Série revela últimas palavras de John Lennon - e a justificativa insana de seu assassino; conheça


‘John Lennon: Assassinato Sem Julgamento’, disponível na Apple TV+, investiga o assassinato do ex-beatle. ‘Não queríamos que fosse algo sensacionalista’, explica o diretor do projeto em entrevista ao ‘Estadão’

Por Gabriel Zorzetto
Atualização:

Na semana em que se completam 43 anos da morte de John Lennon, fãs em todo o mundo refletem sobre o trágico episódio que tirou precocemente a vida de um dos maiores ícones da história da música. Mais do que isso: o eterno beatle era um embaixador da paz e, tal como Gandhi e Martin Luther King Jr., acabou sendo assassinado. O artista foi morto a tiros por Mark David Chapman na porta de casa, no Edifício Dakota, em Nova York, após retornar de uma gravação em estúdio com sua esposa Yoko Ono.

Há mais de quatro décadas especulam-se as circunstâncias do ocorrido. Transbordam livros, filmes e documentários sobre o tema. Boa parte deles, porém, é calcada pelo sensacionalismo. Felizmente, não é o caso da nova minissérie documental John Lennon: Assassinato Sem Julgamento, já no ar no Apple TV+, que revisita os acontecimentos com relatos e arquivos inéditos. É um true crime digno.

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Edifício Dakota, onde John Lennon morou e foi assassinado; crime é relembrado em minissérie documental do Apple TV+ Foto: Apple TV+/Divulgação

Os diretores Rob Coldstream e Nick Holt ressaltam o fato de Chapman ter confessado o crime e, assim, evitado um julgamento apropriado do caso. O assassino, outrora fã dos Beatles, foi condenado à prisão perpétua e sua liberdade condicional foi negada 12 vezes.

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“Não queríamos que fosse algo sensacionalista ou entretenimento como tal. Queríamos contar a história toda pela primeira vez, de forma detalhista e respeitosa. E o que achamos interessante foi: porque o julgamento colapsou, muitas informações da polícia, arquivos de psiquiatras e advogados não chegaram ao público. Então exploramos o que poderia ter aparecido nesse julgamento”, conta Coldstream ao Estadão.

A série é dividida em três partes – O Último Dia, A Investigação e O Julgamento – sendo a primeira delas a mais atrativa, pois repassa o dia 8 de dezembro de 1980 com notável riqueza de detalhes. O público acompanha os passos de Lennon através de uma vasta lista de entrevistados, que vai desde a jornalista que conduziu a última entrevista do cantor até aos médicos que decretaram o óbito.

Jay Hastings, que trabalhava na portaria do Dakota falou sobre o episódio pela primeira vez em público e revelou que, ao socorrer Lennon, ouviu suas últimas palavras, que teriam sido: “levei um tiro”, antes dele cair no chão.

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“O processo todo demorou muito tempo e tivemos um ótimo time de produtores para procurar essas pessoas. Sobre o taxista [Richard Peterson, que viu o assassinato pela janela do carro], por exemplo, nós sabíamos as iniciais dele e o achamos pela lista telefônica. Foi um trabalho manual. E a partir do momento que um fala, isso leva a outro e assim por diante”, explica o diretor.

Últimas palavras de John Lennon teriam sido 'levei um tiro', de acordo com Jay Hastings, que trabalhava na portaria do prédio onde o beatle morava e o socorreu após o ataque  Foto: Apple TV+/Divulgação

A obra é narrada pelo ator americano Kiefer Sutherland (24 Horas, Designated Survivor). Uma adição que traz credibilidade ao projeto, apesar de a viúva Yoko Ono não ter oferecido qualquer tipo de suporte. “Yoko nunca falou sobre o caso publicamente e não esperávamos isso, mas estivemos em contato com a família através de amigos. Também não achamos que seria apropriado falar com ela, pois não se trata de uma história sobre o casal”, pondera o cineasta.

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A minissérie traz gravações exclusivas de Chapman conversando com sua equipe jurídica. Quando é perguntado sobre as motivações do crime, ele diz: “All You Need Is Love (referência ao título de um dos sucessos dos Beatles, que significa ‘tudo de que você precisa é amor’), você já ouviu isso? Bem, é isso que eu digo: tudo que você precisa é de amor e US$ 250 milhões. Ele foi o maior e mais falso idiota que já existiu”.

