Como 'Game of Thrones' fez a TV subir mais alto


Nesta era do streaming, o número de programas com roteiro levados ao ar aumentou 86%, de 266 em 2011 para 495 em 2018

Por John Koblin

Nos oito anos desde que a série Game of Thrones foi lançada, a indústria televisiva mudou radicalmente. Veja o caso da Netflix.

Nesta era do streaming, o número de programas com roteiro levados ao ar aumentou 86%, de 266 em 2011 para 495 no ano passado.

Mas em meio à superabundância de programas nenhuma série teve mais influência ou gerou mais inveja em todo o setor do que Game of Thrones, cuja última temporada começa na HBO no dia 14 de abril (saiba como assistir). Todos cobiçam seus prêmios: a série ganhou mais Emmys do que qualquer outra até hoje (incluindo o de melhor drama três vezes). 

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Todos querem ter seu alcance: é a série mais popular na história da HBO e uma das mais assistidas na última década (quando adicionamos o público digital, sua temporada mais recente alcançou em média mais de 30 milhões de espectadores por episódio).

Todos ambicionam sua escala e escopo: a série foi uma das mais influentes numa era em que os orçamentos de TV para dramas aumentaram de US$ 3 milhões por episódio para, em alguns casos, US$ 10 milhões ou mais.

E todos querem sua ousadia: Thrones notoriamente eliminou da face da série Sean Bean antes do final da sua primeira temporada e repetidamente redefiniu noções sobre o que é possível na TV, tanto do ponto de vista de exposição a sexo e violência chocante, como no aspecto técnico (dragões, cenas de batalha impressionantes).

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Tyrion Lannister e Jon Snow se encontram em Pedra do Dragão na sétima temporada de 'Game of Thrones' Foto: HBO

“Costumávamos ter uma experiência diferente no caso da TV e do cinema”, disse Gary Newman, que deixou recentemente o cargo de co-chairman do Fox Television Group. “Agora ela se mescla e Game of Thrones tem muito crédito por isso”.

E todos, incluindo serviços de streaming recentes como Hulu e Apple, estão em busca do próximo Thrones que pode definir uma rede e ajudar a convencer as pessoas a pagarem US$ 10 a US$ 15 dólares ao mês por uma assinatura.

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Três anos depois de Game of Thrones ser lançado, a Netflix encomendou sua própria série épica de grande orçamento, Marco Polo, sobre o império mongol (série que foi um fracasso). A Amazon adquiriu os direitos de TV para produzir a série Senhor dos Anéis e investir US$ 200 milhões nela (e ainda precisa de um roteiro). Apple tem um drama de fantasia de grande orçamento estrelado por Jason Momoa e Alfre Woodard sobre o que sucede quando todos, na humanidade, ficam cegos.

Até agora os resultados são muito controversos.

“As pessoas perguntam, 'onde está o nosso Game of Thrones?' E esta é a maneira errada de encontrar o seu próximo Game of Thrones”, disse Casey Bloys, presidente da área de programação da HBO. “Simplesmente achar que vai produzir o próximo Thrones, realizar uma série realmente gigante com um enorme orçamento, isso não vai possibilitar que todas as outras coisas que dão certo numa série realmente terão eco junto a um espectador.”

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Por isto a HBO, disse Bloys, considerou encontrar um sucessor de Game of Thrones no universo dos livros de George R.R. Martin. A emissora já gravou o piloto de uma prequel de Game of Thrones criada por Martin e Jane Goldman, em junho.

Mas a série contribuiu para abrir um enorme universo de fantasia para a rede. Nos próximos meses ela lançará uma adaptação do controvertido épico His Dark Materials. E o criador de Leftovers, Damon Lidelof, está criando uma adaptação da série de livros em quadrinhos Watchmen. E a HBO tem mais uma série de ficção científica de J.J. Abrams e do diretor de Vingadores, Joss Whedon.

A série Game of Thrones foi lançada em abril de 2011 na HBO, poucas semanas antes de a Netflix dar ordem de prosseguimento da série de David Fincher, House of Cards. Hoje a Netflix produz mais programas originais do que qualquer outro estúdio ou rede de TV. Este ano prevê gastar US$ 10 bilhões em conteúdo.

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Game of Thrones, cujo orçamento inicial era de US$ 5 milhões por episódio, chegou a gastar US$ 15 milhões por episódio na temporada final, e contribuiu para criar a recente era de gastos imensos mesmo para séries sem dragões, Caminhantes Brancos e lobos gigantes.

