Heloisa Périssé deixa Globo após 24 anos: ‘Já esperava. Comecei conversas com Netflix e Amazon’


Atriz encerrou contrato com emissora após 25 anos. Ela protagoniza o monólogo cômico “A Iluminada”, que estreia no Teatro Unimed, escrito depois de enfrentar um câncer e a pandemia

Por Dirceu Alves jr.
Atualização:

A Globo rompeu o contrato com Heloisa Périssé após 24 anos. O anúncio público foi feito nesta quinta-feira (1). Em entrevista ao Estadão antes da divulgação, a atriz disse que já estava com a saída acertada e não tinha sido apanhada de surpresa.

Enquanto preparava o monólogo cômico A Iluminada, na tarde de quarta-feira (31), ela contou terminou oficialmente naquele dia. Heloisa afirmou que já esperava por isso, que aproveitou bem esse tempo e que já começou conversas com a Netflix e a Amazon.

Ela também falou sobre a nova fase em sua vida e sua carreira. Heloisa se prepara para estrear A Iluminada no Teatro Unimed. O texto foi escrito depois de enfrentar um câncer e a pandemia.

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Os bons amigos da atriz conhecem a personagem Tia Doro há pelo menos uns quinze anos. Ela é uma espécie de coach, uma palestrante motivacional, que aparecia em festas ou nos bastidores da televisão ou do teatro quando o astral de alguém pesava e a artista tratava de desanuviar a situação. Bastava Heloisa falar “sabe qual é meu nome? Tia Doro” que o sorriso voltava a iluminar o rosto do colega diante da sonoridade carinhosa. Ingrid Guimarães ouviu vários dos seus conselhos, Bruno Mazzeo e Mônica Martelli viraram devotos e Paulo Gustavo (1978-2021) trouxe até uma peruca de presente para ela de uma de suas viagens a Nova York.

Heloisa Périssé em cena da peça 'A Iluminada', que estreia em São Paulo Foto: Viviane D´Ávilla.

Depois de tanto cuidar de pessoas queridas, Heloisa, de 56 anos, sentiu que era a hora da criadora receber os afagos de sua criatura e, em 2021, escreveu o monólogo cômico A Iluminada, que entra em cartaz nesta sexta, 2, no Teatro Unimed, sob a direção de Mauro Farias, marido da atriz. Tia Doro veio ao mundo Doroteia das Dores e superou todas as dificuldades possíveis na vida, por isso em suas palestras, que, além de motivacionais, são inspiradas na física quântica, ela revela sua visão do mundo cheia de gratidão. “O que mais ouço do público é ‘muito obrigado’, as pessoas dizem que eu as deixei mais felizes e motivadas e isso é inédito na minha carreira”, afirma. “Tem uma autoajuda grande neste espetáculo que me retroalimenta.”

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Em junho de 2019, Heloísa começou a enfrentar um céu repleto de nebulosidade. Recebeu o diagnóstico de um câncer raro nas glândulas salivares. A atriz entendeu que não tinha tempo a perder, mergulhou em dezenas de tratamentos em busca da cura e, quando começou a cogitar uma volta ao trabalho, o mundo parou por causa da pandemia da Covid-19. “Acho que depois de tudo isso fiquei um pouco mais suave comigo”, reconhece. “Já penso que posso até ganhar na loteria porque o que parece difícil ficou fácil para mim.”

Um convite para levar a Portugal o espetáculo E Foram Quase Felizes para Sempre, de 2013, fez Heloisa aceitar a viagem, mas desde que fosse com uma peça nova. Ela então se sentou no computador e escreveu em menos de dois meses a história de Tia Dora, aquela velha conhecida dos seus amigos. Era a hora de se convencer de que lá no fundo do poço é possível descobrir uma cama elástica. “Tenho uma família ótima, sempre amei meus pais, meus irmãos, tudo o que não posso é assumir o papel de vítima e, através da minha arte, entendi que falaria comigo mesma.”

