Décima série inspirada em 'Jornada nas Estrelas' lança trailer e tem data de estreia anunciada


'Strange New Worlds' se passa antes da Enterprise do capitão Kirk; relembre, série a série, o desenvolvimento da franquia ao longo de mais de cinco décadas 

Por João Luiz Sampaio

sO universo Jornada nas Estrelas (Star Trek), criado nos anos 1960 para a televisão pelo produtor Gene Roddenberry, chega no início de maio à sua décima série. O trailer oficial de Star Trek: Strange New Worlds acaba de ser lançado e cartazes foram divulgados com imagens dos personagens.

Strange New Worlds se passa em um período anterior à Série Clássica e recupera personagens do piloto que acabou recusado pelo estúdio Paramount na época. Entre eles, o capitão Pike e o comandante Spock, além do doutor MBenga, que fez aparições rápidas na série original.

Cena da série 'Star Trek: Strange New Worlds' Foto: Paramount+
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Antes mesmo de estrear - o primeiro episódio vai ao ar no dia 5 de maio, pelo serviço de streaming da Paramount -, a série já provocou polêmica entre os fãs. Durante uma convenção em Chicago, o estúdio revelou que os personagens Spock e MBenga ganharão primeiros nomes: o vulcano se chamará S’Chn T’Gai Spock e o médico queniano será Jabilo MBenga. Os nomes foram retirados de livros escritos sobre o universo Jornada nas Estrelas, mas fãs questionaram a sua necessidade, com receio de que eles sugiram mudanças na caracterização na nova série. Após a convenção, a Paramount anunciou que a divulgação cometeu erros e não está certo como a questão será tratada.

Bom, não se mexe impunemente com o chamado cânone trekker, mas nos últimos anos o universo da série passou por enorme renovação. Após o sucesso dos filmes em que os personagens da Série Clássica - o capitão James T. Kirk, o primeiro oficial Spock e o doutor Leonard McCoy - retornaram para novas histórias, diversas séries têm sido criadas.

Jornada nas Estrelas estreou em 1962, incorporando dois elementos que marcavam a televisão na época. De um lado, as séries de detetives; de outro, as de aventura, ambientadas no velho oeste. O que Gene Roddenberry criou foi uma mistura de ambas, com a diferença de que a trama se passaria no espaço.

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Com o tempo, a série tornou-se fenômeno e criou todo um universo em torno de si. Em especial pela mensagem de união e paz em uma sociedade igualitária: em plena Guerra Fria, a Enterprise tinha, em sua ponte de comando, um alferes soviético (Chekov), o piloto japonês Hikaru Sulo (com a memória da Segunda Guerra ainda muito presente nos EUA) e uma oficial de comunicações negra (Tenente Uhura). No original também estava prevista a participação de uma mulher como primeira oficial, mas essa batalha Roddenberry não conseguiu vencer.

Depois da Série Clássica vieram A Nova Geração, Deep Space Nine, Voyager e Enterprise. E, após um intervalo, Discovery reabriu a fila, composta ainda por Picard, Prodigy, Lower Decks e agora Strange New Worlds. Com isso, Jornada nas Estrelas conseguirá uma façanha histórica: ter cinco séries inéditas em cartaz em uma mesma temporada (uma sexta, chamada Seção 31, está ainda em fase de desenvolvimento). Criada para a Netflix, Discovery migrou para o serviço de streaming Paramount+, que no Brasil pode ser adquirido juntamente ao Amazon Prime Video. Com ela, seguiram todos os filmes da série e as novas criações.

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Jornada nas Estrelas: A Série Clássica

A série que apresentou ao mundo o capitão Kirk, o doutor McCoy e o primeiro oficial Spock. O trio que deu início ao fenômeno Jornada nas Estrelas não existia no piloto: o capitão era Christopher Pike, a primeira oficial (que era chamada apenas de Number One) e o doutor Philip Boyce (Spock tinha presença menor como oficial de ciências). Mas, antes das estreia, o estúdio exigiu mudanças, levando à formatação que entrou para a história da TV americana. A série durou apenas três temporadas, entre 1966 e 1969. E o seu sucesso real se daria nos anos seguintes, quando começou a ser reprisada em diversos canais norte-americanos, levando mais tarde a Paramount a apostar em um retorno no cinema: foram seis filmes entre o final dos anos 1979 e 1994.

