‘De Perto Ninguém É Normal’ usa o metateatro


Trama traz para o palco o ensaio geral de ‘Arsênico e Alfazema’ em uma brincadeira teatral cheia de trapalhadas

Por Dirceu Alves Jr / Especial para o Estado

Logo que se abre a cortina do Teatro do Sesi, na Avenida Paulista, o espectador começa a ver Arsênico e Alfazema, comédia do americano Joseph Kesselring, escrita nos anos 1930 e levada ao cinema por Frank Capra, em 1944, com o título Este Mundo é um Hospício, estrelado por Cary Grant. Na trama, duas idosas um tanto dissimuladas (interpretadas por Clara Carvalho e Regina Maria Remencius) alugam quartos para senhores solitários que, distraídos, serão envenenados pelas anfitriãs.

De Perto Ninguém é Normal Foto: Ronaldo Gutierrez

Passados dois minutos, no entanto, alguém grita que umas das atrizes não entrou em cena e começam a ser mostrados os bastidores nada tranquilo de uma outra comédia, De Perto Ninguém é Normal – este sim, o espetáculo que levou o público ao Sesi.

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Com dramaturgia e direção do carioca Gustavo Paso, da Cia. Teatro Epigenia, De Perto Ninguém é Normal, já em cartaz no Sesi, mostra uma companhia teatral que chegou ao dia do ensaio geral de Arsênico e Alfazema sem nunca ter feito um corridão – no jargão dos artistas, uma representação da peça na íntegra a fim de corrigir problemas técnicos. Uma série de trapalhadas, porém, vem à tona – como um ator que desobedece a uma marcação e atrapalha os colegas ou um telefone que toca e se ouve um gongo, já que o sonoplasta foi ao banheiro.

Além de Clara e Regina, Milhem Cortaz, Luciana Fávero, Marcelo Varzea, Gláucio Gomes, Rodrigo Pavon, Clóvis Gonçalves, Bruno Ribeiro, Fausto Franco e Vinícius Cattani completam o elenco desta grande brincadeira em torno do universo teatral. Como em um bom vaudeville, os atores duplicam papéis, portas enguiçam na hora de abrir e personagens inesperados aparecem para aumentar a confusão. A escolha por um metateatro – uma peça dentro da outra –, segundo o diretor, tem um caráter bem mais despretensioso do que promover provocações estéticas ou reinvenções dramatúrgicas. “É só uma forma de tornar tudo mais engraçado e aumentar o nosso prazer em cena”, justifica.

FAZER RIR. Gustavo Paso, de 54 anos, reconhece que é hora de garantir boas gargalhadas. Tanto que uma comédia é quase uma estranheza no repertório de 23 peças da Cia. Epigenia em mais de duas décadas. Apenas A Moringa Quebrada (2012) e O Alienista (2022) podem ser enquadradas no gênero e, mesmo assim, carregavam fortes tintas políticas.

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Há dois anos Paso está livre das sessões de quimioterapia e radioterapia enfrentadas para curar um câncer na garganta e, para ele, não tem como passar ileso a uma vivência dessas – ainda mais em meio a uma pandemia. “Todos nós batemos de frente com muitas dores nos últimos tempos e a minha cura me motivou a pensar em um teatro mais leve e divertido”, explica Paso. “Como artista, posso fazer o que bem entender e minha expectativa é saber se vamos despertar o interesse de quem viu peças nossas tão densas, como Oleanna e Race, de David Mamet.”

A superação pessoal levou Paso a pensar mais no espectador – principalmente diante da oportunidade de ocupar o Teatro do Sesi, conhecido pela programação gratuita.

O então chamado Teatro Popular do Sesi foi criado em 1962 pelo diretor Osmar Rodrigues Cruz (1924-2007), que tocou o empreendimento da Fiesp por quase três décadas, deixando um legado marcante entre os anos de 1960 e 1980. “Eu me proponho fazer o que público do Sesi vai gostar e não mais um espetáculo como tantos da Epigenia”, afirma ele, garantindo que estreia desprovido de qualquer vaidade.

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Para tanto, Paso dispensou uma encenação abstrata e apostou em uma chamada peça de gabinete, que reproduz com realismo a ambientação em um cenário com sofás, mesas e escadas e centra o foco no texto e nos atores. “Eu nunca tinha feito uma peça de gabinete porque, para a minha geração, começou a pegar mal, significava uma criatividade menor”, justifica. “Não é nada disso, eu quero oferecer um teatro em que todo mundo seja feliz, principalmente a plateia.”

