Jean Smart levou o Emmy de melhor atriz de série cômica por ‘Hacks’, em que vive diva em declínio


Carreira da atriz não poderia estar mais distante da de sua personagem na série disponível na HBO Max

Por Mariane Morisawa

A carreira de Jean Smart não poderia estar mais distante do que a de Deborah Vance, sua personagem em Hacks, disponível na HBO Max e que acaba de lhe dar seu quarto Emmy, como melhor atriz de série de comédia. Na atração, que levou outros dois prêmios no domingo (melhor roteiro e direção de série cômica), Vance é uma dama do stand-up que já teve dias melhores. 

Cena da série 'Hacks', com Jean Smart Foto: HBO Max

Sua residência em Las Vegas está ameaçada por causa do material pouco dinâmico e desconectado dos novos tempos que ela apresenta. Por isso, seu agente sugere uma roteirista, Ava (Hannah Einbinder), que é jovem, mas igualmente passa por problemas na carreira. Já Jean Smart, que fez coisas antológicas como 24 Horas e Frasier, está em um momento de ouro. Além de concorrer por Hacks, ela disputava um segundo Emmy, como atriz coadjuvante de minissérie ou antologia, por Mare of Easttown.  Smart sabe que nem todas as atrizes que começaram lá na década de 1970 têm essa mesma sorte. “Melhorou muito em relação ao passado, mas eu valorizo as oportunidades incríveis que têm surgido para mim nos últimos anos”, disse ela em janeiro, em evento da Associação de Críticos de Televisão, realizado por videoconferência. “Certamente há menos papéis para as mulheres, desde sempre, do que para os homens”, afirmou. Ela deve ter concordado com a brincadeira de Jennifer Coolidge antes de apresentar o Emmy de ator de comédia no domingo: “Parabéns, cavalheiros, por terem enfrentado a dureza de serem homens!”.  Jean Smart apontou a subjetividade da indústria do entretenimento como um empecilho para que a equidade seja alcançada. “É mais difícil colocar as mesmas regras e expectativas em relação a outras partes da sociedade, em que a justiça no ambiente de trabalho para mulheres avançou muito, apesar de ainda ter um longo caminho a percorrer. Em Hollywood é mais difícil ter as mesmas expectativas por causa de sua subjetividade.” Smart, de 70 anos, é uma atriz disputada por ser versátil. Ela mostrou suas habilidades ao fazer drama, comédia e séries de gênero em Fargo (2015), pela qual concorreu ao Emmy, e Legion (2017-2019), ambas criadas por Noah Hawley, além de Watchmen (2020), de Damon Lindelof, pela qual foi indicada para o Emmy. Em Mare of Easttown, ela conseguiu roubar a cena até de Kate Winslet, que fazia o papel-título e filha de Helen, sua personagem. Em Hacks, como a protagonista, a atriz tem ainda mais chance de brilhar, como uma diva da comédia sem paciência e cheia de opinião, mas também solitária e frágil, que entra em um conflito geracional com Ava. Um dos produtores da série, Michael Schur se lembrou de sua atuação em Saturday Night Live, quando tinha de vender suas piadas para as grandes estrelas convidadas do programa, ao ver Ava tentando fazer o mesmo com Deborah. “O lema do produtor Lorne Michaels é: ‘A piada não fica porque está pronta, mas porque são 23h30 (horário em que o programa vai ao ar)’”, disse Schur. “Então você é treinado a não se apegar demais a nada, a chegar aos famosos e dizer que está cortando todas as piadas.”  Certa vez, Bill Murray falou na frente de todo o mundo que ele tinha arruinado o esquete. “É meu pior pesadelo, eu tenho pensado nesse momento uma vez por mês nos últimos 20 anos”, lembrou Schur. Na série, muitas vezes, Ava tenta desistir. Mas ela precisa do emprego. Temperamental, sempre sentindo que está no seu direito, ela fez muitos inimigos em Hollywood e não pode fazer mais uma. Só que Deborah não vai tornar sua vida nada fácil. É uma diferença e tanto da relação das duas atrizes na vida real. “Eu poderia ser a mãe da Hannah, então eu me sinto maternal em relação a ela”, ressaltou Smart. “Mas somos somente colegas nos divertindo. Nós rimos o tempo todo.”  Einbinder, que concorreu ao Emmy de atriz coadjuvante de série cômica, mas perdeu para outra Hannah, a Waddingham, de Ted Lasso, concordou. Smart por vezes liga para a atriz de 26 anos para pedir conselhos pessoais. “Eu acho que sou uma alma antiga, e Jean é um espírito jovem”, avaliou Einbinder, que lamentou não poder abraçar a amiga por causa das restrições da covid-19. “Eu já até propus casamento a ela”, brincou. Ao que Smart sempre respondeu: “Eu já sou casada”. A atriz casou-se em 1987 com o ator Richard Gilliland, com quem teve dois filhos, Connor e Forrest. Gilliland morreu em março e Jean Smart dedicou a ele seu Emmy na noite de domingo. É a nota triste de um ano tão especial em sua carreira. 

