Análise: Com festa elegante, Emmy compensa lista previsível e atrasada de vencedores


Sem passar vexame, mas com sabor de déjà vu, Emmy teve momentos divertidos e emocionantes, consagrou ‘Succession’ e ‘O Urso’ e colecionou bons discursos; veja vídeo

Por Daniel Oliveira
Atualização:

Sabe quando você vai a uma festa ou um bar com seus amigos e, ao chegar lá, descobre estar usando a mesma roupa que não só um, mas dois deles? E você ainda foi o último a chegar, então perdeu qualquer efeito de novidade, ou mesmo o impacto inicial de ter sido o primeiro gêmeo de figurino? É mais ou menos disso que a 75ª cerimônia do Emmy, exibida na noite de segunda-feira, 15, sofreu. Com o atraso causado pela greve dos atores e roteiristas em Hollywood, a premiação que era pra ser de 2023 teve que ser adiada para 2024, depois do Globo de Ouro e do Critics Choice Awards e... acabou repetindo praticamente os mesmos vencedores, com aquele saborzinho um tanto amargo de déjà vu.

Succession (melhor série, ator, atriz, ator coadjuvante, roteiro e direção de drama), O Urso (melhor série, ator, atriz e ator coadjuvante, roteiro e direção de comédia) e Treta (melhor minissérie, ator, atriz, roteiro e direção) encontraram mais um rodo em seu almoxarifado para passar impiedosamente sobre seus pobres concorrentes – assim como já haviam feito nas premiações anteriores da temporada. E com esses resultados previsíveis, os momentos de maior destaque e emoção da noite ficaram para algumas poucas surpresas fora das categorias principais e para a celebração que a Academia da Televisão norte-americana promoveu dos seus 75 anos de história.

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Discursos e destaques do Emmy

Niecy Nash-Betts ganhou o Emmy de melhor atriz coadjuvante Foto: Chris Pizzello/AP

Confirmando essa teoria, as vencedoras na categoria “melhor discurso de agradecimento” foram duas atrizes que não estavam em nenhuma dessas séries. Niecy Nash-Betts, premiada como melhor atriz coadjuvante em minissérie por Monstro: A História de Jeffrey Dahmer, agradeceu a si mesma e dedicou sua vitória a “todas as mulheres negras ignoradas e desmedidamente policiadas”, como sua personagem.

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Já a icônica Jennifer Coolidge, no seu bicampeonato como melhor atriz coadjuvante em série dramática pela segunda temporada de The White Lotus, agradeceu a “todas as gays maldosas”, cementando o status da série como um marco de representatividade das gays venenosas, assassinas e trambiqueiras. O grupo GLAAD – responsável pelas políticas afirmativas de representatividade LGBTQIA+ no audiovisual norte-americano, que foi reconhecido com o Governor’s Award na cerimônia – talvez tenha gostado do agradecimento. Ou não.

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O maior destaque da noite, porém, foi provavelmente a celebração no palco dos grandes indicados e vencedores dos 75 anos da premiação.

Os fãs da televisão e das séries norte-americanas puderam se esbaldar já no início com a emocionante presença da atriz Christina Applegate (indicada pela série Dead to Me), interrompendo a aposentadoria precoce devido ao diagnóstico de esclerose múltipla para apresentar a pioneira comediante Carol Burnett.

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O ator Anthony Anderson, que apresentou o Emmy, com a atriz Christina Applegate em um dos momentos emocionantes da cerimônia Foto: Valerie Macon/AFP

A partir daí, a cerimônia reuniu, ao longo da noite, elencos de séries de sucesso como Cheers, Família Soprano, Ally McBeal e até Grey’s Anatomy, além de homenagens às clássicas Além da Imaginação e I Love Lucy. O tom emotivo teve seu ápice no momento In Memoriam, encerrado com a imagem do ator Matthew Perry, enquanto Charlie Puth, acompanhado do duo The War and Treaty, cantavam a já clássica I’ll be there for you, canção-tema do seriado Friends.

