BBB mostra o ‘pior’ da conduta humana. Mas brothers se esquecem das câmeras? Especialistas analisam


Casos de agressão de Wanessa Camargo e traição de Lucas Henrique suscitam a dúvida. Psiquiatra e psicóloga apontam o quanto desejos como vaidade, sucesso, poder e vingança podem criar ‘armadilhas do ego’

Por Sabrina Legramandi
Atualização:

Em praticamente todos os anos, há casos no Big Brother Brasil que representam ao “pior” da conduta humana. Não é tão difícil ver participantes acusados de agressão ou assédio. E existem até mesmo aqueles que entram no reality comprometidos, mas traem seus companheiros.

No último final de semana, as posturas de Wanessa Camargo e Lucas Henrique no BBB 24 tiveram ampla repercussão. Ela foi expulsa após agredir Davi. Ele, condenado pela (ao que tudo indica, ex) mulher, Camila Moura, após “flertar” com a também participante Pitel.

O que mais chama a atenção neste e em tantos outros casos no reality show, além da conduta em si, são as câmeras. Afinal, será que os participantes esquecem que estão sendo filmados? O que os leva a agir de forma tão extrema?

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O que leva participantes a tomarem condutas extremas no 'Big Brother Brasil'? Foto: Reprodução de vídeo/Rede Globo

Para o psiquiatra Daniel Martins de Barros, colunista do Estadão e autor do livro Rir É Preciso, e para a psicóloga Paloma Muniz, da equipe do reality La Maison - Drag me as a Queen, do canal E!, a resposta para a primeira pergunta é “não”. A consciência de estar sendo observado o tempo todo cria uma realidade de estresse e um sentimento de monitoramento constantes.

“O reality se funde com a realidade da pessoa e, a partir dali, a vida dela se torna uma vida monitorada”, comenta o psiquiatra. “Os participantes mergulham em uma ‘caverna’ psicológica, onde as paredes são formadas por isolamento social e os corredores são permeados pelo eco do estresse constante”, diz a psicóloga.

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Paloma avalia que, ao entrarem no BBB, os participantes se tornam “personagens em uma peça improvisada”. Eles adentram em uma jornada de autoconhecimento forçada, “lutando para manter a integridade enquanto se debatem com as projeções dos outros”. “As máscaras sociais caem, revelando as camadas mais profundas de cada personalidade”, diz.

Mundo exterior X isolamento

Questionado sobre o motivo de haver casos de agressão e traição no BBB mesmo com câmeras, Daniel julga que, “na prática, os participantes estão em um mundo onde aquelas imagens nem existem”. Para ele, o aspecto de não terem o retorno imediato das consequências das imagens divulgadas pode explicar o comportamento.

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“As câmeras levam aquelas imagens para fora, para um mundo em que essas pessoas não têm acesso”, afirma. “É diferente se você dá um ‘vexame’ no trabalho, na rua e alguém filma e você vê na rede social. [Nesse caso], você tem um mecanismo de inibição, porque você está vendo o que todo mundo está vendo.”

Paloma explica que, no reality, o elenco é obrigado a se questionar sobre quem é para além das “máscaras que usam no exterior”. Segundo a psicóloga, essa dicotomia pode ser “assustadora”. “De repente, a boazinha se converte em ‘persona non grata’ e o vilão se revela capaz de acolher e demonstrar afeto. É a complexidade humana”, comenta.

A psicóloga pontua: “ninguém é totalmente bonzinho ou mau”. O que o reality faz é apenas criar “armadilhas do ego” sob desejos como vaidade, sucesso, poder ou vingança. “Os participantes enfrentam um reflexo íntimo daquilo que se condena no outro, mas que não se consegue perceber em si”, diz.

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O que pode ter acontecido com Wanessa Camargo?

O momento que mostra a reação de Wanessa Camargo diante da expulsão no BBB teve ampla repercussão após ser exibido pela Globo. Na ocasião, uma voz da produção anunciou: “Nós recebemos uma denúncia de agressão essa noite, no final da festa, pelo Davi, de que você deu um tapa nele enquanto estava dormindo. Ele se sentiu agredido com esse tapa. Por conta deste tapa, dessa agressão e da denúncia dele, você vai ter que deixar o Big Brother agora”.

A cantora se mostrou visivelmente surpresa com a decisão. Incrédula, ela imediatamente se levantou da cadeira do confessionário e começou a chorar. Segundo a psicóloga, a reação da artista se associa a “uma situação de grande frustração e perda inesperada”.

