Primeira série brasileira em áudio binaural vai levar público para bibliotecas


ExCompanhia de Teatro cria ficção em torno do misterioso manuscrito Voynich

Por Leandro Nunes

Esqueça Pokémon Go. Para muita gente, aplicativo que leva o usuário a capturar monstrinhos pelas ruas, lançado em julho desse ano com grande apelo mundial, não rendeu mais que baterias descarregadas, assaltos e alguma caminhada pelo bairro. Mas pode-se dizer que foi um dos primeiros jogos que buscou aliar a dinâmica virtual na rotina urbana. 

Esse tipo de experiência vem sendo perseguida pela ExCompanhia de Teatro. Sem a ambição de criar jogos como o do Pikachu, o desejo mesmo é de descobrir poesia escondida entre chips e asfalto. Nessa terça, 31, o grupo lança O Enigma Voynich, a primeira série brasileira em áudio binaural, no Centro Cultural São Paulo.

Interação. Bernardo Galegale (esq) e Gustavo Vaz Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO
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Nela o áudioespectador vai ouvir uma trama sobre o manuscrito misterioso com um som que recria a sensação de tridimensionalidade do espaço. É como se as cenas estivessem acontecendo no instante em que são ouvidas. 

Apesar do nome da técnica, os fundadores da companhia explicam que a tecnologia não é lá coisa de outro mundo para entender. Grande parte dos games modernos distribuem os sons para cada fone a fim de ampliar a percepção dos cenários e suas interações. “É uma maneira de aproximar o espectador de uma obra, tornando a participação uma coisa só”, explica o ator Gustavo Vaz.

Como os sons vão ser direcionados para cada ouvido, o processo de gravação envolve dois microfones, curiosamente posicionados em cada orelha. “Isso influencia na recepção sonora por parte de cada lado da cabeça e determinado pela organização do ambiente”, acrescenta o diretor Bernardo Galegale.

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Antes de continuar, uma pausa: nesse link tem o exemplo de uma cena. Para acessá-la, basta utilizar a câmera do celular e um aplicativo de leitura que escaneia o quadrado que funciona como um código de barras. Ao dar o play, o aplicativo exibe um rascunho do que virá, em uma ilustração chamada de grafite digital, desenvolvida pelo arista visual Achiles Luciano. “É importante que a pessoa copie a posição em que está o personagem, porque ela foi gravada assim.

Nesse caso é com um dos joelhos no chão”, explica Galegale. Em seguida, com o uso de fones de ouvido e com os olhos fechados, o áudioespectador se tornará o historiador José. Nessa cena, um cachorro late feroz para o homem que não reage. “Você percebe a respiração dele, como se fosse a sua”, diz Vaz. 

Simulacro. Grafite digital na tela do celular mostra os ambientes de 'O Enigma Voynich' Foto: REPRODUCAO
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Além de tantos aparatos, a história é essencial. No papel do historiador, o áudioespectador vai investigar o famoso manuscrito Voynich, um livro de autoria desconhecida que traz um sistema de escrita não identificado e incompreensível.

A obsessão de José pela obra se mistura aos frequentes “apagões” que o fazem esquecer de como chegou nos lugares. E são muitos lugares. Ao longo de 62 cenas e com outros 6 personagens, José participa de festas, viagens, faz sexo, se casa, atira em alguém, toma banho e faz um exame de ressonância magnética. As duas últimas cenas, as mais difíceis de serem criadas, segundo Vaz. “O problema do banho era de molhar os equipamentos. E eu tomei banho mesmo. Depois tentamos bater com os dedos na cabeça, para simular o barulho das gotas. No caso do exame, o procedimento já é complexo e cheio de barulhos diferentes.” 

Para a dupla, o projeto é fruto dos trabalhos da companhia que desde 2012 busca integrar diversas mídias na criação de obras sem tantas amarras formais. “Muitas pessoas ficam surpresas porque somos um grupo de teatro, o que não significa que não podemos dialogar com o cinema, com a performance e com as redes sociais”, ressalta Vaz. 

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Com essas características, O Enigma Voynich teria tudo para ser apreciado no conforto do sofá. No entanto, a continuação da história depende da visita a três lugares da cidade. Após alguns episódios, José precisa ir até as bibliotecas Mário de Andrade, na Consolação, Viriato Corrêa, na Vila Mariana, e Sérgio Millet, no Centro Cultural São Paulo. Lá o aplicativo desbloqueia automaticamente o restante dos episódios. “A investigação do personagem também acontece nas dependências desses locais”, conta Galegale. “É uma forma de promover uma experiência artística, que esteja ligada à cidade e que se realize em contato direto com ela.”

