Série ‘Gangs of London’ faz a fusão da multicultura com lutas fantásticas


Segunda temporada da atração que é sucesso no Reino Unido termina no domingo, 8, no Lionsgate+

Por Mariane Morisawa

Londres está longe de ser a capital do crime do mundo - a cidade teve 133 homicídios em 2021, ante 2.847 em São Paulo no mesmo período. Mesmo assim, Gangs of London, com assassinatos violentos em profusão e cenas de luta épicas, é um sucesso no Reino Unido. A segunda temporada da série chega ao fim neste domingo, 8, no Lionsgate+ (ex-Starzplay), que já tem também disponíveis todos os episódios da primeira.

Cena da série 'Gangs of London' Foto: Starzplay+
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“Nós criamos a nossa própria Londres, que não é a Londres que conhecemos”, adverte o produtor Thomas Benski sobre a série baseada em um videogame, em entrevista ao Estadão, por videoconferência. “A polícia de Londres nem carrega armas, por exemplo. Nós inventamos nossas regras, construímos um outro universo.” Não que Londres não tenha sua dose de crime, especialmente corrupção. “Um jornalista nos disse que, por trás de sua fachada calma e pitoresca, é a cidade mais corrupta do mundo.” Gangs of London explora justamente essa faceta da corrupção no topo que acaba envolvendo comunidades e gangues de imigrantes tentando ascender economicamente jogando com o sistema.

VITIMIZADOS

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Benski também é imigrante - nascido no Brasil, com pai francês, criado na Itália antes de se mudar para Londres na adolescência. Hoje ele mora em Los Angeles. “Quando conheci o game, eu me vi naquelas experiências dos imigrantes, de ter de se adaptar a ambientes diversos”, contou. Normalmente, vemos imigrantes em situação de dificuldade, lutando para sobreviver em empregos com baixos salários, sendo vitimizados. “Eu queria algo que celebrasse a diversidade, as culturas. Que transformasse gente dessas comunidades sub-representadas em super-heróis.”

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Sim, os personagens de Gangs of London são gângsteres. Mas estão em posições de poder, são os heróis da ação, mesmo cometendo crimes. Como Lale (Narges Rashidi), que se envolve no submundo para arrecadar dinheiro para as soldadas que lutam pelos direitos e pela independência dos curdos na Turquia. “Eu sou do Irã, e se olharmos agora para meu país, vemos uma revolução sendo liderada por bravas mulheres. As mulheres curdas que lutam contra o Estado Islâmico também são muito corajosas”, garantiu a atriz ao Estadão, por videoconferência. “Mas é muito raro ver personagens do Oriente Médio em papéis que representem isso. Normalmente, somos terroristas ou vítimas. Aqui vemos uma mulher com todas as suas complexidades.”

Lale passa por momentos difíceis na segunda temporada, que lida com as consequências da morte de Sean Wallace (Joe Cole). No primeiro ano da série, Wallace revirou o delicado equilíbrio das gangues londrinas para vingar a morte do pai e foi morto pelo policial infiltrado Elliot Finch (Sope Dirisu), o que causou uma reorganização do crime organizado e a chegada do sanguinário Koba (Waleed Zuaiter).

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MUITAS CARAS

“Elliot precisou ter tantas caras, na primeira temporada, que agora precisa enfrentar quem realmente é”, diz Sope Dirisu. “E a alta contagem de corpos que ele deixou na temporada anterior leva à pergunta: quantas coisas ruins você pode fazer e continuar sendo uma boa pessoa? Nós sabemos de sua trajetória e que danos colaterais vão existir, mas, se só há danos, que reparações são possíveis?”

Filho de imigrantes nigerianos, o ator inglês sente orgulho de representar o multiculturalismo londrino. “É a cidade em que vivo”, conta. “Mesmo na ficção, na fantasia, não faz sentido regredir para um tempo que nunca existiu. Ok, talvez não houvesse duques pretos na época. Mas Londres era diversa, mesmo no século 19. Então fico feliz de fazer parte de um projeto que simplesmente reflete o mundo.”