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Heloísa sempre foi muito religiosa e apoiada na fé. Nos últimos anos, porém, prefere se definir apenas como cristã e deixou de frequentar qualquer tipo de igreja. “Já passei pela batista, pela presbiteriana, mas entendi que não preciso bater ponto em um lugar aos domingos, porque a igreja está dentro de nós e nos atos praticados no dia a dia”, diz.

A recente descoberta da física quântica, segundo ela, mudou sua cabeça. Começou a devorar um livro atrás do outro e entendeu, entre outras coisas, que neste mundo ninguém tem o controle de nada – uma certeza endossada depois da luta contra o câncer e da pandemia mundial. “Eu entendi que existem muitas possibilidades nesse planeta e somos livres para fazer as nossas próprias escolhas.”

As transformações também chegaram a sua carreira. Depois de 24 anos, a artista perdeu a estabilidade do contrato da Rede Globo neste fim de maio e a temporada paulistana marca sua volta ao mundo dos autônomos. Mesmo assim, ainda pode ser vista na terceira temporada da série Cine Holliúdy e enfrenta a maratona do quadro Dança dos Famosos, no Domingão com Huck. “Eu esperava por isso, aproveitei muito bem esse tempo e já comecei algumas conversas com a Netflix e a Amazon”, conta.

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O movimento mais significativo projetado por Heloisa, porém, é mudar para trás das câmeras. Ela quer se voltar para o cinema, escrever roteiros e até dirigir filmes, algo que sempre desejou e considera que chegou a hora de buscar oportunidades. “Tem horas que a vida tira a gente daquele quentinho que estamos acostumados e nos coloca em situações que representarão a nossa maior felicidade”, comenta. “É só voar com as próprias asas.”

A Iluminada. Teatro Unimed. Alameda Santos, 2159. Sexta e sábado, 20h; domingo, 18h. R$ 80,00 e R$ 120,00. Até 30 de julho. A partir de sexta (2).

A Globo rompeu o contrato com Heloisa Périssé após 24 anos. O anúncio público foi feito nesta quinta-feira (1). Em entrevista ao Estadão antes da divulgação, a atriz disse que já estava com a saída acertada e não tinha sido apanhada de surpresa.

Enquanto preparava o monólogo cômico A Iluminada, na tarde de quarta-feira (31), ela contou terminou oficialmente naquele dia. Heloisa afirmou que já esperava por isso, que aproveitou bem esse tempo e que já começou conversas com a Netflix e a Amazon.

Ela também falou sobre a nova fase em sua vida e sua carreira. Heloisa se prepara para estrear A Iluminada no Teatro Unimed. O texto foi escrito depois de enfrentar um câncer e a pandemia.

Os bons amigos da atriz conhecem a personagem Tia Doro há pelo menos uns quinze anos. Ela é uma espécie de coach, uma palestrante motivacional, que aparecia em festas ou nos bastidores da televisão ou do teatro quando o astral de alguém pesava e a artista tratava de desanuviar a situação. Bastava Heloisa falar “sabe qual é meu nome? Tia Doro” que o sorriso voltava a iluminar o rosto do colega diante da sonoridade carinhosa. Ingrid Guimarães ouviu vários dos seus conselhos, Bruno Mazzeo e Mônica Martelli viraram devotos e Paulo Gustavo (1978-2021) trouxe até uma peruca de presente para ela de uma de suas viagens a Nova York.

Heloisa Périssé em cena da peça 'A Iluminada', que estreia em São Paulo Foto: Viviane D´Ávilla.

Depois de tanto cuidar de pessoas queridas, Heloisa, de 56 anos, sentiu que era a hora da criadora receber os afagos de sua criatura e, em 2021, escreveu o monólogo cômico A Iluminada, que entra em cartaz nesta sexta, 2, no Teatro Unimed, sob a direção de Mauro Farias, marido da atriz. Tia Doro veio ao mundo Doroteia das Dores e superou todas as dificuldades possíveis na vida, por isso em suas palestras, que, além de motivacionais, são inspiradas na física quântica, ela revela sua visão do mundo cheia de gratidão. “O que mais ouço do público é ‘muito obrigado’, as pessoas dizem que eu as deixei mais felizes e motivadas e isso é inédito na minha carreira”, afirma. “Tem uma autoajuda grande neste espetáculo que me retroalimenta.”