De Perto Ninguém É Normal

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Teatro do Sesi-SP

Avenida Paulista, 1313. 5ª a sábado, 20h. Domingo, 19h.

Grátis, reservar no site www.sesisp.org.br/eventos

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Até 2/7

Logo que se abre a cortina do Teatro do Sesi, na Avenida Paulista, o espectador começa a ver Arsênico e Alfazema, comédia do americano Joseph Kesselring, escrita nos anos 1930 e levada ao cinema por Frank Capra, em 1944, com o título Este Mundo é um Hospício, estrelado por Cary Grant. Na trama, duas idosas um tanto dissimuladas (interpretadas por Clara Carvalho e Regina Maria Remencius) alugam quartos para senhores solitários que, distraídos, serão envenenados pelas anfitriãs.

De Perto Ninguém é Normal Foto: Ronaldo Gutierrez

Passados dois minutos, no entanto, alguém grita que umas das atrizes não entrou em cena e começam a ser mostrados os bastidores nada tranquilo de uma outra comédia, De Perto Ninguém é Normal – este sim, o espetáculo que levou o público ao Sesi.

Com dramaturgia e direção do carioca Gustavo Paso, da Cia. Teatro Epigenia, De Perto Ninguém é Normal, já em cartaz no Sesi, mostra uma companhia teatral que chegou ao dia do ensaio geral de Arsênico e Alfazema sem nunca ter feito um corridão – no jargão dos artistas, uma representação da peça na íntegra a fim de corrigir problemas técnicos. Uma série de trapalhadas, porém, vem à tona – como um ator que desobedece a uma marcação e atrapalha os colegas ou um telefone que toca e se ouve um gongo, já que o sonoplasta foi ao banheiro.

Além de Clara e Regina, Milhem Cortaz, Luciana Fávero, Marcelo Varzea, Gláucio Gomes, Rodrigo Pavon, Clóvis Gonçalves, Bruno Ribeiro, Fausto Franco e Vinícius Cattani completam o elenco desta grande brincadeira em torno do universo teatral. Como em um bom vaudeville, os atores duplicam papéis, portas enguiçam na hora de abrir e personagens inesperados aparecem para aumentar a confusão. A escolha por um metateatro – uma peça dentro da outra –, segundo o diretor, tem um caráter bem mais despretensioso do que promover provocações estéticas ou reinvenções dramatúrgicas. “É só uma forma de tornar tudo mais engraçado e aumentar o nosso prazer em cena”, justifica.

FAZER RIR. Gustavo Paso, de 54 anos, reconhece que é hora de garantir boas gargalhadas. Tanto que uma comédia é quase uma estranheza no repertório de 23 peças da Cia. Epigenia em mais de duas décadas. Apenas A Moringa Quebrada (2012) e O Alienista (2022) podem ser enquadradas no gênero e, mesmo assim, carregavam fortes tintas políticas.

Há dois anos Paso está livre das sessões de quimioterapia e radioterapia enfrentadas para curar um câncer na garganta e, para ele, não tem como passar ileso a uma vivência dessas – ainda mais em meio a uma pandemia. “Todos nós batemos de frente com muitas dores nos últimos tempos e a minha cura me motivou a pensar em um teatro mais leve e divertido”, explica Paso. “Como artista, posso fazer o que bem entender e minha expectativa é saber se vamos despertar o interesse de quem viu peças nossas tão densas, como Oleanna e Race, de David Mamet.”

A superação pessoal levou Paso a pensar mais no espectador – principalmente diante da oportunidade de ocupar o Teatro do Sesi, conhecido pela programação gratuita.

O então chamado Teatro Popular do Sesi foi criado em 1962 pelo diretor Osmar Rodrigues Cruz (1924-2007), que tocou o empreendimento da Fiesp por quase três décadas, deixando um legado marcante entre os anos de 1960 e 1980. “Eu me proponho fazer o que público do Sesi vai gostar e não mais um espetáculo como tantos da Epigenia”, afirma ele, garantindo que estreia desprovido de qualquer vaidade.

Para tanto, Paso dispensou uma encenação abstrata e apostou em uma chamada peça de gabinete, que reproduz com realismo a ambientação em um cenário com sofás, mesas e escadas e centra o foco no texto e nos atores. “Eu nunca tinha feito uma peça de gabinete porque, para a minha geração, começou a pegar mal, significava uma criatividade menor”, justifica. “Não é nada disso, eu quero oferecer um teatro em que todo mundo seja feliz, principalmente a plateia.”

