Espetáculo ‘Como Posso Não Ser Montgomery Clift?’ traz personagem sempre à beira do precipício


Em cartaz no Sesc Pinheiros, o drama é um desafio diário para o ator Gustavo Gasparani

Por Dirceu Alves Jr

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - O ator americano Montgomery Clift (1920-1966) despontou em Hollywood antes de Marlon Brando (1924-2004) e James Dean (1931-1955). Consolidou o perfil do galã humanizado, emprestando aos seus papéis em filmes como Um Lugar ao Sol e A Um Passo da Eternidade uma personalidade frágil e atormentada, distante do estereótipo do machão.

Escrito pelo espanhol Alberto Conejero López, o monólogo Como Posso não Ser Montgomery Clift?, em cartaz no Sesc Pinheiros, desvia-se do recorte biográfico do astro do cinema. Sob a direção de Fernando Philbert, Gustavo Gasparani interpreta um homem que sofre com as pressões do showbiz e vive à beira do precipício. Trata-se de um artista angustiado, inábil em separar a ficção da vida real, que não precisa necessariamente ser Clift - mas, como reforça a pergunta do título, torna-se difícil não se estabelecer a associação.

Aos 55 anos, Gasparani celebra quatro décadas de carreira e, consciente das devidas proporções, enumera atravessamentos entre ele e o personagem. “Encontro conflitos familiares e sexuais comuns a mim, mas me identifico principalmente com a insegurança típica dos atores que podem ser aplaudidos e admirados e, diante de qualquer vacilo, viram alvo de agressões”, justifica.

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O ator Gasparani: luta para se desvincular do personagem.  Foto: Nil Caniné

O protagonista salienta que um fato transformador na carreira de Clift foi o acidente de carro em um intervalo das filmagens de A Árvore da Vida, em 1956. O galã bateu em um poste, sem danos físicos irreparáveis. O abalo psicológico, entretanto, agravou a dependência do álcool e contribuiu para a sua morte prematura dez anos depois, por um ataque cardíaco. “Mesmo que não seja uma narrativa biográfica, toda essa carga humana faz o público entender como ele se relacionava com a vida. Dizem que foi o suicídio mais lento de Hollywood.”

Precipícios

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Gasparani também precisou se equilibrar à beira de alguns precipícios para ser Clift no palco. O primeiro deles foi a covid. O espetáculo deveria ter estreado em 19 de março de 2020. O ator carioca estava com a mala pronta para pegar o avião da ponte aérea quando soube do lockdown. “Passei cinco meses sozinho em casa e não tocava no texto porque tinha medo de que, na falta de interlocução, perdesse a mão no personagem”, conta.

Como válvula de escape, decidiu cursar o bacharelado de artes cênicas da CAL (Casa das Artes de Laranjeiras). Em um dos exercícios curriculares, mais de um ano depois do começo das aulas virtuais, fez um gesto com um estojo, simulando uma garrafa de uísque. Não teve dúvidas: Clift continuava presente no seu corpo. De volta aos ensaios, em junho, Gasparani marcou de lançar a peça na primeira semana de setembro no Rio de Janeiro. Uma crise de labirintite dias antes da estreia, no entanto, o obrigou a adiar a data novamente. “Bastava tentar me lembrar do texto que sentia dores muitos fortes na têmpora esquerda”, recorda. “Estava exausto, esgotado, precisei passar uns dias no campo para me fortalecer e encarar o trabalho de novo.”

Até que ponto Gasparani, assim como Clift, não penou para se desvincular do personagem? O intérprete reconhece que também costuma ser intenso em suas investidas, mas, ao contrário do astro, garante que a profissão só lhe trouxe benefícios. “Descobri a felicidade de ser o outro e que isso é mais fácil que enfrentar a nossa própria vida”, declara. “Se não fosse um ator, eu viveria deprimido e teria mais dificuldades de superar crises pessoais.”

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - O ator americano Montgomery Clift (1920-1966) despontou em Hollywood antes de Marlon Brando (1924-2004) e James Dean (1931-1955). Consolidou o perfil do galã humanizado, emprestando aos seus papéis em filmes como Um Lugar ao Sol e A Um Passo da Eternidade uma personalidade frágil e atormentada, distante do estereótipo do machão.

Escrito pelo espanhol Alberto Conejero López, o monólogo Como Posso não Ser Montgomery Clift?, em cartaz no Sesc Pinheiros, desvia-se do recorte biográfico do astro do cinema. Sob a direção de Fernando Philbert, Gustavo Gasparani interpreta um homem que sofre com as pressões do showbiz e vive à beira do precipício. Trata-se de um artista angustiado, inábil em separar a ficção da vida real, que não precisa necessariamente ser Clift - mas, como reforça a pergunta do título, torna-se difícil não se estabelecer a associação.