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O segredo é o equilíbrio entre uma parte bem realista, autêntica e multicultural e as qualidades cinematográficas imersivas e icônicas

Corin Hardy

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Não há discursos em Gangs of London, mas a simples representação, na tela, de negros de diversas origens, paquistaneses, curdos, albaneses, argelinos e georgianos acaba sendo uma declaração. Tanto que, vira e mexe, Corin Hardy, que assumiu como roteirista no lugar de Gareth Evans, criador da série em parceria com Matt Flannery, recebe pedidos de certas comunidades para serem incluídas na série. “O presidente da Albânia entrou em contato, dizendo que amava a série e a representação de seu país, o que foi muito surpreendente e bacana.” Havia um plano de rodar algumas cenas na Colômbia, mas a pandemia acabou atrapalhando.

Sua preocupação ao assumir o novo papel, depois de dirigir vários episódios da primeira temporada, foi manter o DNA de Gangs of London. “O segredo é o equilíbrio entre uma parte bem realista, autêntica e multicultural e as qualidades cinematográficas imersivas e icônicas”, explicou Hardy. Para Dirisu, as cenas de lutas são escapismo. “Elas são muito coreografadas e controladas, mesmo parecendo brutais. O público sabe disso e consegue se entregar, sem hesitação.”

Londres está longe de ser a capital do crime do mundo - a cidade teve 133 homicídios em 2021, ante 2.847 em São Paulo no mesmo período. Mesmo assim, Gangs of London, com assassinatos violentos em profusão e cenas de luta épicas, é um sucesso no Reino Unido. A segunda temporada da série chega ao fim neste domingo, 8, no Lionsgate+ (ex-Starzplay), que já tem também disponíveis todos os episódios da primeira.

Cena da série 'Gangs of London' Foto: Starzplay+

“Nós criamos a nossa própria Londres, que não é a Londres que conhecemos”, adverte o produtor Thomas Benski sobre a série baseada em um videogame, em entrevista ao Estadão, por videoconferência. “A polícia de Londres nem carrega armas, por exemplo. Nós inventamos nossas regras, construímos um outro universo.” Não que Londres não tenha sua dose de crime, especialmente corrupção. “Um jornalista nos disse que, por trás de sua fachada calma e pitoresca, é a cidade mais corrupta do mundo.” Gangs of London explora justamente essa faceta da corrupção no topo que acaba envolvendo comunidades e gangues de imigrantes tentando ascender economicamente jogando com o sistema.

VITIMIZADOS

Benski também é imigrante - nascido no Brasil, com pai francês, criado na Itália antes de se mudar para Londres na adolescência. Hoje ele mora em Los Angeles. “Quando conheci o game, eu me vi naquelas experiências dos imigrantes, de ter de se adaptar a ambientes diversos”, contou. Normalmente, vemos imigrantes em situação de dificuldade, lutando para sobreviver em empregos com baixos salários, sendo vitimizados. “Eu queria algo que celebrasse a diversidade, as culturas. Que transformasse gente dessas comunidades sub-representadas em super-heróis.”

Sim, os personagens de Gangs of London são gângsteres. Mas estão em posições de poder, são os heróis da ação, mesmo cometendo crimes. Como Lale (Narges Rashidi), que se envolve no submundo para arrecadar dinheiro para as soldadas que lutam pelos direitos e pela independência dos curdos na Turquia. “Eu sou do Irã, e se olharmos agora para meu país, vemos uma revolução sendo liderada por bravas mulheres. As mulheres curdas que lutam contra o Estado Islâmico também são muito corajosas”, garantiu a atriz ao Estadão, por videoconferência. “Mas é muito raro ver personagens do Oriente Médio em papéis que representem isso. Normalmente, somos terroristas ou vítimas. Aqui vemos uma mulher com todas as suas complexidades.”

Lale passa por momentos difíceis na segunda temporada, que lida com as consequências da morte de Sean Wallace (Joe Cole). No primeiro ano da série, Wallace revirou o delicado equilíbrio das gangues londrinas para vingar a morte do pai e foi morto pelo policial infiltrado Elliot Finch (Sope Dirisu), o que causou uma reorganização do crime organizado e a chegada do sanguinário Koba (Waleed Zuaiter).