De Perto Ninguém É Normal

Teatro do Sesi-SP

Avenida Paulista, 1313. 5ª a sábado, 20h. Domingo, 19h.

Grátis, reservar no site www.sesisp.org.br/eventos

Até 2/7

Logo que se abre a cortina do Teatro do Sesi, na Avenida Paulista, o espectador começa a ver Arsênico e Alfazema, comédia do americano Joseph Kesselring, escrita nos anos 1930 e levada ao cinema por Frank Capra, em 1944, com o título Este Mundo é um Hospício, estrelado por Cary Grant. Na trama, duas idosas um tanto dissimuladas (interpretadas por Clara Carvalho e Regina Maria Remencius) alugam quartos para senhores solitários que, distraídos, serão envenenados pelas anfitriãs.

De Perto Ninguém é Normal Foto: Ronaldo Gutierrez

Passados dois minutos, no entanto, alguém grita que umas das atrizes não entrou em cena e começam a ser mostrados os bastidores nada tranquilo de uma outra comédia, De Perto Ninguém é Normal – este sim, o espetáculo que levou o público ao Sesi.

Com dramaturgia e direção do carioca Gustavo Paso, da Cia. Teatro Epigenia, De Perto Ninguém é Normal, já em cartaz no Sesi, mostra uma companhia teatral que chegou ao dia do ensaio geral de Arsênico e Alfazema sem nunca ter feito um corridão – no jargão dos artistas, uma representação da peça na íntegra a fim de corrigir problemas técnicos. Uma série de trapalhadas, porém, vem à tona – como um ator que desobedece a uma marcação e atrapalha os colegas ou um telefone que toca e se ouve um gongo, já que o sonoplasta foi ao banheiro.

Além de Clara e Regina, Milhem Cortaz, Luciana Fávero, Marcelo Varzea, Gláucio Gomes, Rodrigo Pavon, Clóvis Gonçalves, Bruno Ribeiro, Fausto Franco e Vinícius Cattani completam o elenco desta grande brincadeira em torno do universo teatral. Como em um bom vaudeville, os atores duplicam papéis, portas enguiçam na hora de abrir e personagens inesperados aparecem para aumentar a confusão. A escolha por um metateatro – uma peça dentro da outra –, segundo o diretor, tem um caráter bem mais despretensioso do que promover provocações estéticas ou reinvenções dramatúrgicas. “É só uma forma de tornar tudo mais engraçado e aumentar o nosso prazer em cena”, justifica.

FAZER RIR. Gustavo Paso, de 54 anos, reconhece que é hora de garantir boas gargalhadas. Tanto que uma comédia é quase uma estranheza no repertório de 23 peças da Cia. Epigenia em mais de duas décadas. Apenas A Moringa Quebrada (2012) e O Alienista (2022) podem ser enquadradas no gênero e, mesmo assim, carregavam fortes tintas políticas.

Há dois anos Paso está livre das sessões de quimioterapia e radioterapia enfrentadas para curar um câncer na garganta e, para ele, não tem como passar ileso a uma vivência dessas – ainda mais em meio a uma pandemia. “Todos nós batemos de frente com muitas dores nos últimos tempos e a minha cura me motivou a pensar em um teatro mais leve e divertido”, explica Paso. “Como artista, posso fazer o que bem entender e minha expectativa é saber se vamos despertar o interesse de quem viu peças nossas tão densas, como Oleanna e Race, de David Mamet.”

A superação pessoal levou Paso a pensar mais no espectador – principalmente diante da oportunidade de ocupar o Teatro do Sesi, conhecido pela programação gratuita.

O então chamado Teatro Popular do Sesi foi criado em 1962 pelo diretor Osmar Rodrigues Cruz (1924-2007), que tocou o empreendimento da Fiesp por quase três décadas, deixando um legado marcante entre os anos de 1960 e 1980. “Eu me proponho fazer o que público do Sesi vai gostar e não mais um espetáculo como tantos da Epigenia”, afirma ele, garantindo que estreia desprovido de qualquer vaidade.

Para tanto, Paso dispensou uma encenação abstrata e apostou em uma chamada peça de gabinete, que reproduz com realismo a ambientação em um cenário com sofás, mesas e escadas e centra o foco no texto e nos atores. “Eu nunca tinha feito uma peça de gabinete porque, para a minha geração, começou a pegar mal, significava uma criatividade menor”, justifica. “Não é nada disso, eu quero oferecer um teatro em que todo mundo seja feliz, principalmente a plateia.”

