Como é ‘Ponto de Virada: A Bomba e a Guerra Fria’, nova série documental da Netflix


Com dez horas no total, a densa produção explora os reflexos do conflito entre Estados Unidos e Rússia até os dias de hoje — e alerta para a ameaça contínua de uma guerra nuclear

Por Gabriela Caputo

Lançamento recente da Netflix, a série documental Ponto de Virada: A Bomba e a Guerra Fria pega carona em uma discussão em voga graças à vitória de Oppenheimer no Oscar: a produção parte dos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial para então examinar de forma ampla o conflito entre Estados Unidos e Rússia, seus eventos-chave, e suas consequências perenes para a história mundial.

Documentário 'Ponto de Virada: A Bomba e a Guerra Fria' parte dos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial para alertar sobre o perigo duradouro de uma guerra nuclear Foto: Netflix/Divulgação

A produção é densa: com 9 episódios de mais de uma hora de duração cada um, a série ultrapassa 10 horas no total. Há imagens de arquivo e entrevistas com mais de 100 pessoas de sete países. São líderes mundiais, figuras políticas, historiadores e até pessoas comuns. Daniel Ellsberg, ex-analista militar dos Estados Unidos que se tornou ativista antiguerra após revelar os Papéis do Pentágono em 1971, desnudando a verdade sobre a Guerra do Vietnã, é um dos entrevistados. Ele morreu em 2023, anos 92 anos.

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Oppenheimer e a criação da bomba atômica

A primeira parte do documentário retrata a criação da bomba atômica pelo Projeto Manhattan, pesquisa comandada pelo físico J. Robert Oppenheimer durante a Segunda Guerra, que levaria ao trágico ataque a Hiroshima e Nagasaki em 1945. Diferentemente da abordagem do filme de Christopher Nolan, há aqui espaço para a versão japonesa, com relatos de sobreviventes dos bombardeios.

Cena da série documental 'Ponto de Virada: A Bomba e a Guerra Fria' Foto: Netflix/Divulgação
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Corrida armamentista

A partir disso, a discussão sobre a corrida armamentista que se seguiu ao longo do século 20 está no centro da narrativa. Mais do que uma peça de revisionismo histórico, o documentário funciona como um alerta para a ameaça contínua de uma guerra nuclear, que nunca cessou sobre a humanidade desde então.

Tensão entre Rússia e Ucrânia

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A tese defendida é a de que as repercussões da Guerra Fria reverberam até hoje sobre as nações: outro ponto focal da produção é o conflito atual entre Rússia e Ucrânia, que seria um eco do que começou lá atrás. O tema é pincelado ao longo dos episódios, e o último deles se dedica inteiramente à guerra em curso, com participação do presidente ucraniano Volodmir Zelenski.

Ponto de Virada perpassa os eventos mais importantes da Guerra Fria, que transcorreu durante o extenso período de 1947 a 1991, como a Crise dos Mísseis Cubanos e outras de menor escala – algumas motivadas por erros absurdos – mas que quase levaram à aniquilação em escala mundial.

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Capitalismo e comunismo

A série analisa o conflito ideológico entre capitalismo e comunismo, que pautou o conflito, denuncia as atrocidades praticadas pelos dois lados, mostra o colapso da União Soviética, e, por fim, esmiúça o poderio russo da atualidade a partir da ascensão de Vladimir Putin e de sua propaganda nacionalista. Aborda, ainda, a interferência russa nas eleições americanas a partir da disseminação de notícias falsas.

O lançamento é parte de uma espécie de franquia da plataforma de streaming, que inclui Ponto de Virada - 11/9 e a Guerra Contra o Terror (2021), também dirigida por Brian Knappenberger.

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Lançamento recente da Netflix, a série documental Ponto de Virada: A Bomba e a Guerra Fria pega carona em uma discussão em voga graças à vitória de Oppenheimer no Oscar: a produção parte dos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial para então examinar de forma ampla o conflito entre Estados Unidos e Rússia, seus eventos-chave, e suas consequências perenes para a história mundial.

Documentário 'Ponto de Virada: A Bomba e a Guerra Fria' parte dos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial para alertar sobre o perigo duradouro de uma guerra nuclear Foto: Netflix/Divulgação

A produção é densa: com 9 episódios de mais de uma hora de duração cada um, a série ultrapassa 10 horas no total. Há imagens de arquivo e entrevistas com mais de 100 pessoas de sete países. São líderes mundiais, figuras políticas, historiadores e até pessoas comuns. Daniel Ellsberg, ex-analista militar dos Estados Unidos que se tornou ativista antiguerra após revelar os Papéis do Pentágono em 1971, desnudando a verdade sobre a Guerra do Vietnã, é um dos entrevistados. Ele morreu em 2023, anos 92 anos.

Oppenheimer e a criação da bomba atômica

A primeira parte do documentário retrata a criação da bomba atômica pelo Projeto Manhattan, pesquisa comandada pelo físico J. Robert Oppenheimer durante a Segunda Guerra, que levaria ao trágico ataque a Hiroshima e Nagasaki em 1945. Diferentemente da abordagem do filme de Christopher Nolan, há aqui espaço para a versão japonesa, com relatos de sobreviventes dos bombardeios.

