‘Os Anéis de Poder’: depois de muita enrolação, muitas revelações no último episódio


Primeira temporada da série do Prime Video chegou ao final nesta madrugada; texto a seguir tem spoilers

Por Mariane Morisawa

Depois de muito suspense, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder encerrou sua primeira temporada, nesta madrugada, como previsto: correndo como novela para trazer respostas depois de fazer tanto mistério a ponto de aborrecer. A série do Prime Video terminou com um belo episódio, no geral, mas, no fim, as conclusões foram exatamente as mesmas que a internet já tinha previsto semanas atrás.

ATENÇÃO PARA OS SPOILERS: SÓ LEIA SE JÁ TIVER VISTO ‘OS ANÉIS DE PODER’ ATÉ O FINAL.

Esse é o perigo de apoiar uma série no suspense e nas reviravoltas e estruturar a temporada como se fosse um longa-metragem. Séries são séries, por mais que muitos cineastas insistam em dizer que são apenas longos filmes. E o público, hoje, está esperto demais.

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Os criadores Patrick McKay e John D. Payne são inexperientes como showrunners e trabalharam em diversos roteiros que não saíram do papel, a maior parte na Bad Robot, a produtora de J.J. Abrams, conhecido por seu conceito da “mystery box”, ou “caixa de mistérios”, que é jogar um monte de perguntas, na verdade, iscas, que são mordidas pelo espectador e geram burburinho. A retenção de informação é a chave. Lost é o maior exemplo.

Charles Edwards (Celebrimbor) e Robert Aramayo (Elrond), em cena de 'Os Anéis de Poder' Foto: Ben Rothstein/Prime Video

É verdade que McKay e Payne parecem ter tido um plano mais claro, até porque eles sabem de antemão que a ideia é ter cinco temporadas. Os showrunners disseram à revista The Hollywood Reporter que decidiram segurar a revelação de quem era Sauron para não tornar a primeira temporada a série do Sauron. Mas, por se preocupar tanto em manter um mistério que uma grande parte dos fãs que acompanharam com mais interesse solucionou de qualquer maneira, sem desenvolver seus personagens, Os Anéis de Poder virou a série de Sauron mesmo assim.

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Mesmo que Lost não tenha respondido à quantidade imensa de questões que levantou, uma coisa é inegável: a série criou personagens sólidos e cativantes, mesmo os anti-heróis, antagonistas e vilões. O maior problema de Os Anéis de Poder é ter falhado com a maioria dos seus, mesmo tendo mais de oito horas para desenvolvê-los. Os melhores núcleos foram os dos anãos e dos pés-peludos. Era preciso que o espectador se importasse mais com Galadriel (Morfydd Clark), os humanos de Númenor e das Terras do Sul e mesmo os elfos em geral. Sem isso, só sobraram os mistérios mesmo: quem é Sauron, quem é O Estranho.

E, sim, Sauron é Halbrand (Charlie Vickens), como tudo levava a crer, a começar por ser um personagem criado especialmente para a série. Sua jornada toda foi construída de maneira a ser ele o Senhor do Mal, apesar de pistas falsas como Adar (Joseph Mawle) e o próprio Estranho (Daniel Weyman). Halbrand era quem fazia mais sentido, por sua conexão com Galadriel, a mais obstinada guerreira na luta contra Sauron.

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No último episódio, os temas sugeridos durante a temporada ficaram mais evidentes. Sauron acredita que vai salvar a Terra-Média. Os elfos acreditam que só eles, com os três anéis de poder, podem salvar o mundo de Sauron. O Bem e o Mal podem estar mais perto do que gostaríamos de crer. “Eu contei a você que eu tinha feito o mal, mas você não ligou”, diz Halbrand a Galadriel. E ele tem razão. Em nome de uma obsessão, da sobrevivência ou qualquer outra razão, muitos escolhem ignorar os sinais. Os humanos das Terras do Sul estavam à procura de um salvador, de um messias. Alguém com promessas falsas pode facilmente cooptar gente sem perspectiva ou com medo.

Mas há escolhas a serem feitas. Nori (Markella Kavenagh) deixa isso bem claro para O Estranho. E sacrifícios, também, em nome do bem comum.

