Iara Jamra comemora 40 anos de carreira com a peça ‘Feliz Dia das Mães’


No espetáculo, que estreia na sexta, atriz vive dramas de uma octogenária com a doença de Alzheimer 

Por Bruno Cavalcanti
Atualização:

Foi em 1982 que, ingressando no grupo Pod Minoga, de onde saíram nomes como Carlos Moreno, Mira Haar e o dramaturgo Naum Alves de Souza (1942-2016), a atriz Iara Jamra deu o pontapé inicial em uma carreira que, neste 2022, chega aos 40 anos a serem celebrados no palco a partir de sexta, 8, quando a artista estreia Feliz Dia das Mães, comédia de Dan Rosseto em que Jamra encabeça elenco formado por outros sete atores.

“Não vejo isso de 40 anos, não sinto esse número”, declara a atriz, que diz se considerar sempre uma iniciante em cena. Embora soe como modéstia, a sensação tem um motivo prático: ao longo de quatro décadas, Jamra espaçou seus trabalhos no cinema, no teatro e na TV - embora, entre filmes, curtas, minisséries, novelas e participações em humorísticos, ela tenha mais de 50 títulos apenas em filmografia.

Cena da peça 'Feliz Dia das Mães', de Dan Rosseto, com Iara Jamra Foto: Felix Graça
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“Não sei bem o motivo, mas fiz poucas coisas comparando com o que poderia ter feito. Mas não reclamo, gosto muito de tudo o que fiz e mais ainda do que estou fazendo”. Em Feliz Dia das Mães, Jamra dá vida à dona Alma, uma octogenária que reúne os três filhos para um almoço de dia das mães. Conflituosa, a relação com a família só encontra paz com a presença de Eugênia, sua única neta.

Papéis invertidos

“Ela é uma garota super underground, enquanto Alma parece uma senhora pacífica e a peça vai mostrando como os papéis se invertem”, explica Dan Rosseto, que assina o texto e a direção da montagem a ser levada ao palco do Teatro Morumbi Shopping. O elenco inclui nomes de escolas distintas, como Ivan Parente, Nicole Cordery, José Trassi, Felipe Hintze, Vanessa Goulart, Daniel Ortega e Larissa Ferrara.

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Feliz Dia das Mães é, na visão de Rosseto, mais que o retrato cômico de uma família. É uma visão sobre uma sociedade pós-pandêmica. “Eu queria que as pessoas saíssem do teatro tendo mais empatia e carinho umas pelas outras. Passamos por uma pandemia e o quanto aprendemos de fato? Discursamos sobre amor, empatia, olhar para o próximo, mas será que a gente já não voltou para nossa meta de vida, talvez até com mais fome de chegar a algum lugar? E a gente não chega no outro. A peça fala sobre chegar no outro pelo riso.”

É uma comédia que te coloca para pensar em diferentes perspectivas

Iara Jamra, Atriz

O riso foi, inclusive, uma das razões que encantaram Jamra a ponto de aceitar não apenas o papel mas, também, celebrar quatro décadas de uma carreira repleta de sucessos, entre eles o clássico programa infantil Rá-Tim-Bum, o humorístico Zorra Total e o espetáculo O Caderno Rosa de Lori-Lamby, de Hilda Hilst

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“A personagem é muito boa e a discussão é muito pertinente. É uma comédia que te coloca para pensar em diferentes perspectivas”, declara. O fundo dramático é o mal de Alzheimer que acomete sua personagem e leva a neta, uma atriz frustrada, a armar com a família uma grande encenação em que todos os encontros se passam no Dia das Mães. 

Poesia

“Quando criei a personagem, quis trazer essa poesia na qual todo dia deveria ser Dia das Mães, e achei que o Alzheimer funcionaria melhor. Ao longo da encenação, estão todos cansados, estressados, sem conseguir se entender. O Alzheimer é uma pimenta para discutir como as famílias lidam com isso”, explica o dramaturgo.

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“Antigamente, você via que as pessoas iam ficando esquecidas, você punha numa casa de repouso e pronto. Hoje a medicina avançou muito e estamos aprendendo a lidar com isso”, complementa Jamra. 