MUITAS CARAS

“Elliot precisou ter tantas caras, na primeira temporada, que agora precisa enfrentar quem realmente é”, diz Sope Dirisu. “E a alta contagem de corpos que ele deixou na temporada anterior leva à pergunta: quantas coisas ruins você pode fazer e continuar sendo uma boa pessoa? Nós sabemos de sua trajetória e que danos colaterais vão existir, mas, se só há danos, que reparações são possíveis?”

Filho de imigrantes nigerianos, o ator inglês sente orgulho de representar o multiculturalismo londrino. “É a cidade em que vivo”, conta. “Mesmo na ficção, na fantasia, não faz sentido regredir para um tempo que nunca existiu. Ok, talvez não houvesse duques pretos na época. Mas Londres era diversa, mesmo no século 19. Então fico feliz de fazer parte de um projeto que simplesmente reflete o mundo.”

O segredo é o equilíbrio entre uma parte bem realista, autêntica e multicultural e as qualidades cinematográficas imersivas e icônicas

Corin Hardy

Não há discursos em Gangs of London, mas a simples representação, na tela, de negros de diversas origens, paquistaneses, curdos, albaneses, argelinos e georgianos acaba sendo uma declaração. Tanto que, vira e mexe, Corin Hardy, que assumiu como roteirista no lugar de Gareth Evans, criador da série em parceria com Matt Flannery, recebe pedidos de certas comunidades para serem incluídas na série. “O presidente da Albânia entrou em contato, dizendo que amava a série e a representação de seu país, o que foi muito surpreendente e bacana.” Havia um plano de rodar algumas cenas na Colômbia, mas a pandemia acabou atrapalhando.

Sua preocupação ao assumir o novo papel, depois de dirigir vários episódios da primeira temporada, foi manter o DNA de Gangs of London. “O segredo é o equilíbrio entre uma parte bem realista, autêntica e multicultural e as qualidades cinematográficas imersivas e icônicas”, explicou Hardy. Para Dirisu, as cenas de lutas são escapismo. “Elas são muito coreografadas e controladas, mesmo parecendo brutais. O público sabe disso e consegue se entregar, sem hesitação.”

Londres está longe de ser a capital do crime do mundo - a cidade teve 133 homicídios em 2021, ante 2.847 em São Paulo no mesmo período. Mesmo assim, Gangs of London, com assassinatos violentos em profusão e cenas de luta épicas, é um sucesso no Reino Unido. A segunda temporada da série chega ao fim neste domingo, 8, no Lionsgate+ (ex-Starzplay), que já tem também disponíveis todos os episódios da primeira.

Cena da série 'Gangs of London' Foto: Starzplay+

“Nós criamos a nossa própria Londres, que não é a Londres que conhecemos”, adverte o produtor Thomas Benski sobre a série baseada em um videogame, em entrevista ao Estadão, por videoconferência. “A polícia de Londres nem carrega armas, por exemplo. Nós inventamos nossas regras, construímos um outro universo.” Não que Londres não tenha sua dose de crime, especialmente corrupção. “Um jornalista nos disse que, por trás de sua fachada calma e pitoresca, é a cidade mais corrupta do mundo.” Gangs of London explora justamente essa faceta da corrupção no topo que acaba envolvendo comunidades e gangues de imigrantes tentando ascender economicamente jogando com o sistema.

VITIMIZADOS

Benski também é imigrante - nascido no Brasil, com pai francês, criado na Itália antes de se mudar para Londres na adolescência. Hoje ele mora em Los Angeles. “Quando conheci o game, eu me vi naquelas experiências dos imigrantes, de ter de se adaptar a ambientes diversos”, contou. Normalmente, vemos imigrantes em situação de dificuldade, lutando para sobreviver em empregos com baixos salários, sendo vitimizados. “Eu queria algo que celebrasse a diversidade, as culturas. Que transformasse gente dessas comunidades sub-representadas em super-heróis.”

