Cissa Guimarães assume o ‘Sem Censura’: ‘Não estou nem aí para o etarismo! Estou tinindo, morô?’


A atriz e apresentadora estreia na apresentação do programa da TV Brasil nesta segunda-feira, 26. Vítima de críticas sobre seu salário de R$ 70 mil, ela diz ser merecedora da remuneração

Por Danilo Casaletti

“Eu sei que cheguei!”, brinca Cissa Guimarães, sobre o cargo de apresentadora do programa Sem Censura, da TV Brasil, que volta ao ar repaginado nesta segunda-feira, 26 de fevereiro, de segunda a sexta-feira, a partir das 16h.

Cissa define a empreitada de assumir o Sem Censura, programa tão emblemático, com um misto de susto e de amor – um sentimento maternal. Uma gestação mesmo, como ela prefere definir. “Todas as emoções mais gostosas. Se você me perguntar – você não me perguntou, mas vou falar – estou nervosíssima! De alegria e de responsabilidade!”, diz, em entrevista por vídeo, direto do novo cenário da atração, que preserva a ideia de bancada.

A apresentadora Cissa Guimarães no estúdio do programa 'Sem Censura' Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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A atriz e apresentadora afirma que a volta do Sem Censura coincide com um período de resgate da plena democracia e de mercado cultural aquecido. O programa saiu do ar em janeiro de 2019, por decisão o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e voltou meses depois até 2020. E abril de 2021, virou semanal, com foco em personalidades do mundo político.

A volta do Sem Censura nesse momento é muito séria! É um lugar de expressão, da liberdade de compartilhar opiniões. Temos que botar isso para fora. É uma sagrada missão

Cissa Guimarães

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Criado em 1985 para a TV Educativa do Rio de Janeiro, a atração virou uma referência em debates, sobretudo em torno de temas relacionados à cultura nacional. Apresentado em um primeiro momento por Tetê Muniz, o Sem Censura ganhou a cara de Leda Nagle, jornalista que ficou no comando da atração por duas décadas, entre 1996 e 2016.

Agora, ele está aberto ao “jeitão” de Cissa – burilados por anos à frente das reportagens feitas por 15 anos para o extinto programa Video Show, da TV Globo. Cissa também comandou o semanal É de Casa por quase sete anos, além de outros projetos, até ser dispensada em 2021, após mais de 46 anos de vínculo profissional com a emissora.

Cissa tem consciência do que o público que a conhece espera ver. No Video Show, ela criou, muito antes do jornalismo de celebridades entrar em moda, um modo descontraído de entrevistar e conversar com os famosos – muitos deles, atores e atrizes, seus amigos ou colegas de bastidores.

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Como, então, dosar isso no leme dos debates do Sem Censura? “Não dá para deixar de trazer minha espontaneidade. Eu sou desse jeito. O que deu certo no Video Show era a conversa. Gosto de fazer o público se divertir. Apesar de eu não ser mais aquela Cissa do Video Show”, avisa.

Para ela, o importante é deixar seus interlocutores à vontade. “Não é o meu programa. O Sem Censura é do povo brasileiro e dos convidados que vêm aqui compartilhar conosco suas ideias”, diz.

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Aos 66 anos, Cissa afirma que o Sem Censura chega em sua vida em um momento de completa maturidade, em que se sente “uma jovem senhora responsável”, expressão seguida por sua característica gargalhada. “Estou mais consciente do que nunca!”, completa.

Não estou nem aí para o etarismo! Estou tinindo, morô?,

Cissa Guimarães

O novo Sem Censura deve se concentrar em temas da cultura. A agenda de convidados para a estreia confirma essa tendência. Na segunda-feira, 26, dia da estreia, o programa receberá a atriz Claudia Raia, o ator e diretor Miguel Falabella, a jornalista Luciana Barreto e o músico Xande de Pilares.

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Cissa terá ao seu lado uma bancada fixa de debatedores composta pela atriz e humorista Dadá Coelho, o diretor de cinema e de teatro Rodrigo França e os jornalistas Fabiane Pereira, Katy Navarro, Bia Aparecida e Murilo Ribeiro, o Muka. A direção geral do programa será de Bruno Barros.

