Sucesso de 'A Casa do Dragão' pode definir universo de GoT, diz George R. R. Martin


Para o autor, nova saga é mais uma 'tragédia shakespeariana'; veja trailer

Por John Koblin
Atualização:

Nos cinco anos em que os executivos de programação da HBO pensaram cuidadosamente em um sucessor digno de Game of Thrones, havia uma ideia na qual George R.R. Martin insistia: seu conto de ascensão e queda da família Targaryen, ambientado quase 200 anos antes dos eventos de ‘Game of Thrones’.

Nas fileiras da HBO havia alguma relutância em criar uma série que, assim como a original, fosse sobre uma batalha pelo Trono de Ferro. Dois roteiristas contratados para trabalhar no conceito Targaryen vieram e se foram, mas Martin não desistiu. Então, depois que a HBO filmou - e cancelou - um piloto para uma outra prequela de Thrones, a persistência de Martin prevaleceu. A Casa do Dragão foi encomendado direto como série no final de 2019. Martin é o criador junto com Ryan Condal.

A Casa do Dragão, a primeira série spin-off de Thrones, estreou no domingo, 21, e as apostas são altas para a HBO. Um sucesso pode provar a viabilidade do Universo Cinematográfico de Thrones. Um desempenho medíocre (ou pior) levantará questionamentos mais amplos sobre se milhões de espectadores ainda querem mais séries de Thrones.

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Cena da série'A Casa do Dragão' Foto: HBO Max

Em uma conversa no final do mês passado, Martin, o homem que nas últimas três décadas construiu meticulosamente o universo de Thrones em seus vários livros, discutiu por que ele se sentia tão confiante com essa ideia; suas ambições para futuros spin-offs; e como seus livros em andamento irão divergir do controverso final da série de TV Game of Thrones.

Aqui vão trechos editados da nossa conversa.

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Dois roteiristas trabalharam no desenvolvimento de sua história Targaryen, mas não deu em nada. O que fez você continuar insistindo no projeto?

Eu não queria desistir. Tinha muito material já escrito e tinha tudo o que eu achava que precisávamos para uma série de sucesso. Tinha toda a intriga em torno do Trono de Ferro. As grandes casas disputando. Dragões - muitos dragões - e batalhas e traições.

‘A Casa do Dragão’ tem semelhanças temáticas com ‘Game of Thrones’ - rivalidade familiar, a batalha pelo trono. Em que aspectos é diferente?

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Game of Thrones e minha versão em livro, As Crônicas de Gelo e Fogo são, de certa forma, uma fantasia clássica no modo de Tolkien e de muitos, muitos escritores que se seguiram. Agora, sim, é verdade que, em certo sentido, estou desconstruindo esses tropos, esses mitos, as coisas que eram marcas registradas. Mas também os sigo até certo ponto. A Casa do Dragão é mais uma ficção histórica, com alguns dragões. É uma tragédia shakespeariana.

Faz pouco mais de três anos desde que ‘Game of Thrones’ terminou de um jeito que decepcionou muitos fãs. O que você achou do final?

Uma das coisas nas últimas temporadas da série foi: quantas temporadas seriam? E [David Benioff e Dan Weiss, os criadores de Game of Thrones] passaram anos dizendo que queriam encerrar em sete temporadas. Bom, sete se tornaram oito porque a oitava temporada é realmente a segunda metade da sétima temporada - é meio que uma longa temporada.

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O escritor George R.R. Martin em seu escritório em Santa Fé Foto: Kalen Goodluck/The New York Times

Mas nunca senti que sete ou oito temporadas fossem suficientes. Fiz campanha por 10 temporadas e poderíamos ter ido para 12. Tem material suficiente - e, quando eu terminar esses dois últimos livros, com certeza vai ter material suficiente para sustentar 12 temporadas.

Mas eu perdi essa batalha, e fomos com oito. Acho que uma das grandes reclamações sobre essas últimas temporadas não é apenas o que aconteceu - embora haja reclamações sobre isso - mas também que aconteceu muito de repente e não foi bem construído. Se tivéssemos 10 ou 12 temporadas, acho que teria funcionado melhor.

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Considerando a reação, qual é o seu nível de preocupação de que as pessoas vão estar muito cansadas para retornar ao universo de ‘Thrones’?