Eu queria que as pessoas saíssem do teatro tendo mais empatia e carinho umas pelas outras

Dan Rosseto, Diretor

“Eu não tenho a pretensão de fazer uma peça clássica, cabeça, eu adoro esse gênero, adoro a comédia, com ou sem fundo dramático. Eu sou uma atriz muito intuitiva, então as coisas precisam me tocar, sabe? Eu amava fazer o Zorra Total, por exemplo.”

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A dupla, que já havia trabalhado em conjunto há três anos, em Visceral, pretende expandir a parceria com um espetáculo que narra o encontro de quatro senhoras para jogar bingo e tudo muda quando uma mata o amante e esconde o corpo no banheiro. “Eu amo!”, celebra Jamra que, se depender de Rosseto, não permanecerá mais distante dos palcos por muito tempo.

A atriz Iara Jamra completa 40 anos de trajetória artística Foto: Alex Silva/ Estadão - 5/3/2015

Serviço

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Feliz Dia das Mães Teatro Morumbi Shopping. Av. Roque Petroni Júnior, 1089.  6ª e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 80. Até 28/8

Foi em 1982 que, ingressando no grupo Pod Minoga, de onde saíram nomes como Carlos Moreno, Mira Haar e o dramaturgo Naum Alves de Souza (1942-2016), a atriz Iara Jamra deu o pontapé inicial em uma carreira que, neste 2022, chega aos 40 anos a serem celebrados no palco a partir de sexta, 8, quando a artista estreia Feliz Dia das Mães, comédia de Dan Rosseto em que Jamra encabeça elenco formado por outros sete atores.

“Não vejo isso de 40 anos, não sinto esse número”, declara a atriz, que diz se considerar sempre uma iniciante em cena. Embora soe como modéstia, a sensação tem um motivo prático: ao longo de quatro décadas, Jamra espaçou seus trabalhos no cinema, no teatro e na TV - embora, entre filmes, curtas, minisséries, novelas e participações em humorísticos, ela tenha mais de 50 títulos apenas em filmografia.

Cena da peça 'Feliz Dia das Mães', de Dan Rosseto, com Iara Jamra Foto: Felix Graça

“Não sei bem o motivo, mas fiz poucas coisas comparando com o que poderia ter feito. Mas não reclamo, gosto muito de tudo o que fiz e mais ainda do que estou fazendo”. Em Feliz Dia das Mães, Jamra dá vida à dona Alma, uma octogenária que reúne os três filhos para um almoço de dia das mães. Conflituosa, a relação com a família só encontra paz com a presença de Eugênia, sua única neta.

Papéis invertidos

“Ela é uma garota super underground, enquanto Alma parece uma senhora pacífica e a peça vai mostrando como os papéis se invertem”, explica Dan Rosseto, que assina o texto e a direção da montagem a ser levada ao palco do Teatro Morumbi Shopping. O elenco inclui nomes de escolas distintas, como Ivan Parente, Nicole Cordery, José Trassi, Felipe Hintze, Vanessa Goulart, Daniel Ortega e Larissa Ferrara.

Feliz Dia das Mães é, na visão de Rosseto, mais que o retrato cômico de uma família. É uma visão sobre uma sociedade pós-pandêmica. “Eu queria que as pessoas saíssem do teatro tendo mais empatia e carinho umas pelas outras. Passamos por uma pandemia e o quanto aprendemos de fato? Discursamos sobre amor, empatia, olhar para o próximo, mas será que a gente já não voltou para nossa meta de vida, talvez até com mais fome de chegar a algum lugar? E a gente não chega no outro. A peça fala sobre chegar no outro pelo riso.”

É uma comédia que te coloca para pensar em diferentes perspectivas

Iara Jamra, Atriz

O riso foi, inclusive, uma das razões que encantaram Jamra a ponto de aceitar não apenas o papel mas, também, celebrar quatro décadas de uma carreira repleta de sucessos, entre eles o clássico programa infantil Rá-Tim-Bum, o humorístico Zorra Total e o espetáculo O Caderno Rosa de Lori-Lamby, de Hilda Hilst

“A personagem é muito boa e a discussão é muito pertinente. É uma comédia que te coloca para pensar em diferentes perspectivas”, declara. O fundo dramático é o mal de Alzheimer que acomete sua personagem e leva a neta, uma atriz frustrada, a armar com a família uma grande encenação em que todos os encontros se passam no Dia das Mães. 

