Um olhar crítico e analítico sobre cinema e streaming, com pipoca na manteiga e guaraná

Opinião|One Piece: Netflix acerta mão com live-action gigante e sem defeitos fiel a mangá - aprende, Disney


Plataforma de streaming honra quadrinho mais vendido no mundo e abre novo patamar para trend dos live-actions

Por Simião Castro

Finalmente a Netflix acertou a mão. One Piece é a mais nova série do catálogo e já chegou com o potencial de dominar o serviço de streaming. O live-action do mangá mais lido no mundo, de Eiichiro Oda, que já é anime há quase 25 anos, é grandioso em todos os melhores sentidos. Elenco certeiro, texto afinado, efeitos no lugar certo e personagens cativantes.

Iñaki Godoy é Monkey D. Luffy em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A trama épica de Monkey D. Luffy, o jovem sonhador aspirante a rei dos piratas, avança durante a busca dele por formar a própria tripulação. E ele não ter um navio não parece ser empecilho suficiente.

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Aliás, nada é. A personagem surpreende pela ingenuidade misturada a uma sabedoria muito orgânica, que encanta muito rapidamente. Luffy vive numa lógica meio “não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. E isso vale para as duas fases da história, tanto no presente jovem quanto no passado criança.

Os planos de Luffy jamais são abalados nesse mundo de fantasia, onde o rapaz tem um corpo de borracha quase invencível. Ele pode se esticar para todos os lados sem se ferir. Enquanto interage com outras criaturas e espécies que vivem em harmonia. Ou algo próximo disso.

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Neste caminho de pirataria, ele vai conhecendo e aglutinando figuras inesperadas de se associar: uma ladra, um inventor, um cozinheiro e, ironicamente, um habilidoso caçador e assassino de piratas.

Eles vão atrás do One Piece, o tesouro escondido de um pirata morto que todos querem encontrar. Principalmente Luffy. E, por isso, ele passa a ser perseguido não só pelas autoridades da Marinha, como vira inimigo automático de todos os outros grupos de piratas.

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Matéria-prima para a Netflix trabalhar não falta. Só o anime já tem mais de mil episódios. A série animada estreou em 1999 no Japão, produzida pela Toei Animation - a mesma de sucessos absolutos como Dragon Ball, Os Cavaleiros do Zodíaco e Digimon.

Colton Osorio, à esquerda, interpreta o Luffy criança junto de Peter Gadiot, como Shanks, em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A obra original já é um fenômeno, com milhões de fãs ao redor do mundo e mais de 500 mil cópias vendidas. Adaptações deste tipo para o formato live-action sempre levantam preocupação. E não raro terminam em desastre, a exemplo de Dragonball Evolution, Ghost in the Shell, Cowboy Bebop e Death Note - as duas últimas da própria Netflix.

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Isso para não mencionar os remakes da Disney, que vem varrendo as antigas produções animadas e transformando em live-actions. Apesar de alguns acertos, exemplos como os de Pinóquio e O Rei Leão não convenceram muito. O estúdio pode aprender com a redenção da Netflix.

One Piece parece que veio como um tesouro para romper a maldição. A produção esteve rodeada de expectativa, especialmente pelo envolvimento próximo do criador Eiichiro Oda. Trouxe esperança aos fãs ele ser um dos produtores executivos da série e ter voz ativa no projeto.

Da esquerda para a direita, Taz Skylar como Sanji, Mackenyu Arata como Roronoa Zoro, Iñaki Godoy como Monkey D. Luffy, Emily Rudd como Nami, Jacob Romero Gibson como Usopp em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix
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A competente adaptação é fruto do showrunner e roteirista Steven Maeda, que escreveu a versão de carne e osso junto com Matt Owens. Uma confirmação de que quem criou costuma saber segurar a batuta da própria história.

Foi deste ponto de inicial que a equipe partiu para encontrar o elenco diverso e perfeito. Sem risco de exagerar no termo. As caracterizações e figurino estão brilhantes e as atuações em total sincronia com o mundo superlativo de One Piece.

Para não dizer que que tudo é positivo, a série sofre com o tendência geral das produções mais recentes do cinema e streaming: sequências noturnas muito escuras. Ver no celular em local muito iluminado ou com uma janela no fundo é impossível. E, embora a série funciona nas telas menores, a recomendação é procurar o maior telão possível para assistir.