O ENIGMA VOYNICH. Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000. 19h. Tel.: 3397-4002. Grátis. Disponível para download no Android e iOS.

Esqueça Pokémon Go. Para muita gente, aplicativo que leva o usuário a capturar monstrinhos pelas ruas, lançado em julho desse ano com grande apelo mundial, não rendeu mais que baterias descarregadas, assaltos e alguma caminhada pelo bairro. Mas pode-se dizer que foi um dos primeiros jogos que buscou aliar a dinâmica virtual na rotina urbana. 

Esse tipo de experiência vem sendo perseguida pela ExCompanhia de Teatro. Sem a ambição de criar jogos como o do Pikachu, o desejo mesmo é de descobrir poesia escondida entre chips e asfalto. Nessa terça, 31, o grupo lança O Enigma Voynich, a primeira série brasileira em áudio binaural, no Centro Cultural São Paulo.

Interação. Bernardo Galegale (esq) e Gustavo Vaz Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO

Nela o áudioespectador vai ouvir uma trama sobre o manuscrito misterioso com um som que recria a sensação de tridimensionalidade do espaço. É como se as cenas estivessem acontecendo no instante em que são ouvidas. 

Apesar do nome da técnica, os fundadores da companhia explicam que a tecnologia não é lá coisa de outro mundo para entender. Grande parte dos games modernos distribuem os sons para cada fone a fim de ampliar a percepção dos cenários e suas interações. “É uma maneira de aproximar o espectador de uma obra, tornando a participação uma coisa só”, explica o ator Gustavo Vaz.

Como os sons vão ser direcionados para cada ouvido, o processo de gravação envolve dois microfones, curiosamente posicionados em cada orelha. “Isso influencia na recepção sonora por parte de cada lado da cabeça e determinado pela organização do ambiente”, acrescenta o diretor Bernardo Galegale.

Antes de continuar, uma pausa: nesse link tem o exemplo de uma cena. Para acessá-la, basta utilizar a câmera do celular e um aplicativo de leitura que escaneia o quadrado que funciona como um código de barras. Ao dar o play, o aplicativo exibe um rascunho do que virá, em uma ilustração chamada de grafite digital, desenvolvida pelo arista visual Achiles Luciano. “É importante que a pessoa copie a posição em que está o personagem, porque ela foi gravada assim.

Nesse caso é com um dos joelhos no chão”, explica Galegale. Em seguida, com o uso de fones de ouvido e com os olhos fechados, o áudioespectador se tornará o historiador José. Nessa cena, um cachorro late feroz para o homem que não reage. “Você percebe a respiração dele, como se fosse a sua”, diz Vaz. 

Simulacro. Grafite digital na tela do celular mostra os ambientes de 'O Enigma Voynich' Foto: REPRODUCAO

Além de tantos aparatos, a história é essencial. No papel do historiador, o áudioespectador vai investigar o famoso manuscrito Voynich, um livro de autoria desconhecida que traz um sistema de escrita não identificado e incompreensível.

A obsessão de José pela obra se mistura aos frequentes “apagões” que o fazem esquecer de como chegou nos lugares. E são muitos lugares. Ao longo de 62 cenas e com outros 6 personagens, José participa de festas, viagens, faz sexo, se casa, atira em alguém, toma banho e faz um exame de ressonância magnética. As duas últimas cenas, as mais difíceis de serem criadas, segundo Vaz. “O problema do banho era de molhar os equipamentos. E eu tomei banho mesmo. Depois tentamos bater com os dedos na cabeça, para simular o barulho das gotas. No caso do exame, o procedimento já é complexo e cheio de barulhos diferentes.” 

Para a dupla, o projeto é fruto dos trabalhos da companhia que desde 2012 busca integrar diversas mídias na criação de obras sem tantas amarras formais. “Muitas pessoas ficam surpresas porque somos um grupo de teatro, o que não significa que não podemos dialogar com o cinema, com a performance e com as redes sociais”, ressalta Vaz. 

Com essas características, O Enigma Voynich teria tudo para ser apreciado no conforto do sofá. No entanto, a continuação da história depende da visita a três lugares da cidade. Após alguns episódios, José precisa ir até as bibliotecas Mário de Andrade, na Consolação, Viriato Corrêa, na Vila Mariana, e Sérgio Millet, no Centro Cultural São Paulo. Lá o aplicativo desbloqueia automaticamente o restante dos episódios. “A investigação do personagem também acontece nas dependências desses locais”, conta Galegale. “É uma forma de promover uma experiência artística, que esteja ligada à cidade e que se realize em contato direto com ela.”

