Análise: Pedro Paulo Rangel brilhou na TV, no cinema e no teatro e roubou a cena muitas vezes


Ator, que morreu aos 74 anos, protagonizou o primeiro nu da televisão brasileira e teve interpretações marcantes ao longo de toda a sua carreira

Por Luiz Carlos Merten

Quem assistiu, nos últimos esses, à reprise da novela O Cravo e a Rosa, nas tardes da Globo, com toda certeza divertiu-se com o tom farsesco das interpretações de Du Moscovis e Adriana Esteves, como Petrúquio e Catarina, na novela que Walcyr Carrasco adaptou livremente de A Megera Domada, de William Shakespeare. Mas não foram só eles a (re)conquistar o público com a mordacidade de suas falas e gestos. Pedro Paulo Rangel também deu um show como Calixto de Oliveira, o agregado que cuidava dos porcos na fazenda de Petrúquio. Pedro Paulo morreu nesta quarta, 21, aos 74 anos.

Pedro Paulo Rangel e Suely Franco em 'O Cravo e a Rosa' Foto: TV Globo

Ator de teatro, cinema e televisão, integrou os tempos heroicos do Teatro Oficina, em São Paulo, participando de montagens históricas de José Celso Martinez Corrêa nos anos 1960, como Roda Viva e Galileu Galilei.

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Ganhou todos os prêmios que o leitor possa imaginar. Molière, Shell, Mambembe, Candango (no Festival de Brasília), Governador do Estado.

Em 1972, estreou nas novelas e não parou mais. Em 1975 fez história protagonizando o primeiro nu masculino da TV brasileira na Gabriela que Walter George Durst adaptou do romance de Jorge Amado, com Sonia Braga como a retirante que cheirava a cravo e canela. Apesar da origem teatral, adaptou-se muito bem ao naturalismo das telenovelas e séries globais, mas era melhor ainda em trabalhos que exigiam composição, como Calixto.

Pedro Paulo Rangel roubou a cena em 'O Cravo e a Rosa' Foto: TV Globo
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No cinema, onde estreou em 1970, emendou Orgia ou O Homem Que Deu Cria com Como Era Boa a Nossa Empregada, no episódio Lula e a Copeira.

Seus melhores filmes foram feitos no começo dos anos 2000 – Amélia, de Ana Carolina, Caramuru – A Invenção do Brasil, de Guel Arraes, e O Coronel e o Lobisomem, de Maurício Farias, os dois últimos coescritos por Jorge Furtado, com a verve que lhe é característica.

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Brilhou fazendo personagens como Salustiano, Dom Jayme e Seu Juquinha, sempre um tom acima. É preciso muito controle para acertar nessas circunstâncias. Pedro Paulo Rangel acertava.

Muitas vezes, o papel era de coadjuvante, o que não o impedia de roubar a cena. Uma prova é o curta Cego e Amigo Gedeão à Beira da Estrada, de Ronald Palatinik, de 2002, baseado no conto de Moacyr Scliar, com roteiro do próprio autor. Sentado naquele sofá em frangalhos, Cego conta ao amigo Gedeão a história que ilustra seu conhecimento sobre motores. Pedro Paulo Rangel é maravilhoso no papel. Não admira que tenha sido melhor ator – de curta – no Festival de Brasília.

Quem assistiu, nos últimos esses, à reprise da novela O Cravo e a Rosa, nas tardes da Globo, com toda certeza divertiu-se com o tom farsesco das interpretações de Du Moscovis e Adriana Esteves, como Petrúquio e Catarina, na novela que Walcyr Carrasco adaptou livremente de A Megera Domada, de William Shakespeare. Mas não foram só eles a (re)conquistar o público com a mordacidade de suas falas e gestos. Pedro Paulo Rangel também deu um show como Calixto de Oliveira, o agregado que cuidava dos porcos na fazenda de Petrúquio. Pedro Paulo morreu nesta quarta, 21, aos 74 anos.

Pedro Paulo Rangel e Suely Franco em 'O Cravo e a Rosa' Foto: TV Globo

Ator de teatro, cinema e televisão, integrou os tempos heroicos do Teatro Oficina, em São Paulo, participando de montagens históricas de José Celso Martinez Corrêa nos anos 1960, como Roda Viva e Galileu Galilei.

Ganhou todos os prêmios que o leitor possa imaginar. Molière, Shell, Mambembe, Candango (no Festival de Brasília), Governador do Estado.