Por exemplo, a Apple se comprometeu com duas temporadas de um programa de TV matinal estrelado por Reese Witherspoon e Jennifer Aniston e a companhia alocou US$ 240 milhões para a produção. Na época a Apple assumiu o compromisso embora o programa ainda não tivesse roteiro.

Game of Thrones com certeza acelerou isto, elevando o valor das produções de maneira incrível”, disse Newman.

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“Isto se reservava apenas à HBO e não é mais o caso. Netflix e Amazon e mesmo emissoras de TV e grandes redes de cabo como FX, TNT, estão fazendo a mesma coisa. Estão percebendo que têm de melhorar sua oferta com coisas mais épicas e um escopo maior para concorrer com o que a HBO e outros serviços avançados estão produzindo.”

Bloys pode achar que uma ênfase em grandes orçamentos e grandes produções seria a lição errada a se tirar do sucesso de Game of Thrones. Mas admite que foi uma parte importante da fórmula.

Game of Thrones foi a primeira série que mostrou que você consegue produzir um programa com um real escopo cinematográfico. Que você pode pensar grande, tanto em termos de personagens como de drama e efeitos especiais. Mostrou que dá certo, que arriscar, investir muito dinheiro e levar o produto para a tela vai valer a pena.”

Agora o que todo mundo tem de fazer é descobrir o próximo Game of Thrones. / Tradução de Terezinha Martino

Nos oito anos desde que a série Game of Thrones foi lançada, a indústria televisiva mudou radicalmente. Veja o caso da Netflix.

Nesta era do streaming, o número de programas com roteiro levados ao ar aumentou 86%, de 266 em 2011 para 495 no ano passado.

Mas em meio à superabundância de programas nenhuma série teve mais influência ou gerou mais inveja em todo o setor do que Game of Thrones, cuja última temporada começa na HBO no dia 14 de abril (saiba como assistir). Todos cobiçam seus prêmios: a série ganhou mais Emmys do que qualquer outra até hoje (incluindo o de melhor drama três vezes). 

Todos querem ter seu alcance: é a série mais popular na história da HBO e uma das mais assistidas na última década (quando adicionamos o público digital, sua temporada mais recente alcançou em média mais de 30 milhões de espectadores por episódio).

Todos ambicionam sua escala e escopo: a série foi uma das mais influentes numa era em que os orçamentos de TV para dramas aumentaram de US$ 3 milhões por episódio para, em alguns casos, US$ 10 milhões ou mais.

E todos querem sua ousadia: Thrones notoriamente eliminou da face da série Sean Bean antes do final da sua primeira temporada e repetidamente redefiniu noções sobre o que é possível na TV, tanto do ponto de vista de exposição a sexo e violência chocante, como no aspecto técnico (dragões, cenas de batalha impressionantes).

Tyrion Lannister e Jon Snow se encontram em Pedra do Dragão na sétima temporada de 'Game of Thrones' Foto: HBO

“Costumávamos ter uma experiência diferente no caso da TV e do cinema”, disse Gary Newman, que deixou recentemente o cargo de co-chairman do Fox Television Group. “Agora ela se mescla e Game of Thrones tem muito crédito por isso”.

E todos, incluindo serviços de streaming recentes como Hulu e Apple, estão em busca do próximo Thrones que pode definir uma rede e ajudar a convencer as pessoas a pagarem US$ 10 a US$ 15 dólares ao mês por uma assinatura.

Três anos depois de Game of Thrones ser lançado, a Netflix encomendou sua própria série épica de grande orçamento, Marco Polo, sobre o império mongol (série que foi um fracasso). A Amazon adquiriu os direitos de TV para produzir a série Senhor dos Anéis e investir US$ 200 milhões nela (e ainda precisa de um roteiro). Apple tem um drama de fantasia de grande orçamento estrelado por Jason Momoa e Alfre Woodard sobre o que sucede quando todos, na humanidade, ficam cegos.

Até agora os resultados são muito controversos.

“As pessoas perguntam, 'onde está o nosso Game of Thrones?' E esta é a maneira errada de encontrar o seu próximo Game of Thrones”, disse Casey Bloys, presidente da área de programação da HBO. “Simplesmente achar que vai produzir o próximo Thrones, realizar uma série realmente gigante com um enorme orçamento, isso não vai possibilitar que todas as outras coisas que dão certo numa série realmente terão eco junto a um espectador.”

Por isto a HBO, disse Bloys, considerou encontrar um sucessor de Game of Thrones no universo dos livros de George R.R. Martin. A emissora já gravou o piloto de uma prequel de Game of Thrones criada por Martin e Jane Goldman, em junho.

