'Palavras Corrompidas' cultiva a vulnerabilidade que nasce das letras


Inspirado em 'Carta de Lorde Chandos', monólogo de Matteo Bonfitto explora a crise ética na sociedade

Por Leandro Nunes

A reunião de sílabas, sons e suas combinações tem o efeito inusitado de transformar a abstração em percepção de realidade. O problema é quando a validade das palavras vence e elas deixam na boca o sabor de cogumelos podres. Esta é a sensação que Lord Chandos descreveu ao filósofo Francis Bacon e que virou o ponto de partida de Palavras Corrompidas, monólogo de Matteo Bonfitto em cartaz no Sesc Ipiranga. Na ficção do alemão Hugo von Hofmannsthal, o personagem confidencia a perda da capacidade de pensar ou falar sobre qualquer assunto. O diagnóstico foi feito a partir do estranhamento com a comunicação e em como o pensamento se concretizava na escrita. “Ele descreve o desespero que é ver a vulnerabilidade das palavras e como isso é demonstrado nas diversas esferas da sociedades, principalmente na política”, explica o ator e diretor.

Ator. Matteo Bonfito conduz público por dois espaços Foto: Leo Brant/Divulgação

A obra publicada em 1902 poderia prever a revolução entregue pela criação da internet e todos os problemas trazidos no bojo da tecnologia, mas a montagem de Bonfitto não pretende meramente apontar o dedo e criticar a polarização nativa na web. Isso porque Peter Brook o impediria.  Em sua pesquisa realizada sobre o teatro do encenador britânico, por meio da convivência com parte do elenco da companhia, Bonfitto compreendeu que o trabalho do ator não precisa trilhar o famigerado caminho da representação. “Ele busca fazer com que os intérpretes se transformem em um canal de experiência à disposição do público.” Por isso, não é necessário eleger exemplos ou histórias que ilustrem o que a peça quer dizer. Tudo porque não se quer contar uma história e isso se concretiza na organização do monólogo. Há uma primeira cena realizada na quadra do Sesc e em seguida a plateia é conduzida ao auditório. “É uma chance de explorar a ambivalência das palavras e dos espaços”, diz.  Se a trilha está dada, a solução para o assalto das palavras não parece simples. Estas padecem dentro das atuais declarações políticas e dos discursos cheios de ilusões. “Temos aí o poder de construção e desconstrução”, conta. “As palavras podem ser criadoras de imagens, de aparências, mas também podem se transformar em um veneno, que destrói as relações e as instituições”, afirma. Nessa onda irresistível de polarização política, do gosto e de opinião que jorra das redes sociais, Bonfitto ressalta que a montagem pretende ser um “manifesto positivo”, na medida em que não deseja decretar o fim de tudo, mas de perceber que as palavras são componentes da subjetividade de todos. “É como enxergar a ponta do iceberg. Sabemos que imediatamente abaixo há muitas coisas e é lá que descobriremos como ser humano”, acrescenta.PALAVRAS CORROMPIDAS Sesc Ipiranga. Rua Bom Pastor, 822 . Tel.: 3340-2000. 6ª, 21h30, sáb., 19h30, dom., 18h. Até 12/3.

A reunião de sílabas, sons e suas combinações tem o efeito inusitado de transformar a abstração em percepção de realidade. O problema é quando a validade das palavras vence e elas deixam na boca o sabor de cogumelos podres. Esta é a sensação que Lord Chandos descreveu ao filósofo Francis Bacon e que virou o ponto de partida de Palavras Corrompidas, monólogo de Matteo Bonfitto em cartaz no Sesc Ipiranga. Na ficção do alemão Hugo von Hofmannsthal, o personagem confidencia a perda da capacidade de pensar ou falar sobre qualquer assunto. O diagnóstico foi feito a partir do estranhamento com a comunicação e em como o pensamento se concretizava na escrita. “Ele descreve o desespero que é ver a vulnerabilidade das palavras e como isso é demonstrado nas diversas esferas da sociedades, principalmente na política”, explica o ator e diretor.

