Minissérie reexamina Mike Tyson com os olhos de hoje


Dupla por trás de ‘Eu, Tonya’ usa mesmo tom de documentário debochado

Por Mariane Morisawa

Dupla por trás do filme Eu, Tonya, sobre a patinadora Tonya Harding, Steven Rogers e Craig Gillespie voltam a usar o mesmo tom de documentário debochado para falar de uma figura controversa do esporte americano em Mike: Além de Tyson, cujos dois primeiros episódios estrearam na quinta-feira, 24, no Star+ - os outros seis estreiam às quintas. 

Mike Tyson (Trevante Rhodes) é tema da série 'Mike: Além de Tyson' Foto: Josh Stringer/Hulu

Como outras minisséries recentes - por exemplo, Pam & Tommy -, a ideia aqui é reexaminar o passado com os olhos de hoje. “Estamos tratando de mais do que só os eventos de sua vida, contextualizando-os em relação ao mundo e à época”, disse a showrunner Karin Gist durante evento da Associação de Críticos de Televisão. 

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Criado em um bairro violento, com uma mãe instável, Mike Tyson cresceu cometendo crimes, mas se encontrou no boxe. Venceu suas 19 primeiras lutas como profissional por nocaute, 12 delas no primeiro round. Em 1992, foi condenado por estupro e ficou menos de três anos na prisão. Na sua volta aos ringues, teve como principal adversário Evander Holyfield. Na segunda luta, Tyson arrancou um pedaço da orelha do oponente. Sua carreira duraria até 2005, pouco depois de decretar falência, mas ele ainda voltou ao ringue para lutas-exibição. Em 2012, fez um monólogo sobre sua vida e carreira, apresentando-se em 36 cidades. Esse show é usado como espinha dorsal da minissérie. 

Mike Tyson (Trevante Rhodes) e Don King (Russell Hornsby) em cena da série 'Mike: Além de Tyson' Foto: Patrick Harbron/Hulu

A ideia nunca foi redimi-lo, segundo os produtores. “Não queria dizer que ele era um herói nem um vilão, apenas apresentar a história de uma figura única, polarizante, interessante e deixar o espectador decidir por si mesmo”, disse Steven Rogers. Karin Gist afirmou ter particular interesse na maneira como as mulheres da vida de Tyson seriam retratadas, de sua mãe, Lorna Mae, à sua primeira mulher, a atriz Robin Givens, e, especialmente, Desiree Washington, a jovem de 18 anos estuprada pelo boxeador. “Meu desejo era que fossem tridimensionais e humanizadas”, disse a showrunner. 

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A equipe queria, sim, tentar reavaliar Tyson, que foi desumanizado e comparado a um monstro feroz quando estava no ringue. “Há homens negros específicos que nos dão uma bela compreensão da experiência do homem negro”, disse Trevante Rhodes (Moonlight - Sob a Luz do Luar), que faz Mike Tyson adulto. O elenco ainda conta com Harvey Keitel como o primeiro mentor de Tyson, Cus D’Amato, e Russell Hornsby no papel do promotor de lutas Don King

Para Steven Rogers, é verdade que já houve diversos documentários e filmes sobre o boxeador, mas Mike: Além de Tyson não poderia vir em hora mais propícia. “Muitas das questões com as quais ainda lidamos hoje, como Vidas Negras Importam, MeToo, reforma prisional, vício, saúde mental, estão presentes na história desse homem”, disse ele.

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Para ele, essa era a razão pela qual era melhor fazer uma série não autorizada por Tyson. Mas o ex-boxeador protestou nas redes sociais, dizendo que deveria ter sido pago. “Espero que ele mude de opinião quando assistir”, disse Rogers.

Dupla por trás do filme Eu, Tonya, sobre a patinadora Tonya Harding, Steven Rogers e Craig Gillespie voltam a usar o mesmo tom de documentário debochado para falar de uma figura controversa do esporte americano em Mike: Além de Tyson, cujos dois primeiros episódios estrearam na quinta-feira, 24, no Star+ - os outros seis estreiam às quintas. 

Mike Tyson (Trevante Rhodes) é tema da série 'Mike: Além de Tyson' Foto: Josh Stringer/Hulu

Como outras minisséries recentes - por exemplo, Pam & Tommy -, a ideia aqui é reexaminar o passado com os olhos de hoje. “Estamos tratando de mais do que só os eventos de sua vida, contextualizando-os em relação ao mundo e à época”, disse a showrunner Karin Gist durante evento da Associação de Críticos de Televisão. 

Criado em um bairro violento, com uma mãe instável, Mike Tyson cresceu cometendo crimes, mas se encontrou no boxe. Venceu suas 19 primeiras lutas como profissional por nocaute, 12 delas no primeiro round. Em 1992, foi condenado por estupro e ficou menos de três anos na prisão. Na sua volta aos ringues, teve como principal adversário Evander Holyfield. Na segunda luta, Tyson arrancou um pedaço da orelha do oponente. Sua carreira duraria até 2005, pouco depois de decretar falência, mas ele ainda voltou ao ringue para lutas-exibição. Em 2012, fez um monólogo sobre sua vida e carreira, apresentando-se em 36 cidades. Esse show é usado como espinha dorsal da minissérie. 