O ENIGMA VOYNICH. Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000. 19h. Tel.: 3397-4002. Grátis. Disponível para download no Android e iOS.

Esqueça Pokémon Go. Para muita gente, aplicativo que leva o usuário a capturar monstrinhos pelas ruas, lançado em julho desse ano com grande apelo mundial, não rendeu mais que baterias descarregadas, assaltos e alguma caminhada pelo bairro. Mas pode-se dizer que foi um dos primeiros jogos que buscou aliar a dinâmica virtual na rotina urbana. 

Esse tipo de experiência vem sendo perseguida pela ExCompanhia de Teatro. Sem a ambição de criar jogos como o do Pikachu, o desejo mesmo é de descobrir poesia escondida entre chips e asfalto. Nessa terça, 31, o grupo lança O Enigma Voynich, a primeira série brasileira em áudio binaural, no Centro Cultural São Paulo.

Interação. Bernardo Galegale (esq) e Gustavo Vaz Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO

Nela o áudioespectador vai ouvir uma trama sobre o manuscrito misterioso com um som que recria a sensação de tridimensionalidade do espaço. É como se as cenas estivessem acontecendo no instante em que são ouvidas. 

Apesar do nome da técnica, os fundadores da companhia explicam que a tecnologia não é lá coisa de outro mundo para entender. Grande parte dos games modernos distribuem os sons para cada fone a fim de ampliar a percepção dos cenários e suas interações. “É uma maneira de aproximar o espectador de uma obra, tornando a participação uma coisa só”, explica o ator Gustavo Vaz.

Como os sons vão ser direcionados para cada ouvido, o processo de gravação envolve dois microfones, curiosamente posicionados em cada orelha. “Isso influencia na recepção sonora por parte de cada lado da cabeça e determinado pela organização do ambiente”, acrescenta o diretor Bernardo Galegale.

Antes de continuar, uma pausa: nesse link tem o exemplo de uma cena. Para acessá-la, basta utilizar a câmera do celular e um aplicativo de leitura que escaneia o quadrado que funciona como um código de barras. Ao dar o play, o aplicativo exibe um rascunho do que virá, em uma ilustração chamada de grafite digital, desenvolvida pelo arista visual Achiles Luciano. “É importante que a pessoa copie a posição em que está o personagem, porque ela foi gravada assim.

Nesse caso é com um dos joelhos no chão”, explica Galegale. Em seguida, com o uso de fones de ouvido e com os olhos fechados, o áudioespectador se tornará o historiador José. Nessa cena, um cachorro late feroz para o homem que não reage. “Você percebe a respiração dele, como se fosse a sua”, diz Vaz. 

Simulacro. Grafite digital na tela do celular mostra os ambientes de 'O Enigma Voynich' Foto: REPRODUCAO

Além de tantos aparatos, a história é essencial. No papel do historiador, o áudioespectador vai investigar o famoso manuscrito Voynich, um livro de autoria desconhecida que traz um sistema de escrita não identificado e incompreensível.

A obsessão de José pela obra se mistura aos frequentes “apagões” que o fazem esquecer de como chegou nos lugares. E são muitos lugares. Ao longo de 62 cenas e com outros 6 personagens, José participa de festas, viagens, faz sexo, se casa, atira em alguém, toma banho e faz um exame de ressonância magnética. As duas últimas cenas, as mais difíceis de serem criadas, segundo Vaz. “O problema do banho era de molhar os equipamentos. E eu tomei banho mesmo. Depois tentamos bater com os dedos na cabeça, para simular o barulho das gotas. No caso do exame, o procedimento já é complexo e cheio de barulhos diferentes.” 

Para a dupla, o projeto é fruto dos trabalhos da companhia que desde 2012 busca integrar diversas mídias na criação de obras sem tantas amarras formais. “Muitas pessoas ficam surpresas porque somos um grupo de teatro, o que não significa que não podemos dialogar com o cinema, com a performance e com as redes sociais”, ressalta Vaz. 

Com essas características, O Enigma Voynich teria tudo para ser apreciado no conforto do sofá. No entanto, a continuação da história depende da visita a três lugares da cidade. Após alguns episódios, José precisa ir até as bibliotecas Mário de Andrade, na Consolação, Viriato Corrêa, na Vila Mariana, e Sérgio Millet, no Centro Cultural São Paulo. Lá o aplicativo desbloqueia automaticamente o restante dos episódios. “A investigação do personagem também acontece nas dependências desses locais”, conta Galegale. “É uma forma de promover uma experiência artística, que esteja ligada à cidade e que se realize em contato direto com ela.”

