SP-Arte: Arte indígena contemporânea chegou para ficar, afirmam galeristas sobre sucesso de vendas


Diretores de pequenas e grandes galerias comemoram alta nas vendas, algumas chegam a R$ 12 milhões

Por Antonio Gonçalves Filho
Atualização:

A arte indígena contemporânea chegou para ficar. O que parecia ser um fenômeno passageiro, movido pelo interesse cultural de curadores de grandes museus e bienais, acabou passando pelo teste do mercado na recente edição da SP-Arte, que se prepara para as comemorações de seu vigésimo aniversário no próximo ano, acumulando um saldo positivo nas vendas deste ano. O Estadão conversou com a diretora da feira, Fernanda Feitosa, e diretores de grandes e pequenas galerias participantes, que comemoraram excelentes vendas (algumas superiores a R$ 12 milhões), especialmente de arte indígena, vendida até para colecionadores estrangeiros.

A despeito de ter diminuído a presença de galerias estrangeiras na feira, a demanda por arte brasileira contemporânea cresceu – e com ela o público da SP Arte, que contabilizou a passagem de 31 mil pessoas pelo pavilhão da Bienal, onde foi montada. Alex Gabriel, um dos sócios da galeria Fortes D’Aloia & Gabriel, conta que vendeu três obras para o exterior – uma de Erika Verzutti, outra de Barrão e uma terceira de Márcia Falcão.

Obra de Márcia Falcão da galeria Fortes D’Aloia & Gabriel Foto: Eduardo Ortega
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“A SP-Arte atingiu sua maturidade em termos de formação de público e expansão do mercado”, analisa Alex Gabriel. A formação de coleções públicas com doações de particulares, incentivada pela feira, segundo o marchand, é o principal exemplo de que sua estratégia conseguiu superar a ausência de grandes galerias estrangeiras nesta edição. “É uma estratégia de formação de público, que vem sendo seguida pela migração de galerias para outras regiões do país”, observa Gabriel, referindo-se à abertura, em maio, da galeria Cerrado, dos mesmos proprietários da Almeida & Dale, em Goiânia, um dos polos do agronegócio no País.

Sócio da nova galeria, Antonio Almeida vendeu para colecionadores fora de São Paulo duas das telas mais caras expostas na SP-Arte – ele não revela o preço nem o comprador, mas circulou pela feira a informação de que a pintura de Adriana Varejão (Adriático, 2008) já atingiu o patamar de uma pintura do ítalo-argentino Lucio Fontana (1899-1968), ligado ao espacialismo, cuja cotação no mercado internacional está por volta de US$ 3 milhões. Almeida informa que, entre as principais obras que vendeu estavam uma tela de Volpi (R$ 2 milhões), uma de Rubem Valentim (R$ 700 mil) e outra de Sacilotto (R$ 400 mil).

A SP-Arte, segundo sua diretora, apostou ainda em outra estratégia, a de abrir espaço para pequenas galerias, como a Carmo Johnson Projects, que levou para a feira pinturas do Mahku (Movimento dos Artistas Huni Kuin), idealizado por Ibã Hunikuin em 2012, no Acre. Dois trabalhos dessa comunidade indígena foram adquiridos na feira e doados ao Masp por patronos do museu, segundo a proprietária da galeria, Carmo Johnson. Ainda no registro arte contemporânea indígena, ela vendeu para um museu americano uma obra de Kaya Agari, da comunidade Kurâ-Bakairi (preços do mercado entre R$ 100 mil e R$ 150 mil). “A Pinacoteca também recebeu uma obra dela doada por um de seus patronos”, revela a marchande, que vendeu na feira 12 obras de artistas indígenas – vale lembrar que artistas do movimento Makhu estão com uma exposição no Masp.

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Movimento dos Artistas Huni Kuin, idealizado por Ibã Hunikuin, pintura do Mahku Foto: Carmo Johnson Projects

Grandes galerias como a Millan também apostaram na arte indígena contemporânea – e se deram bem. A galeria tem em seu elenco o mais conhecido artista indígena brasileiro, Jaider Esbell, ativista do povo Macuxi, de Roraima, morto em 2021, ainda como participante da Bienal de São Paulo. Socorro Andrade, sócia da galeria, vendeu obras de dimensões médias do artista (as maiores podem alcançar até R$ 1 milhão) e de Daiara Tukano, da etnia Tukano. Outros artistas da galeria que alcançaram altos preços foram Tunga ( R$ 2 milhões), Rodrigo Andrade ( R$ 300 mil), Paulo Pasta (R$ 250 mil) e Alex Cerveny (preços entre R$ 50 mil e R$ 200 mil) – o último começa a ser disputado por colecionadores e museus estrangeiros, segundo a marchand.