Poesia

“Quando criei a personagem, quis trazer essa poesia na qual todo dia deveria ser Dia das Mães, e achei que o Alzheimer funcionaria melhor. Ao longo da encenação, estão todos cansados, estressados, sem conseguir se entender. O Alzheimer é uma pimenta para discutir como as famílias lidam com isso”, explica o dramaturgo.

“Antigamente, você via que as pessoas iam ficando esquecidas, você punha numa casa de repouso e pronto. Hoje a medicina avançou muito e estamos aprendendo a lidar com isso”, complementa Jamra. 

Eu queria que as pessoas saíssem do teatro tendo mais empatia e carinho umas pelas outras

Dan Rosseto, Diretor

“Eu não tenho a pretensão de fazer uma peça clássica, cabeça, eu adoro esse gênero, adoro a comédia, com ou sem fundo dramático. Eu sou uma atriz muito intuitiva, então as coisas precisam me tocar, sabe? Eu amava fazer o Zorra Total, por exemplo.”

A dupla, que já havia trabalhado em conjunto há três anos, em Visceral, pretende expandir a parceria com um espetáculo que narra o encontro de quatro senhoras para jogar bingo e tudo muda quando uma mata o amante e esconde o corpo no banheiro. “Eu amo!”, celebra Jamra que, se depender de Rosseto, não permanecerá mais distante dos palcos por muito tempo.

A atriz Iara Jamra completa 40 anos de trajetória artística Foto: Alex Silva/ Estadão - 5/3/2015

Serviço

Feliz Dia das Mães Teatro Morumbi Shopping. Av. Roque Petroni Júnior, 1089.  6ª e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 80. Até 28/8

Foi em 1982 que, ingressando no grupo Pod Minoga, de onde saíram nomes como Carlos Moreno, Mira Haar e o dramaturgo Naum Alves de Souza (1942-2016), a atriz Iara Jamra deu o pontapé inicial em uma carreira que, neste 2022, chega aos 40 anos a serem celebrados no palco a partir de sexta, 8, quando a artista estreia Feliz Dia das Mães, comédia de Dan Rosseto em que Jamra encabeça elenco formado por outros sete atores.

“Não vejo isso de 40 anos, não sinto esse número”, declara a atriz, que diz se considerar sempre uma iniciante em cena. Embora soe como modéstia, a sensação tem um motivo prático: ao longo de quatro décadas, Jamra espaçou seus trabalhos no cinema, no teatro e na TV - embora, entre filmes, curtas, minisséries, novelas e participações em humorísticos, ela tenha mais de 50 títulos apenas em filmografia.

Cena da peça 'Feliz Dia das Mães', de Dan Rosseto, com Iara Jamra Foto: Felix Graça

“Não sei bem o motivo, mas fiz poucas coisas comparando com o que poderia ter feito. Mas não reclamo, gosto muito de tudo o que fiz e mais ainda do que estou fazendo”. Em Feliz Dia das Mães, Jamra dá vida à dona Alma, uma octogenária que reúne os três filhos para um almoço de dia das mães. Conflituosa, a relação com a família só encontra paz com a presença de Eugênia, sua única neta.

Papéis invertidos

“Ela é uma garota super underground, enquanto Alma parece uma senhora pacífica e a peça vai mostrando como os papéis se invertem”, explica Dan Rosseto, que assina o texto e a direção da montagem a ser levada ao palco do Teatro Morumbi Shopping. O elenco inclui nomes de escolas distintas, como Ivan Parente, Nicole Cordery, José Trassi, Felipe Hintze, Vanessa Goulart, Daniel Ortega e Larissa Ferrara.

Feliz Dia das Mães é, na visão de Rosseto, mais que o retrato cômico de uma família. É uma visão sobre uma sociedade pós-pandêmica. “Eu queria que as pessoas saíssem do teatro tendo mais empatia e carinho umas pelas outras. Passamos por uma pandemia e o quanto aprendemos de fato? Discursamos sobre amor, empatia, olhar para o próximo, mas será que a gente já não voltou para nossa meta de vida, talvez até com mais fome de chegar a algum lugar? E a gente não chega no outro. A peça fala sobre chegar no outro pelo riso.”