Aos 55 anos, Gasparani celebra quatro décadas de carreira e, consciente das devidas proporções, enumera atravessamentos entre ele e o personagem. “Encontro conflitos familiares e sexuais comuns a mim, mas me identifico principalmente com a insegurança típica dos atores que podem ser aplaudidos e admirados e, diante de qualquer vacilo, viram alvo de agressões”, justifica.

O ator Gasparani: luta para se desvincular do personagem.  Foto: Nil Caniné

O protagonista salienta que um fato transformador na carreira de Clift foi o acidente de carro em um intervalo das filmagens de A Árvore da Vida, em 1956. O galã bateu em um poste, sem danos físicos irreparáveis. O abalo psicológico, entretanto, agravou a dependência do álcool e contribuiu para a sua morte prematura dez anos depois, por um ataque cardíaco. “Mesmo que não seja uma narrativa biográfica, toda essa carga humana faz o público entender como ele se relacionava com a vida. Dizem que foi o suicídio mais lento de Hollywood.”

Precipícios

Gasparani também precisou se equilibrar à beira de alguns precipícios para ser Clift no palco. O primeiro deles foi a covid. O espetáculo deveria ter estreado em 19 de março de 2020. O ator carioca estava com a mala pronta para pegar o avião da ponte aérea quando soube do lockdown. “Passei cinco meses sozinho em casa e não tocava no texto porque tinha medo de que, na falta de interlocução, perdesse a mão no personagem”, conta.

Como válvula de escape, decidiu cursar o bacharelado de artes cênicas da CAL (Casa das Artes de Laranjeiras). Em um dos exercícios curriculares, mais de um ano depois do começo das aulas virtuais, fez um gesto com um estojo, simulando uma garrafa de uísque. Não teve dúvidas: Clift continuava presente no seu corpo. De volta aos ensaios, em junho, Gasparani marcou de lançar a peça na primeira semana de setembro no Rio de Janeiro. Uma crise de labirintite dias antes da estreia, no entanto, o obrigou a adiar a data novamente. “Bastava tentar me lembrar do texto que sentia dores muitos fortes na têmpora esquerda”, recorda. “Estava exausto, esgotado, precisei passar uns dias no campo para me fortalecer e encarar o trabalho de novo.”

Até que ponto Gasparani, assim como Clift, não penou para se desvincular do personagem? O intérprete reconhece que também costuma ser intenso em suas investidas, mas, ao contrário do astro, garante que a profissão só lhe trouxe benefícios. “Descobri a felicidade de ser o outro e que isso é mais fácil que enfrentar a nossa própria vida”, declara. “Se não fosse um ator, eu viveria deprimido e teria mais dificuldades de superar crises pessoais.”

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - O ator americano Montgomery Clift (1920-1966) despontou em Hollywood antes de Marlon Brando (1924-2004) e James Dean (1931-1955). Consolidou o perfil do galã humanizado, emprestando aos seus papéis em filmes como Um Lugar ao Sol e A Um Passo da Eternidade uma personalidade frágil e atormentada, distante do estereótipo do machão.

Escrito pelo espanhol Alberto Conejero López, o monólogo Como Posso não Ser Montgomery Clift?, em cartaz no Sesc Pinheiros, desvia-se do recorte biográfico do astro do cinema. Sob a direção de Fernando Philbert, Gustavo Gasparani interpreta um homem que sofre com as pressões do showbiz e vive à beira do precipício. Trata-se de um artista angustiado, inábil em separar a ficção da vida real, que não precisa necessariamente ser Clift - mas, como reforça a pergunta do título, torna-se difícil não se estabelecer a associação.

Aos 55 anos, Gasparani celebra quatro décadas de carreira e, consciente das devidas proporções, enumera atravessamentos entre ele e o personagem. “Encontro conflitos familiares e sexuais comuns a mim, mas me identifico principalmente com a insegurança típica dos atores que podem ser aplaudidos e admirados e, diante de qualquer vacilo, viram alvo de agressões”, justifica.

O ator Gasparani: luta para se desvincular do personagem.  Foto: Nil Caniné

O protagonista salienta que um fato transformador na carreira de Clift foi o acidente de carro em um intervalo das filmagens de A Árvore da Vida, em 1956. O galã bateu em um poste, sem danos físicos irreparáveis. O abalo psicológico, entretanto, agravou a dependência do álcool e contribuiu para a sua morte prematura dez anos depois, por um ataque cardíaco. “Mesmo que não seja uma narrativa biográfica, toda essa carga humana faz o público entender como ele se relacionava com a vida. Dizem que foi o suicídio mais lento de Hollywood.”