De Perto Ninguém É Normal

Teatro do Sesi-SP

Avenida Paulista, 1313. 5ª a sábado, 20h. Domingo, 19h.

Grátis, reservar no site www.sesisp.org.br/eventos

Até 2/7

Logo que se abre a cortina do Teatro do Sesi, na Avenida Paulista, o espectador começa a ver Arsênico e Alfazema, comédia do americano Joseph Kesselring, escrita nos anos 1930 e levada ao cinema por Frank Capra, em 1944, com o título Este Mundo é um Hospício, estrelado por Cary Grant. Na trama, duas idosas um tanto dissimuladas (interpretadas por Clara Carvalho e Regina Maria Remencius) alugam quartos para senhores solitários que, distraídos, serão envenenados pelas anfitriãs.

De Perto Ninguém é Normal Foto: Ronaldo Gutierrez

Passados dois minutos, no entanto, alguém grita que umas das atrizes não entrou em cena e começam a ser mostrados os bastidores nada tranquilo de uma outra comédia, De Perto Ninguém é Normal – este sim, o espetáculo que levou o público ao Sesi.

Com dramaturgia e direção do carioca Gustavo Paso, da Cia. Teatro Epigenia, De Perto Ninguém é Normal, já em cartaz no Sesi, mostra uma companhia teatral que chegou ao dia do ensaio geral de Arsênico e Alfazema sem nunca ter feito um corridão – no jargão dos artistas, uma representação da peça na íntegra a fim de corrigir problemas técnicos. Uma série de trapalhadas, porém, vem à tona – como um ator que desobedece a uma marcação e atrapalha os colegas ou um telefone que toca e se ouve um gongo, já que o sonoplasta foi ao banheiro.

Além de Clara e Regina, Milhem Cortaz, Luciana Fávero, Marcelo Varzea, Gláucio Gomes, Rodrigo Pavon, Clóvis Gonçalves, Bruno Ribeiro, Fausto Franco e Vinícius Cattani completam o elenco desta grande brincadeira em torno do universo teatral. Como em um bom vaudeville, os atores duplicam papéis, portas enguiçam na hora de abrir e personagens inesperados aparecem para aumentar a confusão. A escolha por um metateatro – uma peça dentro da outra –, segundo o diretor, tem um caráter bem mais despretensioso do que promover provocações estéticas ou reinvenções dramatúrgicas. “É só uma forma de tornar tudo mais engraçado e aumentar o nosso prazer em cena”, justifica.

FAZER RIR. Gustavo Paso, de 54 anos, reconhece que é hora de garantir boas gargalhadas. Tanto que uma comédia é quase uma estranheza no repertório de 23 peças da Cia. Epigenia em mais de duas décadas. Apenas A Moringa Quebrada (2012) e O Alienista (2022) podem ser enquadradas no gênero e, mesmo assim, carregavam fortes tintas políticas.

Há dois anos Paso está livre das sessões de quimioterapia e radioterapia enfrentadas para curar um câncer na garganta e, para ele, não tem como passar ileso a uma vivência dessas – ainda mais em meio a uma pandemia. “Todos nós batemos de frente com muitas dores nos últimos tempos e a minha cura me motivou a pensar em um teatro mais leve e divertido”, explica Paso. “Como artista, posso fazer o que bem entender e minha expectativa é saber se vamos despertar o interesse de quem viu peças nossas tão densas, como Oleanna e Race, de David Mamet.”

A superação pessoal levou Paso a pensar mais no espectador – principalmente diante da oportunidade de ocupar o Teatro do Sesi, conhecido pela programação gratuita.

O então chamado Teatro Popular do Sesi foi criado em 1962 pelo diretor Osmar Rodrigues Cruz (1924-2007), que tocou o empreendimento da Fiesp por quase três décadas, deixando um legado marcante entre os anos de 1960 e 1980. “Eu me proponho fazer o que público do Sesi vai gostar e não mais um espetáculo como tantos da Epigenia”, afirma ele, garantindo que estreia desprovido de qualquer vaidade.

Para tanto, Paso dispensou uma encenação abstrata e apostou em uma chamada peça de gabinete, que reproduz com realismo a ambientação em um cenário com sofás, mesas e escadas e centra o foco no texto e nos atores. “Eu nunca tinha feito uma peça de gabinete porque, para a minha geração, começou a pegar mal, significava uma criatividade menor”, justifica. “Não é nada disso, eu quero oferecer um teatro em que todo mundo seja feliz, principalmente a plateia.”

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