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A cena que levou à expulsão da cantora aconteceu na madrugada após a festa da última sexta, 1º. Na ocasião, a cantora havia entrado no quarto em que Davi dormia pulando, gritando e acendendo as luzes.

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Em determinado momento, ela começa a dançar na frente da cama do brother, quando acerta a perna do motorista de aplicativo. Wanessa logo diz: “Desculpa, Davi. Eu estou bem louca”. Assista abaixo:

Daniel avalia que o comportamento pode ter sido influenciado pela bebida. “Os ‘antigos’ já diziam: ‘in vino veritas’ [no vinho está a verdade]. A pessoa ‘se revela’ e perde as inibições, perde um pouco os ‘freios’ e age como não agiria sóbria”, afirma.

O psiquiatra observa, porém, que “não é que a pessoa que não está sóbria se transforma em outra pessoa”. “Ela simplesmente perde algumas inibições que tem estando sóbria. Daí o espanto [no momento da expulsão]”, comenta.

Depois da saída da cantora do programa, a equipe da artista divulgou uma nota dizendo que “o jogo acabou hoje para a Wanessa, por circunstâncias que ninguém esperava que fossem possíveis de acontecer”. “Wanessa, assim como os demais participantes, foi desafiada a lidar com seus medos, suas inseguranças, suas vulnerabilidades, seus erros e acertos, mas viveu cada minuto”, escreveu. Leia completa aqui.

O que pode ter acontecido com Lucas Henrique?

A postura de Lucas Henrique também chamou a atenção durante a festa da última sexta. Na ocasião, o brother apareceu “flertando” com Pitel, mesmo comprometido fora do reality. Em determinado momento da madrugada, Lucas se declarou à participante recitando a letra de Baiana, de Emicida.

“Vou só dizer uma coisa: ‘Baiana, você me bagunçou’”, disse ele. Pitel, porém, logo cortou o assunto: “Morreu aqui [a conversa]. Ela não deveria nem ter nascido”. Assista ao momento:

Depois do caso, Camila Moura, mulher do participante, condenou a postura e deu indícios de que pretende romper o relacionamento com ele. “Para mim, traição não é só ‘beijar na boca’. Não é só contato físico, e o Lucas entrou sabendo disso. [...] Combinado não sai caro. Jogou tudo no lixo”, afirmou.

Na opinião de Daniel, podem haver determinados momentos em que os participantes “se tornam indiferentes à câmera”. “Não é nem pensarem se [as pessoas] estão vendo ou se não estão vendo, é não levarem em consideração”, esclarece.

Paloma afirma que o caso está diretamente ligado ao modo com que a sociedade recebe e reage de forma distinta a traições de homens e mulheres. “Em uma sociedade patriarcal, os homens são muitas vezes desculpados por comportamentos infiéis, enquanto as mulheres enfrentam críticas”, diz.

A psicóloga conta que, por aspectos culturais e sociais, o sentimento de “vergonha” diante da infidelidade pode ser menos intenso para os homens. “É necessário que sejamos afetados pela vergonha para que a consciência da responsabilidade sobre os afetos do outro seja despertada. [...] Essa discrepância reflete a falta de responsabilização masculina pela infidelidade e o excesso de culpabilização das mulheres”, comenta.

Em praticamente todos os anos, há casos no Big Brother Brasil que representam ao “pior” da conduta humana. Não é tão difícil ver participantes acusados de agressão ou assédio. E existem até mesmo aqueles que entram no reality comprometidos, mas traem seus companheiros.

No último final de semana, as posturas de Wanessa Camargo e Lucas Henrique no BBB 24 tiveram ampla repercussão. Ela foi expulsa após agredir Davi. Ele, condenado pela (ao que tudo indica, ex) mulher, Camila Moura, após “flertar” com a também participante Pitel.

O que mais chama a atenção neste e em tantos outros casos no reality show, além da conduta em si, são as câmeras. Afinal, será que os participantes esquecem que estão sendo filmados? O que os leva a agir de forma tão extrema?

O que leva participantes a tomarem condutas extremas no 'Big Brother Brasil'? Foto: Reprodução de vídeo/Rede Globo

Para o psiquiatra Daniel Martins de Barros, colunista do Estadão e autor do livro Rir É Preciso, e para a psicóloga Paloma Muniz, da equipe do reality La Maison - Drag me as a Queen, do canal E!, a resposta para a primeira pergunta é “não”. A consciência de estar sendo observado o tempo todo cria uma realidade de estresse e um sentimento de monitoramento constantes.