Um dos capítulos ainda acena para teorias da conspiração, especialmente em torno de O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger, o livro que Chapman segurava na hora do assassinato - depois ele chegou a dizer que fez a atrocidade na esperança de se tornar o protagonista do romance.

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O autor do crime contra John Lennon, Mark David Chapman Foto: Apple TV+/Divulgação

Coincidentemente ou não, o clássico da literatura que critica a superficialidade da sociedade também era um fascínio do sujeito que tentou matar o presidente americano Ronald Reagan poucos meses após a morte de Lennon.

O diretor, contudo, descarta a possibilidade de uma espécie de trama oculta. “Não acredito nisso, mas algumas pessoas podem acreditar e existem motivos. O governo americano, no começo dos anos 1970, estava incomodado com John e suas atividades antiguerra. Estavam seguindo-o e isso despertou várias teorias, mas nós investigamos e chegamos à conclusão que não há evidências”, relata.

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Não é primeira vez que Coldstream examina a vida de um astro do rock. No controverso The Execution of Gary Glitter (2009), sátira em forma de falso documentário, ele simulou um sentenciamento de pena de morte ao cantor britânico Gary Glitter, condenado por pedofilia. Questionado a respeito, ele não quis comentar o telefilme e apenas afirmou ser contra esse tipo de punição.

Na semana em que se completam 43 anos da morte de John Lennon, fãs em todo o mundo refletem sobre o trágico episódio que tirou precocemente a vida de um dos maiores ícones da história da música. Mais do que isso: o eterno beatle era um embaixador da paz e, tal como Gandhi e Martin Luther King Jr., acabou sendo assassinado. O artista foi morto a tiros por Mark David Chapman na porta de casa, no Edifício Dakota, em Nova York, após retornar de uma gravação em estúdio com sua esposa Yoko Ono.

Há mais de quatro décadas especulam-se as circunstâncias do ocorrido. Transbordam livros, filmes e documentários sobre o tema. Boa parte deles, porém, é calcada pelo sensacionalismo. Felizmente, não é o caso da nova minissérie documental John Lennon: Assassinato Sem Julgamento, já no ar no Apple TV+, que revisita os acontecimentos com relatos e arquivos inéditos. É um true crime digno.

Edifício Dakota, onde John Lennon morou e foi assassinado; crime é relembrado em minissérie documental do Apple TV+ Foto: Apple TV+/Divulgação

Os diretores Rob Coldstream e Nick Holt ressaltam o fato de Chapman ter confessado o crime e, assim, evitado um julgamento apropriado do caso. O assassino, outrora fã dos Beatles, foi condenado à prisão perpétua e sua liberdade condicional foi negada 12 vezes.

“Não queríamos que fosse algo sensacionalista ou entretenimento como tal. Queríamos contar a história toda pela primeira vez, de forma detalhista e respeitosa. E o que achamos interessante foi: porque o julgamento colapsou, muitas informações da polícia, arquivos de psiquiatras e advogados não chegaram ao público. Então exploramos o que poderia ter aparecido nesse julgamento”, conta Coldstream ao Estadão.

A série é dividida em três partes – O Último Dia, A Investigação e O Julgamento – sendo a primeira delas a mais atrativa, pois repassa o dia 8 de dezembro de 1980 com notável riqueza de detalhes. O público acompanha os passos de Lennon através de uma vasta lista de entrevistados, que vai desde a jornalista que conduziu a última entrevista do cantor até aos médicos que decretaram o óbito.

Jay Hastings, que trabalhava na portaria do Dakota falou sobre o episódio pela primeira vez em público e revelou que, ao socorrer Lennon, ouviu suas últimas palavras, que teriam sido: “levei um tiro”, antes dele cair no chão.

“O processo todo demorou muito tempo e tivemos um ótimo time de produtores para procurar essas pessoas. Sobre o taxista [Richard Peterson, que viu o assassinato pela janela do carro], por exemplo, nós sabíamos as iniciais dele e o achamos pela lista telefônica. Foi um trabalho manual. E a partir do momento que um fala, isso leva a outro e assim por diante”, explica o diretor.