Em 1972, estreou nas novelas e não parou mais. Em 1975 fez história protagonizando o primeiro nu masculino da TV brasileira na Gabriela que Walter George Durst adaptou do romance de Jorge Amado, com Sonia Braga como a retirante que cheirava a cravo e canela. Apesar da origem teatral, adaptou-se muito bem ao naturalismo das telenovelas e séries globais, mas era melhor ainda em trabalhos que exigiam composição, como Calixto.

Pedro Paulo Rangel roubou a cena em 'O Cravo e a Rosa' Foto: TV Globo

No cinema, onde estreou em 1970, emendou Orgia ou O Homem Que Deu Cria com Como Era Boa a Nossa Empregada, no episódio Lula e a Copeira.

Seus melhores filmes foram feitos no começo dos anos 2000 – Amélia, de Ana Carolina, Caramuru – A Invenção do Brasil, de Guel Arraes, e O Coronel e o Lobisomem, de Maurício Farias, os dois últimos coescritos por Jorge Furtado, com a verve que lhe é característica.

Brilhou fazendo personagens como Salustiano, Dom Jayme e Seu Juquinha, sempre um tom acima. É preciso muito controle para acertar nessas circunstâncias. Pedro Paulo Rangel acertava.

Muitas vezes, o papel era de coadjuvante, o que não o impedia de roubar a cena. Uma prova é o curta Cego e Amigo Gedeão à Beira da Estrada, de Ronald Palatinik, de 2002, baseado no conto de Moacyr Scliar, com roteiro do próprio autor. Sentado naquele sofá em frangalhos, Cego conta ao amigo Gedeão a história que ilustra seu conhecimento sobre motores. Pedro Paulo Rangel é maravilhoso no papel. Não admira que tenha sido melhor ator – de curta – no Festival de Brasília.

Quem assistiu, nos últimos esses, à reprise da novela O Cravo e a Rosa, nas tardes da Globo, com toda certeza divertiu-se com o tom farsesco das interpretações de Du Moscovis e Adriana Esteves, como Petrúquio e Catarina, na novela que Walcyr Carrasco adaptou livremente de A Megera Domada, de William Shakespeare. Mas não foram só eles a (re)conquistar o público com a mordacidade de suas falas e gestos. Pedro Paulo Rangel também deu um show como Calixto de Oliveira, o agregado que cuidava dos porcos na fazenda de Petrúquio. Pedro Paulo morreu nesta quarta, 21, aos 74 anos.

Pedro Paulo Rangel e Suely Franco em 'O Cravo e a Rosa' Foto: TV Globo

Ator de teatro, cinema e televisão, integrou os tempos heroicos do Teatro Oficina, em São Paulo, participando de montagens históricas de José Celso Martinez Corrêa nos anos 1960, como Roda Viva e Galileu Galilei.

Ganhou todos os prêmios que o leitor possa imaginar. Molière, Shell, Mambembe, Candango (no Festival de Brasília), Governador do Estado.

Em 1972, estreou nas novelas e não parou mais. Em 1975 fez história protagonizando o primeiro nu masculino da TV brasileira na Gabriela que Walter George Durst adaptou do romance de Jorge Amado, com Sonia Braga como a retirante que cheirava a cravo e canela. Apesar da origem teatral, adaptou-se muito bem ao naturalismo das telenovelas e séries globais, mas era melhor ainda em trabalhos que exigiam composição, como Calixto.

Pedro Paulo Rangel roubou a cena em 'O Cravo e a Rosa' Foto: TV Globo

No cinema, onde estreou em 1970, emendou Orgia ou O Homem Que Deu Cria com Como Era Boa a Nossa Empregada, no episódio Lula e a Copeira.

Seus melhores filmes foram feitos no começo dos anos 2000 – Amélia, de Ana Carolina, Caramuru – A Invenção do Brasil, de Guel Arraes, e O Coronel e o Lobisomem, de Maurício Farias, os dois últimos coescritos por Jorge Furtado, com a verve que lhe é característica.

Brilhou fazendo personagens como Salustiano, Dom Jayme e Seu Juquinha, sempre um tom acima. É preciso muito controle para acertar nessas circunstâncias. Pedro Paulo Rangel acertava.

Muitas vezes, o papel era de coadjuvante, o que não o impedia de roubar a cena. Uma prova é o curta Cego e Amigo Gedeão à Beira da Estrada, de Ronald Palatinik, de 2002, baseado no conto de Moacyr Scliar, com roteiro do próprio autor. Sentado naquele sofá em frangalhos, Cego conta ao amigo Gedeão a história que ilustra seu conhecimento sobre motores. Pedro Paulo Rangel é maravilhoso no papel. Não admira que tenha sido melhor ator – de curta – no Festival de Brasília.

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