O excesso de nostalgia pode tornar cerimônias de premiação um tanto pedantes ou saudosistas, mas o Emmy conseguiu executar suas bodas de brilhante com competência e elegância. Não foi uma noite especialmente genial ou surpreendente, mas foi minimamente divertida – e, o mais importante, mesmo com as dezenas de prêmios, pouco arrastada, ao contrário do desastroso Globo de Ouro deste ano.

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No quesito “momentos inexplicavelmente aleatórios” da noite, Travis Barker – sim, o baterista do Blink 182 – participou do número musical de abertura do apresentador Anthony Anderson (que não teve muita graça). E por algum motivo bizarro (e por algo que com certeza quase ninguém assistiu), Elton John (!) ganhou um Emmy de Melhor Especial de Variedades, completando seu EGOT – o cobiçado quadrilátero dos quatro maiores prêmios da indústria cultural norte-americana: o Emmy, Grammy, Oscar e o Tony. Ele não estava presente na cerimônia, por motivos de saúde, então a conquista não foi lá muito emocionante.

Ainda assim, foi mais interessante que ver os apresentadores RuPaul e John Oliver ganharem os mesmos Emmys que vencem todo ano, por categorias com as quais ninguém se importa. Mas premiações televisivas são isso: quando os vencedores não têm muita graça, resta a qualidade e o pizazz da festa. E se o Emmy não reinventou a roda, também não deu nenhum vexame. Está de bom tamanho.

Sabe quando você vai a uma festa ou um bar com seus amigos e, ao chegar lá, descobre estar usando a mesma roupa que não só um, mas dois deles? E você ainda foi o último a chegar, então perdeu qualquer efeito de novidade, ou mesmo o impacto inicial de ter sido o primeiro gêmeo de figurino? É mais ou menos disso que a 75ª cerimônia do Emmy, exibida na noite de segunda-feira, 15, sofreu. Com o atraso causado pela greve dos atores e roteiristas em Hollywood, a premiação que era pra ser de 2023 teve que ser adiada para 2024, depois do Globo de Ouro e do Critics Choice Awards e... acabou repetindo praticamente os mesmos vencedores, com aquele saborzinho um tanto amargo de déjà vu.

Succession (melhor série, ator, atriz, ator coadjuvante, roteiro e direção de drama), O Urso (melhor série, ator, atriz e ator coadjuvante, roteiro e direção de comédia) e Treta (melhor minissérie, ator, atriz, roteiro e direção) encontraram mais um rodo em seu almoxarifado para passar impiedosamente sobre seus pobres concorrentes – assim como já haviam feito nas premiações anteriores da temporada. E com esses resultados previsíveis, os momentos de maior destaque e emoção da noite ficaram para algumas poucas surpresas fora das categorias principais e para a celebração que a Academia da Televisão norte-americana promoveu dos seus 75 anos de história.

Discursos e destaques do Emmy

Niecy Nash-Betts ganhou o Emmy de melhor atriz coadjuvante Foto: Chris Pizzello/AP

Confirmando essa teoria, as vencedoras na categoria “melhor discurso de agradecimento” foram duas atrizes que não estavam em nenhuma dessas séries. Niecy Nash-Betts, premiada como melhor atriz coadjuvante em minissérie por Monstro: A História de Jeffrey Dahmer, agradeceu a si mesma e dedicou sua vitória a “todas as mulheres negras ignoradas e desmedidamente policiadas”, como sua personagem.

Já a icônica Jennifer Coolidge, no seu bicampeonato como melhor atriz coadjuvante em série dramática pela segunda temporada de The White Lotus, agradeceu a “todas as gays maldosas”, cementando o status da série como um marco de representatividade das gays venenosas, assassinas e trambiqueiras. O grupo GLAAD – responsável pelas políticas afirmativas de representatividade LGBTQIA+ no audiovisual norte-americano, que foi reconhecido com o Governor’s Award na cerimônia – talvez tenha gostado do agradecimento. Ou não.

O maior destaque da noite, porém, foi provavelmente a celebração no palco dos grandes indicados e vencedores dos 75 anos da premiação.

Os fãs da televisão e das séries norte-americanas puderam se esbaldar já no início com a emocionante presença da atriz Christina Applegate (indicada pela série Dead to Me), interrompendo a aposentadoria precoce devido ao diagnóstico de esclerose múltipla para apresentar a pioneira comediante Carol Burnett.