Outra galeria que vendeu arte indígena com bons resultados foi a Gomide & Co.. “Troquei o estande três vezes durante a feira (que terminou domingo)” conta o galerista Thiago Gomide. Só da artista indígena guarani Julia Isidrez ele vendeu 15 esculturas. “No total foram 72 obras vendidas”, comemora Gomide, registrando R$ 12 milhões em vendas. “Houve uma renovação no mercado colecionista e temos hoje muitos jovens, entre eles arquitetos, com um novo olhar para a arte”, justifica. Com ele concorda o marchand Alex Gabriel, lembrando que esses novos colecionadores hoje integram os comitês de compra de grandes museus, ajudando o mercado. “Ele tem de se expandir com a ajuda da elite social para que a cultura possa circular e possamos renovar o cânone, inserindo artistas periféricos no circuito”, conclui o marchand.

A arte indígena contemporânea chegou para ficar. O que parecia ser um fenômeno passageiro, movido pelo interesse cultural de curadores de grandes museus e bienais, acabou passando pelo teste do mercado na recente edição da SP-Arte, que se prepara para as comemorações de seu vigésimo aniversário no próximo ano, acumulando um saldo positivo nas vendas deste ano. O Estadão conversou com a diretora da feira, Fernanda Feitosa, e diretores de grandes e pequenas galerias participantes, que comemoraram excelentes vendas (algumas superiores a R$ 12 milhões), especialmente de arte indígena, vendida até para colecionadores estrangeiros.

A despeito de ter diminuído a presença de galerias estrangeiras na feira, a demanda por arte brasileira contemporânea cresceu – e com ela o público da SP Arte, que contabilizou a passagem de 31 mil pessoas pelo pavilhão da Bienal, onde foi montada. Alex Gabriel, um dos sócios da galeria Fortes D’Aloia & Gabriel, conta que vendeu três obras para o exterior – uma de Erika Verzutti, outra de Barrão e uma terceira de Márcia Falcão.

Obra de Márcia Falcão da galeria Fortes D’Aloia & Gabriel Foto: Eduardo Ortega

“A SP-Arte atingiu sua maturidade em termos de formação de público e expansão do mercado”, analisa Alex Gabriel. A formação de coleções públicas com doações de particulares, incentivada pela feira, segundo o marchand, é o principal exemplo de que sua estratégia conseguiu superar a ausência de grandes galerias estrangeiras nesta edição. “É uma estratégia de formação de público, que vem sendo seguida pela migração de galerias para outras regiões do país”, observa Gabriel, referindo-se à abertura, em maio, da galeria Cerrado, dos mesmos proprietários da Almeida & Dale, em Goiânia, um dos polos do agronegócio no País.

Sócio da nova galeria, Antonio Almeida vendeu para colecionadores fora de São Paulo duas das telas mais caras expostas na SP-Arte – ele não revela o preço nem o comprador, mas circulou pela feira a informação de que a pintura de Adriana Varejão (Adriático, 2008) já atingiu o patamar de uma pintura do ítalo-argentino Lucio Fontana (1899-1968), ligado ao espacialismo, cuja cotação no mercado internacional está por volta de US$ 3 milhões. Almeida informa que, entre as principais obras que vendeu estavam uma tela de Volpi (R$ 2 milhões), uma de Rubem Valentim (R$ 700 mil) e outra de Sacilotto (R$ 400 mil).

A SP-Arte, segundo sua diretora, apostou ainda em outra estratégia, a de abrir espaço para pequenas galerias, como a Carmo Johnson Projects, que levou para a feira pinturas do Mahku (Movimento dos Artistas Huni Kuin), idealizado por Ibã Hunikuin em 2012, no Acre. Dois trabalhos dessa comunidade indígena foram adquiridos na feira e doados ao Masp por patronos do museu, segundo a proprietária da galeria, Carmo Johnson. Ainda no registro arte contemporânea indígena, ela vendeu para um museu americano uma obra de Kaya Agari, da comunidade Kurâ-Bakairi (preços do mercado entre R$ 100 mil e R$ 150 mil). “A Pinacoteca também recebeu uma obra dela doada por um de seus patronos”, revela a marchande, que vendeu na feira 12 obras de artistas indígenas – vale lembrar que artistas do movimento Makhu estão com uma exposição no Masp.