Últimas palavras de John Lennon teriam sido 'levei um tiro', de acordo com Jay Hastings, que trabalhava na portaria do prédio onde o beatle morava e o socorreu após o ataque  Foto: Apple TV+/Divulgação

A obra é narrada pelo ator americano Kiefer Sutherland (24 Horas, Designated Survivor). Uma adição que traz credibilidade ao projeto, apesar de a viúva Yoko Ono não ter oferecido qualquer tipo de suporte. “Yoko nunca falou sobre o caso publicamente e não esperávamos isso, mas estivemos em contato com a família através de amigos. Também não achamos que seria apropriado falar com ela, pois não se trata de uma história sobre o casal”, pondera o cineasta.

A minissérie traz gravações exclusivas de Chapman conversando com sua equipe jurídica. Quando é perguntado sobre as motivações do crime, ele diz: “All You Need Is Love (referência ao título de um dos sucessos dos Beatles, que significa ‘tudo de que você precisa é amor’), você já ouviu isso? Bem, é isso que eu digo: tudo que você precisa é de amor e US$ 250 milhões. Ele foi o maior e mais falso idiota que já existiu”.

Um dos capítulos ainda acena para teorias da conspiração, especialmente em torno de O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger, o livro que Chapman segurava na hora do assassinato - depois ele chegou a dizer que fez a atrocidade na esperança de se tornar o protagonista do romance.

O autor do crime contra John Lennon, Mark David Chapman Foto: Apple TV+/Divulgação

Coincidentemente ou não, o clássico da literatura que critica a superficialidade da sociedade também era um fascínio do sujeito que tentou matar o presidente americano Ronald Reagan poucos meses após a morte de Lennon.

O diretor, contudo, descarta a possibilidade de uma espécie de trama oculta. “Não acredito nisso, mas algumas pessoas podem acreditar e existem motivos. O governo americano, no começo dos anos 1970, estava incomodado com John e suas atividades antiguerra. Estavam seguindo-o e isso despertou várias teorias, mas nós investigamos e chegamos à conclusão que não há evidências”, relata.

Não é primeira vez que Coldstream examina a vida de um astro do rock. No controverso The Execution of Gary Glitter (2009), sátira em forma de falso documentário, ele simulou um sentenciamento de pena de morte ao cantor britânico Gary Glitter, condenado por pedofilia. Questionado a respeito, ele não quis comentar o telefilme e apenas afirmou ser contra esse tipo de punição.

Na semana em que se completam 43 anos da morte de John Lennon, fãs em todo o mundo refletem sobre o trágico episódio que tirou precocemente a vida de um dos maiores ícones da história da música. Mais do que isso: o eterno beatle era um embaixador da paz e, tal como Gandhi e Martin Luther King Jr., acabou sendo assassinado. O artista foi morto a tiros por Mark David Chapman na porta de casa, no Edifício Dakota, em Nova York, após retornar de uma gravação em estúdio com sua esposa Yoko Ono.

Há mais de quatro décadas especulam-se as circunstâncias do ocorrido. Transbordam livros, filmes e documentários sobre o tema. Boa parte deles, porém, é calcada pelo sensacionalismo. Felizmente, não é o caso da nova minissérie documental John Lennon: Assassinato Sem Julgamento, já no ar no Apple TV+, que revisita os acontecimentos com relatos e arquivos inéditos. É um true crime digno.

Edifício Dakota, onde John Lennon morou e foi assassinado; crime é relembrado em minissérie documental do Apple TV+ Foto: Apple TV+/Divulgação

Os diretores Rob Coldstream e Nick Holt ressaltam o fato de Chapman ter confessado o crime e, assim, evitado um julgamento apropriado do caso. O assassino, outrora fã dos Beatles, foi condenado à prisão perpétua e sua liberdade condicional foi negada 12 vezes.

“Não queríamos que fosse algo sensacionalista ou entretenimento como tal. Queríamos contar a história toda pela primeira vez, de forma detalhista e respeitosa. E o que achamos interessante foi: porque o julgamento colapsou, muitas informações da polícia, arquivos de psiquiatras e advogados não chegaram ao público. Então exploramos o que poderia ter aparecido nesse julgamento”, conta Coldstream ao Estadão.

