Análise|Brasil entra em relatório de desigualdade de gênero nos reality shows (e não é um bom sinal)


Estudo atualiza dados e revela que o desequilíbrio de gênero persiste entre produtores de programas de TV sem roteiro no Brasil e no exterior

Por Beatriz Nogueira
Atualização:

Um relatório recente, conduzido pelo Banijay Group, Everywoman Studios e o Geena Davis Institute on Gender in Media, realizou um estudo que avaliou os níveis de representatividade de gênero nos bastidores de 360 reality shows exibidos no Brasil, EUA, Reino Unido, e França entre 2021 e 2023. O estudo fornece uma visão abrangente da situação nacional e global e evidencia as disparidades significativas entre homens e mulheres em funções executivas e criativas.

Paloma Muniz é psicóloga e trabalha em reality show, e em entrevista para o Estadão ela contou como é a rotina do trabalho em um set. Foto: Acervo Pessoal/Paloma Muniz

Funções de produção executiva ocupadas por homens

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No Brasil, o cenário apresenta uma leve porcentagem positiva para as mulheres em relação a outros países. O Reino Unido é mais equilibrado que os EUA, mas o ranking é liderado pela França, com a maioria de homens na produção executiva:

  • França: 64,6% das vagas masculinas
  • Estados Unidos: 62,5% das vagas masculinas
  • Reino Unido: 58,4% das vagas masculinas
  • Brasil: 52,4% das vagas masculinas

Esta é uma das poucas áreas onde as mulheres têm uma presença ligeiramente maior. Entretanto, esta tendência não se repete em outras funções de liderança e criação, onde os homens continuam a dominar.

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Os criadores de reality shows são esmagadoramente homens em todos os países analisados, e quem puxa a média global são os Estados Unidos:

  • Média global: 73,7% de homens contra 25,7% de mulheres.
  • Estados Unidos: 80,6% dos criadores homens e apenas 16,1% mulheres
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Panorama Mundial

Globalmente, o estudo destaca que, embora haja um aumento na porcentagem de mulheres em funções executivas (de 36,6% em 2021 para 46% em 2023), ainda há um longo caminho a percorrer. As mulheres precisam de mais oportunidades executivas para impulsionar mudanças sistêmicas na indústria. Os pesquisadores sugerem criar programas de mentoria para mulheres em cargos de produção de nível médio, promoção de equidade salarial, fomentar a cultura de comunicação aberta e oferecer licença remunerada para abordar a disparidade de gênero.

O estudo reforça o que já é conhecimento publico: são necessárias mudanças estruturais

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Os resultados deste estudo indicam que, apesar de alguns progressos, a representação feminina nos bastidores dos reality shows ainda é insuficiente e em cargos de menor impacto decisivo. Para as mulheres poderem deixar uma marca significativa na indústria, é crucial que não apenas sejam elevadas a cargos de liderança, mas que também recebam os recursos necessários para redesenhar o espaço de trabalho, afirmam os pesquisadores.

A disparidade de gênero na produção de reality shows é uma questão complexa que requer atenção contínua e ações inovadoras e realistas. O Brasil apresenta alguns avanços, ainda longe da equidade, mas a comparação internacional mostra haver muito a ser feito para alcançar esses objetivos de gênero nos bastidores da indústria do entretenimento.

Um relatório recente, conduzido pelo Banijay Group, Everywoman Studios e o Geena Davis Institute on Gender in Media, realizou um estudo que avaliou os níveis de representatividade de gênero nos bastidores de 360 reality shows exibidos no Brasil, EUA, Reino Unido, e França entre 2021 e 2023. O estudo fornece uma visão abrangente da situação nacional e global e evidencia as disparidades significativas entre homens e mulheres em funções executivas e criativas.

Paloma Muniz é psicóloga e trabalha em reality show, e em entrevista para o Estadão ela contou como é a rotina do trabalho em um set. Foto: Acervo Pessoal/Paloma Muniz

Funções de produção executiva ocupadas por homens

No Brasil, o cenário apresenta uma leve porcentagem positiva para as mulheres em relação a outros países. O Reino Unido é mais equilibrado que os EUA, mas o ranking é liderado pela França, com a maioria de homens na produção executiva:

  • França: 64,6% das vagas masculinas
  • Estados Unidos: 62,5% das vagas masculinas
  • Reino Unido: 58,4% das vagas masculinas
  • Brasil: 52,4% das vagas masculinas

Esta é uma das poucas áreas onde as mulheres têm uma presença ligeiramente maior. Entretanto, esta tendência não se repete em outras funções de liderança e criação, onde os homens continuam a dominar.