Mike Tyson (Trevante Rhodes) e Don King (Russell Hornsby) em cena da série 'Mike: Além de Tyson' Foto: Patrick Harbron/Hulu

A ideia nunca foi redimi-lo, segundo os produtores. “Não queria dizer que ele era um herói nem um vilão, apenas apresentar a história de uma figura única, polarizante, interessante e deixar o espectador decidir por si mesmo”, disse Steven Rogers. Karin Gist afirmou ter particular interesse na maneira como as mulheres da vida de Tyson seriam retratadas, de sua mãe, Lorna Mae, à sua primeira mulher, a atriz Robin Givens, e, especialmente, Desiree Washington, a jovem de 18 anos estuprada pelo boxeador. “Meu desejo era que fossem tridimensionais e humanizadas”, disse a showrunner. 

A equipe queria, sim, tentar reavaliar Tyson, que foi desumanizado e comparado a um monstro feroz quando estava no ringue. “Há homens negros específicos que nos dão uma bela compreensão da experiência do homem negro”, disse Trevante Rhodes (Moonlight - Sob a Luz do Luar), que faz Mike Tyson adulto. O elenco ainda conta com Harvey Keitel como o primeiro mentor de Tyson, Cus D’Amato, e Russell Hornsby no papel do promotor de lutas Don King

Para Steven Rogers, é verdade que já houve diversos documentários e filmes sobre o boxeador, mas Mike: Além de Tyson não poderia vir em hora mais propícia. “Muitas das questões com as quais ainda lidamos hoje, como Vidas Negras Importam, MeToo, reforma prisional, vício, saúde mental, estão presentes na história desse homem”, disse ele.

Para ele, essa era a razão pela qual era melhor fazer uma série não autorizada por Tyson. Mas o ex-boxeador protestou nas redes sociais, dizendo que deveria ter sido pago. “Espero que ele mude de opinião quando assistir”, disse Rogers.

Dupla por trás do filme Eu, Tonya, sobre a patinadora Tonya Harding, Steven Rogers e Craig Gillespie voltam a usar o mesmo tom de documentário debochado para falar de uma figura controversa do esporte americano em Mike: Além de Tyson, cujos dois primeiros episódios estrearam na quinta-feira, 24, no Star+ - os outros seis estreiam às quintas. 

Mike Tyson (Trevante Rhodes) é tema da série 'Mike: Além de Tyson' Foto: Josh Stringer/Hulu

Como outras minisséries recentes - por exemplo, Pam & Tommy -, a ideia aqui é reexaminar o passado com os olhos de hoje. “Estamos tratando de mais do que só os eventos de sua vida, contextualizando-os em relação ao mundo e à época”, disse a showrunner Karin Gist durante evento da Associação de Críticos de Televisão. 

Criado em um bairro violento, com uma mãe instável, Mike Tyson cresceu cometendo crimes, mas se encontrou no boxe. Venceu suas 19 primeiras lutas como profissional por nocaute, 12 delas no primeiro round. Em 1992, foi condenado por estupro e ficou menos de três anos na prisão. Na sua volta aos ringues, teve como principal adversário Evander Holyfield. Na segunda luta, Tyson arrancou um pedaço da orelha do oponente. Sua carreira duraria até 2005, pouco depois de decretar falência, mas ele ainda voltou ao ringue para lutas-exibição. Em 2012, fez um monólogo sobre sua vida e carreira, apresentando-se em 36 cidades. Esse show é usado como espinha dorsal da minissérie. 

Mike Tyson (Trevante Rhodes) e Don King (Russell Hornsby) em cena da série 'Mike: Além de Tyson' Foto: Patrick Harbron/Hulu

A ideia nunca foi redimi-lo, segundo os produtores. “Não queria dizer que ele era um herói nem um vilão, apenas apresentar a história de uma figura única, polarizante, interessante e deixar o espectador decidir por si mesmo”, disse Steven Rogers. Karin Gist afirmou ter particular interesse na maneira como as mulheres da vida de Tyson seriam retratadas, de sua mãe, Lorna Mae, à sua primeira mulher, a atriz Robin Givens, e, especialmente, Desiree Washington, a jovem de 18 anos estuprada pelo boxeador. “Meu desejo era que fossem tridimensionais e humanizadas”, disse a showrunner. 

A equipe queria, sim, tentar reavaliar Tyson, que foi desumanizado e comparado a um monstro feroz quando estava no ringue. “Há homens negros específicos que nos dão uma bela compreensão da experiência do homem negro”, disse Trevante Rhodes (Moonlight - Sob a Luz do Luar), que faz Mike Tyson adulto. O elenco ainda conta com Harvey Keitel como o primeiro mentor de Tyson, Cus D’Amato, e Russell Hornsby no papel do promotor de lutas Don King

Para Steven Rogers, é verdade que já houve diversos documentários e filmes sobre o boxeador, mas Mike: Além de Tyson não poderia vir em hora mais propícia. “Muitas das questões com as quais ainda lidamos hoje, como Vidas Negras Importam, MeToo, reforma prisional, vício, saúde mental, estão presentes na história desse homem”, disse ele.

Para ele, essa era a razão pela qual era melhor fazer uma série não autorizada por Tyson. Mas o ex-boxeador protestou nas redes sociais, dizendo que deveria ter sido pago. “Espero que ele mude de opinião quando assistir”, disse Rogers.

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