Mas a série contribuiu para abrir um enorme universo de fantasia para a rede. Nos próximos meses ela lançará uma adaptação do controvertido épico His Dark Materials. E o criador de Leftovers, Damon Lidelof, está criando uma adaptação da série de livros em quadrinhos Watchmen. E a HBO tem mais uma série de ficção científica de J.J. Abrams e do diretor de Vingadores, Joss Whedon.

A série Game of Thrones foi lançada em abril de 2011 na HBO, poucas semanas antes de a Netflix dar ordem de prosseguimento da série de David Fincher, House of Cards. Hoje a Netflix produz mais programas originais do que qualquer outro estúdio ou rede de TV. Este ano prevê gastar US$ 10 bilhões em conteúdo.

Game of Thrones, cujo orçamento inicial era de US$ 5 milhões por episódio, chegou a gastar US$ 15 milhões por episódio na temporada final, e contribuiu para criar a recente era de gastos imensos mesmo para séries sem dragões, Caminhantes Brancos e lobos gigantes.

Por exemplo, a Apple se comprometeu com duas temporadas de um programa de TV matinal estrelado por Reese Witherspoon e Jennifer Aniston e a companhia alocou US$ 240 milhões para a produção. Na época a Apple assumiu o compromisso embora o programa ainda não tivesse roteiro.

Game of Thrones com certeza acelerou isto, elevando o valor das produções de maneira incrível”, disse Newman.

“Isto se reservava apenas à HBO e não é mais o caso. Netflix e Amazon e mesmo emissoras de TV e grandes redes de cabo como FX, TNT, estão fazendo a mesma coisa. Estão percebendo que têm de melhorar sua oferta com coisas mais épicas e um escopo maior para concorrer com o que a HBO e outros serviços avançados estão produzindo.”

Bloys pode achar que uma ênfase em grandes orçamentos e grandes produções seria a lição errada a se tirar do sucesso de Game of Thrones. Mas admite que foi uma parte importante da fórmula.

Game of Thrones foi a primeira série que mostrou que você consegue produzir um programa com um real escopo cinematográfico. Que você pode pensar grande, tanto em termos de personagens como de drama e efeitos especiais. Mostrou que dá certo, que arriscar, investir muito dinheiro e levar o produto para a tela vai valer a pena.”

Agora o que todo mundo tem de fazer é descobrir o próximo Game of Thrones. / Tradução de Terezinha Martino

Nos oito anos desde que a série Game of Thrones foi lançada, a indústria televisiva mudou radicalmente. Veja o caso da Netflix.

Nesta era do streaming, o número de programas com roteiro levados ao ar aumentou 86%, de 266 em 2011 para 495 no ano passado.

Mas em meio à superabundância de programas nenhuma série teve mais influência ou gerou mais inveja em todo o setor do que Game of Thrones, cuja última temporada começa na HBO no dia 14 de abril (saiba como assistir). Todos cobiçam seus prêmios: a série ganhou mais Emmys do que qualquer outra até hoje (incluindo o de melhor drama três vezes). 

Todos querem ter seu alcance: é a série mais popular na história da HBO e uma das mais assistidas na última década (quando adicionamos o público digital, sua temporada mais recente alcançou em média mais de 30 milhões de espectadores por episódio).

Todos ambicionam sua escala e escopo: a série foi uma das mais influentes numa era em que os orçamentos de TV para dramas aumentaram de US$ 3 milhões por episódio para, em alguns casos, US$ 10 milhões ou mais.

E todos querem sua ousadia: Thrones notoriamente eliminou da face da série Sean Bean antes do final da sua primeira temporada e repetidamente redefiniu noções sobre o que é possível na TV, tanto do ponto de vista de exposição a sexo e violência chocante, como no aspecto técnico (dragões, cenas de batalha impressionantes).

Tyrion Lannister e Jon Snow se encontram em Pedra do Dragão na sétima temporada de 'Game of Thrones' Foto: HBO

“Costumávamos ter uma experiência diferente no caso da TV e do cinema”, disse Gary Newman, que deixou recentemente o cargo de co-chairman do Fox Television Group. “Agora ela se mescla e Game of Thrones tem muito crédito por isso”.

E todos, incluindo serviços de streaming recentes como Hulu e Apple, estão em busca do próximo Thrones que pode definir uma rede e ajudar a convencer as pessoas a pagarem US$ 10 a US$ 15 dólares ao mês por uma assinatura.