Em junho de 2019, Heloísa começou a enfrentar um céu repleto de nebulosidade. Recebeu o diagnóstico de um câncer raro nas glândulas salivares. A atriz entendeu que não tinha tempo a perder, mergulhou em dezenas de tratamentos em busca da cura e, quando começou a cogitar uma volta ao trabalho, o mundo parou por causa da pandemia da Covid-19. “Acho que depois de tudo isso fiquei um pouco mais suave comigo”, reconhece. “Já penso que posso até ganhar na loteria porque o que parece difícil ficou fácil para mim.”

Um convite para levar a Portugal o espetáculo E Foram Quase Felizes para Sempre, de 2013, fez Heloisa aceitar a viagem, mas desde que fosse com uma peça nova. Ela então se sentou no computador e escreveu em menos de dois meses a história de Tia Dora, aquela velha conhecida dos seus amigos. Era a hora de se convencer de que lá no fundo do poço é possível descobrir uma cama elástica. “Tenho uma família ótima, sempre amei meus pais, meus irmãos, tudo o que não posso é assumir o papel de vítima e, através da minha arte, entendi que falaria comigo mesma.”

Heloísa sempre foi muito religiosa e apoiada na fé. Nos últimos anos, porém, prefere se definir apenas como cristã e deixou de frequentar qualquer tipo de igreja. “Já passei pela batista, pela presbiteriana, mas entendi que não preciso bater ponto em um lugar aos domingos, porque a igreja está dentro de nós e nos atos praticados no dia a dia”, diz.

A recente descoberta da física quântica, segundo ela, mudou sua cabeça. Começou a devorar um livro atrás do outro e entendeu, entre outras coisas, que neste mundo ninguém tem o controle de nada – uma certeza endossada depois da luta contra o câncer e da pandemia mundial. “Eu entendi que existem muitas possibilidades nesse planeta e somos livres para fazer as nossas próprias escolhas.”

As transformações também chegaram a sua carreira. Depois de 24 anos, a artista perdeu a estabilidade do contrato da Rede Globo neste fim de maio e a temporada paulistana marca sua volta ao mundo dos autônomos. Mesmo assim, ainda pode ser vista na terceira temporada da série Cine Holliúdy e enfrenta a maratona do quadro Dança dos Famosos, no Domingão com Huck. “Eu esperava por isso, aproveitei muito bem esse tempo e já comecei algumas conversas com a Netflix e a Amazon”, conta.

O movimento mais significativo projetado por Heloisa, porém, é mudar para trás das câmeras. Ela quer se voltar para o cinema, escrever roteiros e até dirigir filmes, algo que sempre desejou e considera que chegou a hora de buscar oportunidades. “Tem horas que a vida tira a gente daquele quentinho que estamos acostumados e nos coloca em situações que representarão a nossa maior felicidade”, comenta. “É só voar com as próprias asas.”

A Iluminada. Teatro Unimed. Alameda Santos, 2159. Sexta e sábado, 20h; domingo, 18h. R$ 80,00 e R$ 120,00. Até 30 de julho. A partir de sexta (2).

A Globo rompeu o contrato com Heloisa Périssé após 24 anos. O anúncio público foi feito nesta quinta-feira (1). Em entrevista ao Estadão antes da divulgação, a atriz disse que já estava com a saída acertada e não tinha sido apanhada de surpresa.

Enquanto preparava o monólogo cômico A Iluminada, na tarde de quarta-feira (31), ela contou terminou oficialmente naquele dia. Heloisa afirmou que já esperava por isso, que aproveitou bem esse tempo e que já começou conversas com a Netflix e a Amazon.