Movimento dos Artistas Huni Kuin, idealizado por Ibã Hunikuin, pintura do Mahku Foto: Carmo Johnson Projects

Grandes galerias como a Millan também apostaram na arte indígena contemporânea – e se deram bem. A galeria tem em seu elenco o mais conhecido artista indígena brasileiro, Jaider Esbell, ativista do povo Macuxi, de Roraima, morto em 2021, ainda como participante da Bienal de São Paulo. Socorro Andrade, sócia da galeria, vendeu obras de dimensões médias do artista (as maiores podem alcançar até R$ 1 milhão) e de Daiara Tukano, da etnia Tukano. Outros artistas da galeria que alcançaram altos preços foram Tunga ( R$ 2 milhões), Rodrigo Andrade ( R$ 300 mil), Paulo Pasta (R$ 250 mil) e Alex Cerveny (preços entre R$ 50 mil e R$ 200 mil) – o último começa a ser disputado por colecionadores e museus estrangeiros, segundo a marchand.

Outra galeria que vendeu arte indígena com bons resultados foi a Gomide & Co.. “Troquei o estande três vezes durante a feira (que terminou domingo)” conta o galerista Thiago Gomide. Só da artista indígena guarani Julia Isidrez ele vendeu 15 esculturas. “No total foram 72 obras vendidas”, comemora Gomide, registrando R$ 12 milhões em vendas. “Houve uma renovação no mercado colecionista e temos hoje muitos jovens, entre eles arquitetos, com um novo olhar para a arte”, justifica. Com ele concorda o marchand Alex Gabriel, lembrando que esses novos colecionadores hoje integram os comitês de compra de grandes museus, ajudando o mercado. “Ele tem de se expandir com a ajuda da elite social para que a cultura possa circular e possamos renovar o cânone, inserindo artistas periféricos no circuito”, conclui o marchand.

A arte indígena contemporânea chegou para ficar. O que parecia ser um fenômeno passageiro, movido pelo interesse cultural de curadores de grandes museus e bienais, acabou passando pelo teste do mercado na recente edição da SP-Arte, que se prepara para as comemorações de seu vigésimo aniversário no próximo ano, acumulando um saldo positivo nas vendas deste ano. O Estadão conversou com a diretora da feira, Fernanda Feitosa, e diretores de grandes e pequenas galerias participantes, que comemoraram excelentes vendas (algumas superiores a R$ 12 milhões), especialmente de arte indígena, vendida até para colecionadores estrangeiros.

A despeito de ter diminuído a presença de galerias estrangeiras na feira, a demanda por arte brasileira contemporânea cresceu – e com ela o público da SP Arte, que contabilizou a passagem de 31 mil pessoas pelo pavilhão da Bienal, onde foi montada. Alex Gabriel, um dos sócios da galeria Fortes D’Aloia & Gabriel, conta que vendeu três obras para o exterior – uma de Erika Verzutti, outra de Barrão e uma terceira de Márcia Falcão.

Obra de Márcia Falcão da galeria Fortes D’Aloia & Gabriel Foto: Eduardo Ortega

“A SP-Arte atingiu sua maturidade em termos de formação de público e expansão do mercado”, analisa Alex Gabriel. A formação de coleções públicas com doações de particulares, incentivada pela feira, segundo o marchand, é o principal exemplo de que sua estratégia conseguiu superar a ausência de grandes galerias estrangeiras nesta edição. “É uma estratégia de formação de público, que vem sendo seguida pela migração de galerias para outras regiões do país”, observa Gabriel, referindo-se à abertura, em maio, da galeria Cerrado, dos mesmos proprietários da Almeida & Dale, em Goiânia, um dos polos do agronegócio no País.

Sócio da nova galeria, Antonio Almeida vendeu para colecionadores fora de São Paulo duas das telas mais caras expostas na SP-Arte – ele não revela o preço nem o comprador, mas circulou pela feira a informação de que a pintura de Adriana Varejão (Adriático, 2008) já atingiu o patamar de uma pintura do ítalo-argentino Lucio Fontana (1899-1968), ligado ao espacialismo, cuja cotação no mercado internacional está por volta de US$ 3 milhões. Almeida informa que, entre as principais obras que vendeu estavam uma tela de Volpi (R$ 2 milhões), uma de Rubem Valentim (R$ 700 mil) e outra de Sacilotto (R$ 400 mil).

