Aguinaldo Silva explica briga e reconciliação com Dias Gomes pouco antes de sua morte


Autor destacou que colega foi seu ‘inimigo mortal’ por muitos anos por conta da novela ‘Roque Santeiro’; entenda o motivo e veja vídeo com a explicação

Por Redação
Atualização:

Aguinaldo Silva falou sobre os anos em que considerou Dias Gomes como seu “inimigo mortal” dentro da Globo, por conta de desavenças surgidas à época em que foram autores da novela Roque Santeiro (1985). A declaração foi dada em entrevista ao podcast Inteligência Ltda.

SAO PAULO CADERNO 2 CULTURA 03-07-2024 AGUINALDO SILVA AUTOR AGUINALDO SILVA COM O LIVRO MEU PASSADO ME PERDOA FOTO Leo Souza /Estadao Foto: Leo Souza /Estadao

“Minha saída de Roque Santeiro foi meio traumática. Porque quando o Dias [Gomes] voltou da Europa, percebeu que a novela era um sucesso e reivindicou escrever o final. Faltavam 18 capítulos. Como ele exigiu muito isso, acabou que me tiraram da novela.”

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“Mas fizeram uma sacanagem com ele. Depois que me tiraram, disseram para ele que a novela foi espichada, [em] 40 capítulos. Dizem que o Dias, quando soube disso, falou: ‘Então chama o Aguinaldo!”. Não chamaram. Mas isso faz parte da lenda urbana. Não sei se é verdade ou não, porque eu não estava lá”, continuou.

Silva, então, definiu a relação que teria com Gomes por cerca de uma década e meia: “Aí nós ficamos inimigos mortais durante anos. Eu e o Dias. Não ficávamos os dois sozinhos na mesma sala.”

“Foi uma baixaria. Eu comecei a achar divertido. O Dias, não sei. Todo mundo tinha medo de que nós nos engalfinhassemos um dia dentro dos corredores da Globo. Eu não [faria isso], e o Dias acho que também não”, prosseguiu.

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Aguinaldo Silva relembrou também o momento em que fizeram as pazes, em 1999: “Um belo dia, teve uma reunião de autores. Eu fui tomar um café e percebi que estava aquele silêncio na sala. Olhei para o lado e não tinha mais ninguém. Pro outro lado, tinha só uma pessoa: Dias Gomes.”

“Ele estava servindo o café. Falou assim: ‘Você toma com açúcar ou sem açúcar?’. Eu disse: ‘Com açúcar’. Aí ele botou açúcar na xícara de café. Me deu e começou a conversar comigo, como se nada tivesse acontecido. Eu fiquei feliz, porque não suportava mais aquilo. Sempre tive respeito pelo homem, era um grande autor! Ficamos conversando e o pessoal no fundo, espantado com aquele acontecimento”, concluiu.

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Aguinaldo Silva ainda destacou a importância do momento, que teria acontecido cerca de duas semanas antes da morte de Gomes, que aconteceu em maio de 1999.

Dias Gomes, Aguinaldo Silva e Roque Santeiro

Dias Gomes escreveu o roteiro original de Roque Santeiro, que seria exibida em 1975, mas foi censurada pela ditadura militar. Depois de Sinal de Alerta (1978), ele chegou a declarar que não voltaria a escrever novelas, mas repensou a atitude.

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Em 1985, Dias gomes explicou seu retorno a Roque Santeiro ao Estadão: “Essa foi uma decisão de rotina e já estava acertada desde o início da novela. Posso garantir que não existe nenhuma crise. Eu estava envolvido com a organização da Casa de Criação Janete Clair, e , portanto, sem tempo para escrevê-la. Dessa forma, foram convocados o Aguinaldo e mais os escritores Joaquim Assis e Marcílio Moraes”.

“Desde oinício ficou também acertado que eu escreveria os 17 capítulos finais. E tudo porque o desfecho da novela está em minha cabeça há dez anos e, portanto, nada mais natural do que esrever esses últimos capítulos. Mas por uma questão mercadológica, vou ter de escrever mais 30″, concluía. Clique aqui para ler a reportagem completa.