Cissa, no entanto, diz que o Sem Censura não estará fechado a outros temas, inclusive, às causas que ela abraçou nos últimos anos, como a luta por justiça, a conscientização da preservação da vida no trânsito e a fé – a atriz perdeu o filho, Rafael Mascarenhas, em 2010, vítima de um atropelamento em um túnel na zona sul do Rio de Janeiro. Os responsáveis foram presos apenas em 2023.

“Não quero que seja apenas porque eu passei por isso. Mas porque é de uma importância extrema. Eu tive a minha luta. Consegui com que eles tivessem suas penas, apesar que não foi a que eu gostaria”, diz.

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Outros assuntos, entre eles, saúde mental, etarismo e a participação da mulher na sociedade brasileira também serão postos à mesa.

Cissa Guimarães com Bia Aparecida, Dadá Coelho, Fabiane Pereira, Katy Navarro, Muka e Rodrigo França no programa 'Sem Censura' Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Polêmica em torno do salário

Quando o anúncio da contratação de Cissa pela Empresa Brasil Comunicação (EBC), que gerencia a TV Brasil, foi feito, deputados como Flávio Bolsonaro e Mario Frias, ambos do PL de São Paulo, criticaram o salário que Cissa vai receber para apresentar o Sem Censura, cerca de R$ 70 mil mensais. O assunto repercutiu nas redes sociais.

Cissa diz estar com a consciência tranquila. Recorre aos quase 50 anos de profissão para dizer que não é uma aventureira da televisão. “Não caí de paraquedas aqui. Penso que é isso o que eu mereço. Tem gente que diz que eu até deveria ganhar mais. Quem sabe, daqui a pouco, eu barganho um aumento”, diz, bem humorada.

Nesse momento da conversa, a Diretora de Conteúdo e Programação da EBC, Antônia Pellegrino, que estava presente na entrevista, pede a palavra. Para a executiva, esse debate merece uma pergunta: vale à pena investir em comunicação pública?

“Quando o debate é sobre o salário da pessoa A ou da B, ele fica empobrecido. A Leda (Nagle), há sete anos, ganhava mais. O que estamos fazendo é oferecer um programa sobre cultura, de qualidade, feito com o maior cuidado, com uma estrela no comando, que vai chegar à casa do povo que não acessa determinados espaços”, diz.

Para Antônia, os deputados que criticaram o valor que Cissa irá receber são “comprometidos com o ataque à cultura”. De acordo com ela, o custo do programa, por minuto, é de R$ 184. Dados de janeiro de 2024 mostram a TV Brasil como a quinta maior audiência entre as emissoras brasileiras.

O contrato de Cissa com a EBC dá a liberdade para que ela possa trabalhar como atriz em outras emissoras ou plataformas. Ela diz que está aberta para trabalhos em séries ou no cinema.

Em maio, ela deve sair em temporada de comemoração dos dez anos da peça Doidas e Santas, baseada no livro de Martha Medeiros – que, na verdade, deveriam ter sido comemorados em 2020, se não fosse a pandemia. Por ora, está programada uma turnê por dez cidades.

“O Doidas, ao contrário do Sem Censura, que eu estou parindo, já está crescido, anda sozinho. Se eu pudesse levar para a população ribeirinha, eu levava. Temos que ir onde o povo está”.

Sem Censura

2ª a 6ª, das 16h às 18h

TV Brasil ou pelo canal de YouTube da emissora

“Eu sei que cheguei!”, brinca Cissa Guimarães, sobre o cargo de apresentadora do programa Sem Censura, da TV Brasil, que volta ao ar repaginado nesta segunda-feira, 26 de fevereiro, de segunda a sexta-feira, a partir das 16h.

Cissa define a empreitada de assumir o Sem Censura, programa tão emblemático, com um misto de susto e de amor – um sentimento maternal. Uma gestação mesmo, como ela prefere definir. “Todas as emoções mais gostosas. Se você me perguntar – você não me perguntou, mas vou falar – estou nervosíssima! De alegria e de responsabilidade!”, diz, em entrevista por vídeo, direto do novo cenário da atração, que preserva a ideia de bancada.

A apresentadora Cissa Guimarães no estúdio do programa 'Sem Censura' Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A atriz e apresentadora afirma que a volta do Sem Censura coincide com um período de resgate da plena democracia e de mercado cultural aquecido. O programa saiu do ar em janeiro de 2019, por decisão o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e voltou meses depois até 2020. E abril de 2021, virou semanal, com foco em personalidades do mundo político.