Sim, os personagens de Gangs of London são gângsteres. Mas estão em posições de poder, são os heróis da ação, mesmo cometendo crimes. Como Lale (Narges Rashidi), que se envolve no submundo para arrecadar dinheiro para as soldadas que lutam pelos direitos e pela independência dos curdos na Turquia. “Eu sou do Irã, e se olharmos agora para meu país, vemos uma revolução sendo liderada por bravas mulheres. As mulheres curdas que lutam contra o Estado Islâmico também são muito corajosas”, garantiu a atriz ao Estadão, por videoconferência. “Mas é muito raro ver personagens do Oriente Médio em papéis que representem isso. Normalmente, somos terroristas ou vítimas. Aqui vemos uma mulher com todas as suas complexidades.”

Lale passa por momentos difíceis na segunda temporada, que lida com as consequências da morte de Sean Wallace (Joe Cole). No primeiro ano da série, Wallace revirou o delicado equilíbrio das gangues londrinas para vingar a morte do pai e foi morto pelo policial infiltrado Elliot Finch (Sope Dirisu), o que causou uma reorganização do crime organizado e a chegada do sanguinário Koba (Waleed Zuaiter).

MUITAS CARAS

“Elliot precisou ter tantas caras, na primeira temporada, que agora precisa enfrentar quem realmente é”, diz Sope Dirisu. “E a alta contagem de corpos que ele deixou na temporada anterior leva à pergunta: quantas coisas ruins você pode fazer e continuar sendo uma boa pessoa? Nós sabemos de sua trajetória e que danos colaterais vão existir, mas, se só há danos, que reparações são possíveis?”

Filho de imigrantes nigerianos, o ator inglês sente orgulho de representar o multiculturalismo londrino. “É a cidade em que vivo”, conta. “Mesmo na ficção, na fantasia, não faz sentido regredir para um tempo que nunca existiu. Ok, talvez não houvesse duques pretos na época. Mas Londres era diversa, mesmo no século 19. Então fico feliz de fazer parte de um projeto que simplesmente reflete o mundo.”

O segredo é o equilíbrio entre uma parte bem realista, autêntica e multicultural e as qualidades cinematográficas imersivas e icônicas

Corin Hardy

Não há discursos em Gangs of London, mas a simples representação, na tela, de negros de diversas origens, paquistaneses, curdos, albaneses, argelinos e georgianos acaba sendo uma declaração. Tanto que, vira e mexe, Corin Hardy, que assumiu como roteirista no lugar de Gareth Evans, criador da série em parceria com Matt Flannery, recebe pedidos de certas comunidades para serem incluídas na série. “O presidente da Albânia entrou em contato, dizendo que amava a série e a representação de seu país, o que foi muito surpreendente e bacana.” Havia um plano de rodar algumas cenas na Colômbia, mas a pandemia acabou atrapalhando.

Sua preocupação ao assumir o novo papel, depois de dirigir vários episódios da primeira temporada, foi manter o DNA de Gangs of London. “O segredo é o equilíbrio entre uma parte bem realista, autêntica e multicultural e as qualidades cinematográficas imersivas e icônicas”, explicou Hardy. Para Dirisu, as cenas de lutas são escapismo. “Elas são muito coreografadas e controladas, mesmo parecendo brutais. O público sabe disso e consegue se entregar, sem hesitação.”

Londres está longe de ser a capital do crime do mundo - a cidade teve 133 homicídios em 2021, ante 2.847 em São Paulo no mesmo período. Mesmo assim, Gangs of London, com assassinatos violentos em profusão e cenas de luta épicas, é um sucesso no Reino Unido. A segunda temporada da série chega ao fim neste domingo, 8, no Lionsgate+ (ex-Starzplay), que já tem também disponíveis todos os episódios da primeira.

Cena da série 'Gangs of London' Foto: Starzplay+

“Nós criamos a nossa própria Londres, que não é a Londres que conhecemos”, adverte o produtor Thomas Benski sobre a série baseada em um videogame, em entrevista ao Estadão, por videoconferência. “A polícia de Londres nem carrega armas, por exemplo. Nós inventamos nossas regras, construímos um outro universo.” Não que Londres não tenha sua dose de crime, especialmente corrupção. “Um jornalista nos disse que, por trás de sua fachada calma e pitoresca, é a cidade mais corrupta do mundo.” Gangs of London explora justamente essa faceta da corrupção no topo que acaba envolvendo comunidades e gangues de imigrantes tentando ascender economicamente jogando com o sistema.