Ela também falou sobre a nova fase em sua vida e sua carreira. Heloisa se prepara para estrear A Iluminada no Teatro Unimed. O texto foi escrito depois de enfrentar um câncer e a pandemia.

Os bons amigos da atriz conhecem a personagem Tia Doro há pelo menos uns quinze anos. Ela é uma espécie de coach, uma palestrante motivacional, que aparecia em festas ou nos bastidores da televisão ou do teatro quando o astral de alguém pesava e a artista tratava de desanuviar a situação. Bastava Heloisa falar “sabe qual é meu nome? Tia Doro” que o sorriso voltava a iluminar o rosto do colega diante da sonoridade carinhosa. Ingrid Guimarães ouviu vários dos seus conselhos, Bruno Mazzeo e Mônica Martelli viraram devotos e Paulo Gustavo (1978-2021) trouxe até uma peruca de presente para ela de uma de suas viagens a Nova York.

Heloisa Périssé em cena da peça 'A Iluminada', que estreia em São Paulo Foto: Viviane D´Ávilla.

Depois de tanto cuidar de pessoas queridas, Heloisa, de 56 anos, sentiu que era a hora da criadora receber os afagos de sua criatura e, em 2021, escreveu o monólogo cômico A Iluminada, que entra em cartaz nesta sexta, 2, no Teatro Unimed, sob a direção de Mauro Farias, marido da atriz. Tia Doro veio ao mundo Doroteia das Dores e superou todas as dificuldades possíveis na vida, por isso em suas palestras, que, além de motivacionais, são inspiradas na física quântica, ela revela sua visão do mundo cheia de gratidão. “O que mais ouço do público é ‘muito obrigado’, as pessoas dizem que eu as deixei mais felizes e motivadas e isso é inédito na minha carreira”, afirma. “Tem uma autoajuda grande neste espetáculo que me retroalimenta.”

Em junho de 2019, Heloísa começou a enfrentar um céu repleto de nebulosidade. Recebeu o diagnóstico de um câncer raro nas glândulas salivares. A atriz entendeu que não tinha tempo a perder, mergulhou em dezenas de tratamentos em busca da cura e, quando começou a cogitar uma volta ao trabalho, o mundo parou por causa da pandemia da Covid-19. “Acho que depois de tudo isso fiquei um pouco mais suave comigo”, reconhece. “Já penso que posso até ganhar na loteria porque o que parece difícil ficou fácil para mim.”

Um convite para levar a Portugal o espetáculo E Foram Quase Felizes para Sempre, de 2013, fez Heloisa aceitar a viagem, mas desde que fosse com uma peça nova. Ela então se sentou no computador e escreveu em menos de dois meses a história de Tia Dora, aquela velha conhecida dos seus amigos. Era a hora de se convencer de que lá no fundo do poço é possível descobrir uma cama elástica. “Tenho uma família ótima, sempre amei meus pais, meus irmãos, tudo o que não posso é assumir o papel de vítima e, através da minha arte, entendi que falaria comigo mesma.”

Heloísa sempre foi muito religiosa e apoiada na fé. Nos últimos anos, porém, prefere se definir apenas como cristã e deixou de frequentar qualquer tipo de igreja. “Já passei pela batista, pela presbiteriana, mas entendi que não preciso bater ponto em um lugar aos domingos, porque a igreja está dentro de nós e nos atos praticados no dia a dia”, diz.

A recente descoberta da física quântica, segundo ela, mudou sua cabeça. Começou a devorar um livro atrás do outro e entendeu, entre outras coisas, que neste mundo ninguém tem o controle de nada – uma certeza endossada depois da luta contra o câncer e da pandemia mundial. “Eu entendi que existem muitas possibilidades nesse planeta e somos livres para fazer as nossas próprias escolhas.”