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Outra discrepância que fica perceptível é a mudança na direção do primeiro para o segundo episódio. O capítulo inicial tem close-ups belíssimos e uma estética de enquadramentos parecidos com o das HQs, o que cai um tanto na sequência.

Nenhuma palavra é desperdiçada nos diálogos. E os efeitos são usados de forma inteligente e bem acabada, para garantir que a mágica e bizarrice das personagens do desenho ganhem vida na tela.

Funcionou. As primeiras reações online não poderiam ser melhores. Na quinta-feira de estreia, o termo “One Piece” passou o dia quase todo no top 5 dos trending topics do Twitter. Na plataforma Rotten Tomatoes, a aprovação da série entre o público alcançou retumbantes 94%.

Mantendo o nível e sabendo aproveitar o hype, que já transbordou a fanbase do mangá e anime, One Piece pode virar a substituta perfeita para Stranger Things, que está próxima do fim. Talvez não no mesmo gênero, mas certamente em tamanho, público e crítica.

Finalmente a Netflix acertou a mão. One Piece é a mais nova série do catálogo e já chegou com o potencial de dominar o serviço de streaming. O live-action do mangá mais lido no mundo, de Eiichiro Oda, que já é anime há quase 25 anos, é grandioso em todos os melhores sentidos. Elenco certeiro, texto afinado, efeitos no lugar certo e personagens cativantes.

Iñaki Godoy é Monkey D. Luffy em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A trama épica de Monkey D. Luffy, o jovem sonhador aspirante a rei dos piratas, avança durante a busca dele por formar a própria tripulação. E ele não ter um navio não parece ser empecilho suficiente.

Aliás, nada é. A personagem surpreende pela ingenuidade misturada a uma sabedoria muito orgânica, que encanta muito rapidamente. Luffy vive numa lógica meio “não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. E isso vale para as duas fases da história, tanto no presente jovem quanto no passado criança.

Os planos de Luffy jamais são abalados nesse mundo de fantasia, onde o rapaz tem um corpo de borracha quase invencível. Ele pode se esticar para todos os lados sem se ferir. Enquanto interage com outras criaturas e espécies que vivem em harmonia. Ou algo próximo disso.

Neste caminho de pirataria, ele vai conhecendo e aglutinando figuras inesperadas de se associar: uma ladra, um inventor, um cozinheiro e, ironicamente, um habilidoso caçador e assassino de piratas.

Eles vão atrás do One Piece, o tesouro escondido de um pirata morto que todos querem encontrar. Principalmente Luffy. E, por isso, ele passa a ser perseguido não só pelas autoridades da Marinha, como vira inimigo automático de todos os outros grupos de piratas.

Matéria-prima para a Netflix trabalhar não falta. Só o anime já tem mais de mil episódios. A série animada estreou em 1999 no Japão, produzida pela Toei Animation - a mesma de sucessos absolutos como Dragon Ball, Os Cavaleiros do Zodíaco e Digimon.

Colton Osorio, à esquerda, interpreta o Luffy criança junto de Peter Gadiot, como Shanks, em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A obra original já é um fenômeno, com milhões de fãs ao redor do mundo e mais de 500 mil cópias vendidas. Adaptações deste tipo para o formato live-action sempre levantam preocupação. E não raro terminam em desastre, a exemplo de Dragonball Evolution, Ghost in the Shell, Cowboy Bebop e Death Note - as duas últimas da própria Netflix.

Isso para não mencionar os remakes da Disney, que vem varrendo as antigas produções animadas e transformando em live-actions. Apesar de alguns acertos, exemplos como os de Pinóquio e O Rei Leão não convenceram muito. O estúdio pode aprender com a redenção da Netflix.

One Piece parece que veio como um tesouro para romper a maldição. A produção esteve rodeada de expectativa, especialmente pelo envolvimento próximo do criador Eiichiro Oda. Trouxe esperança aos fãs ele ser um dos produtores executivos da série e ter voz ativa no projeto.