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Jornada nas Estrelas: A Nova Geração

Embalada pelo revival da Série Original, surgiu A Nova Geração, em 1987. O interesse do público não foi imediato. O capitão Jean-Luc Picard, ao contrário de Kirk, tinha perfil mais intelectual e pouco deixava a Enterprise para ações em terra firme. A aventura ficava a cargo do primeiro oficial Riker, mas ele demorou a encontrar sua personalidade na história. Emulando Spock, o comandante Data, um androide. Ao longo das sete temporadas, no entanto, a série encontrou o caminho, em parte por conta da chegada de um novo vilão: os temíveis borgs. E teve vida de sucesso também no cinema, com quatro filmes.

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Jornada nas Estrelas: Deep Space Nine

Em 1993, mais um spin-off, Deep Space Nine. Era o nome de uma estação na qual a Federação dos Planetas Unidos intervém, em uma tentativa de manter a paz entre cardassianos e bajorianos. A série propunha outra dinâmica: saiam as naves, as batalhas, as explorações espaciais e, em troca, a vida cotidiana dentro da estação, comandada pelo capitão Benjamin Sisco. Foram sete temporadas, mas a trama só engrenou nos últimos quatro anos, quando a estação ganhou uma nave, a Defiant, e uma nova guerra entrou na história, contra os dominions.

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Jornada nas Estrelas: Voyager

O espaço parece não ter limites, mas depois de três séries o Quadrante Alfa ficou pequeno para Jornada nas Estrelas. Era preciso encontrar novas histórias, novos povos alienígenas, novas situações. Com Voyager, o problema se resolveu. No primeiro episódio, a nave persegue uma embarcação maqui quando ambas são transportadas para o Quadrante Delta por uma entidade chamada Guardião. Era um recomeço, com um avanço importante: pela primeira vez, a protagonista era uma capitão, Kathryn Janeway. A série ficou no ar entre 1995 e 2001.

Jornada nas Estrelas: Enterprise

Enterprise durou quatro temporadas, exibida entre 2001 e 2005. Pela primeira vez, o universo Jornada nas Estrelas tentava explicar o que acontecera antes da Série Clássica. A história se passa em uma primeira versão da Enterprise, comandada pelo capitão Jonathan Archer, dez anos antes da criação da Federação Unida dos Planetas. O elenco e os roteiros eram interessantes, mas ela acabou cancelada após quatro temporadas: foi a primeira vez que uma série Jornada nas Estrelas acabou pela decisão do estúdio e não de seus produtores.

Jornada nas Estrelas: Discovery

Lançada em 2017, foi a primeira da nova safra de séries baseadas no universo trekker. A história começa uma década antes da Série Clássica, mas logo uma realidade alternativa muda o rumo da tripulação da Discovery que, no final da segunda temporada, vai parar no século 32, quando a Federação Unidas dos Planetas e a Frota Estelar tentam se reerguer após serem esfaceladas. A tripulação da nave, Michael Burnham, interpretada pela atriz Sonequa Martin-Green, egressa de The Walking Dead. A série está atualmente na fase de produção de sua quinta temporada, que deve estrear apenas em 2023.

Jornada nas Estrelas: Picard

Após uma relação hesitante com os fãs, o capitão Picard tornou-se tão querido no imaginário dos trekkers quanto Kirk. E ganhou sua própria série em 2020. Agora um almirante, aposentado em seu vinhedo no interior da França, retorna à ativa, mesmo sem autorização da frota. Atualmente em cartaz, com episódios semanais, a segunda temporada leva a tripulação ao século 24 para evitar que a entidade Q mude o passado da Terra - nessa realidade alternativa, a federação se torna uma organização fascista e xenófoba. A relação com nosso tempo é clara. E a série brinca com outra viagem no tempo famosa na franquia: a realizada pela Enterprise de Kirk no quarto filme da série, Viagem para Casa. Como? Sem spoilers.