Precipícios

Gasparani também precisou se equilibrar à beira de alguns precipícios para ser Clift no palco. O primeiro deles foi a covid. O espetáculo deveria ter estreado em 19 de março de 2020. O ator carioca estava com a mala pronta para pegar o avião da ponte aérea quando soube do lockdown. “Passei cinco meses sozinho em casa e não tocava no texto porque tinha medo de que, na falta de interlocução, perdesse a mão no personagem”, conta.

Como válvula de escape, decidiu cursar o bacharelado de artes cênicas da CAL (Casa das Artes de Laranjeiras). Em um dos exercícios curriculares, mais de um ano depois do começo das aulas virtuais, fez um gesto com um estojo, simulando uma garrafa de uísque. Não teve dúvidas: Clift continuava presente no seu corpo. De volta aos ensaios, em junho, Gasparani marcou de lançar a peça na primeira semana de setembro no Rio de Janeiro. Uma crise de labirintite dias antes da estreia, no entanto, o obrigou a adiar a data novamente. “Bastava tentar me lembrar do texto que sentia dores muitos fortes na têmpora esquerda”, recorda. “Estava exausto, esgotado, precisei passar uns dias no campo para me fortalecer e encarar o trabalho de novo.”

Até que ponto Gasparani, assim como Clift, não penou para se desvincular do personagem? O intérprete reconhece que também costuma ser intenso em suas investidas, mas, ao contrário do astro, garante que a profissão só lhe trouxe benefícios. “Descobri a felicidade de ser o outro e que isso é mais fácil que enfrentar a nossa própria vida”, declara. “Se não fosse um ator, eu viveria deprimido e teria mais dificuldades de superar crises pessoais.”

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - O ator americano Montgomery Clift (1920-1966) despontou em Hollywood antes de Marlon Brando (1924-2004) e James Dean (1931-1955). Consolidou o perfil do galã humanizado, emprestando aos seus papéis em filmes como Um Lugar ao Sol e A Um Passo da Eternidade uma personalidade frágil e atormentada, distante do estereótipo do machão.

Escrito pelo espanhol Alberto Conejero López, o monólogo Como Posso não Ser Montgomery Clift?, em cartaz no Sesc Pinheiros, desvia-se do recorte biográfico do astro do cinema. Sob a direção de Fernando Philbert, Gustavo Gasparani interpreta um homem que sofre com as pressões do showbiz e vive à beira do precipício. Trata-se de um artista angustiado, inábil em separar a ficção da vida real, que não precisa necessariamente ser Clift - mas, como reforça a pergunta do título, torna-se difícil não se estabelecer a associação.

Aos 55 anos, Gasparani celebra quatro décadas de carreira e, consciente das devidas proporções, enumera atravessamentos entre ele e o personagem. “Encontro conflitos familiares e sexuais comuns a mim, mas me identifico principalmente com a insegurança típica dos atores que podem ser aplaudidos e admirados e, diante de qualquer vacilo, viram alvo de agressões”, justifica.

O ator Gasparani: luta para se desvincular do personagem.  Foto: Nil Caniné

O protagonista salienta que um fato transformador na carreira de Clift foi o acidente de carro em um intervalo das filmagens de A Árvore da Vida, em 1956. O galã bateu em um poste, sem danos físicos irreparáveis. O abalo psicológico, entretanto, agravou a dependência do álcool e contribuiu para a sua morte prematura dez anos depois, por um ataque cardíaco. “Mesmo que não seja uma narrativa biográfica, toda essa carga humana faz o público entender como ele se relacionava com a vida. Dizem que foi o suicídio mais lento de Hollywood.”

Precipícios

Gasparani também precisou se equilibrar à beira de alguns precipícios para ser Clift no palco. O primeiro deles foi a covid. O espetáculo deveria ter estreado em 19 de março de 2020. O ator carioca estava com a mala pronta para pegar o avião da ponte aérea quando soube do lockdown. “Passei cinco meses sozinho em casa e não tocava no texto porque tinha medo de que, na falta de interlocução, perdesse a mão no personagem”, conta.

