‘Mulher-Hulk’ é a série mais excitante da Marvel, diz Tatiana Maslany


A atriz conversou com o ‘Estadão’ sobre os trolls, as críticas, o sexo e a alegria feminina

Por Mariane Morisawa
Atualização:

Durante as nove semanas em que esteve no ar, Mulher-Hulk: Defensora de Heróis enfrentou toda sorte de abuso na internet. Os autodenominados verdadeiros fãs da Marvel estavam odiando cada minuto, mas pelo jeito assistiram a tudo, para vociferar depois nas redes. A série do Disney+, criada por Jessica Gao, exibiu seu último episódio na quinta-feira, 13. SPOILERS A SEGUIR.

Tatiana Maslany, que interpreta Jennifer Walters/Mulher-Hulk, até era elogiada pela maioria – com razão, pois tem talento e carisma de sobra. Em entrevista ao Estadão, a atriz falou como foi acompanhar os comentários na internet, sabendo que, no fim, os trolls seriam os vilões da história, depois de colocar um vídeo íntimo de Jen na internet para provocar sua ira. Ela também fala sobre seu futuro no Universo Cinematográfico Marvel (Marvel Cinematic Universe, ou MCU, em inglês) e da importância de falar de sexo e alegria.

Hulk (Mark Ruffalo) e Mulher-Hulk (Tatiana Maslany) no momento em que exploram como é ser verde. Foto Marvel Studios/Disney Plus Foto: Marvel Studios
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Sabendo para onde a série estava indo, foi engraçado ler as reações que homens estavam tendo na internet?

Sim. Ao mesmo tempo em que é horrível ler essas coisas, como Jessica Gao sabia que isso ia acontecer e incluiu no roteiro, foi meio emocionante. Porque sabíamos que, em uma semana, eles perceberiam que estavam sendo trolados por nós. Nós os trolamos de volta. Foi muito satisfatório.

A internet ainda está pegando fogo. Qual seria sua resposta para as seguintes críticas: “A série não tem ação”.

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Se uma luta no episódio não é suficiente, então sim. Mas estamos mais interessados em outras coisas. Esse é o ponto principal da série, lutar contra as expectativas a respeito de um super-herói.

Outra crítica: “A série não tem vilão”.

Não há vilões além dos trolls (risos).

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E claro, tem também: “Nem todos os homens são assim”.

É tão engraçado que, se há uma crítica sobre como as mulheres são tratadas, os homens levam isso para o lado pessoal... Para mim, isso só indica que eles não entendem. Não compreendem do que estamos falando. Não entendem qual é o problema real. Estão novamente voltando-se para si mesmos e fazendo com que se trate de seus sentimentos feridos. Não tem novidade aí.

Quais foram os temas mais emocionantes sobre a experiência feminina abordados pela série?

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Dois momentos vêm à cabeça. Um, divertido, quando Jen está dançando no casamento. Está super livre, sendo ela mesma. E sim, ela está bêbada, então ainda mais livre. Todos nós ficamos emocionados, porque sabemos que essa personagem quer muito amar. E quer se amar muito. E então vê-la tão livre foi uma coisa realmente excitante. Mas também penso na cena da terapia, com sua confissão àqueles homens que ela não conhecia. O anonimato permitiu que fosse mais honesta, e meio que investigasse seus sentimentos e esse conflito que ela tem, de não saber se é suficiente. De não saber se, como Jen, é digna de amor. E de estar lutando com essa ideia da Mulher-Hulk porque ela parece receber amor sem esforço. Foi uma coisa interessante para abordar, especialmente no contexto de um grande show de super-heróis.

Aliás, há várias cenas de dança e parece que havia muita dança nos bastidores.

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Sim, não sei por quê. Acho que é por causa dessa alegria. Está na essência da série essa expressão alegre e feminina. Muitas dessas cenas com Nikki (a melhor amiga de Jennifer Walters, interpretada por Ginger Gonzaga) somos nós nos divertindo umas com as outras e brincando e rindo e sendo mulheres juntas. E você nem sempre vê isso. Acho que é por isso que a dança apareceu muito, porque elas estão presentes em seus corpos. Sabe? Eles são expressivos.

