Stephen King apresenta clássicos do terror


O escritor, um mestre dos sustos, é autor do prefácio de novo livro com três histórias de terror históricas: Frankenstein, Drácula e O Médico e o Monstro

Por Agencia Estado

Não há criador que não pense em imortalizar a criatura. Quem, no entanto, testemunhou as circunstâncias em que os três maiores e mais duradouros livros de terror já escritos surgiram não apostaria um centavo em sua durabilidade. Nem Mary Shelley, Bram Stoker ou Robert Louis Stevenson ? autores de Frankenstein, Drácula e O Médico e o Monstro, agora reunidos em volume único pela Ediouro (700 pags., R$ 42,90) ? suspeitavam da imortalidade dos monstros que geraram. A criatura de Mary ganhou as formas horríveis durante uma disputa literária entre amigos, em 1816, num campo suíço. Ela era a segunda esposa do poeta romântico Percy Shelley. Os dois estavam, a convite de Lord Byron, outro grande poeta inglês, nas vizinhanças de um lago próximo a Genebra. Naquele verão choveu bastante, forçando todos ao confinamento dentro de casa. ?Cada um de nós escreverá uma história de fantasmas?, propôs Byron. Mary tinha 19 anos e deu voltas à imaginação para, depois de dias, concluir: ?O que me aterrorizou aterrorizará os outros. Só o que tenho a fazer é descrever o espectro que me assombrou o sono?. Mary contou ao marido o que havia sonhado e este logo a persuadiu a escrever um romance em vez de um conto. Ela aceitou. Mas, no prefácio, enfatizou que a perversidade de Frankenstein não correspondia um milímetro ao estado de espírito dela naqueles alegres dias na Suíça. Sem pretensão alguma, a senhora Shelley simplesmente criou uma espécie de monstro-matriz na imaginação coletiva da humanidade. Stephen King, autor da introdução dessa coletânea do horror e ele próprio um ávido leitor e fiel discípulo desse trio de escritores, diz que Frankenstein é provavelmente ?a raiz principal da ficção científica tal como hoje a conhecemos?. Isso porque a terrível e horrenda criatura foi concebida em um tubo de ensaio, dezenas de décadas antes de o cinema repetir incontáveis vezes a metamorfose de seres inofensivos em monstrengos horripilantes. Pela primeira vez alguém discutia a ética nas experiências científicas e o doutor Victor tornou-se o arquétipo do cientista destituído de moral. Se nesse caso Mary Shelley colocou a tecnologia a serviço da criatura, Bram Stocker inverteu a situação e inventou Van Helsing, o médico que lança mão das últimas novidades científicas para, com um grupo de caça-vampiros, chegar à Transilvânia e eliminar o conde Drácula, o famigerado sangue-suga de mulheres indefesas. Quanto a Stevenson, entre os três ele foi o único a sobreviver aos séculos com uma segunda obra de fôlego, ?A Ilha do Tesouro?. Mas foi com o Dr. Jekyll e Mr. Hyde que ele povoou e tirou o sono dos leitores. Stevenson escreveu ?O Médico e o Monstro? num estado de extrema excitação, em três dias. Depois passou a história para que a mulher lesse. A Sra. Stevenson ficou enojada e chegou a queimar o manuscrito, obrigando o marido a refazê-lo. Ele não gastou mais de três dias para colocar ponto final na versão definitiva. Como lucidamente lembra Stephen King, o cinema insiste em ver esse livro como uma genial história de lobisomem, quando, na verdade, ele nos oferece uma fantástica análise de uma personalidade esquizofrênica, de um homem que descobre uma faceta monstruosa em sua própria personalidade. Era mais um arquétipo criado por um inglês do período vitoriano, repleto de moralismo e puritanismo. O que assegura a perenidade dessas três obras? A criatividade de seus autores em dar versões incrivelmente imaginativas para duas das maiores obsessões da humanidade: o mal e a imortalidade.