A volta do Sem Censura nesse momento é muito séria! É um lugar de expressão, da liberdade de compartilhar opiniões. Temos que botar isso para fora. É uma sagrada missão

Cissa Guimarães

Criado em 1985 para a TV Educativa do Rio de Janeiro, a atração virou uma referência em debates, sobretudo em torno de temas relacionados à cultura nacional. Apresentado em um primeiro momento por Tetê Muniz, o Sem Censura ganhou a cara de Leda Nagle, jornalista que ficou no comando da atração por duas décadas, entre 1996 e 2016.

Agora, ele está aberto ao “jeitão” de Cissa – burilados por anos à frente das reportagens feitas por 15 anos para o extinto programa Video Show, da TV Globo. Cissa também comandou o semanal É de Casa por quase sete anos, além de outros projetos, até ser dispensada em 2021, após mais de 46 anos de vínculo profissional com a emissora.

Cissa tem consciência do que o público que a conhece espera ver. No Video Show, ela criou, muito antes do jornalismo de celebridades entrar em moda, um modo descontraído de entrevistar e conversar com os famosos – muitos deles, atores e atrizes, seus amigos ou colegas de bastidores.

Como, então, dosar isso no leme dos debates do Sem Censura? “Não dá para deixar de trazer minha espontaneidade. Eu sou desse jeito. O que deu certo no Video Show era a conversa. Gosto de fazer o público se divertir. Apesar de eu não ser mais aquela Cissa do Video Show”, avisa.

Para ela, o importante é deixar seus interlocutores à vontade. “Não é o meu programa. O Sem Censura é do povo brasileiro e dos convidados que vêm aqui compartilhar conosco suas ideias”, diz.

Aos 66 anos, Cissa afirma que o Sem Censura chega em sua vida em um momento de completa maturidade, em que se sente “uma jovem senhora responsável”, expressão seguida por sua característica gargalhada. “Estou mais consciente do que nunca!”, completa.

Não estou nem aí para o etarismo! Estou tinindo, morô?,

Cissa Guimarães

O novo Sem Censura deve se concentrar em temas da cultura. A agenda de convidados para a estreia confirma essa tendência. Na segunda-feira, 26, dia da estreia, o programa receberá a atriz Claudia Raia, o ator e diretor Miguel Falabella, a jornalista Luciana Barreto e o músico Xande de Pilares.

Cissa terá ao seu lado uma bancada fixa de debatedores composta pela atriz e humorista Dadá Coelho, o diretor de cinema e de teatro Rodrigo França e os jornalistas Fabiane Pereira, Katy Navarro, Bia Aparecida e Murilo Ribeiro, o Muka. A direção geral do programa será de Bruno Barros.

Cissa, no entanto, diz que o Sem Censura não estará fechado a outros temas, inclusive, às causas que ela abraçou nos últimos anos, como a luta por justiça, a conscientização da preservação da vida no trânsito e a fé – a atriz perdeu o filho, Rafael Mascarenhas, em 2010, vítima de um atropelamento em um túnel na zona sul do Rio de Janeiro. Os responsáveis foram presos apenas em 2023.

“Não quero que seja apenas porque eu passei por isso. Mas porque é de uma importância extrema. Eu tive a minha luta. Consegui com que eles tivessem suas penas, apesar que não foi a que eu gostaria”, diz.

Outros assuntos, entre eles, saúde mental, etarismo e a participação da mulher na sociedade brasileira também serão postos à mesa.

Cissa Guimarães com Bia Aparecida, Dadá Coelho, Fabiane Pereira, Katy Navarro, Muka e Rodrigo França no programa 'Sem Censura' Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Polêmica em torno do salário

Quando o anúncio da contratação de Cissa pela Empresa Brasil Comunicação (EBC), que gerencia a TV Brasil, foi feito, deputados como Flávio Bolsonaro e Mario Frias, ambos do PL de São Paulo, criticaram o salário que Cissa vai receber para apresentar o Sem Censura, cerca de R$ 70 mil mensais. O assunto repercutiu nas redes sociais.

Cissa diz estar com a consciência tranquila. Recorre aos quase 50 anos de profissão para dizer que não é uma aventureira da televisão. “Não caí de paraquedas aqui. Penso que é isso o que eu mereço. Tem gente que diz que eu até deveria ganhar mais. Quem sabe, daqui a pouco, eu barganho um aumento”, diz, bem humorada.