A série é dividida em três partes – O Último Dia, A Investigação e O Julgamento – sendo a primeira delas a mais atrativa, pois repassa o dia 8 de dezembro de 1980 com notável riqueza de detalhes. O público acompanha os passos de Lennon através de uma vasta lista de entrevistados, que vai desde a jornalista que conduziu a última entrevista do cantor até aos médicos que decretaram o óbito.

Jay Hastings, que trabalhava na portaria do Dakota falou sobre o episódio pela primeira vez em público e revelou que, ao socorrer Lennon, ouviu suas últimas palavras, que teriam sido: “levei um tiro”, antes dele cair no chão.

“O processo todo demorou muito tempo e tivemos um ótimo time de produtores para procurar essas pessoas. Sobre o taxista [Richard Peterson, que viu o assassinato pela janela do carro], por exemplo, nós sabíamos as iniciais dele e o achamos pela lista telefônica. Foi um trabalho manual. E a partir do momento que um fala, isso leva a outro e assim por diante”, explica o diretor.

Últimas palavras de John Lennon teriam sido 'levei um tiro', de acordo com Jay Hastings, que trabalhava na portaria do prédio onde o beatle morava e o socorreu após o ataque  Foto: Apple TV+/Divulgação

A obra é narrada pelo ator americano Kiefer Sutherland (24 Horas, Designated Survivor). Uma adição que traz credibilidade ao projeto, apesar de a viúva Yoko Ono não ter oferecido qualquer tipo de suporte. “Yoko nunca falou sobre o caso publicamente e não esperávamos isso, mas estivemos em contato com a família através de amigos. Também não achamos que seria apropriado falar com ela, pois não se trata de uma história sobre o casal”, pondera o cineasta.

A minissérie traz gravações exclusivas de Chapman conversando com sua equipe jurídica. Quando é perguntado sobre as motivações do crime, ele diz: “All You Need Is Love (referência ao título de um dos sucessos dos Beatles, que significa ‘tudo de que você precisa é amor’), você já ouviu isso? Bem, é isso que eu digo: tudo que você precisa é de amor e US$ 250 milhões. Ele foi o maior e mais falso idiota que já existiu”.

Um dos capítulos ainda acena para teorias da conspiração, especialmente em torno de O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger, o livro que Chapman segurava na hora do assassinato - depois ele chegou a dizer que fez a atrocidade na esperança de se tornar o protagonista do romance.

O autor do crime contra John Lennon, Mark David Chapman Foto: Apple TV+/Divulgação

Coincidentemente ou não, o clássico da literatura que critica a superficialidade da sociedade também era um fascínio do sujeito que tentou matar o presidente americano Ronald Reagan poucos meses após a morte de Lennon.

O diretor, contudo, descarta a possibilidade de uma espécie de trama oculta. “Não acredito nisso, mas algumas pessoas podem acreditar e existem motivos. O governo americano, no começo dos anos 1970, estava incomodado com John e suas atividades antiguerra. Estavam seguindo-o e isso despertou várias teorias, mas nós investigamos e chegamos à conclusão que não há evidências”, relata.

Não é primeira vez que Coldstream examina a vida de um astro do rock. No controverso The Execution of Gary Glitter (2009), sátira em forma de falso documentário, ele simulou um sentenciamento de pena de morte ao cantor britânico Gary Glitter, condenado por pedofilia. Questionado a respeito, ele não quis comentar o telefilme e apenas afirmou ser contra esse tipo de punição.

Na semana em que se completam 43 anos da morte de John Lennon, fãs em todo o mundo refletem sobre o trágico episódio que tirou precocemente a vida de um dos maiores ícones da história da música. Mais do que isso: o eterno beatle era um embaixador da paz e, tal como Gandhi e Martin Luther King Jr., acabou sendo assassinado. O artista foi morto a tiros por Mark David Chapman na porta de casa, no Edifício Dakota, em Nova York, após retornar de uma gravação em estúdio com sua esposa Yoko Ono.

Há mais de quatro décadas especulam-se as circunstâncias do ocorrido. Transbordam livros, filmes e documentários sobre o tema. Boa parte deles, porém, é calcada pelo sensacionalismo. Felizmente, não é o caso da nova minissérie documental John Lennon: Assassinato Sem Julgamento, já no ar no Apple TV+, que revisita os acontecimentos com relatos e arquivos inéditos. É um true crime digno.