Três anos depois de Game of Thrones ser lançado, a Netflix encomendou sua própria série épica de grande orçamento, Marco Polo, sobre o império mongol (série que foi um fracasso). A Amazon adquiriu os direitos de TV para produzir a série Senhor dos Anéis e investir US$ 200 milhões nela (e ainda precisa de um roteiro). Apple tem um drama de fantasia de grande orçamento estrelado por Jason Momoa e Alfre Woodard sobre o que sucede quando todos, na humanidade, ficam cegos.

Até agora os resultados são muito controversos.

“As pessoas perguntam, 'onde está o nosso Game of Thrones?' E esta é a maneira errada de encontrar o seu próximo Game of Thrones”, disse Casey Bloys, presidente da área de programação da HBO. “Simplesmente achar que vai produzir o próximo Thrones, realizar uma série realmente gigante com um enorme orçamento, isso não vai possibilitar que todas as outras coisas que dão certo numa série realmente terão eco junto a um espectador.”

Por isto a HBO, disse Bloys, considerou encontrar um sucessor de Game of Thrones no universo dos livros de George R.R. Martin. A emissora já gravou o piloto de uma prequel de Game of Thrones criada por Martin e Jane Goldman, em junho.

Mas a série contribuiu para abrir um enorme universo de fantasia para a rede. Nos próximos meses ela lançará uma adaptação do controvertido épico His Dark Materials. E o criador de Leftovers, Damon Lidelof, está criando uma adaptação da série de livros em quadrinhos Watchmen. E a HBO tem mais uma série de ficção científica de J.J. Abrams e do diretor de Vingadores, Joss Whedon.

A série Game of Thrones foi lançada em abril de 2011 na HBO, poucas semanas antes de a Netflix dar ordem de prosseguimento da série de David Fincher, House of Cards. Hoje a Netflix produz mais programas originais do que qualquer outro estúdio ou rede de TV. Este ano prevê gastar US$ 10 bilhões em conteúdo.

Game of Thrones, cujo orçamento inicial era de US$ 5 milhões por episódio, chegou a gastar US$ 15 milhões por episódio na temporada final, e contribuiu para criar a recente era de gastos imensos mesmo para séries sem dragões, Caminhantes Brancos e lobos gigantes.

Por exemplo, a Apple se comprometeu com duas temporadas de um programa de TV matinal estrelado por Reese Witherspoon e Jennifer Aniston e a companhia alocou US$ 240 milhões para a produção. Na época a Apple assumiu o compromisso embora o programa ainda não tivesse roteiro.

Game of Thrones com certeza acelerou isto, elevando o valor das produções de maneira incrível”, disse Newman.

“Isto se reservava apenas à HBO e não é mais o caso. Netflix e Amazon e mesmo emissoras de TV e grandes redes de cabo como FX, TNT, estão fazendo a mesma coisa. Estão percebendo que têm de melhorar sua oferta com coisas mais épicas e um escopo maior para concorrer com o que a HBO e outros serviços avançados estão produzindo.”

Bloys pode achar que uma ênfase em grandes orçamentos e grandes produções seria a lição errada a se tirar do sucesso de Game of Thrones. Mas admite que foi uma parte importante da fórmula.

Game of Thrones foi a primeira série que mostrou que você consegue produzir um programa com um real escopo cinematográfico. Que você pode pensar grande, tanto em termos de personagens como de drama e efeitos especiais. Mostrou que dá certo, que arriscar, investir muito dinheiro e levar o produto para a tela vai valer a pena.”

Agora o que todo mundo tem de fazer é descobrir o próximo Game of Thrones. / Tradução de Terezinha Martino

Nos oito anos desde que a série Game of Thrones foi lançada, a indústria televisiva mudou radicalmente. Veja o caso da Netflix.

Nesta era do streaming, o número de programas com roteiro levados ao ar aumentou 86%, de 266 em 2011 para 495 no ano passado.

Mas em meio à superabundância de programas nenhuma série teve mais influência ou gerou mais inveja em todo o setor do que Game of Thrones, cuja última temporada começa na HBO no dia 14 de abril (saiba como assistir). Todos cobiçam seus prêmios: a série ganhou mais Emmys do que qualquer outra até hoje (incluindo o de melhor drama três vezes). 

Todos querem ter seu alcance: é a série mais popular na história da HBO e uma das mais assistidas na última década (quando adicionamos o público digital, sua temporada mais recente alcançou em média mais de 30 milhões de espectadores por episódio).

Todos ambicionam sua escala e escopo: a série foi uma das mais influentes numa era em que os orçamentos de TV para dramas aumentaram de US$ 3 milhões por episódio para, em alguns casos, US$ 10 milhões ou mais.