A série também trata o sexo de maneira muito positiva, que é algo raro em geral e inexistente no MCU. Como foi isso?

Sim, Jessica Gao, Ginger Gonzaga e eu sempre falamos sobre como é a série mais com tesão do MCU. E para nós isso é como uma medalha de honra porque está expressando uma positividade sexual desinibida e alegre. Jen gosta de fazer sexo. É parte de quem ela é. É por isso que a dança acontece e faz sentido que ela esteja fazendo twerk com Meghan Thee Stallion. Tipo, ela está muito presente em seu corpo. E eu amo isso, especialmente porque a maioria desses shows é muito sanitizada. A parte abaixo da cintura nem existe. E Jen está falando sobre a bunda do Capitão América com quatro minutos do primeiro episódio.

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Como todo mundo faz, certo?

Como todos nós! É uma bela bunda.

Jennifer também recupera o controle de sua história, porque há todos esses cavalos de Tróia, que são os personagens masculinos que vêm e vão, como Demolidor, Abominação, Wong.

Amo que ela luta para retomar sua narrativa. No final, tem uma noção de quem é. E sente fortemente que quer encabeçar essa história. Está reivindicando esse espaço como líder de sua própria história. E faz isso de uma maneira que é pessoal e importante para ela. E não é com pirotecnia, ela está realmente trazendo de volta para o que nos importa, que são as pessoas, os relacionamentos e o conflito interno. Acho que é disso que o público gosta.

Está ansiosa para continuar contando as histórias de Jennifer no futuro?

Não sei se isso vai acontecer. Eu não ouvi nada ainda.

Durante as nove semanas em que esteve no ar, Mulher-Hulk: Defensora de Heróis enfrentou toda sorte de abuso na internet. Os autodenominados verdadeiros fãs da Marvel estavam odiando cada minuto, mas pelo jeito assistiram a tudo, para vociferar depois nas redes. A série do Disney+, criada por Jessica Gao, exibiu seu último episódio na quinta-feira, 13. SPOILERS A SEGUIR.

Tatiana Maslany, que interpreta Jennifer Walters/Mulher-Hulk, até era elogiada pela maioria – com razão, pois tem talento e carisma de sobra. Em entrevista ao Estadão, a atriz falou como foi acompanhar os comentários na internet, sabendo que, no fim, os trolls seriam os vilões da história, depois de colocar um vídeo íntimo de Jen na internet para provocar sua ira. Ela também fala sobre seu futuro no Universo Cinematográfico Marvel (Marvel Cinematic Universe, ou MCU, em inglês) e da importância de falar de sexo e alegria.

Hulk (Mark Ruffalo) e Mulher-Hulk (Tatiana Maslany) no momento em que exploram como é ser verde. Foto Marvel Studios/Disney Plus Foto: Marvel Studios

Sabendo para onde a série estava indo, foi engraçado ler as reações que homens estavam tendo na internet?

Sim. Ao mesmo tempo em que é horrível ler essas coisas, como Jessica Gao sabia que isso ia acontecer e incluiu no roteiro, foi meio emocionante. Porque sabíamos que, em uma semana, eles perceberiam que estavam sendo trolados por nós. Nós os trolamos de volta. Foi muito satisfatório.

A internet ainda está pegando fogo. Qual seria sua resposta para as seguintes críticas: “A série não tem ação”.

Se uma luta no episódio não é suficiente, então sim. Mas estamos mais interessados em outras coisas. Esse é o ponto principal da série, lutar contra as expectativas a respeito de um super-herói.

Outra crítica: “A série não tem vilão”.

Não há vilões além dos trolls (risos).

E claro, tem também: “Nem todos os homens são assim”.

É tão engraçado que, se há uma crítica sobre como as mulheres são tratadas, os homens levam isso para o lado pessoal... Para mim, isso só indica que eles não entendem. Não compreendem do que estamos falando. Não entendem qual é o problema real. Estão novamente voltando-se para si mesmos e fazendo com que se trate de seus sentimentos feridos. Não tem novidade aí.

Quais foram os temas mais emocionantes sobre a experiência feminina abordados pela série?