O ator Anthony Anderson, que apresentou o Emmy, com a atriz Christina Applegate em um dos momentos emocionantes da cerimônia Foto: Valerie Macon/AFP

A partir daí, a cerimônia reuniu, ao longo da noite, elencos de séries de sucesso como Cheers, Família Soprano, Ally McBeal e até Grey’s Anatomy, além de homenagens às clássicas Além da Imaginação e I Love Lucy. O tom emotivo teve seu ápice no momento In Memoriam, encerrado com a imagem do ator Matthew Perry, enquanto Charlie Puth, acompanhado do duo The War and Treaty, cantavam a já clássica I’ll be there for you, canção-tema do seriado Friends.

O excesso de nostalgia pode tornar cerimônias de premiação um tanto pedantes ou saudosistas, mas o Emmy conseguiu executar suas bodas de brilhante com competência e elegância. Não foi uma noite especialmente genial ou surpreendente, mas foi minimamente divertida – e, o mais importante, mesmo com as dezenas de prêmios, pouco arrastada, ao contrário do desastroso Globo de Ouro deste ano.

No quesito “momentos inexplicavelmente aleatórios” da noite, Travis Barker – sim, o baterista do Blink 182 – participou do número musical de abertura do apresentador Anthony Anderson (que não teve muita graça). E por algum motivo bizarro (e por algo que com certeza quase ninguém assistiu), Elton John (!) ganhou um Emmy de Melhor Especial de Variedades, completando seu EGOT – o cobiçado quadrilátero dos quatro maiores prêmios da indústria cultural norte-americana: o Emmy, Grammy, Oscar e o Tony. Ele não estava presente na cerimônia, por motivos de saúde, então a conquista não foi lá muito emocionante.

Ainda assim, foi mais interessante que ver os apresentadores RuPaul e John Oliver ganharem os mesmos Emmys que vencem todo ano, por categorias com as quais ninguém se importa. Mas premiações televisivas são isso: quando os vencedores não têm muita graça, resta a qualidade e o pizazz da festa. E se o Emmy não reinventou a roda, também não deu nenhum vexame. Está de bom tamanho.

Sabe quando você vai a uma festa ou um bar com seus amigos e, ao chegar lá, descobre estar usando a mesma roupa que não só um, mas dois deles? E você ainda foi o último a chegar, então perdeu qualquer efeito de novidade, ou mesmo o impacto inicial de ter sido o primeiro gêmeo de figurino? É mais ou menos disso que a 75ª cerimônia do Emmy, exibida na noite de segunda-feira, 15, sofreu. Com o atraso causado pela greve dos atores e roteiristas em Hollywood, a premiação que era pra ser de 2023 teve que ser adiada para 2024, depois do Globo de Ouro e do Critics Choice Awards e... acabou repetindo praticamente os mesmos vencedores, com aquele saborzinho um tanto amargo de déjà vu.

Succession (melhor série, ator, atriz, ator coadjuvante, roteiro e direção de drama), O Urso (melhor série, ator, atriz e ator coadjuvante, roteiro e direção de comédia) e Treta (melhor minissérie, ator, atriz, roteiro e direção) encontraram mais um rodo em seu almoxarifado para passar impiedosamente sobre seus pobres concorrentes – assim como já haviam feito nas premiações anteriores da temporada. E com esses resultados previsíveis, os momentos de maior destaque e emoção da noite ficaram para algumas poucas surpresas fora das categorias principais e para a celebração que a Academia da Televisão norte-americana promoveu dos seus 75 anos de história.

Discursos e destaques do Emmy

Niecy Nash-Betts ganhou o Emmy de melhor atriz coadjuvante Foto: Chris Pizzello/AP

Confirmando essa teoria, as vencedoras na categoria “melhor discurso de agradecimento” foram duas atrizes que não estavam em nenhuma dessas séries. Niecy Nash-Betts, premiada como melhor atriz coadjuvante em minissérie por Monstro: A História de Jeffrey Dahmer, agradeceu a si mesma e dedicou sua vitória a “todas as mulheres negras ignoradas e desmedidamente policiadas”, como sua personagem.