Agora que o mistério de quem é o malvadão saiu da frente, pode ser que Os Anéis de Poder consiga se desenvolver melhor na próxima temporada, que já está sendo filmada, tornando os personagens mais sólidos e carismáticos, mesmo quando ambíguos.

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Mas resta um mistério, na verdade, dois. Sabemos que O Estranho é um istar, ou seja, um mago. O principal palpite é que seja Gandalf, apesar de ele não ser o único mago nesse universo.

Morfydd Clark (Galadriel) e Charles Edwards (Celebrimbor), em cena de 'Anéis de Poder' Foto: Ben Rothstein/Prime Video

Também não sabemos onde está Isildur (Maxim Baldry). Todos acham que ele morreu. É bem difícil ele ter sobrevivido. Ninguém que assistiu apenas à série se importa, para falar a verdade. Mas o personagem é uma peça importante na luta contra Sauron. A não ser que Os Anéis de Poder resolva subverter esse cânone, claro. Na série, afinal, Isildur tem uma irmã, Eärien (Eva Torvath), que não existe nos escritos de Tolkien.

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E já que estamos fazendo pedidos, à moda de Mulher-Hulk, dá para fazer alguma coisa a respeito dos cenários (Númenor só tem uma praça?) e dos figurinos? Algumas das roupas são lindas. Mas em geral têm cara demais de figurino.

Depois de muito suspense, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder encerrou sua primeira temporada, nesta madrugada, como previsto: correndo como novela para trazer respostas depois de fazer tanto mistério a ponto de aborrecer. A série do Prime Video terminou com um belo episódio, no geral, mas, no fim, as conclusões foram exatamente as mesmas que a internet já tinha previsto semanas atrás.

ATENÇÃO PARA OS SPOILERS: SÓ LEIA SE JÁ TIVER VISTO ‘OS ANÉIS DE PODER’ ATÉ O FINAL.

Esse é o perigo de apoiar uma série no suspense e nas reviravoltas e estruturar a temporada como se fosse um longa-metragem. Séries são séries, por mais que muitos cineastas insistam em dizer que são apenas longos filmes. E o público, hoje, está esperto demais.

Os criadores Patrick McKay e John D. Payne são inexperientes como showrunners e trabalharam em diversos roteiros que não saíram do papel, a maior parte na Bad Robot, a produtora de J.J. Abrams, conhecido por seu conceito da “mystery box”, ou “caixa de mistérios”, que é jogar um monte de perguntas, na verdade, iscas, que são mordidas pelo espectador e geram burburinho. A retenção de informação é a chave. Lost é o maior exemplo.

Charles Edwards (Celebrimbor) e Robert Aramayo (Elrond), em cena de 'Os Anéis de Poder' Foto: Ben Rothstein/Prime Video

É verdade que McKay e Payne parecem ter tido um plano mais claro, até porque eles sabem de antemão que a ideia é ter cinco temporadas. Os showrunners disseram à revista The Hollywood Reporter que decidiram segurar a revelação de quem era Sauron para não tornar a primeira temporada a série do Sauron. Mas, por se preocupar tanto em manter um mistério que uma grande parte dos fãs que acompanharam com mais interesse solucionou de qualquer maneira, sem desenvolver seus personagens, Os Anéis de Poder virou a série de Sauron mesmo assim.

Mesmo que Lost não tenha respondido à quantidade imensa de questões que levantou, uma coisa é inegável: a série criou personagens sólidos e cativantes, mesmo os anti-heróis, antagonistas e vilões. O maior problema de Os Anéis de Poder é ter falhado com a maioria dos seus, mesmo tendo mais de oito horas para desenvolvê-los. Os melhores núcleos foram os dos anãos e dos pés-peludos. Era preciso que o espectador se importasse mais com Galadriel (Morfydd Clark), os humanos de Númenor e das Terras do Sul e mesmo os elfos em geral. Sem isso, só sobraram os mistérios mesmo: quem é Sauron, quem é O Estranho.

E, sim, Sauron é Halbrand (Charlie Vickens), como tudo levava a crer, a começar por ser um personagem criado especialmente para a série. Sua jornada toda foi construída de maneira a ser ele o Senhor do Mal, apesar de pistas falsas como Adar (Joseph Mawle) e o próprio Estranho (Daniel Weyman). Halbrand era quem fazia mais sentido, por sua conexão com Galadriel, a mais obstinada guerreira na luta contra Sauron.