Nesse momento da conversa, a Diretora de Conteúdo e Programação da EBC, Antônia Pellegrino, que estava presente na entrevista, pede a palavra. Para a executiva, esse debate merece uma pergunta: vale à pena investir em comunicação pública?

“Quando o debate é sobre o salário da pessoa A ou da B, ele fica empobrecido. A Leda (Nagle), há sete anos, ganhava mais. O que estamos fazendo é oferecer um programa sobre cultura, de qualidade, feito com o maior cuidado, com uma estrela no comando, que vai chegar à casa do povo que não acessa determinados espaços”, diz.

Para Antônia, os deputados que criticaram o valor que Cissa irá receber são “comprometidos com o ataque à cultura”. De acordo com ela, o custo do programa, por minuto, é de R$ 184. Dados de janeiro de 2024 mostram a TV Brasil como a quinta maior audiência entre as emissoras brasileiras.

O contrato de Cissa com a EBC dá a liberdade para que ela possa trabalhar como atriz em outras emissoras ou plataformas. Ela diz que está aberta para trabalhos em séries ou no cinema.

Em maio, ela deve sair em temporada de comemoração dos dez anos da peça Doidas e Santas, baseada no livro de Martha Medeiros – que, na verdade, deveriam ter sido comemorados em 2020, se não fosse a pandemia. Por ora, está programada uma turnê por dez cidades.

“O Doidas, ao contrário do Sem Censura, que eu estou parindo, já está crescido, anda sozinho. Se eu pudesse levar para a população ribeirinha, eu levava. Temos que ir onde o povo está”.

Sem Censura

2ª a 6ª, das 16h às 18h

TV Brasil ou pelo canal de YouTube da emissora

“Eu sei que cheguei!”, brinca Cissa Guimarães, sobre o cargo de apresentadora do programa Sem Censura, da TV Brasil, que volta ao ar repaginado nesta segunda-feira, 26 de fevereiro, de segunda a sexta-feira, a partir das 16h.

Cissa define a empreitada de assumir o Sem Censura, programa tão emblemático, com um misto de susto e de amor – um sentimento maternal. Uma gestação mesmo, como ela prefere definir. “Todas as emoções mais gostosas. Se você me perguntar – você não me perguntou, mas vou falar – estou nervosíssima! De alegria e de responsabilidade!”, diz, em entrevista por vídeo, direto do novo cenário da atração, que preserva a ideia de bancada.

A apresentadora Cissa Guimarães no estúdio do programa 'Sem Censura' Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A atriz e apresentadora afirma que a volta do Sem Censura coincide com um período de resgate da plena democracia e de mercado cultural aquecido. O programa saiu do ar em janeiro de 2019, por decisão o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e voltou meses depois até 2020. E abril de 2021, virou semanal, com foco em personalidades do mundo político.

A volta do Sem Censura nesse momento é muito séria! É um lugar de expressão, da liberdade de compartilhar opiniões. Temos que botar isso para fora. É uma sagrada missão

Cissa Guimarães

Criado em 1985 para a TV Educativa do Rio de Janeiro, a atração virou uma referência em debates, sobretudo em torno de temas relacionados à cultura nacional. Apresentado em um primeiro momento por Tetê Muniz, o Sem Censura ganhou a cara de Leda Nagle, jornalista que ficou no comando da atração por duas décadas, entre 1996 e 2016.

Agora, ele está aberto ao “jeitão” de Cissa – burilados por anos à frente das reportagens feitas por 15 anos para o extinto programa Video Show, da TV Globo. Cissa também comandou o semanal É de Casa por quase sete anos, além de outros projetos, até ser dispensada em 2021, após mais de 46 anos de vínculo profissional com a emissora.

Cissa tem consciência do que o público que a conhece espera ver. No Video Show, ela criou, muito antes do jornalismo de celebridades entrar em moda, um modo descontraído de entrevistar e conversar com os famosos – muitos deles, atores e atrizes, seus amigos ou colegas de bastidores.

Como, então, dosar isso no leme dos debates do Sem Censura? “Não dá para deixar de trazer minha espontaneidade. Eu sou desse jeito. O que deu certo no Video Show era a conversa. Gosto de fazer o público se divertir. Apesar de eu não ser mais aquela Cissa do Video Show”, avisa.

Para ela, o importante é deixar seus interlocutores à vontade. “Não é o meu programa. O Sem Censura é do povo brasileiro e dos convidados que vêm aqui compartilhar conosco suas ideias”, diz.