Vejo comentários das pessoas online e, às vezes, elas me enviam e-mails diretamente. Também estou preocupado com uma coisa semelhante com o meu livro. Como você sabe, The Winds of Winter está muito, muito atrasado - o último livro saiu há 11 anos, e as pessoas estão muito bravas com isso. Mas quantas pessoas?

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A Casa do Dragão e quaisquer outros spin-offs que estão por vir - e The Winds of Winter quando chegar - vão enfrentar uma reação imediata e alguma resistência de pessoas que não querem dar nem uma chance.

Digamos que ‘A Casa do Dragão’ seja um sucesso. Qual seria sua ambição ideal aqui? Uma frota inteira de séries ‘Thrones’?

Bom, estamos desenvolvendo vários outros spin-offs. Tem a sequência sobre Jon Snow, e o resto são prequelas. Tem Ten Thousand Ships sobre Nymeria - que se passa uns mil anos antes e é sobre como os Rhoynar chegaram a Dorne. É um épico tipo Odisseia. Tem as nove viagens de Corlys Velaryon, a Serpente do Mar. Isso nos levaria a lugares do mundo que nunca vimos.

Temos alguns projetos animados em andamento, um dos quais foi ambientado em Yi Ti, que é basicamente a versão de fantasia da China Imperial ou do Extremo Oriente. Temos um roteiro ótimo sobre isso. Obviamente, nem todos esses projetos que estamos desenvolvendo vão chegar às telas, mas espero que vários deles cheguem.

Como foi seu nível de envolvimento em ‘A Casa do Dragão’ versus seu nível de envolvimento com ‘Game of Thrones’, a série original?

Estou muito mais envolvido em A Casa do Dragão do que nas últimas temporadas de Game of Thrones. Agora, lembre-se de uma coisa, eu estava muito envolvido nas primeiras temporadas de Game of Thrones. Quer dizer, nas temporadas 1 a 4, não apenas escrevi um roteiro, como também dava vereditos sobre todos os personagens do elenco. Lia os roteiros. Falava com Dan e David. Visitava o set. Mas, com o passar dos anos, esse envolvimento ficou cada vez menor.

Seus próximos livros vão divergir de ‘Thrones’, a série de TV?

Muito dessa história vem a mim enquanto escrevo. Sempre soube que, quando a série se estendesse para além dos meus livros - o que honestamente eu não previa - eles começariam a ir em direções que os livros não iriam tomar. Agora, enquanto escrevo os livros e estou progredindo cada vez mais e está ficando mais longo, as ideias estão surgindo e os personagens estão me levando para rumos que estão ainda mais longe do lugar para onde a série foi.

Então acho que o que você vai descobrir é que, quando Winds of Winter e, esperançosamente, Dream of Spring forem lançados, meu final será muito diferente. Haverá algumas semelhanças, alguns grandes momentos que contei a David e Dan muitos anos atrás, quando eles me visitaram em Santa Fé. Mas só tivemos dois, três dias lá, então não contei tudo a eles. E mesmo algumas das coisas que eu disse a eles estão mudando à medida que escrevo. Então serão finais bem diferentes. E caberá aos leitores e espectadores decidir de qual eles gostam mais e discutir a respeito. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Nos cinco anos em que os executivos de programação da HBO pensaram cuidadosamente em um sucessor digno de Game of Thrones, havia uma ideia na qual George R.R. Martin insistia: seu conto de ascensão e queda da família Targaryen, ambientado quase 200 anos antes dos eventos de ‘Game of Thrones’.

Nas fileiras da HBO havia alguma relutância em criar uma série que, assim como a original, fosse sobre uma batalha pelo Trono de Ferro. Dois roteiristas contratados para trabalhar no conceito Targaryen vieram e se foram, mas Martin não desistiu. Então, depois que a HBO filmou - e cancelou - um piloto para uma outra prequela de Thrones, a persistência de Martin prevaleceu. A Casa do Dragão foi encomendado direto como série no final de 2019. Martin é o criador junto com Ryan Condal.

A Casa do Dragão, a primeira série spin-off de Thrones, estreou no domingo, 21, e as apostas são altas para a HBO. Um sucesso pode provar a viabilidade do Universo Cinematográfico de Thrones. Um desempenho medíocre (ou pior) levantará questionamentos mais amplos sobre se milhões de espectadores ainda querem mais séries de Thrones.