A SP-Arte, segundo sua diretora, apostou ainda em outra estratégia, a de abrir espaço para pequenas galerias, como a Carmo Johnson Projects, que levou para a feira pinturas do Mahku (Movimento dos Artistas Huni Kuin), idealizado por Ibã Hunikuin em 2012, no Acre. Dois trabalhos dessa comunidade indígena foram adquiridos na feira e doados ao Masp por patronos do museu, segundo a proprietária da galeria, Carmo Johnson. Ainda no registro arte contemporânea indígena, ela vendeu para um museu americano uma obra de Kaya Agari, da comunidade Kurâ-Bakairi (preços do mercado entre R$ 100 mil e R$ 150 mil). “A Pinacoteca também recebeu uma obra dela doada por um de seus patronos”, revela a marchande, que vendeu na feira 12 obras de artistas indígenas – vale lembrar que artistas do movimento Makhu estão com uma exposição no Masp.

Movimento dos Artistas Huni Kuin, idealizado por Ibã Hunikuin, pintura do Mahku Foto: Carmo Johnson Projects

Grandes galerias como a Millan também apostaram na arte indígena contemporânea – e se deram bem. A galeria tem em seu elenco o mais conhecido artista indígena brasileiro, Jaider Esbell, ativista do povo Macuxi, de Roraima, morto em 2021, ainda como participante da Bienal de São Paulo. Socorro Andrade, sócia da galeria, vendeu obras de dimensões médias do artista (as maiores podem alcançar até R$ 1 milhão) e de Daiara Tukano, da etnia Tukano. Outros artistas da galeria que alcançaram altos preços foram Tunga ( R$ 2 milhões), Rodrigo Andrade ( R$ 300 mil), Paulo Pasta (R$ 250 mil) e Alex Cerveny (preços entre R$ 50 mil e R$ 200 mil) – o último começa a ser disputado por colecionadores e museus estrangeiros, segundo a marchand.

Outra galeria que vendeu arte indígena com bons resultados foi a Gomide & Co.. “Troquei o estande três vezes durante a feira (que terminou domingo)” conta o galerista Thiago Gomide. Só da artista indígena guarani Julia Isidrez ele vendeu 15 esculturas. “No total foram 72 obras vendidas”, comemora Gomide, registrando R$ 12 milhões em vendas. “Houve uma renovação no mercado colecionista e temos hoje muitos jovens, entre eles arquitetos, com um novo olhar para a arte”, justifica. Com ele concorda o marchand Alex Gabriel, lembrando que esses novos colecionadores hoje integram os comitês de compra de grandes museus, ajudando o mercado. “Ele tem de se expandir com a ajuda da elite social para que a cultura possa circular e possamos renovar o cânone, inserindo artistas periféricos no circuito”, conclui o marchand.

A arte indígena contemporânea chegou para ficar. O que parecia ser um fenômeno passageiro, movido pelo interesse cultural de curadores de grandes museus e bienais, acabou passando pelo teste do mercado na recente edição da SP-Arte, que se prepara para as comemorações de seu vigésimo aniversário no próximo ano, acumulando um saldo positivo nas vendas deste ano. O Estadão conversou com a diretora da feira, Fernanda Feitosa, e diretores de grandes e pequenas galerias participantes, que comemoraram excelentes vendas (algumas superiores a R$ 12 milhões), especialmente de arte indígena, vendida até para colecionadores estrangeiros.

A despeito de ter diminuído a presença de galerias estrangeiras na feira, a demanda por arte brasileira contemporânea cresceu – e com ela o público da SP Arte, que contabilizou a passagem de 31 mil pessoas pelo pavilhão da Bienal, onde foi montada. Alex Gabriel, um dos sócios da galeria Fortes D’Aloia & Gabriel, conta que vendeu três obras para o exterior – uma de Erika Verzutti, outra de Barrão e uma terceira de Márcia Falcão.

Obra de Márcia Falcão da galeria Fortes D’Aloia & Gabriel Foto: Eduardo Ortega

“A SP-Arte atingiu sua maturidade em termos de formação de público e expansão do mercado”, analisa Alex Gabriel. A formação de coleções públicas com doações de particulares, incentivada pela feira, segundo o marchand, é o principal exemplo de que sua estratégia conseguiu superar a ausência de grandes galerias estrangeiras nesta edição. “É uma estratégia de formação de público, que vem sendo seguida pela migração de galerias para outras regiões do país”, observa Gabriel, referindo-se à abertura, em maio, da galeria Cerrado, dos mesmos proprietários da Almeida & Dale, em Goiânia, um dos polos do agronegócio no País.