No último episódio, os temas sugeridos durante a temporada ficaram mais evidentes. Sauron acredita que vai salvar a Terra-Média. Os elfos acreditam que só eles, com os três anéis de poder, podem salvar o mundo de Sauron. O Bem e o Mal podem estar mais perto do que gostaríamos de crer. “Eu contei a você que eu tinha feito o mal, mas você não ligou”, diz Halbrand a Galadriel. E ele tem razão. Em nome de uma obsessão, da sobrevivência ou qualquer outra razão, muitos escolhem ignorar os sinais. Os humanos das Terras do Sul estavam à procura de um salvador, de um messias. Alguém com promessas falsas pode facilmente cooptar gente sem perspectiva ou com medo.

Mas há escolhas a serem feitas. Nori (Markella Kavenagh) deixa isso bem claro para O Estranho. E sacrifícios, também, em nome do bem comum.

Agora que o mistério de quem é o malvadão saiu da frente, pode ser que Os Anéis de Poder consiga se desenvolver melhor na próxima temporada, que já está sendo filmada, tornando os personagens mais sólidos e carismáticos, mesmo quando ambíguos.

Mas resta um mistério, na verdade, dois. Sabemos que O Estranho é um istar, ou seja, um mago. O principal palpite é que seja Gandalf, apesar de ele não ser o único mago nesse universo.

Morfydd Clark (Galadriel) e Charles Edwards (Celebrimbor), em cena de 'Anéis de Poder' Foto: Ben Rothstein/Prime Video

Também não sabemos onde está Isildur (Maxim Baldry). Todos acham que ele morreu. É bem difícil ele ter sobrevivido. Ninguém que assistiu apenas à série se importa, para falar a verdade. Mas o personagem é uma peça importante na luta contra Sauron. A não ser que Os Anéis de Poder resolva subverter esse cânone, claro. Na série, afinal, Isildur tem uma irmã, Eärien (Eva Torvath), que não existe nos escritos de Tolkien.

E já que estamos fazendo pedidos, à moda de Mulher-Hulk, dá para fazer alguma coisa a respeito dos cenários (Númenor só tem uma praça?) e dos figurinos? Algumas das roupas são lindas. Mas em geral têm cara demais de figurino.

Depois de muito suspense, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder encerrou sua primeira temporada, nesta madrugada, como previsto: correndo como novela para trazer respostas depois de fazer tanto mistério a ponto de aborrecer. A série do Prime Video terminou com um belo episódio, no geral, mas, no fim, as conclusões foram exatamente as mesmas que a internet já tinha previsto semanas atrás.

ATENÇÃO PARA OS SPOILERS: SÓ LEIA SE JÁ TIVER VISTO ‘OS ANÉIS DE PODER’ ATÉ O FINAL.

Esse é o perigo de apoiar uma série no suspense e nas reviravoltas e estruturar a temporada como se fosse um longa-metragem. Séries são séries, por mais que muitos cineastas insistam em dizer que são apenas longos filmes. E o público, hoje, está esperto demais.

Os criadores Patrick McKay e John D. Payne são inexperientes como showrunners e trabalharam em diversos roteiros que não saíram do papel, a maior parte na Bad Robot, a produtora de J.J. Abrams, conhecido por seu conceito da “mystery box”, ou “caixa de mistérios”, que é jogar um monte de perguntas, na verdade, iscas, que são mordidas pelo espectador e geram burburinho. A retenção de informação é a chave. Lost é o maior exemplo.

Charles Edwards (Celebrimbor) e Robert Aramayo (Elrond), em cena de 'Os Anéis de Poder' Foto: Ben Rothstein/Prime Video

É verdade que McKay e Payne parecem ter tido um plano mais claro, até porque eles sabem de antemão que a ideia é ter cinco temporadas. Os showrunners disseram à revista The Hollywood Reporter que decidiram segurar a revelação de quem era Sauron para não tornar a primeira temporada a série do Sauron. Mas, por se preocupar tanto em manter um mistério que uma grande parte dos fãs que acompanharam com mais interesse solucionou de qualquer maneira, sem desenvolver seus personagens, Os Anéis de Poder virou a série de Sauron mesmo assim.

