. Há uma passagem secreta no seu quarto! Ela leva para fora da Fortaleza Vermelha, onde Rhaenyra descobre, levada pelo tio, mágicos que cospem fogo, teatro que satiriza a corte e uma casa onde todos praticam sexo livremente. O clima esquenta, e logo Daemon e Rhaenyra estão se beijando. Começam as preliminares. Mas ele para. Parece que essa história de incesto não é tão tranquila assim, pelo menos não para essa geração. Ou talvez tenha sido uma preocupação com a honra da sobrinha? Não sabia que os Targaryen preocupavam-se com isso.

Mas também: nunca uma mulher foi herdeira do Trono de Ferro e, como sabemos, as regras para elas são diferentes. Mesmo para aquelas que pertencem à Casa do Dragão.

Acontece que Otto Hightower (Rhys Ifans), a Mão do Rei, que está doido para ver seu neto Aegon virar o herdeiro, tem espiões espalhados por aí. E um deles conta que Rhaenyra estava transando com o tio.

Viserys não acredita. Mas vai tomar satisfações com o irmão. Daemon não dá o braço a torcer, tenta convencer Viserys a deixá-lo se casar com Rhaenyra, juntando o útil ao agradável. Viserys protesta, dizendo que além de tudo Daemon já é casado. E aí Daemon lembra que Aegon O Conquistador tomou Westeros com suas duas mulheres, que também eram suas irmãs. “Faça Westeros grande de novo”, defende Daemon, afinal, naquele tempo é que era bom. “Você é um dragão, o que diz é a verdade, é a lei.” Viserys só enxerga na proposta uma chance de Daemon ocupar o trono. Até que o rei é esperto, às vezes.

Já Alicent, que ouviu tudo por trás do biombo, depois de cumprir seus deveres de esposa, vai tomar satisfações com a enteada e amiga. Rhaenyra finge indignação. Jura pela mãe morta, mente na cara dura. Essa reconciliação não vai durar muito.

Como não dura a de Viserys e Daemon. O rei expulsa o irmão novamente da corte. Vamos ver se desta vez ele vai reencontrar a mulher.

Viserys vai ter uma conversa com Rhaenyra, que continua negando tudo. O rei lembra a filha novamente da responsabilidade dos reis Targaryen, invocando novamente o sonho-profecia de Aegon. A adaga - aquela mesma usada por Arya Stark (Maisie Williams) para matar o Rei da Noite - tem a famosa profecia inscrita: “Do meu sangue vem o príncipe que foi prometido, e dele será a canção do gelo e do fogo”. “Essa responsabilidade é maior que o trono, que você e que seus desejos”, diz Viserys. Ou seja, um monarca pode ter a sensação de uma carta branca para fazer tudo o que quiser, seguindo apenas seus desejos e instintos, mas, na verdade, tem deveres e responsabilidades.

Se Viserys tem a vista bem clara sobre as reais intenções de Daemon, é Rhaenyra quem abre os olhos do pai para Otto. Ela reclama de estar sendo espionada para que Otto tenha armas para defender a nomeação de Aegon, ainda um bebê, como herdeiro. Viserys finalmente enxerga que a aproximação de Alicent não foi espontânea. E, choque dos choques, acaba destituindo Otto de sua posição como Mão do Rei.

Na última cena, porém, mostra que seguro morreu de velho e que provavelmente Rhaenyra mentiu para ele, mandando o Maester ao quarto da filha com um chá que é uma especie de pílula do dia seguinte. Porque a verdade é que, para Rhaenyra, pode haver consequências impossíveis de esconder. Mal sabe ele que a transa com Daemon realmente foi interrompida, mas que, empolgada, ela fez sexo com Criston Cole (Fabien Frankel). Rhaenyra, afinal, é uma Targaryen alimentada por fogo e sangue.

A Casa do Dragão recebeu críticas por sua abordagem das violências contra as mulheres, mas neste episódio acertou muito na relação complicada entre Rhaenyra e Alicent. O “desculpa” meio envergonhado de Rhaenyra, mesmo estando ainda ferida com Alicent por seu casamento com seu pai, é de enorme delicadeza. As relações com Daemon (se relevarmos o incesto) e com Criston são complexas e cheias de jogos de poder, mas Rhaenyra tem agência ali. É raro ver o prazer e o desejo femininos enaltecidos assim.