Cena da série documental 'Ponto de Virada: A Bomba e a Guerra Fria' Foto: Netflix/Divulgação

Corrida armamentista

A partir disso, a discussão sobre a corrida armamentista que se seguiu ao longo do século 20 está no centro da narrativa. Mais do que uma peça de revisionismo histórico, o documentário funciona como um alerta para a ameaça contínua de uma guerra nuclear, que nunca cessou sobre a humanidade desde então.

Tensão entre Rússia e Ucrânia

A tese defendida é a de que as repercussões da Guerra Fria reverberam até hoje sobre as nações: outro ponto focal da produção é o conflito atual entre Rússia e Ucrânia, que seria um eco do que começou lá atrás. O tema é pincelado ao longo dos episódios, e o último deles se dedica inteiramente à guerra em curso, com participação do presidente ucraniano Volodmir Zelenski.

Ponto de Virada perpassa os eventos mais importantes da Guerra Fria, que transcorreu durante o extenso período de 1947 a 1991, como a Crise dos Mísseis Cubanos e outras de menor escala – algumas motivadas por erros absurdos – mas que quase levaram à aniquilação em escala mundial.

Capitalismo e comunismo

A série analisa o conflito ideológico entre capitalismo e comunismo, que pautou o conflito, denuncia as atrocidades praticadas pelos dois lados, mostra o colapso da União Soviética, e, por fim, esmiúça o poderio russo da atualidade a partir da ascensão de Vladimir Putin e de sua propaganda nacionalista. Aborda, ainda, a interferência russa nas eleições americanas a partir da disseminação de notícias falsas.

O lançamento é parte de uma espécie de franquia da plataforma de streaming, que inclui Ponto de Virada - 11/9 e a Guerra Contra o Terror (2021), também dirigida por Brian Knappenberger.

Lançamento recente da Netflix, a série documental Ponto de Virada: A Bomba e a Guerra Fria pega carona em uma discussão em voga graças à vitória de Oppenheimer no Oscar: a produção parte dos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial para então examinar de forma ampla o conflito entre Estados Unidos e Rússia, seus eventos-chave, e suas consequências perenes para a história mundial.

Documentário 'Ponto de Virada: A Bomba e a Guerra Fria' parte dos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial para alertar sobre o perigo duradouro de uma guerra nuclear Foto: Netflix/Divulgação

A produção é densa: com 9 episódios de mais de uma hora de duração cada um, a série ultrapassa 10 horas no total. Há imagens de arquivo e entrevistas com mais de 100 pessoas de sete países. São líderes mundiais, figuras políticas, historiadores e até pessoas comuns. Daniel Ellsberg, ex-analista militar dos Estados Unidos que se tornou ativista antiguerra após revelar os Papéis do Pentágono em 1971, desnudando a verdade sobre a Guerra do Vietnã, é um dos entrevistados. Ele morreu em 2023, anos 92 anos.

Oppenheimer e a criação da bomba atômica

A primeira parte do documentário retrata a criação da bomba atômica pelo Projeto Manhattan, pesquisa comandada pelo físico J. Robert Oppenheimer durante a Segunda Guerra, que levaria ao trágico ataque a Hiroshima e Nagasaki em 1945. Diferentemente da abordagem do filme de Christopher Nolan, há aqui espaço para a versão japonesa, com relatos de sobreviventes dos bombardeios.

Cena da série documental 'Ponto de Virada: A Bomba e a Guerra Fria' Foto: Netflix/Divulgação

Corrida armamentista

A partir disso, a discussão sobre a corrida armamentista que se seguiu ao longo do século 20 está no centro da narrativa. Mais do que uma peça de revisionismo histórico, o documentário funciona como um alerta para a ameaça contínua de uma guerra nuclear, que nunca cessou sobre a humanidade desde então.

Tensão entre Rússia e Ucrânia

A tese defendida é a de que as repercussões da Guerra Fria reverberam até hoje sobre as nações: outro ponto focal da produção é o conflito atual entre Rússia e Ucrânia, que seria um eco do que começou lá atrás. O tema é pincelado ao longo dos episódios, e o último deles se dedica inteiramente à guerra em curso, com participação do presidente ucraniano Volodmir Zelenski.

Ponto de Virada perpassa os eventos mais importantes da Guerra Fria, que transcorreu durante o extenso período de 1947 a 1991, como a Crise dos Mísseis Cubanos e outras de menor escala – algumas motivadas por erros absurdos – mas que quase levaram à aniquilação em escala mundial.

Capitalismo e comunismo

A série analisa o conflito ideológico entre capitalismo e comunismo, que pautou o conflito, denuncia as atrocidades praticadas pelos dois lados, mostra o colapso da União Soviética, e, por fim, esmiúça o poderio russo da atualidade a partir da ascensão de Vladimir Putin e de sua propaganda nacionalista. Aborda, ainda, a interferência russa nas eleições americanas a partir da disseminação de notícias falsas.

O lançamento é parte de uma espécie de franquia da plataforma de streaming, que inclui Ponto de Virada - 11/9 e a Guerra Contra o Terror (2021), também dirigida por Brian Knappenberger.

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