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A carreira de Jean Smart não poderia estar mais distante do que a de Deborah Vance, sua personagem em Hacks, disponível na HBO Max e que acaba de lhe dar seu quarto Emmy, como melhor atriz de série de comédia. Na atração, que levou outros dois prêmios no domingo (melhor roteiro e direção de série cômica), Vance é uma dama do stand-up que já teve dias melhores. 

Cena da série 'Hacks', com Jean Smart Foto: HBO Max

Sua residência em Las Vegas está ameaçada por causa do material pouco dinâmico e desconectado dos novos tempos que ela apresenta. Por isso, seu agente sugere uma roteirista, Ava (Hannah Einbinder), que é jovem, mas igualmente passa por problemas na carreira. Já Jean Smart, que fez coisas antológicas como 24 Horas e Frasier, está em um momento de ouro. Além de concorrer por Hacks, ela disputava um segundo Emmy, como atriz coadjuvante de minissérie ou antologia, por Mare of Easttown.  Smart sabe que nem todas as atrizes que começaram lá na década de 1970 têm essa mesma sorte. “Melhorou muito em relação ao passado, mas eu valorizo as oportunidades incríveis que têm surgido para mim nos últimos anos”, disse ela em janeiro, em evento da Associação de Críticos de Televisão, realizado por videoconferência. “Certamente há menos papéis para as mulheres, desde sempre, do que para os homens”, afirmou. Ela deve ter concordado com a brincadeira de Jennifer Coolidge antes de apresentar o Emmy de ator de comédia no domingo: “Parabéns, cavalheiros, por terem enfrentado a dureza de serem homens!”.  Jean Smart apontou a subjetividade da indústria do entretenimento como um empecilho para que a equidade seja alcançada. “É mais difícil colocar as mesmas regras e expectativas em relação a outras partes da sociedade, em que a justiça no ambiente de trabalho para mulheres avançou muito, apesar de ainda ter um longo caminho a percorrer. Em Hollywood é mais difícil ter as mesmas expectativas por causa de sua subjetividade.” Smart, de 70 anos, é uma atriz disputada por ser versátil. Ela mostrou suas habilidades ao fazer drama, comédia e séries de gênero em Fargo (2015), pela qual concorreu ao Emmy, e Legion (2017-2019), ambas criadas por Noah Hawley, além de Watchmen (2020), de Damon Lindelof, pela qual foi indicada para o Emmy. Em Mare of Easttown, ela conseguiu roubar a cena até de Kate Winslet, que fazia o papel-título e filha de Helen, sua personagem. Em Hacks, como a protagonista, a atriz tem ainda mais chance de brilhar, como uma diva da comédia sem paciência e cheia de opinião, mas também solitária e frágil, que entra em um conflito geracional com Ava. Um dos produtores da série, Michael Schur se lembrou de sua atuação em Saturday Night Live, quando tinha de vender suas piadas para as grandes estrelas convidadas do programa, ao ver Ava tentando fazer o mesmo com Deborah. “O lema do produtor Lorne Michaels é: ‘A piada não fica porque está pronta, mas porque são 23h30 (horário em que o programa vai ao ar)’”, disse Schur. “Então você é treinado a não se apegar demais a nada, a chegar aos famosos e dizer que está cortando todas as piadas.”  Certa vez, Bill Murray falou na frente de todo o mundo que ele tinha arruinado o esquete. “É meu pior pesadelo, eu tenho pensado nesse momento uma vez por mês nos últimos 20 anos”, lembrou Schur. Na série, muitas vezes, Ava tenta desistir. Mas ela precisa do emprego. Temperamental, sempre sentindo que está no seu direito, ela fez muitos inimigos em Hollywood e não pode fazer mais uma. Só que Deborah não vai tornar sua vida nada fácil. É uma diferença e tanto da relação das duas atrizes na vida real. “Eu poderia ser a mãe da Hannah, então eu me sinto maternal em relação a ela”, ressaltou Smart. “Mas somos somente colegas nos divertindo. Nós rimos o tempo todo.”  Einbinder, que concorreu ao Emmy de atriz coadjuvante de série cômica, mas perdeu para outra Hannah, a Waddingham, de Ted Lasso, concordou. Smart por vezes liga para a atriz de 26 anos para pedir conselhos pessoais. “Eu acho que sou uma alma antiga, e Jean é um espírito jovem”, avaliou Einbinder, que lamentou não poder abraçar a amiga por causa das restrições da covid-19. “Eu já até propus casamento a ela”, brincou. Ao que Smart sempre respondeu: “Eu já sou casada”. A atriz casou-se em 1987 com o ator Richard Gilliland, com quem teve dois filhos, Connor e Forrest. Gilliland morreu em março e Jean Smart dedicou a ele seu Emmy na noite de domingo. É a nota triste de um ano tão especial em sua carreira. 