Ator. Matteo Bonfito conduz público por dois espaços Foto: Leo Brant/Divulgação

A obra publicada em 1902 poderia prever a revolução entregue pela criação da internet e todos os problemas trazidos no bojo da tecnologia, mas a montagem de Bonfitto não pretende meramente apontar o dedo e criticar a polarização nativa na web. Isso porque Peter Brook o impediria.  Em sua pesquisa realizada sobre o teatro do encenador britânico, por meio da convivência com parte do elenco da companhia, Bonfitto compreendeu que o trabalho do ator não precisa trilhar o famigerado caminho da representação. “Ele busca fazer com que os intérpretes se transformem em um canal de experiência à disposição do público.” Por isso, não é necessário eleger exemplos ou histórias que ilustrem o que a peça quer dizer. Tudo porque não se quer contar uma história e isso se concretiza na organização do monólogo. Há uma primeira cena realizada na quadra do Sesc e em seguida a plateia é conduzida ao auditório. “É uma chance de explorar a ambivalência das palavras e dos espaços”, diz.  Se a trilha está dada, a solução para o assalto das palavras não parece simples. Estas padecem dentro das atuais declarações políticas e dos discursos cheios de ilusões. “Temos aí o poder de construção e desconstrução”, conta. “As palavras podem ser criadoras de imagens, de aparências, mas também podem se transformar em um veneno, que destrói as relações e as instituições”, afirma. Nessa onda irresistível de polarização política, do gosto e de opinião que jorra das redes sociais, Bonfitto ressalta que a montagem pretende ser um “manifesto positivo”, na medida em que não deseja decretar o fim de tudo, mas de perceber que as palavras são componentes da subjetividade de todos. “É como enxergar a ponta do iceberg. Sabemos que imediatamente abaixo há muitas coisas e é lá que descobriremos como ser humano”, acrescenta.PALAVRAS CORROMPIDAS Sesc Ipiranga. Rua Bom Pastor, 822 . Tel.: 3340-2000. 6ª, 21h30, sáb., 19h30, dom., 18h. Até 12/3.

A reunião de sílabas, sons e suas combinações tem o efeito inusitado de transformar a abstração em percepção de realidade. O problema é quando a validade das palavras vence e elas deixam na boca o sabor de cogumelos podres. Esta é a sensação que Lord Chandos descreveu ao filósofo Francis Bacon e que virou o ponto de partida de Palavras Corrompidas, monólogo de Matteo Bonfitto em cartaz no Sesc Ipiranga. Na ficção do alemão Hugo von Hofmannsthal, o personagem confidencia a perda da capacidade de pensar ou falar sobre qualquer assunto. O diagnóstico foi feito a partir do estranhamento com a comunicação e em como o pensamento se concretizava na escrita. “Ele descreve o desespero que é ver a vulnerabilidade das palavras e como isso é demonstrado nas diversas esferas da sociedades, principalmente na política”, explica o ator e diretor.

Ator. Matteo Bonfito conduz público por dois espaços Foto: Leo Brant/Divulgação

A obra publicada em 1902 poderia prever a revolução entregue pela criação da internet e todos os problemas trazidos no bojo da tecnologia, mas a montagem de Bonfitto não pretende meramente apontar o dedo e criticar a polarização nativa na web. Isso porque Peter Brook o impediria.  Em sua pesquisa realizada sobre o teatro do encenador britânico, por meio da convivência com parte do elenco da companhia, Bonfitto compreendeu que o trabalho do ator não precisa trilhar o famigerado caminho da representação. “Ele busca fazer com que os intérpretes se transformem em um canal de experiência à disposição do público.” Por isso, não é necessário eleger exemplos ou histórias que ilustrem o que a peça quer dizer. Tudo porque não se quer contar uma história e isso se concretiza na organização do monólogo. Há uma primeira cena realizada na quadra do Sesc e em seguida a plateia é conduzida ao auditório. “É uma chance de explorar a ambivalência das palavras e dos espaços”, diz.  Se a trilha está dada, a solução para o assalto das palavras não parece simples. Estas padecem dentro das atuais declarações políticas e dos discursos cheios de ilusões. “Temos aí o poder de construção e desconstrução”, conta. “As palavras podem ser criadoras de imagens, de aparências, mas também podem se transformar em um veneno, que destrói as relações e as instituições”, afirma. Nessa onda irresistível de polarização política, do gosto e de opinião que jorra das redes sociais, Bonfitto ressalta que a montagem pretende ser um “manifesto positivo”, na medida em que não deseja decretar o fim de tudo, mas de perceber que as palavras são componentes da subjetividade de todos. “É como enxergar a ponta do iceberg. Sabemos que imediatamente abaixo há muitas coisas e é lá que descobriremos como ser humano”, acrescenta.PALAVRAS CORROMPIDAS Sesc Ipiranga. Rua Bom Pastor, 822 . Tel.: 3340-2000. 6ª, 21h30, sáb., 19h30, dom., 18h. Até 12/3.

A reunião de sílabas, sons e suas combinações tem o efeito inusitado de transformar a abstração em percepção de realidade. O problema é quando a validade das palavras vence e elas deixam na boca o sabor de cogumelos podres. Esta é a sensação que Lord Chandos descreveu ao filósofo Francis Bacon e que virou o ponto de partida de Palavras Corrompidas, monólogo de Matteo Bonfitto em cartaz no Sesc Ipiranga. Na ficção do alemão Hugo von Hofmannsthal, o personagem confidencia a perda da capacidade de pensar ou falar sobre qualquer assunto. O diagnóstico foi feito a partir do estranhamento com a comunicação e em como o pensamento se concretizava na escrita. “Ele descreve o desespero que é ver a vulnerabilidade das palavras e como isso é demonstrado nas diversas esferas da sociedades, principalmente na política”, explica o ator e diretor.

