‘A agressão à mulher é recorrente não só neste País’, afirma Walcyr Carrasco


Autor de 'O Outro Lado do Paraíso' fala ao 'Estado' sobre a importância de se discutir assuntos polêmicos

Por Adriana Del Ré
Walcyr Carrasco, autor da novela 'Do Outro Lado do Paraíso' Foto: Raquel Cunha

O autor de O Outro Lado do Paraíso, Walcyr Carrasco, falou com o Estado, por e-mail, sobre a importância de se discutir assuntos polêmicos, como violência doméstica, não só em novela e sobre o personagem Gael, de Sergio Guizé.Qual a importância de debater temas como relacionamento abusivo e violência doméstica em uma novela? Esses temas devem ser debatidos sempre, não só em novelas, mas por toda a sociedade. Expor esses temas na novela é, sim, uma forma de colocá-los na ordem do dia. E também de promover uma conscientização de que essas situações existem. A agressão à mulher é recorrente não só neste país como em outros. Até quando?Como nasceu a ideia de trazer à tona esses temas? Fui entregar um prêmio no MEC, há algum tempo, e conheci Beatriz Schwab, autora de Um Soco na Alma, que criou uma ONG para atuar junto a mulheres espancadas e vítimas de relacionamentos abusivos. Conversando com ela, me interessei pelo tema e, inclusive, usei seu livro como bibliografia técnica.O personagem Gael é um dos instrumentos da novela para denunciar/alertar esses tipos de práticas, e a rejeição a esse personagem já deve ser prevista. Mas se preocupam que essa rejeição do público seja maior do que a esperada? A preocupação sempre existe, mas, como eu sempre digo, um autor não pode escrever pensando na possível rejeição, números de audiência, etc. Ao escrever, procuro estar solto, livre, deixar minha intuição fluir.Esses temas já foram abordados em outras novelas, mas talvez não de uma forma tão realista como você está tratando agora, incluindo cenas fortes como a do estupro na lua de mel. Era importante que fosse dessa forma? Acho que é importante, devido à reação, a esses temas terem vindo rapidamente para o centro do debate da sociedade. Mas, ao escrever, simplesmente senti que devia ser assim. Já presenciei, ou soube, de relacionamentos abusivos. A cena da lua de mel aconteceu com alguém que conheço. Tudo isso foi se incorporando na novela.Não sei se procede, mas já li que Gael vai virar mocinho na trama. É possível um personagem violento e possessivo como ele se regenerar pelo amor? Acha que o público vai acreditar nele caso haja essa virada? Acho que existe muita especulação sobre o futuro da novela. Mas a verdade é que não sei responder. Eu sou um autor que escreve à medida que a novela vai ao ar. Deixo fluir. O que vai acontecer com os personagens depende do ritmo que a história tomar. O resto é invenção de sites que lamentavelmente, ao contrário da imprensa séria, não se preocupam, como você, em buscar a informação correta. 