Cena da série'A Casa do Dragão' Foto: HBO Max

Em uma conversa no final do mês passado, Martin, o homem que nas últimas três décadas construiu meticulosamente o universo de Thrones em seus vários livros, discutiu por que ele se sentia tão confiante com essa ideia; suas ambições para futuros spin-offs; e como seus livros em andamento irão divergir do controverso final da série de TV Game of Thrones.

Aqui vão trechos editados da nossa conversa.

Dois roteiristas trabalharam no desenvolvimento de sua história Targaryen, mas não deu em nada. O que fez você continuar insistindo no projeto?

Eu não queria desistir. Tinha muito material já escrito e tinha tudo o que eu achava que precisávamos para uma série de sucesso. Tinha toda a intriga em torno do Trono de Ferro. As grandes casas disputando. Dragões - muitos dragões - e batalhas e traições.

‘A Casa do Dragão’ tem semelhanças temáticas com ‘Game of Thrones’ - rivalidade familiar, a batalha pelo trono. Em que aspectos é diferente?

Game of Thrones e minha versão em livro, As Crônicas de Gelo e Fogo são, de certa forma, uma fantasia clássica no modo de Tolkien e de muitos, muitos escritores que se seguiram. Agora, sim, é verdade que, em certo sentido, estou desconstruindo esses tropos, esses mitos, as coisas que eram marcas registradas. Mas também os sigo até certo ponto. A Casa do Dragão é mais uma ficção histórica, com alguns dragões. É uma tragédia shakespeariana.

Faz pouco mais de três anos desde que ‘Game of Thrones’ terminou de um jeito que decepcionou muitos fãs. O que você achou do final?

Uma das coisas nas últimas temporadas da série foi: quantas temporadas seriam? E [David Benioff e Dan Weiss, os criadores de Game of Thrones] passaram anos dizendo que queriam encerrar em sete temporadas. Bom, sete se tornaram oito porque a oitava temporada é realmente a segunda metade da sétima temporada - é meio que uma longa temporada.

O escritor George R.R. Martin em seu escritório em Santa Fé Foto: Kalen Goodluck/The New York Times

Mas nunca senti que sete ou oito temporadas fossem suficientes. Fiz campanha por 10 temporadas e poderíamos ter ido para 12. Tem material suficiente - e, quando eu terminar esses dois últimos livros, com certeza vai ter material suficiente para sustentar 12 temporadas.

Mas eu perdi essa batalha, e fomos com oito. Acho que uma das grandes reclamações sobre essas últimas temporadas não é apenas o que aconteceu - embora haja reclamações sobre isso - mas também que aconteceu muito de repente e não foi bem construído. Se tivéssemos 10 ou 12 temporadas, acho que teria funcionado melhor.

Considerando a reação, qual é o seu nível de preocupação de que as pessoas vão estar muito cansadas para retornar ao universo de ‘Thrones’?

Vejo comentários das pessoas online e, às vezes, elas me enviam e-mails diretamente. Também estou preocupado com uma coisa semelhante com o meu livro. Como você sabe, The Winds of Winter está muito, muito atrasado - o último livro saiu há 11 anos, e as pessoas estão muito bravas com isso. Mas quantas pessoas?

A Casa do Dragão e quaisquer outros spin-offs que estão por vir - e The Winds of Winter quando chegar - vão enfrentar uma reação imediata e alguma resistência de pessoas que não querem dar nem uma chance.

Digamos que ‘A Casa do Dragão’ seja um sucesso. Qual seria sua ambição ideal aqui? Uma frota inteira de séries ‘Thrones’?

Bom, estamos desenvolvendo vários outros spin-offs. Tem a sequência sobre Jon Snow, e o resto são prequelas. Tem Ten Thousand Ships sobre Nymeria - que se passa uns mil anos antes e é sobre como os Rhoynar chegaram a Dorne. É um épico tipo Odisseia. Tem as nove viagens de Corlys Velaryon, a Serpente do Mar. Isso nos levaria a lugares do mundo que nunca vimos.

Temos alguns projetos animados em andamento, um dos quais foi ambientado em Yi Ti, que é basicamente a versão de fantasia da China Imperial ou do Extremo Oriente. Temos um roteiro ótimo sobre isso. Obviamente, nem todos esses projetos que estamos desenvolvendo vão chegar às telas, mas espero que vários deles cheguem.

Como foi seu nível de envolvimento em ‘A Casa do Dragão’ versus seu nível de envolvimento com ‘Game of Thrones’, a série original?

