Denise Stoklos compartilha experiências com atores em curso


"Já faz um tempo que não dou cursos. Sempre que eu me apresentava, as pessoas ficavam pedindo. Artistas são pessoas muito interessadas em estudar e um curso desse não se encontra na agenda de escolas tradicionais", conta ela

Por Leandro Nunes

Na canção E Você?, Gabriel O Pensador já comparava a sua ideologia inconformada e sem partido com a da atriz e criadora do chamado Teatro Essencial, do qual a paranaense afirma que todos são capazes de praticar. Longe dos palcos desde 2012, quando encerrou temporada do espetáculo Preferiria Não?!, adaptação de Bartleby, o Escrivão, de Herman Melville (1819-1891), Denise Stoklos retorna e compartilha sua experiência com atores e interessados em um curso que começa nesta segunda-feira, 31. “Já faz um tempo que não dou cursos. Sempre que eu me apresentava, as pessoas ficavam pedindo. Artistas são pessoas muito interessadas em estudar e um curso desse não se encontra na agenda de escolas tradicionais”, conta ela. 

Sua pesquisa em torno da essencialidade do ator será o foco do aprendizado. Nela, o intérprete tem a oportunidade de assinar um texto, adaptar a obra para o palco, dirigir o espetáculo, criar a trilha, iluminação e atuar. “Venho tentando sistematizar, metodizar esse trabalho que chamo de teatro essencial. É um percurso cheio de perguntas no qual vamos perguntar juntos. Quem sabe as minhas perguntas serão de interesse?”

Atriz Denise Stoklos. Foto: Thais Stoklos Foto:
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A razão se compreende pelos 47 anos de carreira que se iniciou com a estreia de Círculo na Lua, Lama na Rua. A montagem buscava potencializar a criatividade do ator e expandir suas habilidades cênicas. Em suma, um teatro engajado na forma. Na solução disso, o teatro revolucionário da atriz lança mão de explorar outras vias mais autônomas. Diferente da luta armada, a reflexão de Denise caminha ao lado das ideias de Por Uma Outra Globalização, do geógrafo brasileiro Milton Santos (1926-2001). “Não é que o sistema esteja tornando minha vida impossível. Preciso me relacionar com isso de outra forma. O como tem mais importância. Há que se criar sistemas paralelos, não dá para parar porque eles querem. Meu teatro tem que ser uma atitude revolucionária para que a gente possa assumir o controle e mudar essa relações de poder”, ressalta.

Em 1989, a atriz especializou-se em mímica em Londres onde desenvolveu o primeiro solo chamado Denise Stoklos – One Woman Show. Em 1994, seu espetáculo Mary Stuart foi considerado um dos melhores na programação do festival internacional de Edimburgo. Para além do teatro, compôs letras que musicou no show Jardim de Meteoros e realizou no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro a exposição Cenas de um Cantar com fotografias inspiradas em canções da cantora Nina Simone. 

Assim, de volta ao teatro, defende a criação de espetáculos nos quais seja possível pensar integralmente autoria, direção, figurino, iluminação e trilha sonora. E a maneira de criar mostrou-se disponível no palco e no corpo do ator. De acordo com Denise, o objetivo é negar o controle de um sistema estético conservador que barra atores de pensarem suas peças por completo. “Basta que o artista tenha uma história para contar e um corpo que se expresse. Quanto mais pessoas desautorizadas, mais fácil para o poder existir e continuar atuando. O teatro essencial busca as forças de cada um para negar esse mundo com um filtro tão pequenininho.” Além do curso, Denise promete uma estreia para este ano. Sem fornecer maiores detalhes, ela estreia o solo no dia 13 de novembro no Sesc Consolação.

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E diante do atual cenário político brasileiro, Denise retoma seu teatro como um prisma para enxergar. Deixada aos nossos próprios cuidados, a arte pode empreender outras perspectivas. “Não é por meio dos partidos que me coloco, mas me posiciono porque estamos todos ligados à necessidade de desautorizar quem quer que seja que esteja querendo ditar nossa vida. Todo sistema é baseado em lobistas e eles estão trabalhando para que a gente ache que possui o poder. As leis e as religiões fazem isso no País. Mas a grande verdade é que não tem mais ninguém cuidando da gente. Estamos sozinhos no mundo, não dá para responsabilizar ninguém. É também uma questão existencial e revolucionária fazer esse tipo de teatro.” 