As transformações também chegaram a sua carreira. Depois de 24 anos, a artista perdeu a estabilidade do contrato da Rede Globo neste fim de maio e a temporada paulistana marca sua volta ao mundo dos autônomos. Mesmo assim, ainda pode ser vista na terceira temporada da série Cine Holliúdy e enfrenta a maratona do quadro Dança dos Famosos, no Domingão com Huck. “Eu esperava por isso, aproveitei muito bem esse tempo e já comecei algumas conversas com a Netflix e a Amazon”, conta.

O movimento mais significativo projetado por Heloisa, porém, é mudar para trás das câmeras. Ela quer se voltar para o cinema, escrever roteiros e até dirigir filmes, algo que sempre desejou e considera que chegou a hora de buscar oportunidades. “Tem horas que a vida tira a gente daquele quentinho que estamos acostumados e nos coloca em situações que representarão a nossa maior felicidade”, comenta. “É só voar com as próprias asas.”

A Iluminada. Teatro Unimed. Alameda Santos, 2159. Sexta e sábado, 20h; domingo, 18h. R$ 80,00 e R$ 120,00. Até 30 de julho. A partir de sexta (2).

A Globo rompeu o contrato com Heloisa Périssé após 24 anos. O anúncio público foi feito nesta quinta-feira (1). Em entrevista ao Estadão antes da divulgação, a atriz disse que já estava com a saída acertada e não tinha sido apanhada de surpresa.

Enquanto preparava o monólogo cômico A Iluminada, na tarde de quarta-feira (31), ela contou terminou oficialmente naquele dia. Heloisa afirmou que já esperava por isso, que aproveitou bem esse tempo e que já começou conversas com a Netflix e a Amazon.

Ela também falou sobre a nova fase em sua vida e sua carreira. Heloisa se prepara para estrear A Iluminada no Teatro Unimed. O texto foi escrito depois de enfrentar um câncer e a pandemia.

Os bons amigos da atriz conhecem a personagem Tia Doro há pelo menos uns quinze anos. Ela é uma espécie de coach, uma palestrante motivacional, que aparecia em festas ou nos bastidores da televisão ou do teatro quando o astral de alguém pesava e a artista tratava de desanuviar a situação. Bastava Heloisa falar “sabe qual é meu nome? Tia Doro” que o sorriso voltava a iluminar o rosto do colega diante da sonoridade carinhosa. Ingrid Guimarães ouviu vários dos seus conselhos, Bruno Mazzeo e Mônica Martelli viraram devotos e Paulo Gustavo (1978-2021) trouxe até uma peruca de presente para ela de uma de suas viagens a Nova York.

Heloisa Périssé em cena da peça 'A Iluminada', que estreia em São Paulo Foto: Viviane D´Ávilla.

Depois de tanto cuidar de pessoas queridas, Heloisa, de 56 anos, sentiu que era a hora da criadora receber os afagos de sua criatura e, em 2021, escreveu o monólogo cômico A Iluminada, que entra em cartaz nesta sexta, 2, no Teatro Unimed, sob a direção de Mauro Farias, marido da atriz. Tia Doro veio ao mundo Doroteia das Dores e superou todas as dificuldades possíveis na vida, por isso em suas palestras, que, além de motivacionais, são inspiradas na física quântica, ela revela sua visão do mundo cheia de gratidão. “O que mais ouço do público é ‘muito obrigado’, as pessoas dizem que eu as deixei mais felizes e motivadas e isso é inédito na minha carreira”, afirma. “Tem uma autoajuda grande neste espetáculo que me retroalimenta.”

Em junho de 2019, Heloísa começou a enfrentar um céu repleto de nebulosidade. Recebeu o diagnóstico de um câncer raro nas glândulas salivares. A atriz entendeu que não tinha tempo a perder, mergulhou em dezenas de tratamentos em busca da cura e, quando começou a cogitar uma volta ao trabalho, o mundo parou por causa da pandemia da Covid-19. “Acho que depois de tudo isso fiquei um pouco mais suave comigo”, reconhece. “Já penso que posso até ganhar na loteria porque o que parece difícil ficou fácil para mim.”