Estou muito mais envolvido em A Casa do Dragão do que nas últimas temporadas de Game of Thrones. Agora, lembre-se de uma coisa, eu estava muito envolvido nas primeiras temporadas de Game of Thrones. Quer dizer, nas temporadas 1 a 4, não apenas escrevi um roteiro, como também dava vereditos sobre todos os personagens do elenco. Lia os roteiros. Falava com Dan e David. Visitava o set. Mas, com o passar dos anos, esse envolvimento ficou cada vez menor.

Seus próximos livros vão divergir de ‘Thrones’, a série de TV?

Muito dessa história vem a mim enquanto escrevo. Sempre soube que, quando a série se estendesse para além dos meus livros - o que honestamente eu não previa - eles começariam a ir em direções que os livros não iriam tomar. Agora, enquanto escrevo os livros e estou progredindo cada vez mais e está ficando mais longo, as ideias estão surgindo e os personagens estão me levando para rumos que estão ainda mais longe do lugar para onde a série foi.

Então acho que o que você vai descobrir é que, quando Winds of Winter e, esperançosamente, Dream of Spring forem lançados, meu final será muito diferente. Haverá algumas semelhanças, alguns grandes momentos que contei a David e Dan muitos anos atrás, quando eles me visitaram em Santa Fé. Mas só tivemos dois, três dias lá, então não contei tudo a eles. E mesmo algumas das coisas que eu disse a eles estão mudando à medida que escrevo. Então serão finais bem diferentes. E caberá aos leitores e espectadores decidir de qual eles gostam mais e discutir a respeito. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Nos cinco anos em que os executivos de programação da HBO pensaram cuidadosamente em um sucessor digno de Game of Thrones, havia uma ideia na qual George R.R. Martin insistia: seu conto de ascensão e queda da família Targaryen, ambientado quase 200 anos antes dos eventos de ‘Game of Thrones’.

Nas fileiras da HBO havia alguma relutância em criar uma série que, assim como a original, fosse sobre uma batalha pelo Trono de Ferro. Dois roteiristas contratados para trabalhar no conceito Targaryen vieram e se foram, mas Martin não desistiu. Então, depois que a HBO filmou - e cancelou - um piloto para uma outra prequela de Thrones, a persistência de Martin prevaleceu. A Casa do Dragão foi encomendado direto como série no final de 2019. Martin é o criador junto com Ryan Condal.

A Casa do Dragão, a primeira série spin-off de Thrones, estreou no domingo, 21, e as apostas são altas para a HBO. Um sucesso pode provar a viabilidade do Universo Cinematográfico de Thrones. Um desempenho medíocre (ou pior) levantará questionamentos mais amplos sobre se milhões de espectadores ainda querem mais séries de Thrones.

Cena da série'A Casa do Dragão' Foto: HBO Max

Em uma conversa no final do mês passado, Martin, o homem que nas últimas três décadas construiu meticulosamente o universo de Thrones em seus vários livros, discutiu por que ele se sentia tão confiante com essa ideia; suas ambições para futuros spin-offs; e como seus livros em andamento irão divergir do controverso final da série de TV Game of Thrones.

Aqui vão trechos editados da nossa conversa.

Dois roteiristas trabalharam no desenvolvimento de sua história Targaryen, mas não deu em nada. O que fez você continuar insistindo no projeto?

Eu não queria desistir. Tinha muito material já escrito e tinha tudo o que eu achava que precisávamos para uma série de sucesso. Tinha toda a intriga em torno do Trono de Ferro. As grandes casas disputando. Dragões - muitos dragões - e batalhas e traições.

‘A Casa do Dragão’ tem semelhanças temáticas com ‘Game of Thrones’ - rivalidade familiar, a batalha pelo trono. Em que aspectos é diferente?

Game of Thrones e minha versão em livro, As Crônicas de Gelo e Fogo são, de certa forma, uma fantasia clássica no modo de Tolkien e de muitos, muitos escritores que se seguiram. Agora, sim, é verdade que, em certo sentido, estou desconstruindo esses tropos, esses mitos, as coisas que eram marcas registradas. Mas também os sigo até certo ponto. A Casa do Dragão é mais uma ficção histórica, com alguns dragões. É uma tragédia shakespeariana.

Faz pouco mais de três anos desde que ‘Game of Thrones’ terminou de um jeito que decepcionou muitos fãs. O que você achou do final?