Jornada nas Estrelas: Lower Decks

A série de animação, com tom mais próximo da comédia, tem como foco a hierarquia mais baixa da nave, com jovens tripulantes trabalhando em funções menos importantes. A ideia é mostrar como se formam os oficiais que um dia irão comandar as naves estelares. O ponto de partida é bom, mas a série ainda não engrenou.

Jornada nas Estrelas: Prodigy

Também uma animação, Prodigy, de 2021, está caminhando para a segunda temporada e narra a história de seis alienígenas que encontram uma nave perdida, a USS Protostar, em uma colônia penal. Eles roubam a nave e começam uma viagem de volta do Quadrante Delta para o Quadrante Alfa.

Jornada nas Estrelas: Strange New Worlds

O capitão Pike, protagonista do piloto negado pela Paramount nos anos 1960, retornou para uma participação especial em Discovery. E acabou ganhando série própria, com estreia prevista para maio. Segundo os produtores, os enredos vão tentar se aproximar da série original. Em vez de histórias que se alongam pelos episódios, a Enterprise estará envolvida com uma trama a cada capítulo.

Star Trek: Seção 31

A agência de inteligência clandestina que atua dentro Federação apareceu em Discovery, assim como a capitão Philippa Georgiou. A personagem some na terceira temporada da série e deve ganhar um spin-off só seu, sobre o qual os estúdios ainda não revelaram muitos detalhes ou data de estreia. 

sO universo Jornada nas Estrelas (Star Trek), criado nos anos 1960 para a televisão pelo produtor Gene Roddenberry, chega no início de maio à sua décima série. O trailer oficial de Star Trek: Strange New Worlds acaba de ser lançado e cartazes foram divulgados com imagens dos personagens.

Strange New Worlds se passa em um período anterior à Série Clássica e recupera personagens do piloto que acabou recusado pelo estúdio Paramount na época. Entre eles, o capitão Pike e o comandante Spock, além do doutor MBenga, que fez aparições rápidas na série original.

Cena da série 'Star Trek: Strange New Worlds' Foto: Paramount+

Antes mesmo de estrear - o primeiro episódio vai ao ar no dia 5 de maio, pelo serviço de streaming da Paramount -, a série já provocou polêmica entre os fãs. Durante uma convenção em Chicago, o estúdio revelou que os personagens Spock e MBenga ganharão primeiros nomes: o vulcano se chamará S’Chn T’Gai Spock e o médico queniano será Jabilo MBenga. Os nomes foram retirados de livros escritos sobre o universo Jornada nas Estrelas, mas fãs questionaram a sua necessidade, com receio de que eles sugiram mudanças na caracterização na nova série. Após a convenção, a Paramount anunciou que a divulgação cometeu erros e não está certo como a questão será tratada.

Bom, não se mexe impunemente com o chamado cânone trekker, mas nos últimos anos o universo da série passou por enorme renovação. Após o sucesso dos filmes em que os personagens da Série Clássica - o capitão James T. Kirk, o primeiro oficial Spock e o doutor Leonard McCoy - retornaram para novas histórias, diversas séries têm sido criadas.

Jornada nas Estrelas estreou em 1962, incorporando dois elementos que marcavam a televisão na época. De um lado, as séries de detetives; de outro, as de aventura, ambientadas no velho oeste. O que Gene Roddenberry criou foi uma mistura de ambas, com a diferença de que a trama se passaria no espaço.

Com o tempo, a série tornou-se fenômeno e criou todo um universo em torno de si. Em especial pela mensagem de união e paz em uma sociedade igualitária: em plena Guerra Fria, a Enterprise tinha, em sua ponte de comando, um alferes soviético (Chekov), o piloto japonês Hikaru Sulo (com a memória da Segunda Guerra ainda muito presente nos EUA) e uma oficial de comunicações negra (Tenente Uhura). No original também estava prevista a participação de uma mulher como primeira oficial, mas essa batalha Roddenberry não conseguiu vencer.