Da esquerda para a direita, Taz Skylar como Sanji, Mackenyu Arata como Roronoa Zoro, Iñaki Godoy como Monkey D. Luffy, Emily Rudd como Nami, Jacob Romero Gibson como Usopp em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A competente adaptação é fruto do showrunner e roteirista Steven Maeda, que escreveu a versão de carne e osso junto com Matt Owens. Uma confirmação de que quem criou costuma saber segurar a batuta da própria história.

Foi deste ponto de inicial que a equipe partiu para encontrar o elenco diverso e perfeito. Sem risco de exagerar no termo. As caracterizações e figurino estão brilhantes e as atuações em total sincronia com o mundo superlativo de One Piece.

Para não dizer que que tudo é positivo, a série sofre com o tendência geral das produções mais recentes do cinema e streaming: sequências noturnas muito escuras. Ver no celular em local muito iluminado ou com uma janela no fundo é impossível. E, embora a série funciona nas telas menores, a recomendação é procurar o maior telão possível para assistir.

Outra discrepância que fica perceptível é a mudança na direção do primeiro para o segundo episódio. O capítulo inicial tem close-ups belíssimos e uma estética de enquadramentos parecidos com o das HQs, o que cai um tanto na sequência.

Nenhuma palavra é desperdiçada nos diálogos. E os efeitos são usados de forma inteligente e bem acabada, para garantir que a mágica e bizarrice das personagens do desenho ganhem vida na tela.

Funcionou. As primeiras reações online não poderiam ser melhores. Na quinta-feira de estreia, o termo “One Piece” passou o dia quase todo no top 5 dos trending topics do Twitter. Na plataforma Rotten Tomatoes, a aprovação da série entre o público alcançou retumbantes 94%.

Mantendo o nível e sabendo aproveitar o hype, que já transbordou a fanbase do mangá e anime, One Piece pode virar a substituta perfeita para Stranger Things, que está próxima do fim. Talvez não no mesmo gênero, mas certamente em tamanho, público e crítica.

Finalmente a Netflix acertou a mão. One Piece é a mais nova série do catálogo e já chegou com o potencial de dominar o serviço de streaming. O live-action do mangá mais lido no mundo, de Eiichiro Oda, que já é anime há quase 25 anos, é grandioso em todos os melhores sentidos. Elenco certeiro, texto afinado, efeitos no lugar certo e personagens cativantes.

Iñaki Godoy é Monkey D. Luffy em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A trama épica de Monkey D. Luffy, o jovem sonhador aspirante a rei dos piratas, avança durante a busca dele por formar a própria tripulação. E ele não ter um navio não parece ser empecilho suficiente.

Aliás, nada é. A personagem surpreende pela ingenuidade misturada a uma sabedoria muito orgânica, que encanta muito rapidamente. Luffy vive numa lógica meio “não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. E isso vale para as duas fases da história, tanto no presente jovem quanto no passado criança.

Os planos de Luffy jamais são abalados nesse mundo de fantasia, onde o rapaz tem um corpo de borracha quase invencível. Ele pode se esticar para todos os lados sem se ferir. Enquanto interage com outras criaturas e espécies que vivem em harmonia. Ou algo próximo disso.

Neste caminho de pirataria, ele vai conhecendo e aglutinando figuras inesperadas de se associar: uma ladra, um inventor, um cozinheiro e, ironicamente, um habilidoso caçador e assassino de piratas.

Eles vão atrás do One Piece, o tesouro escondido de um pirata morto que todos querem encontrar. Principalmente Luffy. E, por isso, ele passa a ser perseguido não só pelas autoridades da Marinha, como vira inimigo automático de todos os outros grupos de piratas.

Matéria-prima para a Netflix trabalhar não falta. Só o anime já tem mais de mil episódios. A série animada estreou em 1999 no Japão, produzida pela Toei Animation - a mesma de sucessos absolutos como Dragon Ball, Os Cavaleiros do Zodíaco e Digimon.

Colton Osorio, à esquerda, interpreta o Luffy criança junto de Peter Gadiot, como Shanks, em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A obra original já é um fenômeno, com milhões de fãs ao redor do mundo e mais de 500 mil cópias vendidas. Adaptações deste tipo para o formato live-action sempre levantam preocupação. E não raro terminam em desastre, a exemplo de Dragonball Evolution, Ghost in the Shell, Cowboy Bebop e Death Note - as duas últimas da própria Netflix.