Os criadores de reality shows são esmagadoramente homens em todos os países analisados, e quem puxa a média global são os Estados Unidos:

  • Média global: 73,7% de homens contra 25,7% de mulheres.
  • Estados Unidos: 80,6% dos criadores homens e apenas 16,1% mulheres

Panorama Mundial

Globalmente, o estudo destaca que, embora haja um aumento na porcentagem de mulheres em funções executivas (de 36,6% em 2021 para 46% em 2023), ainda há um longo caminho a percorrer. As mulheres precisam de mais oportunidades executivas para impulsionar mudanças sistêmicas na indústria. Os pesquisadores sugerem criar programas de mentoria para mulheres em cargos de produção de nível médio, promoção de equidade salarial, fomentar a cultura de comunicação aberta e oferecer licença remunerada para abordar a disparidade de gênero.

O estudo reforça o que já é conhecimento publico: são necessárias mudanças estruturais

Os resultados deste estudo indicam que, apesar de alguns progressos, a representação feminina nos bastidores dos reality shows ainda é insuficiente e em cargos de menor impacto decisivo. Para as mulheres poderem deixar uma marca significativa na indústria, é crucial que não apenas sejam elevadas a cargos de liderança, mas que também recebam os recursos necessários para redesenhar o espaço de trabalho, afirmam os pesquisadores.

A disparidade de gênero na produção de reality shows é uma questão complexa que requer atenção contínua e ações inovadoras e realistas. O Brasil apresenta alguns avanços, ainda longe da equidade, mas a comparação internacional mostra haver muito a ser feito para alcançar esses objetivos de gênero nos bastidores da indústria do entretenimento.

Um relatório recente, conduzido pelo Banijay Group, Everywoman Studios e o Geena Davis Institute on Gender in Media, realizou um estudo que avaliou os níveis de representatividade de gênero nos bastidores de 360 reality shows exibidos no Brasil, EUA, Reino Unido, e França entre 2021 e 2023. O estudo fornece uma visão abrangente da situação nacional e global e evidencia as disparidades significativas entre homens e mulheres em funções executivas e criativas.

Paloma Muniz é psicóloga e trabalha em reality show, e em entrevista para o Estadão ela contou como é a rotina do trabalho em um set. Foto: Acervo Pessoal/Paloma Muniz

Funções de produção executiva ocupadas por homens

No Brasil, o cenário apresenta uma leve porcentagem positiva para as mulheres em relação a outros países. O Reino Unido é mais equilibrado que os EUA, mas o ranking é liderado pela França, com a maioria de homens na produção executiva:

  • França: 64,6% das vagas masculinas
  • Estados Unidos: 62,5% das vagas masculinas
  • Reino Unido: 58,4% das vagas masculinas
  • Brasil: 52,4% das vagas masculinas

Esta é uma das poucas áreas onde as mulheres têm uma presença ligeiramente maior. Entretanto, esta tendência não se repete em outras funções de liderança e criação, onde os homens continuam a dominar.

Os criadores de reality shows são esmagadoramente homens em todos os países analisados, e quem puxa a média global são os Estados Unidos:

  • Média global: 73,7% de homens contra 25,7% de mulheres.
  • Estados Unidos: 80,6% dos criadores homens e apenas 16,1% mulheres

Panorama Mundial

Globalmente, o estudo destaca que, embora haja um aumento na porcentagem de mulheres em funções executivas (de 36,6% em 2021 para 46% em 2023), ainda há um longo caminho a percorrer. As mulheres precisam de mais oportunidades executivas para impulsionar mudanças sistêmicas na indústria. Os pesquisadores sugerem criar programas de mentoria para mulheres em cargos de produção de nível médio, promoção de equidade salarial, fomentar a cultura de comunicação aberta e oferecer licença remunerada para abordar a disparidade de gênero.

O estudo reforça o que já é conhecimento publico: são necessárias mudanças estruturais

Os resultados deste estudo indicam que, apesar de alguns progressos, a representação feminina nos bastidores dos reality shows ainda é insuficiente e em cargos de menor impacto decisivo. Para as mulheres poderem deixar uma marca significativa na indústria, é crucial que não apenas sejam elevadas a cargos de liderança, mas que também recebam os recursos necessários para redesenhar o espaço de trabalho, afirmam os pesquisadores.

A disparidade de gênero na produção de reality shows é uma questão complexa que requer atenção contínua e ações inovadoras e realistas. O Brasil apresenta alguns avanços, ainda longe da equidade, mas a comparação internacional mostra haver muito a ser feito para alcançar esses objetivos de gênero nos bastidores da indústria do entretenimento.

Análise por Beatriz Nogueira

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