Já a icônica Jennifer Coolidge, no seu bicampeonato como melhor atriz coadjuvante em série dramática pela segunda temporada de The White Lotus, agradeceu a “todas as gays maldosas”, cementando o status da série como um marco de representatividade das gays venenosas, assassinas e trambiqueiras. O grupo GLAAD – responsável pelas políticas afirmativas de representatividade LGBTQIA+ no audiovisual norte-americano, que foi reconhecido com o Governor’s Award na cerimônia – talvez tenha gostado do agradecimento. Ou não.

O maior destaque da noite, porém, foi provavelmente a celebração no palco dos grandes indicados e vencedores dos 75 anos da premiação.

Os fãs da televisão e das séries norte-americanas puderam se esbaldar já no início com a emocionante presença da atriz Christina Applegate (indicada pela série Dead to Me), interrompendo a aposentadoria precoce devido ao diagnóstico de esclerose múltipla para apresentar a pioneira comediante Carol Burnett.

O ator Anthony Anderson, que apresentou o Emmy, com a atriz Christina Applegate em um dos momentos emocionantes da cerimônia Foto: Valerie Macon/AFP

A partir daí, a cerimônia reuniu, ao longo da noite, elencos de séries de sucesso como Cheers, Família Soprano, Ally McBeal e até Grey’s Anatomy, além de homenagens às clássicas Além da Imaginação e I Love Lucy. O tom emotivo teve seu ápice no momento In Memoriam, encerrado com a imagem do ator Matthew Perry, enquanto Charlie Puth, acompanhado do duo The War and Treaty, cantavam a já clássica I’ll be there for you, canção-tema do seriado Friends.

O excesso de nostalgia pode tornar cerimônias de premiação um tanto pedantes ou saudosistas, mas o Emmy conseguiu executar suas bodas de brilhante com competência e elegância. Não foi uma noite especialmente genial ou surpreendente, mas foi minimamente divertida – e, o mais importante, mesmo com as dezenas de prêmios, pouco arrastada, ao contrário do desastroso Globo de Ouro deste ano.

No quesito “momentos inexplicavelmente aleatórios” da noite, Travis Barker – sim, o baterista do Blink 182 – participou do número musical de abertura do apresentador Anthony Anderson (que não teve muita graça). E por algum motivo bizarro (e por algo que com certeza quase ninguém assistiu), Elton John (!) ganhou um Emmy de Melhor Especial de Variedades, completando seu EGOT – o cobiçado quadrilátero dos quatro maiores prêmios da indústria cultural norte-americana: o Emmy, Grammy, Oscar e o Tony. Ele não estava presente na cerimônia, por motivos de saúde, então a conquista não foi lá muito emocionante.

Ainda assim, foi mais interessante que ver os apresentadores RuPaul e John Oliver ganharem os mesmos Emmys que vencem todo ano, por categorias com as quais ninguém se importa. Mas premiações televisivas são isso: quando os vencedores não têm muita graça, resta a qualidade e o pizazz da festa. E se o Emmy não reinventou a roda, também não deu nenhum vexame. Está de bom tamanho.

Sabe quando você vai a uma festa ou um bar com seus amigos e, ao chegar lá, descobre estar usando a mesma roupa que não só um, mas dois deles? E você ainda foi o último a chegar, então perdeu qualquer efeito de novidade, ou mesmo o impacto inicial de ter sido o primeiro gêmeo de figurino? É mais ou menos disso que a 75ª cerimônia do Emmy, exibida na noite de segunda-feira, 15, sofreu. Com o atraso causado pela greve dos atores e roteiristas em Hollywood, a premiação que era pra ser de 2023 teve que ser adiada para 2024, depois do Globo de Ouro e do Critics Choice Awards e... acabou repetindo praticamente os mesmos vencedores, com aquele saborzinho um tanto amargo de déjà vu.