É uma comédia que te coloca para pensar em diferentes perspectivas

Iara Jamra, Atriz

O riso foi, inclusive, uma das razões que encantaram Jamra a ponto de aceitar não apenas o papel mas, também, celebrar quatro décadas de uma carreira repleta de sucessos, entre eles o clássico programa infantil Rá-Tim-Bum, o humorístico Zorra Total e o espetáculo O Caderno Rosa de Lori-Lamby, de Hilda Hilst

“A personagem é muito boa e a discussão é muito pertinente. É uma comédia que te coloca para pensar em diferentes perspectivas”, declara. O fundo dramático é o mal de Alzheimer que acomete sua personagem e leva a neta, uma atriz frustrada, a armar com a família uma grande encenação em que todos os encontros se passam no Dia das Mães. 

Poesia

“Quando criei a personagem, quis trazer essa poesia na qual todo dia deveria ser Dia das Mães, e achei que o Alzheimer funcionaria melhor. Ao longo da encenação, estão todos cansados, estressados, sem conseguir se entender. O Alzheimer é uma pimenta para discutir como as famílias lidam com isso”, explica o dramaturgo.

“Antigamente, você via que as pessoas iam ficando esquecidas, você punha numa casa de repouso e pronto. Hoje a medicina avançou muito e estamos aprendendo a lidar com isso”, complementa Jamra. 

Eu queria que as pessoas saíssem do teatro tendo mais empatia e carinho umas pelas outras

Dan Rosseto, Diretor

“Eu não tenho a pretensão de fazer uma peça clássica, cabeça, eu adoro esse gênero, adoro a comédia, com ou sem fundo dramático. Eu sou uma atriz muito intuitiva, então as coisas precisam me tocar, sabe? Eu amava fazer o Zorra Total, por exemplo.”

A dupla, que já havia trabalhado em conjunto há três anos, em Visceral, pretende expandir a parceria com um espetáculo que narra o encontro de quatro senhoras para jogar bingo e tudo muda quando uma mata o amante e esconde o corpo no banheiro. “Eu amo!”, celebra Jamra que, se depender de Rosseto, não permanecerá mais distante dos palcos por muito tempo.

A atriz Iara Jamra completa 40 anos de trajetória artística Foto: Alex Silva/ Estadão - 5/3/2015

Serviço

Feliz Dia das Mães Teatro Morumbi Shopping. Av. Roque Petroni Júnior, 1089.  6ª e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 80. Até 28/8

Foi em 1982 que, ingressando no grupo Pod Minoga, de onde saíram nomes como Carlos Moreno, Mira Haar e o dramaturgo Naum Alves de Souza (1942-2016), a atriz Iara Jamra deu o pontapé inicial em uma carreira que, neste 2022, chega aos 40 anos a serem celebrados no palco a partir de sexta, 8, quando a artista estreia Feliz Dia das Mães, comédia de Dan Rosseto em que Jamra encabeça elenco formado por outros sete atores.

“Não vejo isso de 40 anos, não sinto esse número”, declara a atriz, que diz se considerar sempre uma iniciante em cena. Embora soe como modéstia, a sensação tem um motivo prático: ao longo de quatro décadas, Jamra espaçou seus trabalhos no cinema, no teatro e na TV - embora, entre filmes, curtas, minisséries, novelas e participações em humorísticos, ela tenha mais de 50 títulos apenas em filmografia.

Cena da peça 'Feliz Dia das Mães', de Dan Rosseto, com Iara Jamra Foto: Felix Graça

“Não sei bem o motivo, mas fiz poucas coisas comparando com o que poderia ter feito. Mas não reclamo, gosto muito de tudo o que fiz e mais ainda do que estou fazendo”. Em Feliz Dia das Mães, Jamra dá vida à dona Alma, uma octogenária que reúne os três filhos para um almoço de dia das mães. Conflituosa, a relação com a família só encontra paz com a presença de Eugênia, sua única neta.