Mesmo que Lost não tenha respondido à quantidade imensa de questões que levantou, uma coisa é inegável: a série criou personagens sólidos e cativantes, mesmo os anti-heróis, antagonistas e vilões. O maior problema de Os Anéis de Poder é ter falhado com a maioria dos seus, mesmo tendo mais de oito horas para desenvolvê-los. Os melhores núcleos foram os dos anãos e dos pés-peludos. Era preciso que o espectador se importasse mais com Galadriel (Morfydd Clark), os humanos de Númenor e das Terras do Sul e mesmo os elfos em geral. Sem isso, só sobraram os mistérios mesmo: quem é Sauron, quem é O Estranho.

E, sim, Sauron é Halbrand (Charlie Vickens), como tudo levava a crer, a começar por ser um personagem criado especialmente para a série. Sua jornada toda foi construída de maneira a ser ele o Senhor do Mal, apesar de pistas falsas como Adar (Joseph Mawle) e o próprio Estranho (Daniel Weyman). Halbrand era quem fazia mais sentido, por sua conexão com Galadriel, a mais obstinada guerreira na luta contra Sauron.

No último episódio, os temas sugeridos durante a temporada ficaram mais evidentes. Sauron acredita que vai salvar a Terra-Média. Os elfos acreditam que só eles, com os três anéis de poder, podem salvar o mundo de Sauron. O Bem e o Mal podem estar mais perto do que gostaríamos de crer. “Eu contei a você que eu tinha feito o mal, mas você não ligou”, diz Halbrand a Galadriel. E ele tem razão. Em nome de uma obsessão, da sobrevivência ou qualquer outra razão, muitos escolhem ignorar os sinais. Os humanos das Terras do Sul estavam à procura de um salvador, de um messias. Alguém com promessas falsas pode facilmente cooptar gente sem perspectiva ou com medo.

Mas há escolhas a serem feitas. Nori (Markella Kavenagh) deixa isso bem claro para O Estranho. E sacrifícios, também, em nome do bem comum.

Agora que o mistério de quem é o malvadão saiu da frente, pode ser que Os Anéis de Poder consiga se desenvolver melhor na próxima temporada, que já está sendo filmada, tornando os personagens mais sólidos e carismáticos, mesmo quando ambíguos.

Mas resta um mistério, na verdade, dois. Sabemos que O Estranho é um istar, ou seja, um mago. O principal palpite é que seja Gandalf, apesar de ele não ser o único mago nesse universo.

Morfydd Clark (Galadriel) e Charles Edwards (Celebrimbor), em cena de 'Anéis de Poder' Foto: Ben Rothstein/Prime Video

Também não sabemos onde está Isildur (Maxim Baldry). Todos acham que ele morreu. É bem difícil ele ter sobrevivido. Ninguém que assistiu apenas à série se importa, para falar a verdade. Mas o personagem é uma peça importante na luta contra Sauron. A não ser que Os Anéis de Poder resolva subverter esse cânone, claro. Na série, afinal, Isildur tem uma irmã, Eärien (Eva Torvath), que não existe nos escritos de Tolkien.

E já que estamos fazendo pedidos, à moda de Mulher-Hulk, dá para fazer alguma coisa a respeito dos cenários (Númenor só tem uma praça?) e dos figurinos? Algumas das roupas são lindas. Mas em geral têm cara demais de figurino.

Depois de muito suspense, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder encerrou sua primeira temporada, nesta madrugada, como previsto: correndo como novela para trazer respostas depois de fazer tanto mistério a ponto de aborrecer. A série do Prime Video terminou com um belo episódio, no geral, mas, no fim, as conclusões foram exatamente as mesmas que a internet já tinha previsto semanas atrás.

ATENÇÃO PARA OS SPOILERS: SÓ LEIA SE JÁ TIVER VISTO ‘OS ANÉIS DE PODER’ ATÉ O FINAL.

Esse é o perigo de apoiar uma série no suspense e nas reviravoltas e estruturar a temporada como se fosse um longa-metragem. Séries são séries, por mais que muitos cineastas insistam em dizer que são apenas longos filmes. E o público, hoje, está esperto demais.