Walcyr Carrasco, autor da novela 'Do Outro Lado do Paraíso' Foto: Raquel Cunha

O autor de O Outro Lado do Paraíso, Walcyr Carrasco, falou com o Estado, por e-mail, sobre a importância de se discutir assuntos polêmicos, como violência doméstica, não só em novela e sobre o personagem Gael, de Sergio Guizé.Qual a importância de debater temas como relacionamento abusivo e violência doméstica em uma novela? Esses temas devem ser debatidos sempre, não só em novelas, mas por toda a sociedade. Expor esses temas na novela é, sim, uma forma de colocá-los na ordem do dia. E também de promover uma conscientização de que essas situações existem. A agressão à mulher é recorrente não só neste país como em outros. Até quando?Como nasceu a ideia de trazer à tona esses temas? Fui entregar um prêmio no MEC, há algum tempo, e conheci Beatriz Schwab, autora de Um Soco na Alma, que criou uma ONG para atuar junto a mulheres espancadas e vítimas de relacionamentos abusivos. Conversando com ela, me interessei pelo tema e, inclusive, usei seu livro como bibliografia técnica.O personagem Gael é um dos instrumentos da novela para denunciar/alertar esses tipos de práticas, e a rejeição a esse personagem já deve ser prevista. Mas se preocupam que essa rejeição do público seja maior do que a esperada? A preocupação sempre existe, mas, como eu sempre digo, um autor não pode escrever pensando na possível rejeição, números de audiência, etc. Ao escrever, procuro estar solto, livre, deixar minha intuição fluir.Esses temas já foram abordados em outras novelas, mas talvez não de uma forma tão realista como você está tratando agora, incluindo cenas fortes como a do estupro na lua de mel. Era importante que fosse dessa forma? Acho que é importante, devido à reação, a esses temas terem vindo rapidamente para o centro do debate da sociedade. Mas, ao escrever, simplesmente senti que devia ser assim. Já presenciei, ou soube, de relacionamentos abusivos. A cena da lua de mel aconteceu com alguém que conheço. Tudo isso foi se incorporando na novela.Não sei se procede, mas já li que Gael vai virar mocinho na trama. É possível um personagem violento e possessivo como ele se regenerar pelo amor? Acha que o público vai acreditar nele caso haja essa virada? Acho que existe muita especulação sobre o futuro da novela. Mas a verdade é que não sei responder. Eu sou um autor que escreve à medida que a novela vai ao ar. Deixo fluir. O que vai acontecer com os personagens depende do ritmo que a história tomar. O resto é invenção de sites que lamentavelmente, ao contrário da imprensa séria, não se preocupam, como você, em buscar a informação correta. 

Walcyr Carrasco, autor da novela 'Do Outro Lado do Paraíso' Foto: Raquel Cunha

O autor de O Outro Lado do Paraíso, Walcyr Carrasco, falou com o Estado, por e-mail, sobre a importância de se discutir assuntos polêmicos, como violência doméstica, não só em novela e sobre o personagem Gael, de Sergio Guizé.Qual a importância de debater temas como relacionamento abusivo e violência doméstica em uma novela? Esses temas devem ser debatidos sempre, não só em novelas, mas por toda a sociedade. Expor esses temas na novela é, sim, uma forma de colocá-los na ordem do dia. E também de promover uma conscientização de que essas situações existem. A agressão à mulher é recorrente não só neste país como em outros. Até quando?Como nasceu a ideia de trazer à tona esses temas? Fui entregar um prêmio no MEC, há algum tempo, e conheci Beatriz Schwab, autora de Um Soco na Alma, que criou uma ONG para atuar junto a mulheres espancadas e vítimas de relacionamentos abusivos. Conversando com ela, me interessei pelo tema e, inclusive, usei seu livro como bibliografia técnica.O personagem Gael é um dos instrumentos da novela para denunciar/alertar esses tipos de práticas, e a rejeição a esse personagem já deve ser prevista. Mas se preocupam que essa rejeição do público seja maior do que a esperada? A preocupação sempre existe, mas, como eu sempre digo, um autor não pode escrever pensando na possível rejeição, números de audiência, etc. Ao escrever, procuro estar solto, livre, deixar minha intuição fluir.Esses temas já foram abordados em outras novelas, mas talvez não de uma forma tão realista como você está tratando agora, incluindo cenas fortes como a do estupro na lua de mel. Era importante que fosse dessa forma? Acho que é importante, devido à reação, a esses temas terem vindo rapidamente para o centro do debate da sociedade. Mas, ao escrever, simplesmente senti que devia ser assim. Já presenciei, ou soube, de relacionamentos abusivos. A cena da lua de mel aconteceu com alguém que conheço. Tudo isso foi se incorporando na novela.Não sei se procede, mas já li que Gael vai virar mocinho na trama. É possível um personagem violento e possessivo como ele se regenerar pelo amor? Acha que o público vai acreditar nele caso haja essa virada? Acho que existe muita especulação sobre o futuro da novela. Mas a verdade é que não sei responder. Eu sou um autor que escreve à medida que a novela vai ao ar. Deixo fluir. O que vai acontecer com os personagens depende do ritmo que a história tomar. O resto é invenção de sites que lamentavelmente, ao contrário da imprensa séria, não se preocupam, como você, em buscar a informação correta. 

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