Edifício Dakota, onde John Lennon morou e foi assassinado; crime é relembrado em minissérie documental do Apple TV+ Foto: Apple TV+/Divulgação

Os diretores Rob Coldstream e Nick Holt ressaltam o fato de Chapman ter confessado o crime e, assim, evitado um julgamento apropriado do caso. O assassino, outrora fã dos Beatles, foi condenado à prisão perpétua e sua liberdade condicional foi negada 12 vezes.

“Não queríamos que fosse algo sensacionalista ou entretenimento como tal. Queríamos contar a história toda pela primeira vez, de forma detalhista e respeitosa. E o que achamos interessante foi: porque o julgamento colapsou, muitas informações da polícia, arquivos de psiquiatras e advogados não chegaram ao público. Então exploramos o que poderia ter aparecido nesse julgamento”, conta Coldstream ao Estadão.

A série é dividida em três partes – O Último Dia, A Investigação e O Julgamento – sendo a primeira delas a mais atrativa, pois repassa o dia 8 de dezembro de 1980 com notável riqueza de detalhes. O público acompanha os passos de Lennon através de uma vasta lista de entrevistados, que vai desde a jornalista que conduziu a última entrevista do cantor até aos médicos que decretaram o óbito.

Jay Hastings, que trabalhava na portaria do Dakota falou sobre o episódio pela primeira vez em público e revelou que, ao socorrer Lennon, ouviu suas últimas palavras, que teriam sido: “levei um tiro”, antes dele cair no chão.

“O processo todo demorou muito tempo e tivemos um ótimo time de produtores para procurar essas pessoas. Sobre o taxista [Richard Peterson, que viu o assassinato pela janela do carro], por exemplo, nós sabíamos as iniciais dele e o achamos pela lista telefônica. Foi um trabalho manual. E a partir do momento que um fala, isso leva a outro e assim por diante”, explica o diretor.

Últimas palavras de John Lennon teriam sido 'levei um tiro', de acordo com Jay Hastings, que trabalhava na portaria do prédio onde o beatle morava e o socorreu após o ataque  Foto: Apple TV+/Divulgação

A obra é narrada pelo ator americano Kiefer Sutherland (24 Horas, Designated Survivor). Uma adição que traz credibilidade ao projeto, apesar de a viúva Yoko Ono não ter oferecido qualquer tipo de suporte. “Yoko nunca falou sobre o caso publicamente e não esperávamos isso, mas estivemos em contato com a família através de amigos. Também não achamos que seria apropriado falar com ela, pois não se trata de uma história sobre o casal”, pondera o cineasta.

A minissérie traz gravações exclusivas de Chapman conversando com sua equipe jurídica. Quando é perguntado sobre as motivações do crime, ele diz: “All You Need Is Love (referência ao título de um dos sucessos dos Beatles, que significa ‘tudo de que você precisa é amor’), você já ouviu isso? Bem, é isso que eu digo: tudo que você precisa é de amor e US$ 250 milhões. Ele foi o maior e mais falso idiota que já existiu”.

Um dos capítulos ainda acena para teorias da conspiração, especialmente em torno de O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger, o livro que Chapman segurava na hora do assassinato - depois ele chegou a dizer que fez a atrocidade na esperança de se tornar o protagonista do romance.

O autor do crime contra John Lennon, Mark David Chapman Foto: Apple TV+/Divulgação

Coincidentemente ou não, o clássico da literatura que critica a superficialidade da sociedade também era um fascínio do sujeito que tentou matar o presidente americano Ronald Reagan poucos meses após a morte de Lennon.

O diretor, contudo, descarta a possibilidade de uma espécie de trama oculta. “Não acredito nisso, mas algumas pessoas podem acreditar e existem motivos. O governo americano, no começo dos anos 1970, estava incomodado com John e suas atividades antiguerra. Estavam seguindo-o e isso despertou várias teorias, mas nós investigamos e chegamos à conclusão que não há evidências”, relata.

Não é primeira vez que Coldstream examina a vida de um astro do rock. No controverso The Execution of Gary Glitter (2009), sátira em forma de falso documentário, ele simulou um sentenciamento de pena de morte ao cantor britânico Gary Glitter, condenado por pedofilia. Questionado a respeito, ele não quis comentar o telefilme e apenas afirmou ser contra esse tipo de punição.

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