INTRODUÇÃO AO TEATRO ESSENCIAL B_arco. R. Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 246. Tel.: 3081-6986. 2ª a 6ª, 19h/23h. Até 3/9

Na canção E Você?, Gabriel O Pensador já comparava a sua ideologia inconformada e sem partido com a da atriz e criadora do chamado Teatro Essencial, do qual a paranaense afirma que todos são capazes de praticar. Longe dos palcos desde 2012, quando encerrou temporada do espetáculo Preferiria Não?!, adaptação de Bartleby, o Escrivão, de Herman Melville (1819-1891), Denise Stoklos retorna e compartilha sua experiência com atores e interessados em um curso que começa nesta segunda-feira, 31. “Já faz um tempo que não dou cursos. Sempre que eu me apresentava, as pessoas ficavam pedindo. Artistas são pessoas muito interessadas em estudar e um curso desse não se encontra na agenda de escolas tradicionais”, conta ela. 

Sua pesquisa em torno da essencialidade do ator será o foco do aprendizado. Nela, o intérprete tem a oportunidade de assinar um texto, adaptar a obra para o palco, dirigir o espetáculo, criar a trilha, iluminação e atuar. “Venho tentando sistematizar, metodizar esse trabalho que chamo de teatro essencial. É um percurso cheio de perguntas no qual vamos perguntar juntos. Quem sabe as minhas perguntas serão de interesse?”

Atriz Denise Stoklos. Foto: Thais Stoklos Foto:

A razão se compreende pelos 47 anos de carreira que se iniciou com a estreia de Círculo na Lua, Lama na Rua. A montagem buscava potencializar a criatividade do ator e expandir suas habilidades cênicas. Em suma, um teatro engajado na forma. Na solução disso, o teatro revolucionário da atriz lança mão de explorar outras vias mais autônomas. Diferente da luta armada, a reflexão de Denise caminha ao lado das ideias de Por Uma Outra Globalização, do geógrafo brasileiro Milton Santos (1926-2001). “Não é que o sistema esteja tornando minha vida impossível. Preciso me relacionar com isso de outra forma. O como tem mais importância. Há que se criar sistemas paralelos, não dá para parar porque eles querem. Meu teatro tem que ser uma atitude revolucionária para que a gente possa assumir o controle e mudar essa relações de poder”, ressalta.

Em 1989, a atriz especializou-se em mímica em Londres onde desenvolveu o primeiro solo chamado Denise Stoklos – One Woman Show. Em 1994, seu espetáculo Mary Stuart foi considerado um dos melhores na programação do festival internacional de Edimburgo. Para além do teatro, compôs letras que musicou no show Jardim de Meteoros e realizou no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro a exposição Cenas de um Cantar com fotografias inspiradas em canções da cantora Nina Simone. 

Assim, de volta ao teatro, defende a criação de espetáculos nos quais seja possível pensar integralmente autoria, direção, figurino, iluminação e trilha sonora. E a maneira de criar mostrou-se disponível no palco e no corpo do ator. De acordo com Denise, o objetivo é negar o controle de um sistema estético conservador que barra atores de pensarem suas peças por completo. “Basta que o artista tenha uma história para contar e um corpo que se expresse. Quanto mais pessoas desautorizadas, mais fácil para o poder existir e continuar atuando. O teatro essencial busca as forças de cada um para negar esse mundo com um filtro tão pequenininho.” Além do curso, Denise promete uma estreia para este ano. Sem fornecer maiores detalhes, ela estreia o solo no dia 13 de novembro no Sesc Consolação.

E diante do atual cenário político brasileiro, Denise retoma seu teatro como um prisma para enxergar. Deixada aos nossos próprios cuidados, a arte pode empreender outras perspectivas. “Não é por meio dos partidos que me coloco, mas me posiciono porque estamos todos ligados à necessidade de desautorizar quem quer que seja que esteja querendo ditar nossa vida. Todo sistema é baseado em lobistas e eles estão trabalhando para que a gente ache que possui o poder. As leis e as religiões fazem isso no País. Mas a grande verdade é que não tem mais ninguém cuidando da gente. Estamos sozinhos no mundo, não dá para responsabilizar ninguém. É também uma questão existencial e revolucionária fazer esse tipo de teatro.” 