Não há criador que não pense em imortalizar a criatura. Quem, no entanto, testemunhou as circunstâncias em que os três maiores e mais duradouros livros de terror já escritos surgiram não apostaria um centavo em sua durabilidade. Nem Mary Shelley, Bram Stoker ou Robert Louis Stevenson ? autores de Frankenstein, Drácula e O Médico e o Monstro, agora reunidos em volume único pela Ediouro (700 pags., R$ 42,90) ? suspeitavam da imortalidade dos monstros que geraram. A criatura de Mary ganhou as formas horríveis durante uma disputa literária entre amigos, em 1816, num campo suíço. Ela era a segunda esposa do poeta romântico Percy Shelley. Os dois estavam, a convite de Lord Byron, outro grande poeta inglês, nas vizinhanças de um lago próximo a Genebra. Naquele verão choveu bastante, forçando todos ao confinamento dentro de casa. ?Cada um de nós escreverá uma história de fantasmas?, propôs Byron. Mary tinha 19 anos e deu voltas à imaginação para, depois de dias, concluir: ?O que me aterrorizou aterrorizará os outros. Só o que tenho a fazer é descrever o espectro que me assombrou o sono?. Mary contou ao marido o que havia sonhado e este logo a persuadiu a escrever um romance em vez de um conto. Ela aceitou. Mas, no prefácio, enfatizou que a perversidade de Frankenstein não correspondia um milímetro ao estado de espírito dela naqueles alegres dias na Suíça. Sem pretensão alguma, a senhora Shelley simplesmente criou uma espécie de monstro-matriz na imaginação coletiva da humanidade. Stephen King, autor da introdução dessa coletânea do horror e ele próprio um ávido leitor e fiel discípulo desse trio de escritores, diz que Frankenstein é provavelmente ?a raiz principal da ficção científica tal como hoje a conhecemos?. Isso porque a terrível e horrenda criatura foi concebida em um tubo de ensaio, dezenas de décadas antes de o cinema repetir incontáveis vezes a metamorfose de seres inofensivos em monstrengos horripilantes. Pela primeira vez alguém discutia a ética nas experiências científicas e o doutor Victor tornou-se o arquétipo do cientista destituído de moral. Se nesse caso Mary Shelley colocou a tecnologia a serviço da criatura, Bram Stocker inverteu a situação e inventou Van Helsing, o médico que lança mão das últimas novidades científicas para, com um grupo de caça-vampiros, chegar à Transilvânia e eliminar o conde Drácula, o famigerado sangue-suga de mulheres indefesas. Quanto a Stevenson, entre os três ele foi o único a sobreviver aos séculos com uma segunda obra de fôlego, ?A Ilha do Tesouro?. Mas foi com o Dr. Jekyll e Mr. Hyde que ele povoou e tirou o sono dos leitores. Stevenson escreveu ?O Médico e o Monstro? num estado de extrema excitação, em três dias. Depois passou a história para que a mulher lesse. A Sra. Stevenson ficou enojada e chegou a queimar o manuscrito, obrigando o marido a refazê-lo. Ele não gastou mais de três dias para colocar ponto final na versão definitiva. Como lucidamente lembra Stephen King, o cinema insiste em ver esse livro como uma genial história de lobisomem, quando, na verdade, ele nos oferece uma fantástica análise de uma personalidade esquizofrênica, de um homem que descobre uma faceta monstruosa em sua própria personalidade. Era mais um arquétipo criado por um inglês do período vitoriano, repleto de moralismo e puritanismo. O que assegura a perenidade dessas três obras? A criatividade de seus autores em dar versões incrivelmente imaginativas para duas das maiores obsessões da humanidade: o mal e a imortalidade.

Não há criador que não pense em imortalizar a criatura. Quem, no entanto, testemunhou as circunstâncias em que os três maiores e mais duradouros livros de terror já escritos surgiram não apostaria um centavo em sua durabilidade. Nem Mary Shelley, Bram Stoker ou Robert Louis Stevenson ? autores de Frankenstein, Drácula e O Médico e o Monstro, agora reunidos em volume único pela Ediouro (700 pags., R$ 42,90) ? suspeitavam da imortalidade dos monstros que geraram. A criatura de Mary ganhou as formas horríveis durante uma disputa literária entre amigos, em 1816, num campo suíço. Ela era a segunda esposa do poeta romântico Percy Shelley. Os dois estavam, a convite de Lord Byron, outro grande poeta inglês, nas vizinhanças de um lago próximo a Genebra. Naquele verão choveu bastante, forçando todos ao confinamento dentro de casa. ?Cada um de nós escreverá uma história de fantasmas?, propôs Byron. Mary tinha 19 anos e deu voltas à imaginação para, depois de dias, concluir: ?O que me aterrorizou aterrorizará os outros. Só o que tenho a fazer é descrever o espectro que me assombrou o sono?. Mary contou ao marido o que havia sonhado e este logo a persuadiu a escrever um romance em vez de um conto. Ela aceitou. Mas, no prefácio, enfatizou que a perversidade de Frankenstein não correspondia um milímetro ao estado de espírito dela naqueles alegres dias na Suíça. Sem pretensão alguma, a senhora Shelley simplesmente criou uma espécie de monstro-matriz na imaginação coletiva da humanidade. Stephen King, autor da introdução dessa coletânea do horror e ele próprio um ávido leitor e fiel discípulo desse trio de escritores, diz que Frankenstein é provavelmente ?a raiz principal da ficção científica tal como hoje a conhecemos?. Isso porque a terrível e horrenda criatura foi concebida em um tubo de ensaio, dezenas de décadas antes de o cinema repetir incontáveis vezes a metamorfose de seres inofensivos em monstrengos horripilantes. Pela primeira vez alguém discutia a ética nas experiências científicas e o doutor Victor tornou-se o arquétipo do cientista destituído de moral. Se nesse caso Mary Shelley colocou a tecnologia a serviço da criatura, Bram Stocker inverteu a situação e inventou Van Helsing, o médico que lança mão das últimas novidades científicas para, com um grupo de caça-vampiros, chegar à Transilvânia e eliminar o conde Drácula, o famigerado sangue-suga de mulheres indefesas. Quanto a Stevenson, entre os três ele foi o único a sobreviver aos séculos com uma segunda obra de fôlego, ?A Ilha do Tesouro?. Mas foi com o Dr. Jekyll e Mr. Hyde que ele povoou e tirou o sono dos leitores. Stevenson escreveu ?O Médico e o Monstro? num estado de extrema excitação, em três dias. Depois passou a história para que a mulher lesse. A Sra. Stevenson ficou enojada e chegou a queimar o manuscrito, obrigando o marido a refazê-lo. Ele não gastou mais de três dias para colocar ponto final na versão definitiva. Como lucidamente lembra Stephen King, o cinema insiste em ver esse livro como uma genial história de lobisomem, quando, na verdade, ele nos oferece uma fantástica análise de uma personalidade esquizofrênica, de um homem que descobre uma faceta monstruosa em sua própria personalidade. Era mais um arquétipo criado por um inglês do período vitoriano, repleto de moralismo e puritanismo. O que assegura a perenidade dessas três obras? A criatividade de seus autores em dar versões incrivelmente imaginativas para duas das maiores obsessões da humanidade: o mal e a imortalidade.

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