E a Misarya (Sonoya Mizuno), que virou dona da casa de swing e espiã? Parabéns para ela, que se livrou do macho tóxico Daemon Targaryen.

Todo o episódio foi uma preparação para Rhaenyra finalmente aceitar um pretendente, nem que seja por pura conveniência política, tendo liberdade para fazer o que quiser depois. Ela chega a um compromisso com seu pai: aceita se casar com Laenor Velaryon, para selar a paz com Corlys Velaryon, possesso ao ver sua filha ser rejeitada pelo rei, que preferiu Alicent. Em troca, ganha a demissão de Otto.

A maior curiosidade é a reação de Alicent com a demissão do pai, a pedido da amiga-inimiga Rhaenyra, que também mentiu para ela sobre Daemon.

Reconciliações, ainda que frágeis, rupturas e sexo: bem-vindo ao episódio 4 de A Casa do Dragão, ou House of the Dragon.

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Atenção para descobrir, a partir daqui, spoilers do episódio 4.

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O close no colar que Daemon (Matt Smith) deu para Rhaenyra (Milly Alcock) inicia o episódio 4 de A Casa do Dragão, ou House of the Dragon, dando a dica da força da ligação entre os dois.

Logo em seguida, ouve-se o barulho do dragão Caraxes: o bom filho à casa torna. Claro que, em se tratando de Daemon, a chance de terminar em caos é enorme.

Mas ele vem, coroa na cabeça, ouvir do seu irmão, o rei Viserys, como foi importante para Westeros, por ter derrotado o Engorda Caranguejo e assegurado passagem livre em Passopedra. Daemon é daqueles que se gaba parecendo humilde. Mas irmão é irmão, Viserys é um bom homem, e logo os dois estão lembrando de histórias de infância. Nenhuma palavra é trocada sobre Daemon ter esperado o irmão capitular e anunciar o envio de ajuda para dar início ao ataque suicida que acabou ganhando a guerra.

Enquanto isso, Rhaenyra continua meio de escanteio. Não é fácil ser mulher na corte, mesmo quando se é princesa. Ela fez uma turnê à procura de um bom pretendente, mas eram todos velhos demais, jovens demais ou estúpidos demais. Alicent (Emily Carey) dá um toque de que poucas mulheres têm a sorte de ter mais de um pretendente, que dirá dezenas. Rhaenyra então solta que não há nada romântico em ficar presa em um castelo dando à luz bebês. Ela logo percebe que é justamente o papel da ex-amiga e pede desculpa. Solidariedade feminina antes de tudo. É uma pena que a série tenha pulado a consequência imediata do anúncio de que Viserys se casaria com Alicent, lá atrás. Rhaenyra simplesmente parou de falar com Alicent?

Cena do quarto episódio da série House of the Dragon. Foto HBO Foto: HBO

A rainha admite que é solitária. E Rhaenyra diz que sentiu falta dela também. A segunda reconciliação da noite, senhoras e senhores.

E aí temos o reencontro de Daemon e Rhaenyra. Daemon nota que a sobrinha está usando o colar dado por ele lá atrás. Fala como ela amadureceu nesses quatro anos. Ele também tenta convencê-la de que casamento é um simples arranjo político. Depois de feito, há liberdade para tudo. Tudo entre eles tem duplo sentido, com um ar de flerte. Daemon parece gostar da sobrinha, mas também parece querer manipulá-la.

A impressão se comprova pouco depois, quando ela entra no quarto e vê roupas simples e um mapa. Há uma passagem secreta no seu quarto! Ela leva para fora da Fortaleza Vermelha, onde Rhaenyra descobre, levada pelo tio, mágicos que cospem fogo, teatro que satiriza a corte e uma casa onde todos praticam sexo livremente. O clima esquenta, e logo Daemon e Rhaenyra estão se beijando. Começam as preliminares. Mas ele para. Parece que essa história de incesto não é tão tranquila assim, pelo menos não para essa geração. Ou talvez tenha sido uma preocupação com a honra da sobrinha? Não sabia que os Targaryen preocupavam-se com isso.