E todos querem sua ousadia: Thrones notoriamente eliminou da face da série Sean Bean antes do final da sua primeira temporada e repetidamente redefiniu noções sobre o que é possível na TV, tanto do ponto de vista de exposição a sexo e violência chocante, como no aspecto técnico (dragões, cenas de batalha impressionantes).

Tyrion Lannister e Jon Snow se encontram em Pedra do Dragão na sétima temporada de 'Game of Thrones' Foto: HBO

“Costumávamos ter uma experiência diferente no caso da TV e do cinema”, disse Gary Newman, que deixou recentemente o cargo de co-chairman do Fox Television Group. “Agora ela se mescla e Game of Thrones tem muito crédito por isso”.

E todos, incluindo serviços de streaming recentes como Hulu e Apple, estão em busca do próximo Thrones que pode definir uma rede e ajudar a convencer as pessoas a pagarem US$ 10 a US$ 15 dólares ao mês por uma assinatura.

Três anos depois de Game of Thrones ser lançado, a Netflix encomendou sua própria série épica de grande orçamento, Marco Polo, sobre o império mongol (série que foi um fracasso). A Amazon adquiriu os direitos de TV para produzir a série Senhor dos Anéis e investir US$ 200 milhões nela (e ainda precisa de um roteiro). Apple tem um drama de fantasia de grande orçamento estrelado por Jason Momoa e Alfre Woodard sobre o que sucede quando todos, na humanidade, ficam cegos.

Até agora os resultados são muito controversos.

“As pessoas perguntam, 'onde está o nosso Game of Thrones?' E esta é a maneira errada de encontrar o seu próximo Game of Thrones”, disse Casey Bloys, presidente da área de programação da HBO. “Simplesmente achar que vai produzir o próximo Thrones, realizar uma série realmente gigante com um enorme orçamento, isso não vai possibilitar que todas as outras coisas que dão certo numa série realmente terão eco junto a um espectador.”

Por isto a HBO, disse Bloys, considerou encontrar um sucessor de Game of Thrones no universo dos livros de George R.R. Martin. A emissora já gravou o piloto de uma prequel de Game of Thrones criada por Martin e Jane Goldman, em junho.

Mas a série contribuiu para abrir um enorme universo de fantasia para a rede. Nos próximos meses ela lançará uma adaptação do controvertido épico His Dark Materials. E o criador de Leftovers, Damon Lidelof, está criando uma adaptação da série de livros em quadrinhos Watchmen. E a HBO tem mais uma série de ficção científica de J.J. Abrams e do diretor de Vingadores, Joss Whedon.

A série Game of Thrones foi lançada em abril de 2011 na HBO, poucas semanas antes de a Netflix dar ordem de prosseguimento da série de David Fincher, House of Cards. Hoje a Netflix produz mais programas originais do que qualquer outro estúdio ou rede de TV. Este ano prevê gastar US$ 10 bilhões em conteúdo.

Game of Thrones, cujo orçamento inicial era de US$ 5 milhões por episódio, chegou a gastar US$ 15 milhões por episódio na temporada final, e contribuiu para criar a recente era de gastos imensos mesmo para séries sem dragões, Caminhantes Brancos e lobos gigantes.

Por exemplo, a Apple se comprometeu com duas temporadas de um programa de TV matinal estrelado por Reese Witherspoon e Jennifer Aniston e a companhia alocou US$ 240 milhões para a produção. Na época a Apple assumiu o compromisso embora o programa ainda não tivesse roteiro.

Game of Thrones com certeza acelerou isto, elevando o valor das produções de maneira incrível”, disse Newman.

“Isto se reservava apenas à HBO e não é mais o caso. Netflix e Amazon e mesmo emissoras de TV e grandes redes de cabo como FX, TNT, estão fazendo a mesma coisa. Estão percebendo que têm de melhorar sua oferta com coisas mais épicas e um escopo maior para concorrer com o que a HBO e outros serviços avançados estão produzindo.”

Bloys pode achar que uma ênfase em grandes orçamentos e grandes produções seria a lição errada a se tirar do sucesso de Game of Thrones. Mas admite que foi uma parte importante da fórmula.

Game of Thrones foi a primeira série que mostrou que você consegue produzir um programa com um real escopo cinematográfico. Que você pode pensar grande, tanto em termos de personagens como de drama e efeitos especiais. Mostrou que dá certo, que arriscar, investir muito dinheiro e levar o produto para a tela vai valer a pena.”

Agora o que todo mundo tem de fazer é descobrir o próximo Game of Thrones. / Tradução de Terezinha Martino

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