Dois momentos vêm à cabeça. Um, divertido, quando Jen está dançando no casamento. Está super livre, sendo ela mesma. E sim, ela está bêbada, então ainda mais livre. Todos nós ficamos emocionados, porque sabemos que essa personagem quer muito amar. E quer se amar muito. E então vê-la tão livre foi uma coisa realmente excitante. Mas também penso na cena da terapia, com sua confissão àqueles homens que ela não conhecia. O anonimato permitiu que fosse mais honesta, e meio que investigasse seus sentimentos e esse conflito que ela tem, de não saber se é suficiente. De não saber se, como Jen, é digna de amor. E de estar lutando com essa ideia da Mulher-Hulk porque ela parece receber amor sem esforço. Foi uma coisa interessante para abordar, especialmente no contexto de um grande show de super-heróis.

Aliás, há várias cenas de dança e parece que havia muita dança nos bastidores.

Sim, não sei por quê. Acho que é por causa dessa alegria. Está na essência da série essa expressão alegre e feminina. Muitas dessas cenas com Nikki (a melhor amiga de Jennifer Walters, interpretada por Ginger Gonzaga) somos nós nos divertindo umas com as outras e brincando e rindo e sendo mulheres juntas. E você nem sempre vê isso. Acho que é por isso que a dança apareceu muito, porque elas estão presentes em seus corpos. Sabe? Eles são expressivos.

A série também trata o sexo de maneira muito positiva, que é algo raro em geral e inexistente no MCU. Como foi isso?

Sim, Jessica Gao, Ginger Gonzaga e eu sempre falamos sobre como é a série mais com tesão do MCU. E para nós isso é como uma medalha de honra porque está expressando uma positividade sexual desinibida e alegre. Jen gosta de fazer sexo. É parte de quem ela é. É por isso que a dança acontece e faz sentido que ela esteja fazendo twerk com Meghan Thee Stallion. Tipo, ela está muito presente em seu corpo. E eu amo isso, especialmente porque a maioria desses shows é muito sanitizada. A parte abaixo da cintura nem existe. E Jen está falando sobre a bunda do Capitão América com quatro minutos do primeiro episódio.

Como todo mundo faz, certo?

Como todos nós! É uma bela bunda.

Jennifer também recupera o controle de sua história, porque há todos esses cavalos de Tróia, que são os personagens masculinos que vêm e vão, como Demolidor, Abominação, Wong.

Amo que ela luta para retomar sua narrativa. No final, tem uma noção de quem é. E sente fortemente que quer encabeçar essa história. Está reivindicando esse espaço como líder de sua própria história. E faz isso de uma maneira que é pessoal e importante para ela. E não é com pirotecnia, ela está realmente trazendo de volta para o que nos importa, que são as pessoas, os relacionamentos e o conflito interno. Acho que é disso que o público gosta.

Está ansiosa para continuar contando as histórias de Jennifer no futuro?

Não sei se isso vai acontecer. Eu não ouvi nada ainda.

Durante as nove semanas em que esteve no ar, Mulher-Hulk: Defensora de Heróis enfrentou toda sorte de abuso na internet. Os autodenominados verdadeiros fãs da Marvel estavam odiando cada minuto, mas pelo jeito assistiram a tudo, para vociferar depois nas redes. A série do Disney+, criada por Jessica Gao, exibiu seu último episódio na quinta-feira, 13. SPOILERS A SEGUIR.

Tatiana Maslany, que interpreta Jennifer Walters/Mulher-Hulk, até era elogiada pela maioria – com razão, pois tem talento e carisma de sobra. Em entrevista ao Estadão, a atriz falou como foi acompanhar os comentários na internet, sabendo que, no fim, os trolls seriam os vilões da história, depois de colocar um vídeo íntimo de Jen na internet para provocar sua ira. Ela também fala sobre seu futuro no Universo Cinematográfico Marvel (Marvel Cinematic Universe, ou MCU, em inglês) e da importância de falar de sexo e alegria.

Hulk (Mark Ruffalo) e Mulher-Hulk (Tatiana Maslany) no momento em que exploram como é ser verde. Foto Marvel Studios/Disney Plus Foto: Marvel Studios

Sabendo para onde a série estava indo, foi engraçado ler as reações que homens estavam tendo na internet?