Mas também: nunca uma mulher foi herdeira do Trono de Ferro e, como sabemos, as regras para elas são diferentes. Mesmo para aquelas que pertencem à Casa do Dragão.

Acontece que Otto Hightower (Rhys Ifans), a Mão do Rei, que está doido para ver seu neto Aegon virar o herdeiro, tem espiões espalhados por aí. E um deles conta que Rhaenyra estava transando com o tio.

Viserys não acredita. Mas vai tomar satisfações com o irmão. Daemon não dá o braço a torcer, tenta convencer Viserys a deixá-lo se casar com Rhaenyra, juntando o útil ao agradável. Viserys protesta, dizendo que além de tudo Daemon já é casado. E aí Daemon lembra que Aegon O Conquistador tomou Westeros com suas duas mulheres, que também eram suas irmãs. “Faça Westeros grande de novo”, defende Daemon, afinal, naquele tempo é que era bom. “Você é um dragão, o que diz é a verdade, é a lei.” Viserys só enxerga na proposta uma chance de Daemon ocupar o trono. Até que o rei é esperto, às vezes.

Já Alicent, que ouviu tudo por trás do biombo, depois de cumprir seus deveres de esposa, vai tomar satisfações com a enteada e amiga. Rhaenyra finge indignação. Jura pela mãe morta, mente na cara dura. Essa reconciliação não vai durar muito.

Como não dura a de Viserys e Daemon. O rei expulsa o irmão novamente da corte. Vamos ver se desta vez ele vai reencontrar a mulher.

Viserys vai ter uma conversa com Rhaenyra, que continua negando tudo. O rei lembra a filha novamente da responsabilidade dos reis Targaryen, invocando novamente o sonho-profecia de Aegon. A adaga - aquela mesma usada por Arya Stark (Maisie Williams) para matar o Rei da Noite - tem a famosa profecia inscrita: “Do meu sangue vem o príncipe que foi prometido, e dele será a canção do gelo e do fogo”. “Essa responsabilidade é maior que o trono, que você e que seus desejos”, diz Viserys. Ou seja, um monarca pode ter a sensação de uma carta branca para fazer tudo o que quiser, seguindo apenas seus desejos e instintos, mas, na verdade, tem deveres e responsabilidades.

Se Viserys tem a vista bem clara sobre as reais intenções de Daemon, é Rhaenyra quem abre os olhos do pai para Otto. Ela reclama de estar sendo espionada para que Otto tenha armas para defender a nomeação de Aegon, ainda um bebê, como herdeiro. Viserys finalmente enxerga que a aproximação de Alicent não foi espontânea. E, choque dos choques, acaba destituindo Otto de sua posição como Mão do Rei.

Na última cena, porém, mostra que seguro morreu de velho e que provavelmente Rhaenyra mentiu para ele, mandando o Maester ao quarto da filha com um chá que é uma especie de pílula do dia seguinte. Porque a verdade é que, para Rhaenyra, pode haver consequências impossíveis de esconder. Mal sabe ele que a transa com Daemon realmente foi interrompida, mas que, empolgada, ela fez sexo com Criston Cole (Fabien Frankel). Rhaenyra, afinal, é uma Targaryen alimentada por fogo e sangue.

A Casa do Dragão recebeu críticas por sua abordagem das violências contra as mulheres, mas neste episódio acertou muito na relação complicada entre Rhaenyra e Alicent. O “desculpa” meio envergonhado de Rhaenyra, mesmo estando ainda ferida com Alicent por seu casamento com seu pai, é de enorme delicadeza. As relações com Daemon (se relevarmos o incesto) e com Criston são complexas e cheias de jogos de poder, mas Rhaenyra tem agência ali. É raro ver o prazer e o desejo femininos enaltecidos assim.

E a Misarya (Sonoya Mizuno), que virou dona da casa de swing e espiã? Parabéns para ela, que se livrou do macho tóxico Daemon Targaryen.