O autor Dias Gomes, à frente, com o elenco de 'O Espigão' Foto: Acervo Estadão

Aguinaldo Silva falou sobre os anos em que considerou Dias Gomes como seu “inimigo mortal” dentro da Globo, por conta de desavenças surgidas à época em que foram autores da novela Roque Santeiro (1985). A declaração foi dada em entrevista ao podcast Inteligência Ltda.

SAO PAULO CADERNO 2 CULTURA 03-07-2024 AGUINALDO SILVA AUTOR AGUINALDO SILVA COM O LIVRO MEU PASSADO ME PERDOA FOTO Leo Souza /Estadao Foto: Leo Souza /Estadao

“Minha saída de Roque Santeiro foi meio traumática. Porque quando o Dias [Gomes] voltou da Europa, percebeu que a novela era um sucesso e reivindicou escrever o final. Faltavam 18 capítulos. Como ele exigiu muito isso, acabou que me tiraram da novela.”

“Mas fizeram uma sacanagem com ele. Depois que me tiraram, disseram para ele que a novela foi espichada, [em] 40 capítulos. Dizem que o Dias, quando soube disso, falou: ‘Então chama o Aguinaldo!”. Não chamaram. Mas isso faz parte da lenda urbana. Não sei se é verdade ou não, porque eu não estava lá”, continuou.

Silva, então, definiu a relação que teria com Gomes por cerca de uma década e meia: “Aí nós ficamos inimigos mortais durante anos. Eu e o Dias. Não ficávamos os dois sozinhos na mesma sala.”

“Foi uma baixaria. Eu comecei a achar divertido. O Dias, não sei. Todo mundo tinha medo de que nós nos engalfinhassemos um dia dentro dos corredores da Globo. Eu não [faria isso], e o Dias acho que também não”, prosseguiu.

Aguinaldo Silva relembrou também o momento em que fizeram as pazes, em 1999: “Um belo dia, teve uma reunião de autores. Eu fui tomar um café e percebi que estava aquele silêncio na sala. Olhei para o lado e não tinha mais ninguém. Pro outro lado, tinha só uma pessoa: Dias Gomes.”

“Ele estava servindo o café. Falou assim: ‘Você toma com açúcar ou sem açúcar?’. Eu disse: ‘Com açúcar’. Aí ele botou açúcar na xícara de café. Me deu e começou a conversar comigo, como se nada tivesse acontecido. Eu fiquei feliz, porque não suportava mais aquilo. Sempre tive respeito pelo homem, era um grande autor! Ficamos conversando e o pessoal no fundo, espantado com aquele acontecimento”, concluiu.

Aguinaldo Silva ainda destacou a importância do momento, que teria acontecido cerca de duas semanas antes da morte de Gomes, que aconteceu em maio de 1999.

Dias Gomes, Aguinaldo Silva e Roque Santeiro

Dias Gomes escreveu o roteiro original de Roque Santeiro, que seria exibida em 1975, mas foi censurada pela ditadura militar. Depois de Sinal de Alerta (1978), ele chegou a declarar que não voltaria a escrever novelas, mas repensou a atitude.

Em 1985, Dias gomes explicou seu retorno a Roque Santeiro ao Estadão: “Essa foi uma decisão de rotina e já estava acertada desde o início da novela. Posso garantir que não existe nenhuma crise. Eu estava envolvido com a organização da Casa de Criação Janete Clair, e , portanto, sem tempo para escrevê-la. Dessa forma, foram convocados o Aguinaldo e mais os escritores Joaquim Assis e Marcílio Moraes”.

“Desde oinício ficou também acertado que eu escreveria os 17 capítulos finais. E tudo porque o desfecho da novela está em minha cabeça há dez anos e, portanto, nada mais natural do que esrever esses últimos capítulos. Mas por uma questão mercadológica, vou ter de escrever mais 30″, concluía. Clique aqui para ler a reportagem completa.