Succession (melhor série, ator, atriz, ator coadjuvante, roteiro e direção de drama), O Urso (melhor série, ator, atriz e ator coadjuvante, roteiro e direção de comédia) e Treta (melhor minissérie, ator, atriz, roteiro e direção) encontraram mais um rodo em seu almoxarifado para passar impiedosamente sobre seus pobres concorrentes – assim como já haviam feito nas premiações anteriores da temporada. E com esses resultados previsíveis, os momentos de maior destaque e emoção da noite ficaram para algumas poucas surpresas fora das categorias principais e para a celebração que a Academia da Televisão norte-americana promoveu dos seus 75 anos de história.

Discursos e destaques do Emmy

Niecy Nash-Betts ganhou o Emmy de melhor atriz coadjuvante Foto: Chris Pizzello/AP

Confirmando essa teoria, as vencedoras na categoria “melhor discurso de agradecimento” foram duas atrizes que não estavam em nenhuma dessas séries. Niecy Nash-Betts, premiada como melhor atriz coadjuvante em minissérie por Monstro: A História de Jeffrey Dahmer, agradeceu a si mesma e dedicou sua vitória a “todas as mulheres negras ignoradas e desmedidamente policiadas”, como sua personagem.

Já a icônica Jennifer Coolidge, no seu bicampeonato como melhor atriz coadjuvante em série dramática pela segunda temporada de The White Lotus, agradeceu a “todas as gays maldosas”, cementando o status da série como um marco de representatividade das gays venenosas, assassinas e trambiqueiras. O grupo GLAAD – responsável pelas políticas afirmativas de representatividade LGBTQIA+ no audiovisual norte-americano, que foi reconhecido com o Governor’s Award na cerimônia – talvez tenha gostado do agradecimento. Ou não.

O maior destaque da noite, porém, foi provavelmente a celebração no palco dos grandes indicados e vencedores dos 75 anos da premiação.

Os fãs da televisão e das séries norte-americanas puderam se esbaldar já no início com a emocionante presença da atriz Christina Applegate (indicada pela série Dead to Me), interrompendo a aposentadoria precoce devido ao diagnóstico de esclerose múltipla para apresentar a pioneira comediante Carol Burnett.

O ator Anthony Anderson, que apresentou o Emmy, com a atriz Christina Applegate em um dos momentos emocionantes da cerimônia Foto: Valerie Macon/AFP

A partir daí, a cerimônia reuniu, ao longo da noite, elencos de séries de sucesso como Cheers, Família Soprano, Ally McBeal e até Grey’s Anatomy, além de homenagens às clássicas Além da Imaginação e I Love Lucy. O tom emotivo teve seu ápice no momento In Memoriam, encerrado com a imagem do ator Matthew Perry, enquanto Charlie Puth, acompanhado do duo The War and Treaty, cantavam a já clássica I’ll be there for you, canção-tema do seriado Friends.

O excesso de nostalgia pode tornar cerimônias de premiação um tanto pedantes ou saudosistas, mas o Emmy conseguiu executar suas bodas de brilhante com competência e elegância. Não foi uma noite especialmente genial ou surpreendente, mas foi minimamente divertida – e, o mais importante, mesmo com as dezenas de prêmios, pouco arrastada, ao contrário do desastroso Globo de Ouro deste ano.

No quesito “momentos inexplicavelmente aleatórios” da noite, Travis Barker – sim, o baterista do Blink 182 – participou do número musical de abertura do apresentador Anthony Anderson (que não teve muita graça). E por algum motivo bizarro (e por algo que com certeza quase ninguém assistiu), Elton John (!) ganhou um Emmy de Melhor Especial de Variedades, completando seu EGOT – o cobiçado quadrilátero dos quatro maiores prêmios da indústria cultural norte-americana: o Emmy, Grammy, Oscar e o Tony. Ele não estava presente na cerimônia, por motivos de saúde, então a conquista não foi lá muito emocionante.

Ainda assim, foi mais interessante que ver os apresentadores RuPaul e John Oliver ganharem os mesmos Emmys que vencem todo ano, por categorias com as quais ninguém se importa. Mas premiações televisivas são isso: quando os vencedores não têm muita graça, resta a qualidade e o pizazz da festa. E se o Emmy não reinventou a roda, também não deu nenhum vexame. Está de bom tamanho.

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