Como válvula de escape, decidiu cursar o bacharelado de artes cênicas da CAL (Casa das Artes de Laranjeiras). Em um dos exercícios curriculares, mais de um ano depois do começo das aulas virtuais, fez um gesto com um estojo, simulando uma garrafa de uísque. Não teve dúvidas: Clift continuava presente no seu corpo. De volta aos ensaios, em junho, Gasparani marcou de lançar a peça na primeira semana de setembro no Rio de Janeiro. Uma crise de labirintite dias antes da estreia, no entanto, o obrigou a adiar a data novamente. “Bastava tentar me lembrar do texto que sentia dores muitos fortes na têmpora esquerda”, recorda. “Estava exausto, esgotado, precisei passar uns dias no campo para me fortalecer e encarar o trabalho de novo.”

Até que ponto Gasparani, assim como Clift, não penou para se desvincular do personagem? O intérprete reconhece que também costuma ser intenso em suas investidas, mas, ao contrário do astro, garante que a profissão só lhe trouxe benefícios. “Descobri a felicidade de ser o outro e que isso é mais fácil que enfrentar a nossa própria vida”, declara. “Se não fosse um ator, eu viveria deprimido e teria mais dificuldades de superar crises pessoais.”

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - O ator americano Montgomery Clift (1920-1966) despontou em Hollywood antes de Marlon Brando (1924-2004) e James Dean (1931-1955). Consolidou o perfil do galã humanizado, emprestando aos seus papéis em filmes como Um Lugar ao Sol e A Um Passo da Eternidade uma personalidade frágil e atormentada, distante do estereótipo do machão.

Escrito pelo espanhol Alberto Conejero López, o monólogo Como Posso não Ser Montgomery Clift?, em cartaz no Sesc Pinheiros, desvia-se do recorte biográfico do astro do cinema. Sob a direção de Fernando Philbert, Gustavo Gasparani interpreta um homem que sofre com as pressões do showbiz e vive à beira do precipício. Trata-se de um artista angustiado, inábil em separar a ficção da vida real, que não precisa necessariamente ser Clift - mas, como reforça a pergunta do título, torna-se difícil não se estabelecer a associação.

Aos 55 anos, Gasparani celebra quatro décadas de carreira e, consciente das devidas proporções, enumera atravessamentos entre ele e o personagem. “Encontro conflitos familiares e sexuais comuns a mim, mas me identifico principalmente com a insegurança típica dos atores que podem ser aplaudidos e admirados e, diante de qualquer vacilo, viram alvo de agressões”, justifica.

O ator Gasparani: luta para se desvincular do personagem.  Foto: Nil Caniné

O protagonista salienta que um fato transformador na carreira de Clift foi o acidente de carro em um intervalo das filmagens de A Árvore da Vida, em 1956. O galã bateu em um poste, sem danos físicos irreparáveis. O abalo psicológico, entretanto, agravou a dependência do álcool e contribuiu para a sua morte prematura dez anos depois, por um ataque cardíaco. “Mesmo que não seja uma narrativa biográfica, toda essa carga humana faz o público entender como ele se relacionava com a vida. Dizem que foi o suicídio mais lento de Hollywood.”

Precipícios

Gasparani também precisou se equilibrar à beira de alguns precipícios para ser Clift no palco. O primeiro deles foi a covid. O espetáculo deveria ter estreado em 19 de março de 2020. O ator carioca estava com a mala pronta para pegar o avião da ponte aérea quando soube do lockdown. “Passei cinco meses sozinho em casa e não tocava no texto porque tinha medo de que, na falta de interlocução, perdesse a mão no personagem”, conta.

Como válvula de escape, decidiu cursar o bacharelado de artes cênicas da CAL (Casa das Artes de Laranjeiras). Em um dos exercícios curriculares, mais de um ano depois do começo das aulas virtuais, fez um gesto com um estojo, simulando uma garrafa de uísque. Não teve dúvidas: Clift continuava presente no seu corpo. De volta aos ensaios, em junho, Gasparani marcou de lançar a peça na primeira semana de setembro no Rio de Janeiro. Uma crise de labirintite dias antes da estreia, no entanto, o obrigou a adiar a data novamente. “Bastava tentar me lembrar do texto que sentia dores muitos fortes na têmpora esquerda”, recorda. “Estava exausto, esgotado, precisei passar uns dias no campo para me fortalecer e encarar o trabalho de novo.”

Até que ponto Gasparani, assim como Clift, não penou para se desvincular do personagem? O intérprete reconhece que também costuma ser intenso em suas investidas, mas, ao contrário do astro, garante que a profissão só lhe trouxe benefícios. “Descobri a felicidade de ser o outro e que isso é mais fácil que enfrentar a nossa própria vida”, declara. “Se não fosse um ator, eu viveria deprimido e teria mais dificuldades de superar crises pessoais.”

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