INTRODUÇÃO AO TEATRO ESSENCIAL B_arco. R. Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 246. Tel.: 3081-6986. 2ª a 6ª, 19h/23h. Até 3/9

Na canção E Você?, Gabriel O Pensador já comparava a sua ideologia inconformada e sem partido com a da atriz e criadora do chamado Teatro Essencial, do qual a paranaense afirma que todos são capazes de praticar. Longe dos palcos desde 2012, quando encerrou temporada do espetáculo Preferiria Não?!, adaptação de Bartleby, o Escrivão, de Herman Melville (1819-1891), Denise Stoklos retorna e compartilha sua experiência com atores e interessados em um curso que começa nesta segunda-feira, 31. “Já faz um tempo que não dou cursos. Sempre que eu me apresentava, as pessoas ficavam pedindo. Artistas são pessoas muito interessadas em estudar e um curso desse não se encontra na agenda de escolas tradicionais”, conta ela. 

Sua pesquisa em torno da essencialidade do ator será o foco do aprendizado. Nela, o intérprete tem a oportunidade de assinar um texto, adaptar a obra para o palco, dirigir o espetáculo, criar a trilha, iluminação e atuar. “Venho tentando sistematizar, metodizar esse trabalho que chamo de teatro essencial. É um percurso cheio de perguntas no qual vamos perguntar juntos. Quem sabe as minhas perguntas serão de interesse?”

Atriz Denise Stoklos. Foto: Thais Stoklos Foto:

A razão se compreende pelos 47 anos de carreira que se iniciou com a estreia de Círculo na Lua, Lama na Rua. A montagem buscava potencializar a criatividade do ator e expandir suas habilidades cênicas. Em suma, um teatro engajado na forma. Na solução disso, o teatro revolucionário da atriz lança mão de explorar outras vias mais autônomas. Diferente da luta armada, a reflexão de Denise caminha ao lado das ideias de Por Uma Outra Globalização, do geógrafo brasileiro Milton Santos (1926-2001). “Não é que o sistema esteja tornando minha vida impossível. Preciso me relacionar com isso de outra forma. O como tem mais importância. Há que se criar sistemas paralelos, não dá para parar porque eles querem. Meu teatro tem que ser uma atitude revolucionária para que a gente possa assumir o controle e mudar essa relações de poder”, ressalta.

Em 1989, a atriz especializou-se em mímica em Londres onde desenvolveu o primeiro solo chamado Denise Stoklos – One Woman Show. Em 1994, seu espetáculo Mary Stuart foi considerado um dos melhores na programação do festival internacional de Edimburgo. Para além do teatro, compôs letras que musicou no show Jardim de Meteoros e realizou no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro a exposição Cenas de um Cantar com fotografias inspiradas em canções da cantora Nina Simone. 

Assim, de volta ao teatro, defende a criação de espetáculos nos quais seja possível pensar integralmente autoria, direção, figurino, iluminação e trilha sonora. E a maneira de criar mostrou-se disponível no palco e no corpo do ator. De acordo com Denise, o objetivo é negar o controle de um sistema estético conservador que barra atores de pensarem suas peças por completo. “Basta que o artista tenha uma história para contar e um corpo que se expresse. Quanto mais pessoas desautorizadas, mais fácil para o poder existir e continuar atuando. O teatro essencial busca as forças de cada um para negar esse mundo com um filtro tão pequenininho.” Além do curso, Denise promete uma estreia para este ano. Sem fornecer maiores detalhes, ela estreia o solo no dia 13 de novembro no Sesc Consolação.

E diante do atual cenário político brasileiro, Denise retoma seu teatro como um prisma para enxergar. Deixada aos nossos próprios cuidados, a arte pode empreender outras perspectivas. “Não é por meio dos partidos que me coloco, mas me posiciono porque estamos todos ligados à necessidade de desautorizar quem quer que seja que esteja querendo ditar nossa vida. Todo sistema é baseado em lobistas e eles estão trabalhando para que a gente ache que possui o poder. As leis e as religiões fazem isso no País. Mas a grande verdade é que não tem mais ninguém cuidando da gente. Estamos sozinhos no mundo, não dá para responsabilizar ninguém. É também uma questão existencial e revolucionária fazer esse tipo de teatro.” 

INTRODUÇÃO AO TEATRO ESSENCIAL B_arco. R. Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 246. Tel.: 3081-6986. 2ª a 6ª, 19h/23h. Até 3/9

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