Todo o episódio foi uma preparação para Rhaenyra finalmente aceitar um pretendente, nem que seja por pura conveniência política, tendo liberdade para fazer o que quiser depois. Ela chega a um compromisso com seu pai: aceita se casar com Laenor Velaryon, para selar a paz com Corlys Velaryon, possesso ao ver sua filha ser rejeitada pelo rei, que preferiu Alicent. Em troca, ganha a demissão de Otto.

A maior curiosidade é a reação de Alicent com a demissão do pai, a pedido da amiga-inimiga Rhaenyra, que também mentiu para ela sobre Daemon.

Reconciliações, ainda que frágeis, rupturas e sexo: bem-vindo ao episódio 4 de A Casa do Dragão, ou House of the Dragon.

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Atenção para descobrir, a partir daqui, spoilers do episódio 4.

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O close no colar que Daemon (Matt Smith) deu para Rhaenyra (Milly Alcock) inicia o episódio 4 de A Casa do Dragão, ou House of the Dragon, dando a dica da força da ligação entre os dois.

Logo em seguida, ouve-se o barulho do dragão Caraxes: o bom filho à casa torna. Claro que, em se tratando de Daemon, a chance de terminar em caos é enorme.

Mas ele vem, coroa na cabeça, ouvir do seu irmão, o rei Viserys, como foi importante para Westeros, por ter derrotado o Engorda Caranguejo e assegurado passagem livre em Passopedra. Daemon é daqueles que se gaba parecendo humilde. Mas irmão é irmão, Viserys é um bom homem, e logo os dois estão lembrando de histórias de infância. Nenhuma palavra é trocada sobre Daemon ter esperado o irmão capitular e anunciar o envio de ajuda para dar início ao ataque suicida que acabou ganhando a guerra.

Enquanto isso, Rhaenyra continua meio de escanteio. Não é fácil ser mulher na corte, mesmo quando se é princesa. Ela fez uma turnê à procura de um bom pretendente, mas eram todos velhos demais, jovens demais ou estúpidos demais. Alicent (Emily Carey) dá um toque de que poucas mulheres têm a sorte de ter mais de um pretendente, que dirá dezenas. Rhaenyra então solta que não há nada romântico em ficar presa em um castelo dando à luz bebês. Ela logo percebe que é justamente o papel da ex-amiga e pede desculpa. Solidariedade feminina antes de tudo. É uma pena que a série tenha pulado a consequência imediata do anúncio de que Viserys se casaria com Alicent, lá atrás. Rhaenyra simplesmente parou de falar com Alicent?

Cena do quarto episódio da série House of the Dragon. Foto HBO Foto: HBO

A rainha admite que é solitária. E Rhaenyra diz que sentiu falta dela também. A segunda reconciliação da noite, senhoras e senhores.

E aí temos o reencontro de Daemon e Rhaenyra. Daemon nota que a sobrinha está usando o colar dado por ele lá atrás. Fala como ela amadureceu nesses quatro anos. Ele também tenta convencê-la de que casamento é um simples arranjo político. Depois de feito, há liberdade para tudo. Tudo entre eles tem duplo sentido, com um ar de flerte. Daemon parece gostar da sobrinha, mas também parece querer manipulá-la.

A impressão se comprova pouco depois, quando ela entra no quarto e vê roupas simples e um mapa. Há uma passagem secreta no seu quarto! Ela leva para fora da Fortaleza Vermelha, onde Rhaenyra descobre, levada pelo tio, mágicos que cospem fogo, teatro que satiriza a corte e uma casa onde todos praticam sexo livremente. O clima esquenta, e logo Daemon e Rhaenyra estão se beijando. Começam as preliminares. Mas ele para. Parece que essa história de incesto não é tão tranquila assim, pelo menos não para essa geração. Ou talvez tenha sido uma preocupação com a honra da sobrinha? Não sabia que os Targaryen preocupavam-se com isso.

Mas também: nunca uma mulher foi herdeira do Trono de Ferro e, como sabemos, as regras para elas são diferentes. Mesmo para aquelas que pertencem à Casa do Dragão.

Acontece que Otto Hightower (Rhys Ifans), a Mão do Rei, que está doido para ver seu neto Aegon virar o herdeiro, tem espiões espalhados por aí. E um deles conta que Rhaenyra estava transando com o tio.