Um convite para levar a Portugal o espetáculo E Foram Quase Felizes para Sempre, de 2013, fez Heloisa aceitar a viagem, mas desde que fosse com uma peça nova. Ela então se sentou no computador e escreveu em menos de dois meses a história de Tia Dora, aquela velha conhecida dos seus amigos. Era a hora de se convencer de que lá no fundo do poço é possível descobrir uma cama elástica. “Tenho uma família ótima, sempre amei meus pais, meus irmãos, tudo o que não posso é assumir o papel de vítima e, através da minha arte, entendi que falaria comigo mesma.”

Heloísa sempre foi muito religiosa e apoiada na fé. Nos últimos anos, porém, prefere se definir apenas como cristã e deixou de frequentar qualquer tipo de igreja. “Já passei pela batista, pela presbiteriana, mas entendi que não preciso bater ponto em um lugar aos domingos, porque a igreja está dentro de nós e nos atos praticados no dia a dia”, diz.

A recente descoberta da física quântica, segundo ela, mudou sua cabeça. Começou a devorar um livro atrás do outro e entendeu, entre outras coisas, que neste mundo ninguém tem o controle de nada – uma certeza endossada depois da luta contra o câncer e da pandemia mundial. “Eu entendi que existem muitas possibilidades nesse planeta e somos livres para fazer as nossas próprias escolhas.”

As transformações também chegaram a sua carreira. Depois de 24 anos, a artista perdeu a estabilidade do contrato da Rede Globo neste fim de maio e a temporada paulistana marca sua volta ao mundo dos autônomos. Mesmo assim, ainda pode ser vista na terceira temporada da série Cine Holliúdy e enfrenta a maratona do quadro Dança dos Famosos, no Domingão com Huck. “Eu esperava por isso, aproveitei muito bem esse tempo e já comecei algumas conversas com a Netflix e a Amazon”, conta.

O movimento mais significativo projetado por Heloisa, porém, é mudar para trás das câmeras. Ela quer se voltar para o cinema, escrever roteiros e até dirigir filmes, algo que sempre desejou e considera que chegou a hora de buscar oportunidades. “Tem horas que a vida tira a gente daquele quentinho que estamos acostumados e nos coloca em situações que representarão a nossa maior felicidade”, comenta. “É só voar com as próprias asas.”

A Iluminada. Teatro Unimed. Alameda Santos, 2159. Sexta e sábado, 20h; domingo, 18h. R$ 80,00 e R$ 120,00. Até 30 de julho. A partir de sexta (2).

A Globo rompeu o contrato com Heloisa Périssé após 24 anos. O anúncio público foi feito nesta quinta-feira (1). Em entrevista ao Estadão antes da divulgação, a atriz disse que já estava com a saída acertada e não tinha sido apanhada de surpresa.

Enquanto preparava o monólogo cômico A Iluminada, na tarde de quarta-feira (31), ela contou terminou oficialmente naquele dia. Heloisa afirmou que já esperava por isso, que aproveitou bem esse tempo e que já começou conversas com a Netflix e a Amazon.

Ela também falou sobre a nova fase em sua vida e sua carreira. Heloisa se prepara para estrear A Iluminada no Teatro Unimed. O texto foi escrito depois de enfrentar um câncer e a pandemia.

Os bons amigos da atriz conhecem a personagem Tia Doro há pelo menos uns quinze anos. Ela é uma espécie de coach, uma palestrante motivacional, que aparecia em festas ou nos bastidores da televisão ou do teatro quando o astral de alguém pesava e a artista tratava de desanuviar a situação. Bastava Heloisa falar “sabe qual é meu nome? Tia Doro” que o sorriso voltava a iluminar o rosto do colega diante da sonoridade carinhosa. Ingrid Guimarães ouviu vários dos seus conselhos, Bruno Mazzeo e Mônica Martelli viraram devotos e Paulo Gustavo (1978-2021) trouxe até uma peruca de presente para ela de uma de suas viagens a Nova York.