“O reality se funde com a realidade da pessoa e, a partir dali, a vida dela se torna uma vida monitorada”, comenta o psiquiatra. “Os participantes mergulham em uma ‘caverna’ psicológica, onde as paredes são formadas por isolamento social e os corredores são permeados pelo eco do estresse constante”, diz a psicóloga.

Paloma avalia que, ao entrarem no BBB, os participantes se tornam “personagens em uma peça improvisada”. Eles adentram em uma jornada de autoconhecimento forçada, “lutando para manter a integridade enquanto se debatem com as projeções dos outros”. “As máscaras sociais caem, revelando as camadas mais profundas de cada personalidade”, diz.

Mundo exterior X isolamento

Questionado sobre o motivo de haver casos de agressão e traição no BBB mesmo com câmeras, Daniel julga que, “na prática, os participantes estão em um mundo onde aquelas imagens nem existem”. Para ele, o aspecto de não terem o retorno imediato das consequências das imagens divulgadas pode explicar o comportamento.

“As câmeras levam aquelas imagens para fora, para um mundo em que essas pessoas não têm acesso”, afirma. “É diferente se você dá um ‘vexame’ no trabalho, na rua e alguém filma e você vê na rede social. [Nesse caso], você tem um mecanismo de inibição, porque você está vendo o que todo mundo está vendo.”

Paloma explica que, no reality, o elenco é obrigado a se questionar sobre quem é para além das “máscaras que usam no exterior”. Segundo a psicóloga, essa dicotomia pode ser “assustadora”. “De repente, a boazinha se converte em ‘persona non grata’ e o vilão se revela capaz de acolher e demonstrar afeto. É a complexidade humana”, comenta.

A psicóloga pontua: “ninguém é totalmente bonzinho ou mau”. O que o reality faz é apenas criar “armadilhas do ego” sob desejos como vaidade, sucesso, poder ou vingança. “Os participantes enfrentam um reflexo íntimo daquilo que se condena no outro, mas que não se consegue perceber em si”, diz.

O que pode ter acontecido com Wanessa Camargo?

O momento que mostra a reação de Wanessa Camargo diante da expulsão no BBB teve ampla repercussão após ser exibido pela Globo. Na ocasião, uma voz da produção anunciou: “Nós recebemos uma denúncia de agressão essa noite, no final da festa, pelo Davi, de que você deu um tapa nele enquanto estava dormindo. Ele se sentiu agredido com esse tapa. Por conta deste tapa, dessa agressão e da denúncia dele, você vai ter que deixar o Big Brother agora”.

A cantora se mostrou visivelmente surpresa com a decisão. Incrédula, ela imediatamente se levantou da cadeira do confessionário e começou a chorar. Segundo a psicóloga, a reação da artista se associa a “uma situação de grande frustração e perda inesperada”.

A cena que levou à expulsão da cantora aconteceu na madrugada após a festa da última sexta, 1º. Na ocasião, a cantora havia entrado no quarto em que Davi dormia pulando, gritando e acendendo as luzes.

Em determinado momento, ela começa a dançar na frente da cama do brother, quando acerta a perna do motorista de aplicativo. Wanessa logo diz: “Desculpa, Davi. Eu estou bem louca”. Assista abaixo:

Daniel avalia que o comportamento pode ter sido influenciado pela bebida. “Os ‘antigos’ já diziam: ‘in vino veritas’ [no vinho está a verdade]. A pessoa ‘se revela’ e perde as inibições, perde um pouco os ‘freios’ e age como não agiria sóbria”, afirma.

O psiquiatra observa, porém, que “não é que a pessoa que não está sóbria se transforma em outra pessoa”. “Ela simplesmente perde algumas inibições que tem estando sóbria. Daí o espanto [no momento da expulsão]”, comenta.

Depois da saída da cantora do programa, a equipe da artista divulgou uma nota dizendo que “o jogo acabou hoje para a Wanessa, por circunstâncias que ninguém esperava que fossem possíveis de acontecer”. “Wanessa, assim como os demais participantes, foi desafiada a lidar com seus medos, suas inseguranças, suas vulnerabilidades, seus erros e acertos, mas viveu cada minuto”, escreveu. Leia completa aqui.

O que pode ter acontecido com Lucas Henrique?

A postura de Lucas Henrique também chamou a atenção durante a festa da última sexta. Na ocasião, o brother apareceu “flertando” com Pitel, mesmo comprometido fora do reality. Em determinado momento da madrugada, Lucas se declarou à participante recitando a letra de Baiana, de Emicida.