Depois da Série Clássica vieram A Nova Geração, Deep Space Nine, Voyager e Enterprise. E, após um intervalo, Discovery reabriu a fila, composta ainda por Picard, Prodigy, Lower Decks e agora Strange New Worlds. Com isso, Jornada nas Estrelas conseguirá uma façanha histórica: ter cinco séries inéditas em cartaz em uma mesma temporada (uma sexta, chamada Seção 31, está ainda em fase de desenvolvimento). Criada para a Netflix, Discovery migrou para o serviço de streaming Paramount+, que no Brasil pode ser adquirido juntamente ao Amazon Prime Video. Com ela, seguiram todos os filmes da série e as novas criações.

Jornada nas Estrelas: A Série Clássica

A série que apresentou ao mundo o capitão Kirk, o doutor McCoy e o primeiro oficial Spock. O trio que deu início ao fenômeno Jornada nas Estrelas não existia no piloto: o capitão era Christopher Pike, a primeira oficial (que era chamada apenas de Number One) e o doutor Philip Boyce (Spock tinha presença menor como oficial de ciências). Mas, antes das estreia, o estúdio exigiu mudanças, levando à formatação que entrou para a história da TV americana. A série durou apenas três temporadas, entre 1966 e 1969. E o seu sucesso real se daria nos anos seguintes, quando começou a ser reprisada em diversos canais norte-americanos, levando mais tarde a Paramount a apostar em um retorno no cinema: foram seis filmes entre o final dos anos 1979 e 1994.

Jornada nas Estrelas: A Nova Geração

Embalada pelo revival da Série Original, surgiu A Nova Geração, em 1987. O interesse do público não foi imediato. O capitão Jean-Luc Picard, ao contrário de Kirk, tinha perfil mais intelectual e pouco deixava a Enterprise para ações em terra firme. A aventura ficava a cargo do primeiro oficial Riker, mas ele demorou a encontrar sua personalidade na história. Emulando Spock, o comandante Data, um androide. Ao longo das sete temporadas, no entanto, a série encontrou o caminho, em parte por conta da chegada de um novo vilão: os temíveis borgs. E teve vida de sucesso também no cinema, com quatro filmes.

Jornada nas Estrelas: Deep Space Nine

Em 1993, mais um spin-off, Deep Space Nine. Era o nome de uma estação na qual a Federação dos Planetas Unidos intervém, em uma tentativa de manter a paz entre cardassianos e bajorianos. A série propunha outra dinâmica: saiam as naves, as batalhas, as explorações espaciais e, em troca, a vida cotidiana dentro da estação, comandada pelo capitão Benjamin Sisco. Foram sete temporadas, mas a trama só engrenou nos últimos quatro anos, quando a estação ganhou uma nave, a Defiant, e uma nova guerra entrou na história, contra os dominions.

Jornada nas Estrelas: Voyager

O espaço parece não ter limites, mas depois de três séries o Quadrante Alfa ficou pequeno para Jornada nas Estrelas. Era preciso encontrar novas histórias, novos povos alienígenas, novas situações. Com Voyager, o problema se resolveu. No primeiro episódio, a nave persegue uma embarcação maqui quando ambas são transportadas para o Quadrante Delta por uma entidade chamada Guardião. Era um recomeço, com um avanço importante: pela primeira vez, a protagonista era uma capitão, Kathryn Janeway. A série ficou no ar entre 1995 e 2001.

Jornada nas Estrelas: Enterprise

Enterprise durou quatro temporadas, exibida entre 2001 e 2005. Pela primeira vez, o universo Jornada nas Estrelas tentava explicar o que acontecera antes da Série Clássica. A história se passa em uma primeira versão da Enterprise, comandada pelo capitão Jonathan Archer, dez anos antes da criação da Federação Unida dos Planetas. O elenco e os roteiros eram interessantes, mas ela acabou cancelada após quatro temporadas: foi a primeira vez que uma série Jornada nas Estrelas acabou pela decisão do estúdio e não de seus produtores.