Aos 66 anos, Cissa afirma que o Sem Censura chega em sua vida em um momento de completa maturidade, em que se sente “uma jovem senhora responsável”, expressão seguida por sua característica gargalhada. “Estou mais consciente do que nunca!”, completa.

Não estou nem aí para o etarismo! Estou tinindo, morô?,

Cissa Guimarães

O novo Sem Censura deve se concentrar em temas da cultura. A agenda de convidados para a estreia confirma essa tendência. Na segunda-feira, 26, dia da estreia, o programa receberá a atriz Claudia Raia, o ator e diretor Miguel Falabella, a jornalista Luciana Barreto e o músico Xande de Pilares.

Cissa terá ao seu lado uma bancada fixa de debatedores composta pela atriz e humorista Dadá Coelho, o diretor de cinema e de teatro Rodrigo França e os jornalistas Fabiane Pereira, Katy Navarro, Bia Aparecida e Murilo Ribeiro, o Muka. A direção geral do programa será de Bruno Barros.

Cissa, no entanto, diz que o Sem Censura não estará fechado a outros temas, inclusive, às causas que ela abraçou nos últimos anos, como a luta por justiça, a conscientização da preservação da vida no trânsito e a fé – a atriz perdeu o filho, Rafael Mascarenhas, em 2010, vítima de um atropelamento em um túnel na zona sul do Rio de Janeiro. Os responsáveis foram presos apenas em 2023.

“Não quero que seja apenas porque eu passei por isso. Mas porque é de uma importância extrema. Eu tive a minha luta. Consegui com que eles tivessem suas penas, apesar que não foi a que eu gostaria”, diz.

Outros assuntos, entre eles, saúde mental, etarismo e a participação da mulher na sociedade brasileira também serão postos à mesa.

Cissa Guimarães com Bia Aparecida, Dadá Coelho, Fabiane Pereira, Katy Navarro, Muka e Rodrigo França no programa 'Sem Censura' Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Polêmica em torno do salário

Quando o anúncio da contratação de Cissa pela Empresa Brasil Comunicação (EBC), que gerencia a TV Brasil, foi feito, deputados como Flávio Bolsonaro e Mario Frias, ambos do PL de São Paulo, criticaram o salário que Cissa vai receber para apresentar o Sem Censura, cerca de R$ 70 mil mensais. O assunto repercutiu nas redes sociais.

Cissa diz estar com a consciência tranquila. Recorre aos quase 50 anos de profissão para dizer que não é uma aventureira da televisão. “Não caí de paraquedas aqui. Penso que é isso o que eu mereço. Tem gente que diz que eu até deveria ganhar mais. Quem sabe, daqui a pouco, eu barganho um aumento”, diz, bem humorada.

Nesse momento da conversa, a Diretora de Conteúdo e Programação da EBC, Antônia Pellegrino, que estava presente na entrevista, pede a palavra. Para a executiva, esse debate merece uma pergunta: vale à pena investir em comunicação pública?

“Quando o debate é sobre o salário da pessoa A ou da B, ele fica empobrecido. A Leda (Nagle), há sete anos, ganhava mais. O que estamos fazendo é oferecer um programa sobre cultura, de qualidade, feito com o maior cuidado, com uma estrela no comando, que vai chegar à casa do povo que não acessa determinados espaços”, diz.

Para Antônia, os deputados que criticaram o valor que Cissa irá receber são “comprometidos com o ataque à cultura”. De acordo com ela, o custo do programa, por minuto, é de R$ 184. Dados de janeiro de 2024 mostram a TV Brasil como a quinta maior audiência entre as emissoras brasileiras.

O contrato de Cissa com a EBC dá a liberdade para que ela possa trabalhar como atriz em outras emissoras ou plataformas. Ela diz que está aberta para trabalhos em séries ou no cinema.

Em maio, ela deve sair em temporada de comemoração dos dez anos da peça Doidas e Santas, baseada no livro de Martha Medeiros – que, na verdade, deveriam ter sido comemorados em 2020, se não fosse a pandemia. Por ora, está programada uma turnê por dez cidades.

“O Doidas, ao contrário do Sem Censura, que eu estou parindo, já está crescido, anda sozinho. Se eu pudesse levar para a população ribeirinha, eu levava. Temos que ir onde o povo está”.

Sem Censura

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