“Vou só dizer uma coisa: ‘Baiana, você me bagunçou’”, disse ele. Pitel, porém, logo cortou o assunto: “Morreu aqui [a conversa]. Ela não deveria nem ter nascido”. Assista ao momento:

Depois do caso, Camila Moura, mulher do participante, condenou a postura e deu indícios de que pretende romper o relacionamento com ele. “Para mim, traição não é só ‘beijar na boca’. Não é só contato físico, e o Lucas entrou sabendo disso. [...] Combinado não sai caro. Jogou tudo no lixo”, afirmou.

Na opinião de Daniel, podem haver determinados momentos em que os participantes “se tornam indiferentes à câmera”. “Não é nem pensarem se [as pessoas] estão vendo ou se não estão vendo, é não levarem em consideração”, esclarece.

Paloma afirma que o caso está diretamente ligado ao modo com que a sociedade recebe e reage de forma distinta a traições de homens e mulheres. “Em uma sociedade patriarcal, os homens são muitas vezes desculpados por comportamentos infiéis, enquanto as mulheres enfrentam críticas”, diz.

A psicóloga conta que, por aspectos culturais e sociais, o sentimento de “vergonha” diante da infidelidade pode ser menos intenso para os homens. “É necessário que sejamos afetados pela vergonha para que a consciência da responsabilidade sobre os afetos do outro seja despertada. [...] Essa discrepância reflete a falta de responsabilização masculina pela infidelidade e o excesso de culpabilização das mulheres”, comenta.

Em praticamente todos os anos, há casos no Big Brother Brasil que representam ao “pior” da conduta humana. Não é tão difícil ver participantes acusados de agressão ou assédio. E existem até mesmo aqueles que entram no reality comprometidos, mas traem seus companheiros.

No último final de semana, as posturas de Wanessa Camargo e Lucas Henrique no BBB 24 tiveram ampla repercussão. Ela foi expulsa após agredir Davi. Ele, condenado pela (ao que tudo indica, ex) mulher, Camila Moura, após “flertar” com a também participante Pitel.

O que mais chama a atenção neste e em tantos outros casos no reality show, além da conduta em si, são as câmeras. Afinal, será que os participantes esquecem que estão sendo filmados? O que os leva a agir de forma tão extrema?

O que leva participantes a tomarem condutas extremas no 'Big Brother Brasil'? Foto: Reprodução de vídeo/Rede Globo

Para o psiquiatra Daniel Martins de Barros, colunista do Estadão e autor do livro Rir É Preciso, e para a psicóloga Paloma Muniz, da equipe do reality La Maison - Drag me as a Queen, do canal E!, a resposta para a primeira pergunta é “não”. A consciência de estar sendo observado o tempo todo cria uma realidade de estresse e um sentimento de monitoramento constantes.

“O reality se funde com a realidade da pessoa e, a partir dali, a vida dela se torna uma vida monitorada”, comenta o psiquiatra. “Os participantes mergulham em uma ‘caverna’ psicológica, onde as paredes são formadas por isolamento social e os corredores são permeados pelo eco do estresse constante”, diz a psicóloga.

Paloma avalia que, ao entrarem no BBB, os participantes se tornam “personagens em uma peça improvisada”. Eles adentram em uma jornada de autoconhecimento forçada, “lutando para manter a integridade enquanto se debatem com as projeções dos outros”. “As máscaras sociais caem, revelando as camadas mais profundas de cada personalidade”, diz.

Mundo exterior X isolamento

Questionado sobre o motivo de haver casos de agressão e traição no BBB mesmo com câmeras, Daniel julga que, “na prática, os participantes estão em um mundo onde aquelas imagens nem existem”. Para ele, o aspecto de não terem o retorno imediato das consequências das imagens divulgadas pode explicar o comportamento.

“As câmeras levam aquelas imagens para fora, para um mundo em que essas pessoas não têm acesso”, afirma. “É diferente se você dá um ‘vexame’ no trabalho, na rua e alguém filma e você vê na rede social. [Nesse caso], você tem um mecanismo de inibição, porque você está vendo o que todo mundo está vendo.”

Paloma explica que, no reality, o elenco é obrigado a se questionar sobre quem é para além das “máscaras que usam no exterior”. Segundo a psicóloga, essa dicotomia pode ser “assustadora”. “De repente, a boazinha se converte em ‘persona non grata’ e o vilão se revela capaz de acolher e demonstrar afeto. É a complexidade humana”, comenta.