Isso para não mencionar os remakes da Disney, que vem varrendo as antigas produções animadas e transformando em live-actions. Apesar de alguns acertos, exemplos como os de Pinóquio e O Rei Leão não convenceram muito. O estúdio pode aprender com a redenção da Netflix.

One Piece parece que veio como um tesouro para romper a maldição. A produção esteve rodeada de expectativa, especialmente pelo envolvimento próximo do criador Eiichiro Oda. Trouxe esperança aos fãs ele ser um dos produtores executivos da série e ter voz ativa no projeto.

Da esquerda para a direita, Taz Skylar como Sanji, Mackenyu Arata como Roronoa Zoro, Iñaki Godoy como Monkey D. Luffy, Emily Rudd como Nami, Jacob Romero Gibson como Usopp em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A competente adaptação é fruto do showrunner e roteirista Steven Maeda, que escreveu a versão de carne e osso junto com Matt Owens. Uma confirmação de que quem criou costuma saber segurar a batuta da própria história.

Foi deste ponto de inicial que a equipe partiu para encontrar o elenco diverso e perfeito. Sem risco de exagerar no termo. As caracterizações e figurino estão brilhantes e as atuações em total sincronia com o mundo superlativo de One Piece.

Para não dizer que que tudo é positivo, a série sofre com o tendência geral das produções mais recentes do cinema e streaming: sequências noturnas muito escuras. Ver no celular em local muito iluminado ou com uma janela no fundo é impossível. E, embora a série funciona nas telas menores, a recomendação é procurar o maior telão possível para assistir.

Outra discrepância que fica perceptível é a mudança na direção do primeiro para o segundo episódio. O capítulo inicial tem close-ups belíssimos e uma estética de enquadramentos parecidos com o das HQs, o que cai um tanto na sequência.

Nenhuma palavra é desperdiçada nos diálogos. E os efeitos são usados de forma inteligente e bem acabada, para garantir que a mágica e bizarrice das personagens do desenho ganhem vida na tela.

Funcionou. As primeiras reações online não poderiam ser melhores. Na quinta-feira de estreia, o termo “One Piece” passou o dia quase todo no top 5 dos trending topics do Twitter. Na plataforma Rotten Tomatoes, a aprovação da série entre o público alcançou retumbantes 94%.

Mantendo o nível e sabendo aproveitar o hype, que já transbordou a fanbase do mangá e anime, One Piece pode virar a substituta perfeita para Stranger Things, que está próxima do fim. Talvez não no mesmo gênero, mas certamente em tamanho, público e crítica.

Finalmente a Netflix acertou a mão. One Piece é a mais nova série do catálogo e já chegou com o potencial de dominar o serviço de streaming. O live-action do mangá mais lido no mundo, de Eiichiro Oda, que já é anime há quase 25 anos, é grandioso em todos os melhores sentidos. Elenco certeiro, texto afinado, efeitos no lugar certo e personagens cativantes.

Iñaki Godoy é Monkey D. Luffy em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A trama épica de Monkey D. Luffy, o jovem sonhador aspirante a rei dos piratas, avança durante a busca dele por formar a própria tripulação. E ele não ter um navio não parece ser empecilho suficiente.

Aliás, nada é. A personagem surpreende pela ingenuidade misturada a uma sabedoria muito orgânica, que encanta muito rapidamente. Luffy vive numa lógica meio “não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. E isso vale para as duas fases da história, tanto no presente jovem quanto no passado criança.

Os planos de Luffy jamais são abalados nesse mundo de fantasia, onde o rapaz tem um corpo de borracha quase invencível. Ele pode se esticar para todos os lados sem se ferir. Enquanto interage com outras criaturas e espécies que vivem em harmonia. Ou algo próximo disso.

Neste caminho de pirataria, ele vai conhecendo e aglutinando figuras inesperadas de se associar: uma ladra, um inventor, um cozinheiro e, ironicamente, um habilidoso caçador e assassino de piratas.

Eles vão atrás do One Piece, o tesouro escondido de um pirata morto que todos querem encontrar. Principalmente Luffy. E, por isso, ele passa a ser perseguido não só pelas autoridades da Marinha, como vira inimigo automático de todos os outros grupos de piratas.