Os criadores Patrick McKay e John D. Payne são inexperientes como showrunners e trabalharam em diversos roteiros que não saíram do papel, a maior parte na Bad Robot, a produtora de J.J. Abrams, conhecido por seu conceito da “mystery box”, ou “caixa de mistérios”, que é jogar um monte de perguntas, na verdade, iscas, que são mordidas pelo espectador e geram burburinho. A retenção de informação é a chave. Lost é o maior exemplo.

Charles Edwards (Celebrimbor) e Robert Aramayo (Elrond), em cena de 'Os Anéis de Poder' Foto: Ben Rothstein/Prime Video

É verdade que McKay e Payne parecem ter tido um plano mais claro, até porque eles sabem de antemão que a ideia é ter cinco temporadas. Os showrunners disseram à revista The Hollywood Reporter que decidiram segurar a revelação de quem era Sauron para não tornar a primeira temporada a série do Sauron. Mas, por se preocupar tanto em manter um mistério que uma grande parte dos fãs que acompanharam com mais interesse solucionou de qualquer maneira, sem desenvolver seus personagens, Os Anéis de Poder virou a série de Sauron mesmo assim.

Mesmo que Lost não tenha respondido à quantidade imensa de questões que levantou, uma coisa é inegável: a série criou personagens sólidos e cativantes, mesmo os anti-heróis, antagonistas e vilões. O maior problema de Os Anéis de Poder é ter falhado com a maioria dos seus, mesmo tendo mais de oito horas para desenvolvê-los. Os melhores núcleos foram os dos anãos e dos pés-peludos. Era preciso que o espectador se importasse mais com Galadriel (Morfydd Clark), os humanos de Númenor e das Terras do Sul e mesmo os elfos em geral. Sem isso, só sobraram os mistérios mesmo: quem é Sauron, quem é O Estranho.

E, sim, Sauron é Halbrand (Charlie Vickens), como tudo levava a crer, a começar por ser um personagem criado especialmente para a série. Sua jornada toda foi construída de maneira a ser ele o Senhor do Mal, apesar de pistas falsas como Adar (Joseph Mawle) e o próprio Estranho (Daniel Weyman). Halbrand era quem fazia mais sentido, por sua conexão com Galadriel, a mais obstinada guerreira na luta contra Sauron.

No último episódio, os temas sugeridos durante a temporada ficaram mais evidentes. Sauron acredita que vai salvar a Terra-Média. Os elfos acreditam que só eles, com os três anéis de poder, podem salvar o mundo de Sauron. O Bem e o Mal podem estar mais perto do que gostaríamos de crer. “Eu contei a você que eu tinha feito o mal, mas você não ligou”, diz Halbrand a Galadriel. E ele tem razão. Em nome de uma obsessão, da sobrevivência ou qualquer outra razão, muitos escolhem ignorar os sinais. Os humanos das Terras do Sul estavam à procura de um salvador, de um messias. Alguém com promessas falsas pode facilmente cooptar gente sem perspectiva ou com medo.

Mas há escolhas a serem feitas. Nori (Markella Kavenagh) deixa isso bem claro para O Estranho. E sacrifícios, também, em nome do bem comum.

Agora que o mistério de quem é o malvadão saiu da frente, pode ser que Os Anéis de Poder consiga se desenvolver melhor na próxima temporada, que já está sendo filmada, tornando os personagens mais sólidos e carismáticos, mesmo quando ambíguos.

Mas resta um mistério, na verdade, dois. Sabemos que O Estranho é um istar, ou seja, um mago. O principal palpite é que seja Gandalf, apesar de ele não ser o único mago nesse universo.

Morfydd Clark (Galadriel) e Charles Edwards (Celebrimbor), em cena de 'Anéis de Poder' Foto: Ben Rothstein/Prime Video

Também não sabemos onde está Isildur (Maxim Baldry). Todos acham que ele morreu. É bem difícil ele ter sobrevivido. Ninguém que assistiu apenas à série se importa, para falar a verdade. Mas o personagem é uma peça importante na luta contra Sauron. A não ser que Os Anéis de Poder resolva subverter esse cânone, claro. Na série, afinal, Isildur tem uma irmã, Eärien (Eva Torvath), que não existe nos escritos de Tolkien.

E já que estamos fazendo pedidos, à moda de Mulher-Hulk, dá para fazer alguma coisa a respeito dos cenários (Númenor só tem uma praça?) e dos figurinos? Algumas das roupas são lindas. Mas em geral têm cara demais de figurino.

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