A psicóloga pontua: “ninguém é totalmente bonzinho ou mau”. O que o reality faz é apenas criar “armadilhas do ego” sob desejos como vaidade, sucesso, poder ou vingança. “Os participantes enfrentam um reflexo íntimo daquilo que se condena no outro, mas que não se consegue perceber em si”, diz.

O que pode ter acontecido com Wanessa Camargo?

O momento que mostra a reação de Wanessa Camargo diante da expulsão no BBB teve ampla repercussão após ser exibido pela Globo. Na ocasião, uma voz da produção anunciou: “Nós recebemos uma denúncia de agressão essa noite, no final da festa, pelo Davi, de que você deu um tapa nele enquanto estava dormindo. Ele se sentiu agredido com esse tapa. Por conta deste tapa, dessa agressão e da denúncia dele, você vai ter que deixar o Big Brother agora”.

A cantora se mostrou visivelmente surpresa com a decisão. Incrédula, ela imediatamente se levantou da cadeira do confessionário e começou a chorar. Segundo a psicóloga, a reação da artista se associa a “uma situação de grande frustração e perda inesperada”.

A cena que levou à expulsão da cantora aconteceu na madrugada após a festa da última sexta, 1º. Na ocasião, a cantora havia entrado no quarto em que Davi dormia pulando, gritando e acendendo as luzes.

Em determinado momento, ela começa a dançar na frente da cama do brother, quando acerta a perna do motorista de aplicativo. Wanessa logo diz: “Desculpa, Davi. Eu estou bem louca”. Assista abaixo:

Daniel avalia que o comportamento pode ter sido influenciado pela bebida. “Os ‘antigos’ já diziam: ‘in vino veritas’ [no vinho está a verdade]. A pessoa ‘se revela’ e perde as inibições, perde um pouco os ‘freios’ e age como não agiria sóbria”, afirma.

O psiquiatra observa, porém, que “não é que a pessoa que não está sóbria se transforma em outra pessoa”. “Ela simplesmente perde algumas inibições que tem estando sóbria. Daí o espanto [no momento da expulsão]”, comenta.

Depois da saída da cantora do programa, a equipe da artista divulgou uma nota dizendo que “o jogo acabou hoje para a Wanessa, por circunstâncias que ninguém esperava que fossem possíveis de acontecer”. “Wanessa, assim como os demais participantes, foi desafiada a lidar com seus medos, suas inseguranças, suas vulnerabilidades, seus erros e acertos, mas viveu cada minuto”, escreveu. Leia completa aqui.

O que pode ter acontecido com Lucas Henrique?

A postura de Lucas Henrique também chamou a atenção durante a festa da última sexta. Na ocasião, o brother apareceu “flertando” com Pitel, mesmo comprometido fora do reality. Em determinado momento da madrugada, Lucas se declarou à participante recitando a letra de Baiana, de Emicida.

“Vou só dizer uma coisa: ‘Baiana, você me bagunçou’”, disse ele. Pitel, porém, logo cortou o assunto: “Morreu aqui [a conversa]. Ela não deveria nem ter nascido”. Assista ao momento:

Depois do caso, Camila Moura, mulher do participante, condenou a postura e deu indícios de que pretende romper o relacionamento com ele. “Para mim, traição não é só ‘beijar na boca’. Não é só contato físico, e o Lucas entrou sabendo disso. [...] Combinado não sai caro. Jogou tudo no lixo”, afirmou.

Na opinião de Daniel, podem haver determinados momentos em que os participantes “se tornam indiferentes à câmera”. “Não é nem pensarem se [as pessoas] estão vendo ou se não estão vendo, é não levarem em consideração”, esclarece.

Paloma afirma que o caso está diretamente ligado ao modo com que a sociedade recebe e reage de forma distinta a traições de homens e mulheres. “Em uma sociedade patriarcal, os homens são muitas vezes desculpados por comportamentos infiéis, enquanto as mulheres enfrentam críticas”, diz.

A psicóloga conta que, por aspectos culturais e sociais, o sentimento de “vergonha” diante da infidelidade pode ser menos intenso para os homens. “É necessário que sejamos afetados pela vergonha para que a consciência da responsabilidade sobre os afetos do outro seja despertada. [...] Essa discrepância reflete a falta de responsabilização masculina pela infidelidade e o excesso de culpabilização das mulheres”, comenta.

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