Matéria-prima para a Netflix trabalhar não falta. Só o anime já tem mais de mil episódios. A série animada estreou em 1999 no Japão, produzida pela Toei Animation - a mesma de sucessos absolutos como Dragon Ball, Os Cavaleiros do Zodíaco e Digimon.

Colton Osorio, à esquerda, interpreta o Luffy criança junto de Peter Gadiot, como Shanks, em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A obra original já é um fenômeno, com milhões de fãs ao redor do mundo e mais de 500 mil cópias vendidas. Adaptações deste tipo para o formato live-action sempre levantam preocupação. E não raro terminam em desastre, a exemplo de Dragonball Evolution, Ghost in the Shell, Cowboy Bebop e Death Note - as duas últimas da própria Netflix.

Isso para não mencionar os remakes da Disney, que vem varrendo as antigas produções animadas e transformando em live-actions. Apesar de alguns acertos, exemplos como os de Pinóquio e O Rei Leão não convenceram muito. O estúdio pode aprender com a redenção da Netflix.

One Piece parece que veio como um tesouro para romper a maldição. A produção esteve rodeada de expectativa, especialmente pelo envolvimento próximo do criador Eiichiro Oda. Trouxe esperança aos fãs ele ser um dos produtores executivos da série e ter voz ativa no projeto.

Da esquerda para a direita, Taz Skylar como Sanji, Mackenyu Arata como Roronoa Zoro, Iñaki Godoy como Monkey D. Luffy, Emily Rudd como Nami, Jacob Romero Gibson como Usopp em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A competente adaptação é fruto do showrunner e roteirista Steven Maeda, que escreveu a versão de carne e osso junto com Matt Owens. Uma confirmação de que quem criou costuma saber segurar a batuta da própria história.

Foi deste ponto de inicial que a equipe partiu para encontrar o elenco diverso e perfeito. Sem risco de exagerar no termo. As caracterizações e figurino estão brilhantes e as atuações em total sincronia com o mundo superlativo de One Piece.

Para não dizer que que tudo é positivo, a série sofre com o tendência geral das produções mais recentes do cinema e streaming: sequências noturnas muito escuras. Ver no celular em local muito iluminado ou com uma janela no fundo é impossível. E, embora a série funciona nas telas menores, a recomendação é procurar o maior telão possível para assistir.

Outra discrepância que fica perceptível é a mudança na direção do primeiro para o segundo episódio. O capítulo inicial tem close-ups belíssimos e uma estética de enquadramentos parecidos com o das HQs, o que cai um tanto na sequência.

Nenhuma palavra é desperdiçada nos diálogos. E os efeitos são usados de forma inteligente e bem acabada, para garantir que a mágica e bizarrice das personagens do desenho ganhem vida na tela.

Funcionou. As primeiras reações online não poderiam ser melhores. Na quinta-feira de estreia, o termo “One Piece” passou o dia quase todo no top 5 dos trending topics do Twitter. Na plataforma Rotten Tomatoes, a aprovação da série entre o público alcançou retumbantes 94%.

Mantendo o nível e sabendo aproveitar o hype, que já transbordou a fanbase do mangá e anime, One Piece pode virar a substituta perfeita para Stranger Things, que está próxima do fim. Talvez não no mesmo gênero, mas certamente em tamanho, público e crítica.

Finalmente a Netflix acertou a mão. One Piece é a mais nova série do catálogo e já chegou com o potencial de dominar o serviço de streaming. O live-action do mangá mais lido no mundo, de Eiichiro Oda, que já é anime há quase 25 anos, é grandioso em todos os melhores sentidos. Elenco certeiro, texto afinado, efeitos no lugar certo e personagens cativantes.

Iñaki Godoy é Monkey D. Luffy em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A trama épica de Monkey D. Luffy, o jovem sonhador aspirante a rei dos piratas, avança durante a busca dele por formar a própria tripulação. E ele não ter um navio não parece ser empecilho suficiente.

Aliás, nada é. A personagem surpreende pela ingenuidade misturada a uma sabedoria muito orgânica, que encanta muito rapidamente. Luffy vive numa lógica meio “não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. E isso vale para as duas fases da história, tanto no presente jovem quanto no passado criança.