O ENIGMA VOYNICH. Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000. 19h. Tel.: 3397-4002. Grátis. Disponível para download no Android e iOS.

Esqueça Pokémon Go. Para muita gente, aplicativo que leva o usuário a capturar monstrinhos pelas ruas, lançado em julho desse ano com grande apelo mundial, não rendeu mais que baterias descarregadas, assaltos e alguma caminhada pelo bairro. Mas pode-se dizer que foi um dos primeiros jogos que buscou aliar a dinâmica virtual na rotina urbana. 

Esse tipo de experiência vem sendo perseguida pela ExCompanhia de Teatro. Sem a ambição de criar jogos como o do Pikachu, o desejo mesmo é de descobrir poesia escondida entre chips e asfalto. Nessa terça, 31, o grupo lança O Enigma Voynich, a primeira série brasileira em áudio binaural, no Centro Cultural São Paulo.

Interação. Bernardo Galegale (esq) e Gustavo Vaz Foto: MARCIO FERNANDES/ESTADAO

Nela o áudioespectador vai ouvir uma trama sobre o manuscrito misterioso com um som que recria a sensação de tridimensionalidade do espaço. É como se as cenas estivessem acontecendo no instante em que são ouvidas. 

Apesar do nome da técnica, os fundadores da companhia explicam que a tecnologia não é lá coisa de outro mundo para entender. Grande parte dos games modernos distribuem os sons para cada fone a fim de ampliar a percepção dos cenários e suas interações. “É uma maneira de aproximar o espectador de uma obra, tornando a participação uma coisa só”, explica o ator Gustavo Vaz.

Como os sons vão ser direcionados para cada ouvido, o processo de gravação envolve dois microfones, curiosamente posicionados em cada orelha. “Isso influencia na recepção sonora por parte de cada lado da cabeça e determinado pela organização do ambiente”, acrescenta o diretor Bernardo Galegale.

Antes de continuar, uma pausa: nesse link tem o exemplo de uma cena. Para acessá-la, basta utilizar a câmera do celular e um aplicativo de leitura que escaneia o quadrado que funciona como um código de barras. Ao dar o play, o aplicativo exibe um rascunho do que virá, em uma ilustração chamada de grafite digital, desenvolvida pelo arista visual Achiles Luciano. “É importante que a pessoa copie a posição em que está o personagem, porque ela foi gravada assim.

Nesse caso é com um dos joelhos no chão”, explica Galegale. Em seguida, com o uso de fones de ouvido e com os olhos fechados, o áudioespectador se tornará o historiador José. Nessa cena, um cachorro late feroz para o homem que não reage. “Você percebe a respiração dele, como se fosse a sua”, diz Vaz. 

Simulacro. Grafite digital na tela do celular mostra os ambientes de 'O Enigma Voynich' Foto: REPRODUCAO

Além de tantos aparatos, a história é essencial. No papel do historiador, o áudioespectador vai investigar o famoso manuscrito Voynich, um livro de autoria desconhecida que traz um sistema de escrita não identificado e incompreensível.

A obsessão de José pela obra se mistura aos frequentes “apagões” que o fazem esquecer de como chegou nos lugares. E são muitos lugares. Ao longo de 62 cenas e com outros 6 personagens, José participa de festas, viagens, faz sexo, se casa, atira em alguém, toma banho e faz um exame de ressonância magnética. As duas últimas cenas, as mais difíceis de serem criadas, segundo Vaz. “O problema do banho era de molhar os equipamentos. E eu tomei banho mesmo. Depois tentamos bater com os dedos na cabeça, para simular o barulho das gotas. No caso do exame, o procedimento já é complexo e cheio de barulhos diferentes.” 

Para a dupla, o projeto é fruto dos trabalhos da companhia que desde 2012 busca integrar diversas mídias na criação de obras sem tantas amarras formais. “Muitas pessoas ficam surpresas porque somos um grupo de teatro, o que não significa que não podemos dialogar com o cinema, com a performance e com as redes sociais”, ressalta Vaz. 

Com essas características, O Enigma Voynich teria tudo para ser apreciado no conforto do sofá. No entanto, a continuação da história depende da visita a três lugares da cidade. Após alguns episódios, José precisa ir até as bibliotecas Mário de Andrade, na Consolação, Viriato Corrêa, na Vila Mariana, e Sérgio Millet, no Centro Cultural São Paulo. Lá o aplicativo desbloqueia automaticamente o restante dos episódios. “A investigação do personagem também acontece nas dependências desses locais”, conta Galegale. “É uma forma de promover uma experiência artística, que esteja ligada à cidade e que se realize em contato direto com ela.”

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