Papéis invertidos

“Ela é uma garota super underground, enquanto Alma parece uma senhora pacífica e a peça vai mostrando como os papéis se invertem”, explica Dan Rosseto, que assina o texto e a direção da montagem a ser levada ao palco do Teatro Morumbi Shopping. O elenco inclui nomes de escolas distintas, como Ivan Parente, Nicole Cordery, José Trassi, Felipe Hintze, Vanessa Goulart, Daniel Ortega e Larissa Ferrara.

Feliz Dia das Mães é, na visão de Rosseto, mais que o retrato cômico de uma família. É uma visão sobre uma sociedade pós-pandêmica. “Eu queria que as pessoas saíssem do teatro tendo mais empatia e carinho umas pelas outras. Passamos por uma pandemia e o quanto aprendemos de fato? Discursamos sobre amor, empatia, olhar para o próximo, mas será que a gente já não voltou para nossa meta de vida, talvez até com mais fome de chegar a algum lugar? E a gente não chega no outro. A peça fala sobre chegar no outro pelo riso.”

É uma comédia que te coloca para pensar em diferentes perspectivas

Iara Jamra, Atriz

O riso foi, inclusive, uma das razões que encantaram Jamra a ponto de aceitar não apenas o papel mas, também, celebrar quatro décadas de uma carreira repleta de sucessos, entre eles o clássico programa infantil Rá-Tim-Bum, o humorístico Zorra Total e o espetáculo O Caderno Rosa de Lori-Lamby, de Hilda Hilst

“A personagem é muito boa e a discussão é muito pertinente. É uma comédia que te coloca para pensar em diferentes perspectivas”, declara. O fundo dramático é o mal de Alzheimer que acomete sua personagem e leva a neta, uma atriz frustrada, a armar com a família uma grande encenação em que todos os encontros se passam no Dia das Mães. 

Poesia

“Quando criei a personagem, quis trazer essa poesia na qual todo dia deveria ser Dia das Mães, e achei que o Alzheimer funcionaria melhor. Ao longo da encenação, estão todos cansados, estressados, sem conseguir se entender. O Alzheimer é uma pimenta para discutir como as famílias lidam com isso”, explica o dramaturgo.

“Antigamente, você via que as pessoas iam ficando esquecidas, você punha numa casa de repouso e pronto. Hoje a medicina avançou muito e estamos aprendendo a lidar com isso”, complementa Jamra. 

Eu queria que as pessoas saíssem do teatro tendo mais empatia e carinho umas pelas outras

Dan Rosseto, Diretor

“Eu não tenho a pretensão de fazer uma peça clássica, cabeça, eu adoro esse gênero, adoro a comédia, com ou sem fundo dramático. Eu sou uma atriz muito intuitiva, então as coisas precisam me tocar, sabe? Eu amava fazer o Zorra Total, por exemplo.”

A dupla, que já havia trabalhado em conjunto há três anos, em Visceral, pretende expandir a parceria com um espetáculo que narra o encontro de quatro senhoras para jogar bingo e tudo muda quando uma mata o amante e esconde o corpo no banheiro. “Eu amo!”, celebra Jamra que, se depender de Rosseto, não permanecerá mais distante dos palcos por muito tempo.

A atriz Iara Jamra completa 40 anos de trajetória artística Foto: Alex Silva/ Estadão - 5/3/2015

Serviço

Feliz Dia das Mães Teatro Morumbi Shopping. Av. Roque Petroni Júnior, 1089.  6ª e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 80. Até 28/8

Foi em 1982 que, ingressando no grupo Pod Minoga, de onde saíram nomes como Carlos Moreno, Mira Haar e o dramaturgo Naum Alves de Souza (1942-2016), a atriz Iara Jamra deu o pontapé inicial em uma carreira que, neste 2022, chega aos 40 anos a serem celebrados no palco a partir de sexta, 8, quando a artista estreia Feliz Dia das Mães, comédia de Dan Rosseto em que Jamra encabeça elenco formado por outros sete atores.

“Não vejo isso de 40 anos, não sinto esse número”, declara a atriz, que diz se considerar sempre uma iniciante em cena. Embora soe como modéstia, a sensação tem um motivo prático: ao longo de quatro décadas, Jamra espaçou seus trabalhos no cinema, no teatro e na TV - embora, entre filmes, curtas, minisséries, novelas e participações em humorísticos, ela tenha mais de 50 títulos apenas em filmografia.