Os planos de Luffy jamais são abalados nesse mundo de fantasia, onde o rapaz tem um corpo de borracha quase invencível. Ele pode se esticar para todos os lados sem se ferir. Enquanto interage com outras criaturas e espécies que vivem em harmonia. Ou algo próximo disso.

Neste caminho de pirataria, ele vai conhecendo e aglutinando figuras inesperadas de se associar: uma ladra, um inventor, um cozinheiro e, ironicamente, um habilidoso caçador e assassino de piratas.

Eles vão atrás do One Piece, o tesouro escondido de um pirata morto que todos querem encontrar. Principalmente Luffy. E, por isso, ele passa a ser perseguido não só pelas autoridades da Marinha, como vira inimigo automático de todos os outros grupos de piratas.

Matéria-prima para a Netflix trabalhar não falta. Só o anime já tem mais de mil episódios. A série animada estreou em 1999 no Japão, produzida pela Toei Animation - a mesma de sucessos absolutos como Dragon Ball, Os Cavaleiros do Zodíaco e Digimon.

Colton Osorio, à esquerda, interpreta o Luffy criança junto de Peter Gadiot, como Shanks, em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A obra original já é um fenômeno, com milhões de fãs ao redor do mundo e mais de 500 mil cópias vendidas. Adaptações deste tipo para o formato live-action sempre levantam preocupação. E não raro terminam em desastre, a exemplo de Dragonball Evolution, Ghost in the Shell, Cowboy Bebop e Death Note - as duas últimas da própria Netflix.

Isso para não mencionar os remakes da Disney, que vem varrendo as antigas produções animadas e transformando em live-actions. Apesar de alguns acertos, exemplos como os de Pinóquio e O Rei Leão não convenceram muito. O estúdio pode aprender com a redenção da Netflix.

One Piece parece que veio como um tesouro para romper a maldição. A produção esteve rodeada de expectativa, especialmente pelo envolvimento próximo do criador Eiichiro Oda. Trouxe esperança aos fãs ele ser um dos produtores executivos da série e ter voz ativa no projeto.

Da esquerda para a direita, Taz Skylar como Sanji, Mackenyu Arata como Roronoa Zoro, Iñaki Godoy como Monkey D. Luffy, Emily Rudd como Nami, Jacob Romero Gibson como Usopp em 'One Piece' Foto: Casey Crafford/Netflix

A competente adaptação é fruto do showrunner e roteirista Steven Maeda, que escreveu a versão de carne e osso junto com Matt Owens. Uma confirmação de que quem criou costuma saber segurar a batuta da própria história.

Foi deste ponto de inicial que a equipe partiu para encontrar o elenco diverso e perfeito. Sem risco de exagerar no termo. As caracterizações e figurino estão brilhantes e as atuações em total sincronia com o mundo superlativo de One Piece.

Para não dizer que que tudo é positivo, a série sofre com o tendência geral das produções mais recentes do cinema e streaming: sequências noturnas muito escuras. Ver no celular em local muito iluminado ou com uma janela no fundo é impossível. E, embora a série funciona nas telas menores, a recomendação é procurar o maior telão possível para assistir.

Outra discrepância que fica perceptível é a mudança na direção do primeiro para o segundo episódio. O capítulo inicial tem close-ups belíssimos e uma estética de enquadramentos parecidos com o das HQs, o que cai um tanto na sequência.

Nenhuma palavra é desperdiçada nos diálogos. E os efeitos são usados de forma inteligente e bem acabada, para garantir que a mágica e bizarrice das personagens do desenho ganhem vida na tela.

Funcionou. As primeiras reações online não poderiam ser melhores. Na quinta-feira de estreia, o termo “One Piece” passou o dia quase todo no top 5 dos trending topics do Twitter. Na plataforma Rotten Tomatoes, a aprovação da série entre o público alcançou retumbantes 94%.

Mantendo o nível e sabendo aproveitar o hype, que já transbordou a fanbase do mangá e anime, One Piece pode virar a substituta perfeita para Stranger Things, que está próxima do fim. Talvez não no mesmo gênero, mas certamente em tamanho, público e crítica.

Opinião por Simião Castro

Repórter de Cultura do Estadão

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