Jornada nas Estrelas: Discovery

Lançada em 2017, foi a primeira da nova safra de séries baseadas no universo trekker. A história começa uma década antes da Série Clássica, mas logo uma realidade alternativa muda o rumo da tripulação da Discovery que, no final da segunda temporada, vai parar no século 32, quando a Federação Unidas dos Planetas e a Frota Estelar tentam se reerguer após serem esfaceladas. A tripulação da nave, Michael Burnham, interpretada pela atriz Sonequa Martin-Green, egressa de The Walking Dead. A série está atualmente na fase de produção de sua quinta temporada, que deve estrear apenas em 2023.

Jornada nas Estrelas: Picard

Após uma relação hesitante com os fãs, o capitão Picard tornou-se tão querido no imaginário dos trekkers quanto Kirk. E ganhou sua própria série em 2020. Agora um almirante, aposentado em seu vinhedo no interior da França, retorna à ativa, mesmo sem autorização da frota. Atualmente em cartaz, com episódios semanais, a segunda temporada leva a tripulação ao século 24 para evitar que a entidade Q mude o passado da Terra - nessa realidade alternativa, a federação se torna uma organização fascista e xenófoba. A relação com nosso tempo é clara. E a série brinca com outra viagem no tempo famosa na franquia: a realizada pela Enterprise de Kirk no quarto filme da série, Viagem para Casa. Como? Sem spoilers.

Jornada nas Estrelas: Lower Decks

A série de animação, com tom mais próximo da comédia, tem como foco a hierarquia mais baixa da nave, com jovens tripulantes trabalhando em funções menos importantes. A ideia é mostrar como se formam os oficiais que um dia irão comandar as naves estelares. O ponto de partida é bom, mas a série ainda não engrenou.

Jornada nas Estrelas: Prodigy

Também uma animação, Prodigy, de 2021, está caminhando para a segunda temporada e narra a história de seis alienígenas que encontram uma nave perdida, a USS Protostar, em uma colônia penal. Eles roubam a nave e começam uma viagem de volta do Quadrante Delta para o Quadrante Alfa.

Jornada nas Estrelas: Strange New Worlds

O capitão Pike, protagonista do piloto negado pela Paramount nos anos 1960, retornou para uma participação especial em Discovery. E acabou ganhando série própria, com estreia prevista para maio. Segundo os produtores, os enredos vão tentar se aproximar da série original. Em vez de histórias que se alongam pelos episódios, a Enterprise estará envolvida com uma trama a cada capítulo.

Star Trek: Seção 31

A agência de inteligência clandestina que atua dentro Federação apareceu em Discovery, assim como a capitão Philippa Georgiou. A personagem some na terceira temporada da série e deve ganhar um spin-off só seu, sobre o qual os estúdios ainda não revelaram muitos detalhes ou data de estreia. 

sO universo Jornada nas Estrelas (Star Trek), criado nos anos 1960 para a televisão pelo produtor Gene Roddenberry, chega no início de maio à sua décima série. O trailer oficial de Star Trek: Strange New Worlds acaba de ser lançado e cartazes foram divulgados com imagens dos personagens.

Strange New Worlds se passa em um período anterior à Série Clássica e recupera personagens do piloto que acabou recusado pelo estúdio Paramount na época. Entre eles, o capitão Pike e o comandante Spock, além do doutor MBenga, que fez aparições rápidas na série original.

Cena da série 'Star Trek: Strange New Worlds' Foto: Paramount+

Antes mesmo de estrear - o primeiro episódio vai ao ar no dia 5 de maio, pelo serviço de streaming da Paramount -, a série já provocou polêmica entre os fãs. Durante uma convenção em Chicago, o estúdio revelou que os personagens Spock e MBenga ganharão primeiros nomes: o vulcano se chamará S’Chn T’Gai Spock e o médico queniano será Jabilo MBenga. Os nomes foram retirados de livros escritos sobre o universo Jornada nas Estrelas, mas fãs questionaram a sua necessidade, com receio de que eles sugiram mudanças na caracterização na nova série. Após a convenção, a Paramount anunciou que a divulgação cometeu erros e não está certo como a questão será tratada.