Ator. Matteo Bonfito conduz público por dois espaços Foto: Leo Brant/Divulgação

A obra publicada em 1902 poderia prever a revolução entregue pela criação da internet e todos os problemas trazidos no bojo da tecnologia, mas a montagem de Bonfitto não pretende meramente apontar o dedo e criticar a polarização nativa na web. Isso porque Peter Brook o impediria.  Em sua pesquisa realizada sobre o teatro do encenador britânico, por meio da convivência com parte do elenco da companhia, Bonfitto compreendeu que o trabalho do ator não precisa trilhar o famigerado caminho da representação. “Ele busca fazer com que os intérpretes se transformem em um canal de experiência à disposição do público.” Por isso, não é necessário eleger exemplos ou histórias que ilustrem o que a peça quer dizer. Tudo porque não se quer contar uma história e isso se concretiza na organização do monólogo. Há uma primeira cena realizada na quadra do Sesc e em seguida a plateia é conduzida ao auditório. “É uma chance de explorar a ambivalência das palavras e dos espaços”, diz.  Se a trilha está dada, a solução para o assalto das palavras não parece simples. Estas padecem dentro das atuais declarações políticas e dos discursos cheios de ilusões. “Temos aí o poder de construção e desconstrução”, conta. “As palavras podem ser criadoras de imagens, de aparências, mas também podem se transformar em um veneno, que destrói as relações e as instituições”, afirma. Nessa onda irresistível de polarização política, do gosto e de opinião que jorra das redes sociais, Bonfitto ressalta que a montagem pretende ser um “manifesto positivo”, na medida em que não deseja decretar o fim de tudo, mas de perceber que as palavras são componentes da subjetividade de todos. “É como enxergar a ponta do iceberg. Sabemos que imediatamente abaixo há muitas coisas e é lá que descobriremos como ser humano”, acrescenta.PALAVRAS CORROMPIDAS Sesc Ipiranga. Rua Bom Pastor, 822 . Tel.: 3340-2000. 6ª, 21h30, sáb., 19h30, dom., 18h. Até 12/3.

A reunião de sílabas, sons e suas combinações tem o efeito inusitado de transformar a abstração em percepção de realidade. O problema é quando a validade das palavras vence e elas deixam na boca o sabor de cogumelos podres. Esta é a sensação que Lord Chandos descreveu ao filósofo Francis Bacon e que virou o ponto de partida de Palavras Corrompidas, monólogo de Matteo Bonfitto em cartaz no Sesc Ipiranga. Na ficção do alemão Hugo von Hofmannsthal, o personagem confidencia a perda da capacidade de pensar ou falar sobre qualquer assunto. O diagnóstico foi feito a partir do estranhamento com a comunicação e em como o pensamento se concretizava na escrita. “Ele descreve o desespero que é ver a vulnerabilidade das palavras e como isso é demonstrado nas diversas esferas da sociedades, principalmente na política”, explica o ator e diretor.

Ator. Matteo Bonfito conduz público por dois espaços Foto: Leo Brant/Divulgação

A obra publicada em 1902 poderia prever a revolução entregue pela criação da internet e todos os problemas trazidos no bojo da tecnologia, mas a montagem de Bonfitto não pretende meramente apontar o dedo e criticar a polarização nativa na web. Isso porque Peter Brook o impediria.  Em sua pesquisa realizada sobre o teatro do encenador britânico, por meio da convivência com parte do elenco da companhia, Bonfitto compreendeu que o trabalho do ator não precisa trilhar o famigerado caminho da representação. “Ele busca fazer com que os intérpretes se transformem em um canal de experiência à disposição do público.” Por isso, não é necessário eleger exemplos ou histórias que ilustrem o que a peça quer dizer. Tudo porque não se quer contar uma história e isso se concretiza na organização do monólogo. Há uma primeira cena realizada na quadra do Sesc e em seguida a plateia é conduzida ao auditório. “É uma chance de explorar a ambivalência das palavras e dos espaços”, diz.  Se a trilha está dada, a solução para o assalto das palavras não parece simples. Estas padecem dentro das atuais declarações políticas e dos discursos cheios de ilusões. “Temos aí o poder de construção e desconstrução”, conta. “As palavras podem ser criadoras de imagens, de aparências, mas também podem se transformar em um veneno, que destrói as relações e as instituições”, afirma. Nessa onda irresistível de polarização política, do gosto e de opinião que jorra das redes sociais, Bonfitto ressalta que a montagem pretende ser um “manifesto positivo”, na medida em que não deseja decretar o fim de tudo, mas de perceber que as palavras são componentes da subjetividade de todos. “É como enxergar a ponta do iceberg. Sabemos que imediatamente abaixo há muitas coisas e é lá que descobriremos como ser humano”, acrescenta.PALAVRAS CORROMPIDAS Sesc Ipiranga. Rua Bom Pastor, 822 . Tel.: 3340-2000. 6ª, 21h30, sáb., 19h30, dom., 18h. Até 12/3.

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