VITIMIZADOS

Benski também é imigrante - nascido no Brasil, com pai francês, criado na Itália antes de se mudar para Londres na adolescência. Hoje ele mora em Los Angeles. “Quando conheci o game, eu me vi naquelas experiências dos imigrantes, de ter de se adaptar a ambientes diversos”, contou. Normalmente, vemos imigrantes em situação de dificuldade, lutando para sobreviver em empregos com baixos salários, sendo vitimizados. “Eu queria algo que celebrasse a diversidade, as culturas. Que transformasse gente dessas comunidades sub-representadas em super-heróis.”

Sim, os personagens de Gangs of London são gângsteres. Mas estão em posições de poder, são os heróis da ação, mesmo cometendo crimes. Como Lale (Narges Rashidi), que se envolve no submundo para arrecadar dinheiro para as soldadas que lutam pelos direitos e pela independência dos curdos na Turquia. “Eu sou do Irã, e se olharmos agora para meu país, vemos uma revolução sendo liderada por bravas mulheres. As mulheres curdas que lutam contra o Estado Islâmico também são muito corajosas”, garantiu a atriz ao Estadão, por videoconferência. “Mas é muito raro ver personagens do Oriente Médio em papéis que representem isso. Normalmente, somos terroristas ou vítimas. Aqui vemos uma mulher com todas as suas complexidades.”

Lale passa por momentos difíceis na segunda temporada, que lida com as consequências da morte de Sean Wallace (Joe Cole). No primeiro ano da série, Wallace revirou o delicado equilíbrio das gangues londrinas para vingar a morte do pai e foi morto pelo policial infiltrado Elliot Finch (Sope Dirisu), o que causou uma reorganização do crime organizado e a chegada do sanguinário Koba (Waleed Zuaiter).

MUITAS CARAS

“Elliot precisou ter tantas caras, na primeira temporada, que agora precisa enfrentar quem realmente é”, diz Sope Dirisu. “E a alta contagem de corpos que ele deixou na temporada anterior leva à pergunta: quantas coisas ruins você pode fazer e continuar sendo uma boa pessoa? Nós sabemos de sua trajetória e que danos colaterais vão existir, mas, se só há danos, que reparações são possíveis?”

Filho de imigrantes nigerianos, o ator inglês sente orgulho de representar o multiculturalismo londrino. “É a cidade em que vivo”, conta. “Mesmo na ficção, na fantasia, não faz sentido regredir para um tempo que nunca existiu. Ok, talvez não houvesse duques pretos na época. Mas Londres era diversa, mesmo no século 19. Então fico feliz de fazer parte de um projeto que simplesmente reflete o mundo.”

O segredo é o equilíbrio entre uma parte bem realista, autêntica e multicultural e as qualidades cinematográficas imersivas e icônicas

Corin Hardy

Não há discursos em Gangs of London, mas a simples representação, na tela, de negros de diversas origens, paquistaneses, curdos, albaneses, argelinos e georgianos acaba sendo uma declaração. Tanto que, vira e mexe, Corin Hardy, que assumiu como roteirista no lugar de Gareth Evans, criador da série em parceria com Matt Flannery, recebe pedidos de certas comunidades para serem incluídas na série. “O presidente da Albânia entrou em contato, dizendo que amava a série e a representação de seu país, o que foi muito surpreendente e bacana.” Havia um plano de rodar algumas cenas na Colômbia, mas a pandemia acabou atrapalhando.

Sua preocupação ao assumir o novo papel, depois de dirigir vários episódios da primeira temporada, foi manter o DNA de Gangs of London. “O segredo é o equilíbrio entre uma parte bem realista, autêntica e multicultural e as qualidades cinematográficas imersivas e icônicas”, explicou Hardy. Para Dirisu, as cenas de lutas são escapismo. “Elas são muito coreografadas e controladas, mesmo parecendo brutais. O público sabe disso e consegue se entregar, sem hesitação.”

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