Sim. Ao mesmo tempo em que é horrível ler essas coisas, como Jessica Gao sabia que isso ia acontecer e incluiu no roteiro, foi meio emocionante. Porque sabíamos que, em uma semana, eles perceberiam que estavam sendo trolados por nós. Nós os trolamos de volta. Foi muito satisfatório.

A internet ainda está pegando fogo. Qual seria sua resposta para as seguintes críticas: “A série não tem ação”.

Se uma luta no episódio não é suficiente, então sim. Mas estamos mais interessados em outras coisas. Esse é o ponto principal da série, lutar contra as expectativas a respeito de um super-herói.

Outra crítica: “A série não tem vilão”.

Não há vilões além dos trolls (risos).

E claro, tem também: “Nem todos os homens são assim”.

É tão engraçado que, se há uma crítica sobre como as mulheres são tratadas, os homens levam isso para o lado pessoal... Para mim, isso só indica que eles não entendem. Não compreendem do que estamos falando. Não entendem qual é o problema real. Estão novamente voltando-se para si mesmos e fazendo com que se trate de seus sentimentos feridos. Não tem novidade aí.

Quais foram os temas mais emocionantes sobre a experiência feminina abordados pela série?

Dois momentos vêm à cabeça. Um, divertido, quando Jen está dançando no casamento. Está super livre, sendo ela mesma. E sim, ela está bêbada, então ainda mais livre. Todos nós ficamos emocionados, porque sabemos que essa personagem quer muito amar. E quer se amar muito. E então vê-la tão livre foi uma coisa realmente excitante. Mas também penso na cena da terapia, com sua confissão àqueles homens que ela não conhecia. O anonimato permitiu que fosse mais honesta, e meio que investigasse seus sentimentos e esse conflito que ela tem, de não saber se é suficiente. De não saber se, como Jen, é digna de amor. E de estar lutando com essa ideia da Mulher-Hulk porque ela parece receber amor sem esforço. Foi uma coisa interessante para abordar, especialmente no contexto de um grande show de super-heróis.

Aliás, há várias cenas de dança e parece que havia muita dança nos bastidores.

Sim, não sei por quê. Acho que é por causa dessa alegria. Está na essência da série essa expressão alegre e feminina. Muitas dessas cenas com Nikki (a melhor amiga de Jennifer Walters, interpretada por Ginger Gonzaga) somos nós nos divertindo umas com as outras e brincando e rindo e sendo mulheres juntas. E você nem sempre vê isso. Acho que é por isso que a dança apareceu muito, porque elas estão presentes em seus corpos. Sabe? Eles são expressivos.

A série também trata o sexo de maneira muito positiva, que é algo raro em geral e inexistente no MCU. Como foi isso?

Sim, Jessica Gao, Ginger Gonzaga e eu sempre falamos sobre como é a série mais com tesão do MCU. E para nós isso é como uma medalha de honra porque está expressando uma positividade sexual desinibida e alegre. Jen gosta de fazer sexo. É parte de quem ela é. É por isso que a dança acontece e faz sentido que ela esteja fazendo twerk com Meghan Thee Stallion. Tipo, ela está muito presente em seu corpo. E eu amo isso, especialmente porque a maioria desses shows é muito sanitizada. A parte abaixo da cintura nem existe. E Jen está falando sobre a bunda do Capitão América com quatro minutos do primeiro episódio.

Como todo mundo faz, certo?

Como todos nós! É uma bela bunda.

Jennifer também recupera o controle de sua história, porque há todos esses cavalos de Tróia, que são os personagens masculinos que vêm e vão, como Demolidor, Abominação, Wong.

Amo que ela luta para retomar sua narrativa. No final, tem uma noção de quem é. E sente fortemente que quer encabeçar essa história. Está reivindicando esse espaço como líder de sua própria história. E faz isso de uma maneira que é pessoal e importante para ela. E não é com pirotecnia, ela está realmente trazendo de volta para o que nos importa, que são as pessoas, os relacionamentos e o conflito interno. Acho que é disso que o público gosta.

Está ansiosa para continuar contando as histórias de Jennifer no futuro?

Não sei se isso vai acontecer. Eu não ouvi nada ainda.

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