Bom, não se mexe impunemente com o chamado cânone trekker, mas nos últimos anos o universo da série passou por enorme renovação. Após o sucesso dos filmes em que os personagens da Série Clássica - o capitão James T. Kirk, o primeiro oficial Spock e o doutor Leonard McCoy - retornaram para novas histórias, diversas séries têm sido criadas.

Jornada nas Estrelas estreou em 1962, incorporando dois elementos que marcavam a televisão na época. De um lado, as séries de detetives; de outro, as de aventura, ambientadas no velho oeste. O que Gene Roddenberry criou foi uma mistura de ambas, com a diferença de que a trama se passaria no espaço.

Com o tempo, a série tornou-se fenômeno e criou todo um universo em torno de si. Em especial pela mensagem de união e paz em uma sociedade igualitária: em plena Guerra Fria, a Enterprise tinha, em sua ponte de comando, um alferes soviético (Chekov), o piloto japonês Hikaru Sulo (com a memória da Segunda Guerra ainda muito presente nos EUA) e uma oficial de comunicações negra (Tenente Uhura). No original também estava prevista a participação de uma mulher como primeira oficial, mas essa batalha Roddenberry não conseguiu vencer.

Depois da Série Clássica vieram A Nova Geração, Deep Space Nine, Voyager e Enterprise. E, após um intervalo, Discovery reabriu a fila, composta ainda por Picard, Prodigy, Lower Decks e agora Strange New Worlds. Com isso, Jornada nas Estrelas conseguirá uma façanha histórica: ter cinco séries inéditas em cartaz em uma mesma temporada (uma sexta, chamada Seção 31, está ainda em fase de desenvolvimento). Criada para a Netflix, Discovery migrou para o serviço de streaming Paramount+, que no Brasil pode ser adquirido juntamente ao Amazon Prime Video. Com ela, seguiram todos os filmes da série e as novas criações.

Jornada nas Estrelas: A Série Clássica

A série que apresentou ao mundo o capitão Kirk, o doutor McCoy e o primeiro oficial Spock. O trio que deu início ao fenômeno Jornada nas Estrelas não existia no piloto: o capitão era Christopher Pike, a primeira oficial (que era chamada apenas de Number One) e o doutor Philip Boyce (Spock tinha presença menor como oficial de ciências). Mas, antes das estreia, o estúdio exigiu mudanças, levando à formatação que entrou para a história da TV americana. A série durou apenas três temporadas, entre 1966 e 1969. E o seu sucesso real se daria nos anos seguintes, quando começou a ser reprisada em diversos canais norte-americanos, levando mais tarde a Paramount a apostar em um retorno no cinema: foram seis filmes entre o final dos anos 1979 e 1994.

Jornada nas Estrelas: A Nova Geração

Embalada pelo revival da Série Original, surgiu A Nova Geração, em 1987. O interesse do público não foi imediato. O capitão Jean-Luc Picard, ao contrário de Kirk, tinha perfil mais intelectual e pouco deixava a Enterprise para ações em terra firme. A aventura ficava a cargo do primeiro oficial Riker, mas ele demorou a encontrar sua personalidade na história. Emulando Spock, o comandante Data, um androide. Ao longo das sete temporadas, no entanto, a série encontrou o caminho, em parte por conta da chegada de um novo vilão: os temíveis borgs. E teve vida de sucesso também no cinema, com quatro filmes.

Jornada nas Estrelas: Deep Space Nine

Em 1993, mais um spin-off, Deep Space Nine. Era o nome de uma estação na qual a Federação dos Planetas Unidos intervém, em uma tentativa de manter a paz entre cardassianos e bajorianos. A série propunha outra dinâmica: saiam as naves, as batalhas, as explorações espaciais e, em troca, a vida cotidiana dentro da estação, comandada pelo capitão Benjamin Sisco. Foram sete temporadas, mas a trama só engrenou nos últimos quatro anos, quando a estação ganhou uma nave, a Defiant, e uma nova guerra entrou na história, contra os dominions.