Heloisa Périssé em cena da peça 'A Iluminada', que estreia em São Paulo Foto: Viviane D´Ávilla.

Depois de tanto cuidar de pessoas queridas, Heloisa, de 56 anos, sentiu que era a hora da criadora receber os afagos de sua criatura e, em 2021, escreveu o monólogo cômico A Iluminada, que entra em cartaz nesta sexta, 2, no Teatro Unimed, sob a direção de Mauro Farias, marido da atriz. Tia Doro veio ao mundo Doroteia das Dores e superou todas as dificuldades possíveis na vida, por isso em suas palestras, que, além de motivacionais, são inspiradas na física quântica, ela revela sua visão do mundo cheia de gratidão. “O que mais ouço do público é ‘muito obrigado’, as pessoas dizem que eu as deixei mais felizes e motivadas e isso é inédito na minha carreira”, afirma. “Tem uma autoajuda grande neste espetáculo que me retroalimenta.”

Em junho de 2019, Heloísa começou a enfrentar um céu repleto de nebulosidade. Recebeu o diagnóstico de um câncer raro nas glândulas salivares. A atriz entendeu que não tinha tempo a perder, mergulhou em dezenas de tratamentos em busca da cura e, quando começou a cogitar uma volta ao trabalho, o mundo parou por causa da pandemia da Covid-19. “Acho que depois de tudo isso fiquei um pouco mais suave comigo”, reconhece. “Já penso que posso até ganhar na loteria porque o que parece difícil ficou fácil para mim.”

Um convite para levar a Portugal o espetáculo E Foram Quase Felizes para Sempre, de 2013, fez Heloisa aceitar a viagem, mas desde que fosse com uma peça nova. Ela então se sentou no computador e escreveu em menos de dois meses a história de Tia Dora, aquela velha conhecida dos seus amigos. Era a hora de se convencer de que lá no fundo do poço é possível descobrir uma cama elástica. “Tenho uma família ótima, sempre amei meus pais, meus irmãos, tudo o que não posso é assumir o papel de vítima e, através da minha arte, entendi que falaria comigo mesma.”

Heloísa sempre foi muito religiosa e apoiada na fé. Nos últimos anos, porém, prefere se definir apenas como cristã e deixou de frequentar qualquer tipo de igreja. “Já passei pela batista, pela presbiteriana, mas entendi que não preciso bater ponto em um lugar aos domingos, porque a igreja está dentro de nós e nos atos praticados no dia a dia”, diz.

A recente descoberta da física quântica, segundo ela, mudou sua cabeça. Começou a devorar um livro atrás do outro e entendeu, entre outras coisas, que neste mundo ninguém tem o controle de nada – uma certeza endossada depois da luta contra o câncer e da pandemia mundial. “Eu entendi que existem muitas possibilidades nesse planeta e somos livres para fazer as nossas próprias escolhas.”

As transformações também chegaram a sua carreira. Depois de 24 anos, a artista perdeu a estabilidade do contrato da Rede Globo neste fim de maio e a temporada paulistana marca sua volta ao mundo dos autônomos. Mesmo assim, ainda pode ser vista na terceira temporada da série Cine Holliúdy e enfrenta a maratona do quadro Dança dos Famosos, no Domingão com Huck. “Eu esperava por isso, aproveitei muito bem esse tempo e já comecei algumas conversas com a Netflix e a Amazon”, conta.

O movimento mais significativo projetado por Heloisa, porém, é mudar para trás das câmeras. Ela quer se voltar para o cinema, escrever roteiros e até dirigir filmes, algo que sempre desejou e considera que chegou a hora de buscar oportunidades. “Tem horas que a vida tira a gente daquele quentinho que estamos acostumados e nos coloca em situações que representarão a nossa maior felicidade”, comenta. “É só voar com as próprias asas.”

A Iluminada. Teatro Unimed. Alameda Santos, 2159. Sexta e sábado, 20h; domingo, 18h. R$ 80,00 e R$ 120,00. Até 30 de julho. A partir de sexta (2).

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