Uma das coisas nas últimas temporadas da série foi: quantas temporadas seriam? E [David Benioff e Dan Weiss, os criadores de Game of Thrones] passaram anos dizendo que queriam encerrar em sete temporadas. Bom, sete se tornaram oito porque a oitava temporada é realmente a segunda metade da sétima temporada - é meio que uma longa temporada.

O escritor George R.R. Martin em seu escritório em Santa Fé Foto: Kalen Goodluck/The New York Times

Mas nunca senti que sete ou oito temporadas fossem suficientes. Fiz campanha por 10 temporadas e poderíamos ter ido para 12. Tem material suficiente - e, quando eu terminar esses dois últimos livros, com certeza vai ter material suficiente para sustentar 12 temporadas.

Mas eu perdi essa batalha, e fomos com oito. Acho que uma das grandes reclamações sobre essas últimas temporadas não é apenas o que aconteceu - embora haja reclamações sobre isso - mas também que aconteceu muito de repente e não foi bem construído. Se tivéssemos 10 ou 12 temporadas, acho que teria funcionado melhor.

Considerando a reação, qual é o seu nível de preocupação de que as pessoas vão estar muito cansadas para retornar ao universo de ‘Thrones’?

Vejo comentários das pessoas online e, às vezes, elas me enviam e-mails diretamente. Também estou preocupado com uma coisa semelhante com o meu livro. Como você sabe, The Winds of Winter está muito, muito atrasado - o último livro saiu há 11 anos, e as pessoas estão muito bravas com isso. Mas quantas pessoas?

A Casa do Dragão e quaisquer outros spin-offs que estão por vir - e The Winds of Winter quando chegar - vão enfrentar uma reação imediata e alguma resistência de pessoas que não querem dar nem uma chance.

Digamos que ‘A Casa do Dragão’ seja um sucesso. Qual seria sua ambição ideal aqui? Uma frota inteira de séries ‘Thrones’?

Bom, estamos desenvolvendo vários outros spin-offs. Tem a sequência sobre Jon Snow, e o resto são prequelas. Tem Ten Thousand Ships sobre Nymeria - que se passa uns mil anos antes e é sobre como os Rhoynar chegaram a Dorne. É um épico tipo Odisseia. Tem as nove viagens de Corlys Velaryon, a Serpente do Mar. Isso nos levaria a lugares do mundo que nunca vimos.

Temos alguns projetos animados em andamento, um dos quais foi ambientado em Yi Ti, que é basicamente a versão de fantasia da China Imperial ou do Extremo Oriente. Temos um roteiro ótimo sobre isso. Obviamente, nem todos esses projetos que estamos desenvolvendo vão chegar às telas, mas espero que vários deles cheguem.

Como foi seu nível de envolvimento em ‘A Casa do Dragão’ versus seu nível de envolvimento com ‘Game of Thrones’, a série original?

Estou muito mais envolvido em A Casa do Dragão do que nas últimas temporadas de Game of Thrones. Agora, lembre-se de uma coisa, eu estava muito envolvido nas primeiras temporadas de Game of Thrones. Quer dizer, nas temporadas 1 a 4, não apenas escrevi um roteiro, como também dava vereditos sobre todos os personagens do elenco. Lia os roteiros. Falava com Dan e David. Visitava o set. Mas, com o passar dos anos, esse envolvimento ficou cada vez menor.

Seus próximos livros vão divergir de ‘Thrones’, a série de TV?

Muito dessa história vem a mim enquanto escrevo. Sempre soube que, quando a série se estendesse para além dos meus livros - o que honestamente eu não previa - eles começariam a ir em direções que os livros não iriam tomar. Agora, enquanto escrevo os livros e estou progredindo cada vez mais e está ficando mais longo, as ideias estão surgindo e os personagens estão me levando para rumos que estão ainda mais longe do lugar para onde a série foi.

Então acho que o que você vai descobrir é que, quando Winds of Winter e, esperançosamente, Dream of Spring forem lançados, meu final será muito diferente. Haverá algumas semelhanças, alguns grandes momentos que contei a David e Dan muitos anos atrás, quando eles me visitaram em Santa Fé. Mas só tivemos dois, três dias lá, então não contei tudo a eles. E mesmo algumas das coisas que eu disse a eles estão mudando à medida que escrevo. Então serão finais bem diferentes. E caberá aos leitores e espectadores decidir de qual eles gostam mais e discutir a respeito. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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