Sócio da nova galeria, Antonio Almeida vendeu para colecionadores fora de São Paulo duas das telas mais caras expostas na SP-Arte – ele não revela o preço nem o comprador, mas circulou pela feira a informação de que a pintura de Adriana Varejão (Adriático, 2008) já atingiu o patamar de uma pintura do ítalo-argentino Lucio Fontana (1899-1968), ligado ao espacialismo, cuja cotação no mercado internacional está por volta de US$ 3 milhões. Almeida informa que, entre as principais obras que vendeu estavam uma tela de Volpi (R$ 2 milhões), uma de Rubem Valentim (R$ 700 mil) e outra de Sacilotto (R$ 400 mil).

A SP-Arte, segundo sua diretora, apostou ainda em outra estratégia, a de abrir espaço para pequenas galerias, como a Carmo Johnson Projects, que levou para a feira pinturas do Mahku (Movimento dos Artistas Huni Kuin), idealizado por Ibã Hunikuin em 2012, no Acre. Dois trabalhos dessa comunidade indígena foram adquiridos na feira e doados ao Masp por patronos do museu, segundo a proprietária da galeria, Carmo Johnson. Ainda no registro arte contemporânea indígena, ela vendeu para um museu americano uma obra de Kaya Agari, da comunidade Kurâ-Bakairi (preços do mercado entre R$ 100 mil e R$ 150 mil). “A Pinacoteca também recebeu uma obra dela doada por um de seus patronos”, revela a marchande, que vendeu na feira 12 obras de artistas indígenas – vale lembrar que artistas do movimento Makhu estão com uma exposição no Masp.

Movimento dos Artistas Huni Kuin, idealizado por Ibã Hunikuin, pintura do Mahku Foto: Carmo Johnson Projects

Grandes galerias como a Millan também apostaram na arte indígena contemporânea – e se deram bem. A galeria tem em seu elenco o mais conhecido artista indígena brasileiro, Jaider Esbell, ativista do povo Macuxi, de Roraima, morto em 2021, ainda como participante da Bienal de São Paulo. Socorro Andrade, sócia da galeria, vendeu obras de dimensões médias do artista (as maiores podem alcançar até R$ 1 milhão) e de Daiara Tukano, da etnia Tukano. Outros artistas da galeria que alcançaram altos preços foram Tunga ( R$ 2 milhões), Rodrigo Andrade ( R$ 300 mil), Paulo Pasta (R$ 250 mil) e Alex Cerveny (preços entre R$ 50 mil e R$ 200 mil) – o último começa a ser disputado por colecionadores e museus estrangeiros, segundo a marchand.

Outra galeria que vendeu arte indígena com bons resultados foi a Gomide & Co.. “Troquei o estande três vezes durante a feira (que terminou domingo)” conta o galerista Thiago Gomide. Só da artista indígena guarani Julia Isidrez ele vendeu 15 esculturas. “No total foram 72 obras vendidas”, comemora Gomide, registrando R$ 12 milhões em vendas. “Houve uma renovação no mercado colecionista e temos hoje muitos jovens, entre eles arquitetos, com um novo olhar para a arte”, justifica. Com ele concorda o marchand Alex Gabriel, lembrando que esses novos colecionadores hoje integram os comitês de compra de grandes museus, ajudando o mercado. “Ele tem de se expandir com a ajuda da elite social para que a cultura possa circular e possamos renovar o cânone, inserindo artistas periféricos no circuito”, conclui o marchand.

A arte indígena contemporânea chegou para ficar. O que parecia ser um fenômeno passageiro, movido pelo interesse cultural de curadores de grandes museus e bienais, acabou passando pelo teste do mercado na recente edição da SP-Arte, que se prepara para as comemorações de seu vigésimo aniversário no próximo ano, acumulando um saldo positivo nas vendas deste ano. O Estadão conversou com a diretora da feira, Fernanda Feitosa, e diretores de grandes e pequenas galerias participantes, que comemoraram excelentes vendas (algumas superiores a R$ 12 milhões), especialmente de arte indígena, vendida até para colecionadores estrangeiros.