Viserys não acredita. Mas vai tomar satisfações com o irmão. Daemon não dá o braço a torcer, tenta convencer Viserys a deixá-lo se casar com Rhaenyra, juntando o útil ao agradável. Viserys protesta, dizendo que além de tudo Daemon já é casado. E aí Daemon lembra que Aegon O Conquistador tomou Westeros com suas duas mulheres, que também eram suas irmãs. “Faça Westeros grande de novo”, defende Daemon, afinal, naquele tempo é que era bom. “Você é um dragão, o que diz é a verdade, é a lei.” Viserys só enxerga na proposta uma chance de Daemon ocupar o trono. Até que o rei é esperto, às vezes.

Já Alicent, que ouviu tudo por trás do biombo, depois de cumprir seus deveres de esposa, vai tomar satisfações com a enteada e amiga. Rhaenyra finge indignação. Jura pela mãe morta, mente na cara dura. Essa reconciliação não vai durar muito.

Como não dura a de Viserys e Daemon. O rei expulsa o irmão novamente da corte. Vamos ver se desta vez ele vai reencontrar a mulher.

Viserys vai ter uma conversa com Rhaenyra, que continua negando tudo. O rei lembra a filha novamente da responsabilidade dos reis Targaryen, invocando novamente o sonho-profecia de Aegon. A adaga - aquela mesma usada por Arya Stark (Maisie Williams) para matar o Rei da Noite - tem a famosa profecia inscrita: “Do meu sangue vem o príncipe que foi prometido, e dele será a canção do gelo e do fogo”. “Essa responsabilidade é maior que o trono, que você e que seus desejos”, diz Viserys. Ou seja, um monarca pode ter a sensação de uma carta branca para fazer tudo o que quiser, seguindo apenas seus desejos e instintos, mas, na verdade, tem deveres e responsabilidades.

Se Viserys tem a vista bem clara sobre as reais intenções de Daemon, é Rhaenyra quem abre os olhos do pai para Otto. Ela reclama de estar sendo espionada para que Otto tenha armas para defender a nomeação de Aegon, ainda um bebê, como herdeiro. Viserys finalmente enxerga que a aproximação de Alicent não foi espontânea. E, choque dos choques, acaba destituindo Otto de sua posição como Mão do Rei.

Na última cena, porém, mostra que seguro morreu de velho e que provavelmente Rhaenyra mentiu para ele, mandando o Maester ao quarto da filha com um chá que é uma especie de pílula do dia seguinte. Porque a verdade é que, para Rhaenyra, pode haver consequências impossíveis de esconder. Mal sabe ele que a transa com Daemon realmente foi interrompida, mas que, empolgada, ela fez sexo com Criston Cole (Fabien Frankel). Rhaenyra, afinal, é uma Targaryen alimentada por fogo e sangue.

A Casa do Dragão recebeu críticas por sua abordagem das violências contra as mulheres, mas neste episódio acertou muito na relação complicada entre Rhaenyra e Alicent. O “desculpa” meio envergonhado de Rhaenyra, mesmo estando ainda ferida com Alicent por seu casamento com seu pai, é de enorme delicadeza. As relações com Daemon (se relevarmos o incesto) e com Criston são complexas e cheias de jogos de poder, mas Rhaenyra tem agência ali. É raro ver o prazer e o desejo femininos enaltecidos assim.

E a Misarya (Sonoya Mizuno), que virou dona da casa de swing e espiã? Parabéns para ela, que se livrou do macho tóxico Daemon Targaryen.

Todo o episódio foi uma preparação para Rhaenyra finalmente aceitar um pretendente, nem que seja por pura conveniência política, tendo liberdade para fazer o que quiser depois. Ela chega a um compromisso com seu pai: aceita se casar com Laenor Velaryon, para selar a paz com Corlys Velaryon, possesso ao ver sua filha ser rejeitada pelo rei, que preferiu Alicent. Em troca, ganha a demissão de Otto.

A maior curiosidade é a reação de Alicent com a demissão do pai, a pedido da amiga-inimiga Rhaenyra, que também mentiu para ela sobre Daemon.

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