Jornada nas Estrelas: Voyager

O espaço parece não ter limites, mas depois de três séries o Quadrante Alfa ficou pequeno para Jornada nas Estrelas. Era preciso encontrar novas histórias, novos povos alienígenas, novas situações. Com Voyager, o problema se resolveu. No primeiro episódio, a nave persegue uma embarcação maqui quando ambas são transportadas para o Quadrante Delta por uma entidade chamada Guardião. Era um recomeço, com um avanço importante: pela primeira vez, a protagonista era uma capitão, Kathryn Janeway. A série ficou no ar entre 1995 e 2001.

Jornada nas Estrelas: Enterprise

Enterprise durou quatro temporadas, exibida entre 2001 e 2005. Pela primeira vez, o universo Jornada nas Estrelas tentava explicar o que acontecera antes da Série Clássica. A história se passa em uma primeira versão da Enterprise, comandada pelo capitão Jonathan Archer, dez anos antes da criação da Federação Unida dos Planetas. O elenco e os roteiros eram interessantes, mas ela acabou cancelada após quatro temporadas: foi a primeira vez que uma série Jornada nas Estrelas acabou pela decisão do estúdio e não de seus produtores.

Jornada nas Estrelas: Discovery

Lançada em 2017, foi a primeira da nova safra de séries baseadas no universo trekker. A história começa uma década antes da Série Clássica, mas logo uma realidade alternativa muda o rumo da tripulação da Discovery que, no final da segunda temporada, vai parar no século 32, quando a Federação Unidas dos Planetas e a Frota Estelar tentam se reerguer após serem esfaceladas. A tripulação da nave, Michael Burnham, interpretada pela atriz Sonequa Martin-Green, egressa de The Walking Dead. A série está atualmente na fase de produção de sua quinta temporada, que deve estrear apenas em 2023.

Jornada nas Estrelas: Picard

Após uma relação hesitante com os fãs, o capitão Picard tornou-se tão querido no imaginário dos trekkers quanto Kirk. E ganhou sua própria série em 2020. Agora um almirante, aposentado em seu vinhedo no interior da França, retorna à ativa, mesmo sem autorização da frota. Atualmente em cartaz, com episódios semanais, a segunda temporada leva a tripulação ao século 24 para evitar que a entidade Q mude o passado da Terra - nessa realidade alternativa, a federação se torna uma organização fascista e xenófoba. A relação com nosso tempo é clara. E a série brinca com outra viagem no tempo famosa na franquia: a realizada pela Enterprise de Kirk no quarto filme da série, Viagem para Casa. Como? Sem spoilers.

Jornada nas Estrelas: Lower Decks

A série de animação, com tom mais próximo da comédia, tem como foco a hierarquia mais baixa da nave, com jovens tripulantes trabalhando em funções menos importantes. A ideia é mostrar como se formam os oficiais que um dia irão comandar as naves estelares. O ponto de partida é bom, mas a série ainda não engrenou.

Jornada nas Estrelas: Prodigy

Também uma animação, Prodigy, de 2021, está caminhando para a segunda temporada e narra a história de seis alienígenas que encontram uma nave perdida, a USS Protostar, em uma colônia penal. Eles roubam a nave e começam uma viagem de volta do Quadrante Delta para o Quadrante Alfa.

Jornada nas Estrelas: Strange New Worlds

O capitão Pike, protagonista do piloto negado pela Paramount nos anos 1960, retornou para uma participação especial em Discovery. E acabou ganhando série própria, com estreia prevista para maio. Segundo os produtores, os enredos vão tentar se aproximar da série original. Em vez de histórias que se alongam pelos episódios, a Enterprise estará envolvida com uma trama a cada capítulo.

Star Trek: Seção 31

A agência de inteligência clandestina que atua dentro Federação apareceu em Discovery, assim como a capitão Philippa Georgiou. A personagem some na terceira temporada da série e deve ganhar um spin-off só seu, sobre o qual os estúdios ainda não revelaram muitos detalhes ou data de estreia. 

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