Cena da peça 'Feliz Dia das Mães', de Dan Rosseto, com Iara Jamra Foto: Felix Graça

“Não sei bem o motivo, mas fiz poucas coisas comparando com o que poderia ter feito. Mas não reclamo, gosto muito de tudo o que fiz e mais ainda do que estou fazendo”. Em Feliz Dia das Mães, Jamra dá vida à dona Alma, uma octogenária que reúne os três filhos para um almoço de dia das mães. Conflituosa, a relação com a família só encontra paz com a presença de Eugênia, sua única neta.

Papéis invertidos

“Ela é uma garota super underground, enquanto Alma parece uma senhora pacífica e a peça vai mostrando como os papéis se invertem”, explica Dan Rosseto, que assina o texto e a direção da montagem a ser levada ao palco do Teatro Morumbi Shopping. O elenco inclui nomes de escolas distintas, como Ivan Parente, Nicole Cordery, José Trassi, Felipe Hintze, Vanessa Goulart, Daniel Ortega e Larissa Ferrara.

Feliz Dia das Mães é, na visão de Rosseto, mais que o retrato cômico de uma família. É uma visão sobre uma sociedade pós-pandêmica. “Eu queria que as pessoas saíssem do teatro tendo mais empatia e carinho umas pelas outras. Passamos por uma pandemia e o quanto aprendemos de fato? Discursamos sobre amor, empatia, olhar para o próximo, mas será que a gente já não voltou para nossa meta de vida, talvez até com mais fome de chegar a algum lugar? E a gente não chega no outro. A peça fala sobre chegar no outro pelo riso.”

É uma comédia que te coloca para pensar em diferentes perspectivas

Iara Jamra, Atriz

O riso foi, inclusive, uma das razões que encantaram Jamra a ponto de aceitar não apenas o papel mas, também, celebrar quatro décadas de uma carreira repleta de sucessos, entre eles o clássico programa infantil Rá-Tim-Bum, o humorístico Zorra Total e o espetáculo O Caderno Rosa de Lori-Lamby, de Hilda Hilst

“A personagem é muito boa e a discussão é muito pertinente. É uma comédia que te coloca para pensar em diferentes perspectivas”, declara. O fundo dramático é o mal de Alzheimer que acomete sua personagem e leva a neta, uma atriz frustrada, a armar com a família uma grande encenação em que todos os encontros se passam no Dia das Mães. 

Poesia

“Quando criei a personagem, quis trazer essa poesia na qual todo dia deveria ser Dia das Mães, e achei que o Alzheimer funcionaria melhor. Ao longo da encenação, estão todos cansados, estressados, sem conseguir se entender. O Alzheimer é uma pimenta para discutir como as famílias lidam com isso”, explica o dramaturgo.

“Antigamente, você via que as pessoas iam ficando esquecidas, você punha numa casa de repouso e pronto. Hoje a medicina avançou muito e estamos aprendendo a lidar com isso”, complementa Jamra. 

Eu queria que as pessoas saíssem do teatro tendo mais empatia e carinho umas pelas outras

Dan Rosseto, Diretor

“Eu não tenho a pretensão de fazer uma peça clássica, cabeça, eu adoro esse gênero, adoro a comédia, com ou sem fundo dramático. Eu sou uma atriz muito intuitiva, então as coisas precisam me tocar, sabe? Eu amava fazer o Zorra Total, por exemplo.”

A dupla, que já havia trabalhado em conjunto há três anos, em Visceral, pretende expandir a parceria com um espetáculo que narra o encontro de quatro senhoras para jogar bingo e tudo muda quando uma mata o amante e esconde o corpo no banheiro. “Eu amo!”, celebra Jamra que, se depender de Rosseto, não permanecerá mais distante dos palcos por muito tempo.

A atriz Iara Jamra completa 40 anos de trajetória artística Foto: Alex Silva/ Estadão - 5/3/2015

Serviço

Feliz Dia das Mães Teatro Morumbi Shopping. Av. Roque Petroni Júnior, 1089.  6ª e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 80. Até 28/8

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