O autor Dias Gomes, à frente, com o elenco de 'O Espigão' Foto: Acervo Estadão

Aguinaldo Silva falou sobre os anos em que considerou Dias Gomes como seu “inimigo mortal” dentro da Globo, por conta de desavenças surgidas à época em que foram autores da novela Roque Santeiro (1985). A declaração foi dada em entrevista ao podcast Inteligência Ltda.

SAO PAULO CADERNO 2 CULTURA 03-07-2024 AGUINALDO SILVA AUTOR AGUINALDO SILVA COM O LIVRO MEU PASSADO ME PERDOA FOTO Leo Souza /Estadao Foto: Leo Souza /Estadao

“Minha saída de Roque Santeiro foi meio traumática. Porque quando o Dias [Gomes] voltou da Europa, percebeu que a novela era um sucesso e reivindicou escrever o final. Faltavam 18 capítulos. Como ele exigiu muito isso, acabou que me tiraram da novela.”

“Mas fizeram uma sacanagem com ele. Depois que me tiraram, disseram para ele que a novela foi espichada, [em] 40 capítulos. Dizem que o Dias, quando soube disso, falou: ‘Então chama o Aguinaldo!”. Não chamaram. Mas isso faz parte da lenda urbana. Não sei se é verdade ou não, porque eu não estava lá”, continuou.

Silva, então, definiu a relação que teria com Gomes por cerca de uma década e meia: “Aí nós ficamos inimigos mortais durante anos. Eu e o Dias. Não ficávamos os dois sozinhos na mesma sala.”

“Foi uma baixaria. Eu comecei a achar divertido. O Dias, não sei. Todo mundo tinha medo de que nós nos engalfinhassemos um dia dentro dos corredores da Globo. Eu não [faria isso], e o Dias acho que também não”, prosseguiu.

Aguinaldo Silva relembrou também o momento em que fizeram as pazes, em 1999: “Um belo dia, teve uma reunião de autores. Eu fui tomar um café e percebi que estava aquele silêncio na sala. Olhei para o lado e não tinha mais ninguém. Pro outro lado, tinha só uma pessoa: Dias Gomes.”

“Ele estava servindo o café. Falou assim: ‘Você toma com açúcar ou sem açúcar?’. Eu disse: ‘Com açúcar’. Aí ele botou açúcar na xícara de café. Me deu e começou a conversar comigo, como se nada tivesse acontecido. Eu fiquei feliz, porque não suportava mais aquilo. Sempre tive respeito pelo homem, era um grande autor! Ficamos conversando e o pessoal no fundo, espantado com aquele acontecimento”, concluiu.

Aguinaldo Silva ainda destacou a importância do momento, que teria acontecido cerca de duas semanas antes da morte de Gomes, que aconteceu em maio de 1999.

Dias Gomes, Aguinaldo Silva e Roque Santeiro

Dias Gomes escreveu o roteiro original de Roque Santeiro, que seria exibida em 1975, mas foi censurada pela ditadura militar. Depois de Sinal de Alerta (1978), ele chegou a declarar que não voltaria a escrever novelas, mas repensou a atitude.

Em 1985, Dias gomes explicou seu retorno a Roque Santeiro ao Estadão: “Essa foi uma decisão de rotina e já estava acertada desde o início da novela. Posso garantir que não existe nenhuma crise. Eu estava envolvido com a organização da Casa de Criação Janete Clair, e , portanto, sem tempo para escrevê-la. Dessa forma, foram convocados o Aguinaldo e mais os escritores Joaquim Assis e Marcílio Moraes”.

“Desde oinício ficou também acertado que eu escreveria os 17 capítulos finais. E tudo porque o desfecho da novela está em minha cabeça há dez anos e, portanto, nada mais natural do que esrever esses últimos capítulos. Mas por uma questão mercadológica, vou ter de escrever mais 30″, concluía. Clique aqui para ler a reportagem completa.

O autor Dias Gomes, à frente, com o elenco de 'O Espigão' Foto: Acervo Estadão

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