A carreira de Jean Smart não poderia estar mais distante do que a de Deborah Vance, sua personagem em Hacks, disponível na HBO Max e que acaba de lhe dar seu quarto Emmy, como melhor atriz de série de comédia. Na atração, que levou outros dois prêmios no domingo (melhor roteiro e direção de série cômica), Vance é uma dama do stand-up que já teve dias melhores. 

Cena da série 'Hacks', com Jean Smart Foto: HBO Max

Sua residência em Las Vegas está ameaçada por causa do material pouco dinâmico e desconectado dos novos tempos que ela apresenta. Por isso, seu agente sugere uma roteirista, Ava (Hannah Einbinder), que é jovem, mas igualmente passa por problemas na carreira. Já Jean Smart, que fez coisas antológicas como 24 Horas e Frasier, está em um momento de ouro. Além de concorrer por Hacks, ela disputava um segundo Emmy, como atriz coadjuvante de minissérie ou antologia, por Mare of Easttown.  Smart sabe que nem todas as atrizes que começaram lá na década de 1970 têm essa mesma sorte. “Melhorou muito em relação ao passado, mas eu valorizo as oportunidades incríveis que têm surgido para mim nos últimos anos”, disse ela em janeiro, em evento da Associação de Críticos de Televisão, realizado por videoconferência. “Certamente há menos papéis para as mulheres, desde sempre, do que para os homens”, afirmou. Ela deve ter concordado com a brincadeira de Jennifer Coolidge antes de apresentar o Emmy de ator de comédia no domingo: “Parabéns, cavalheiros, por terem enfrentado a dureza de serem homens!”.  Jean Smart apontou a subjetividade da indústria do entretenimento como um empecilho para que a equidade seja alcançada. “É mais difícil colocar as mesmas regras e expectativas em relação a outras partes da sociedade, em que a justiça no ambiente de trabalho para mulheres avançou muito, apesar de ainda ter um longo caminho a percorrer. Em Hollywood é mais difícil ter as mesmas expectativas por causa de sua subjetividade.” Smart, de 70 anos, é uma atriz disputada por ser versátil. Ela mostrou suas habilidades ao fazer drama, comédia e séries de gênero em Fargo (2015), pela qual concorreu ao Emmy, e Legion (2017-2019), ambas criadas por Noah Hawley, além de Watchmen (2020), de Damon Lindelof, pela qual foi indicada para o Emmy. Em Mare of Easttown, ela conseguiu roubar a cena até de Kate Winslet, que fazia o papel-título e filha de Helen, sua personagem. Em Hacks, como a protagonista, a atriz tem ainda mais chance de brilhar, como uma diva da comédia sem paciência e cheia de opinião, mas também solitária e frágil, que entra em um conflito geracional com Ava. Um dos produtores da série, Michael Schur se lembrou de sua atuação em Saturday Night Live, quando tinha de vender suas piadas para as grandes estrelas convidadas do programa, ao ver Ava tentando fazer o mesmo com Deborah. “O lema do produtor Lorne Michaels é: ‘A piada não fica porque está pronta, mas porque são 23h30 (horário em que o programa vai ao ar)’”, disse Schur. “Então você é treinado a não se apegar demais a nada, a chegar aos famosos e dizer que está cortando todas as piadas.”  Certa vez, Bill Murray falou na frente de todo o mundo que ele tinha arruinado o esquete. “É meu pior pesadelo, eu tenho pensado nesse momento uma vez por mês nos últimos 20 anos”, lembrou Schur. Na série, muitas vezes, Ava tenta desistir. Mas ela precisa do emprego. Temperamental, sempre sentindo que está no seu direito, ela fez muitos inimigos em Hollywood e não pode fazer mais uma. Só que Deborah não vai tornar sua vida nada fácil. É uma diferença e tanto da relação das duas atrizes na vida real. “Eu poderia ser a mãe da Hannah, então eu me sinto maternal em relação a ela”, ressaltou Smart. “Mas somos somente colegas nos divertindo. Nós rimos o tempo todo.”  Einbinder, que concorreu ao Emmy de atriz coadjuvante de série cômica, mas perdeu para outra Hannah, a Waddingham, de Ted Lasso, concordou. Smart por vezes liga para a atriz de 26 anos para pedir conselhos pessoais. “Eu acho que sou uma alma antiga, e Jean é um espírito jovem”, avaliou Einbinder, que lamentou não poder abraçar a amiga por causa das restrições da covid-19. “Eu já até propus casamento a ela”, brincou. Ao que Smart sempre respondeu: “Eu já sou casada”. A atriz casou-se em 1987 com o ator Richard Gilliland, com quem teve dois filhos, Connor e Forrest. Gilliland morreu em março e Jean Smart dedicou a ele seu Emmy na noite de domingo. É a nota triste de um ano tão especial em sua carreira. 

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