A despeito de ter diminuído a presença de galerias estrangeiras na feira, a demanda por arte brasileira contemporânea cresceu – e com ela o público da SP Arte, que contabilizou a passagem de 31 mil pessoas pelo pavilhão da Bienal, onde foi montada. Alex Gabriel, um dos sócios da galeria Fortes D’Aloia & Gabriel, conta que vendeu três obras para o exterior – uma de Erika Verzutti, outra de Barrão e uma terceira de Márcia Falcão.

Obra de Márcia Falcão da galeria Fortes D’Aloia & Gabriel Foto: Eduardo Ortega

“A SP-Arte atingiu sua maturidade em termos de formação de público e expansão do mercado”, analisa Alex Gabriel. A formação de coleções públicas com doações de particulares, incentivada pela feira, segundo o marchand, é o principal exemplo de que sua estratégia conseguiu superar a ausência de grandes galerias estrangeiras nesta edição. “É uma estratégia de formação de público, que vem sendo seguida pela migração de galerias para outras regiões do país”, observa Gabriel, referindo-se à abertura, em maio, da galeria Cerrado, dos mesmos proprietários da Almeida & Dale, em Goiânia, um dos polos do agronegócio no País.

Sócio da nova galeria, Antonio Almeida vendeu para colecionadores fora de São Paulo duas das telas mais caras expostas na SP-Arte – ele não revela o preço nem o comprador, mas circulou pela feira a informação de que a pintura de Adriana Varejão (Adriático, 2008) já atingiu o patamar de uma pintura do ítalo-argentino Lucio Fontana (1899-1968), ligado ao espacialismo, cuja cotação no mercado internacional está por volta de US$ 3 milhões. Almeida informa que, entre as principais obras que vendeu estavam uma tela de Volpi (R$ 2 milhões), uma de Rubem Valentim (R$ 700 mil) e outra de Sacilotto (R$ 400 mil).

A SP-Arte, segundo sua diretora, apostou ainda em outra estratégia, a de abrir espaço para pequenas galerias, como a Carmo Johnson Projects, que levou para a feira pinturas do Mahku (Movimento dos Artistas Huni Kuin), idealizado por Ibã Hunikuin em 2012, no Acre. Dois trabalhos dessa comunidade indígena foram adquiridos na feira e doados ao Masp por patronos do museu, segundo a proprietária da galeria, Carmo Johnson. Ainda no registro arte contemporânea indígena, ela vendeu para um museu americano uma obra de Kaya Agari, da comunidade Kurâ-Bakairi (preços do mercado entre R$ 100 mil e R$ 150 mil). “A Pinacoteca também recebeu uma obra dela doada por um de seus patronos”, revela a marchande, que vendeu na feira 12 obras de artistas indígenas – vale lembrar que artistas do movimento Makhu estão com uma exposição no Masp.

Movimento dos Artistas Huni Kuin, idealizado por Ibã Hunikuin, pintura do Mahku Foto: Carmo Johnson Projects

Grandes galerias como a Millan também apostaram na arte indígena contemporânea – e se deram bem. A galeria tem em seu elenco o mais conhecido artista indígena brasileiro, Jaider Esbell, ativista do povo Macuxi, de Roraima, morto em 2021, ainda como participante da Bienal de São Paulo. Socorro Andrade, sócia da galeria, vendeu obras de dimensões médias do artista (as maiores podem alcançar até R$ 1 milhão) e de Daiara Tukano, da etnia Tukano. Outros artistas da galeria que alcançaram altos preços foram Tunga ( R$ 2 milhões), Rodrigo Andrade ( R$ 300 mil), Paulo Pasta (R$ 250 mil) e Alex Cerveny (preços entre R$ 50 mil e R$ 200 mil) – o último começa a ser disputado por colecionadores e museus estrangeiros, segundo a marchand.

Outra galeria que vendeu arte indígena com bons resultados foi a Gomide & Co.. “Troquei o estande três vezes durante a feira (que terminou domingo)” conta o galerista Thiago Gomide. Só da artista indígena guarani Julia Isidrez ele vendeu 15 esculturas. “No total foram 72 obras vendidas”, comemora Gomide, registrando R$ 12 milhões em vendas. “Houve uma renovação no mercado colecionista e temos hoje muitos jovens, entre eles arquitetos, com um novo olhar para a arte”, justifica. Com ele concorda o marchand Alex Gabriel, lembrando que esses novos colecionadores hoje integram os comitês de compra de grandes museus, ajudando o mercado. “Ele tem de se expandir com a ajuda da elite social para que a cultura possa circular e possamos renovar o cânone, inserindo artistas periféricos no circuito”, conclui o marchand.

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