Felicity Ward conta por que ‘The Office’ funciona e diz que versão australiana não é ‘feminista’


Ela é a primeira protagonista mulher da série - na versão australiana que estreia no Prime Video. Atriz celebra a oportunidade de poder interpretar ‘uma mulher incompetente no trabalho’, mas, ainda sim, ‘a pessoa mais competente da sala’; veja vídeo

Por Matheus Mans

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Atriz australiana é a primeira mulher a protagonizar adaptação da série de comédia

Foram necessárias 15 adaptações de The Office até a chegada de uma protagonista feminina. Mas finalmente aconteceu: a atriz Felicity Ward é o principal nome por trás da nova versão australiana de The Office, série que chega ao catálogo do Prime Video nesta sexta, 18. A essência é a mesma, mas com novos toques: ainda que Hanna Howard seja tão incompetente quanto Michael Scott, há mais piadas sobre o trabalho dos anos 2020.

“Acho que o grande ponto dessa série, e de ter uma chefe mulher, é que não há nada de empoderador em Hannah Howard. Este não é um programa motivacional para mulheres. Não é um programa feminista. Se é que posso dizer, isso retrocede o movimento feminista. Ela é uma chefe terrível”, diz Felicity Ward, em entrevista ao Estadão.

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No entanto, ao mesmo tempo, a atriz acredita que a série está passando por um grande avanço ao tratar uma personagem feminina assim. Para Felicity, era o que precisavam.

Felicity Howard é a chefe do escritório desta vez, e é muito engraçada Foto: Amazon Prime Video/Divulgação

“Quando você tem uma personagem feminina como protagonista em uma sitcom, ela é a pessoa mais competente da sala. É quem organiza as coisas, é neurótica, tem questões de controle”, contextualiza. “Existem muitos estereótipos e ser um desastre e incompetente não é, geralmente, o que temos a oportunidade de interpretar. Por isso, simplesmente amo interpretar mulheres incompetentes. Adoro. Gosto que as pessoas digam que as mulheres são ruins em seus trabalhos e que podemos ser medianas e ainda assim estar no poder.”

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Novos tempos

O fato é que não dá para ser a mesma coisa que a primeira versão da série, criada por Ricky Gervais em 2001, tampouco repetir as sacadas da adaptação de maior sucesso, a americana, de 2005. Novos assuntos surgem, como o fim do espaço físico para um trabalho remoto, mas continua aquele mesmo clima de constrangimento geral que The Office sabe fazer tão bem – Hannah, a personagem de Felicity, é obcecada pela “família do trabalho”.

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A 'família do trabalho' de Hanna Howard em 'The Office' Foto: Amazon Prime Video/Divulgação

No final das contas, Felicity agradece ao capitalismo por permitir novas discussões. “Estavam desenvolvendo a ideia de que todo mundo trabalharia de casa a partir daquele momento. É uma conversa que está acontecendo literalmente agora, onde volta e meia surge essa questão: ‘podemos voltar a trabalhar cinco dias por semana?’”, diz Felicity. “Eu pensei que talvez essa conversa já tivesse acabado, mas não acabou. Continua acontecendo nas empresas ao redor do mundo. Então, obrigada capitalismo!”

Questionada se o The Office da Austrália é melhor do que outras versões, Felicity nem ousa responder – pouco antes, ela admitiu que tem um medo tremendo das críticas que podem surgir na internet. Apenas admite que são propostas diferentes, cada uma com suas ideias.

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“O conceito de The Office funciona porque todo mundo já trabalhou para alguém. Muitos não sabem como conseguiram o emprego, nem como permaneceram nele, e nem como não foram demitidas até hoje”, diz. “Todos nós já trabalhamos para alguém e pensamos: ‘essa pessoa tem que ser demitida, não dá para passar batido’. E, mesmo assim, elas continuam lá. Isso é David Brent. Isso é Michael Scott. E é também Hannah Howard”, finaliza.

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Atriz australiana é a primeira mulher a protagonizar adaptação da série de comédia

Foram necessárias 15 adaptações de The Office até a chegada de uma protagonista feminina. Mas finalmente aconteceu: a atriz Felicity Ward é o principal nome por trás da nova versão australiana de The Office, série que chega ao catálogo do Prime Video nesta sexta, 18. A essência é a mesma, mas com novos toques: ainda que Hanna Howard seja tão incompetente quanto Michael Scott, há mais piadas sobre o trabalho dos anos 2020.

“Acho que o grande ponto dessa série, e de ter uma chefe mulher, é que não há nada de empoderador em Hannah Howard. Este não é um programa motivacional para mulheres. Não é um programa feminista. Se é que posso dizer, isso retrocede o movimento feminista. Ela é uma chefe terrível”, diz Felicity Ward, em entrevista ao Estadão.

No entanto, ao mesmo tempo, a atriz acredita que a série está passando por um grande avanço ao tratar uma personagem feminina assim. Para Felicity, era o que precisavam.

Felicity Howard é a chefe do escritório desta vez, e é muito engraçada Foto: Amazon Prime Video/Divulgação

“Quando você tem uma personagem feminina como protagonista em uma sitcom, ela é a pessoa mais competente da sala. É quem organiza as coisas, é neurótica, tem questões de controle”, contextualiza. “Existem muitos estereótipos e ser um desastre e incompetente não é, geralmente, o que temos a oportunidade de interpretar. Por isso, simplesmente amo interpretar mulheres incompetentes. Adoro. Gosto que as pessoas digam que as mulheres são ruins em seus trabalhos e que podemos ser medianas e ainda assim estar no poder.”

Novos tempos

O fato é que não dá para ser a mesma coisa que a primeira versão da série, criada por Ricky Gervais em 2001, tampouco repetir as sacadas da adaptação de maior sucesso, a americana, de 2005. Novos assuntos surgem, como o fim do espaço físico para um trabalho remoto, mas continua aquele mesmo clima de constrangimento geral que The Office sabe fazer tão bem – Hannah, a personagem de Felicity, é obcecada pela “família do trabalho”.

A 'família do trabalho' de Hanna Howard em 'The Office' Foto: Amazon Prime Video/Divulgação

No final das contas, Felicity agradece ao capitalismo por permitir novas discussões. “Estavam desenvolvendo a ideia de que todo mundo trabalharia de casa a partir daquele momento. É uma conversa que está acontecendo literalmente agora, onde volta e meia surge essa questão: ‘podemos voltar a trabalhar cinco dias por semana?’”, diz Felicity. “Eu pensei que talvez essa conversa já tivesse acabado, mas não acabou. Continua acontecendo nas empresas ao redor do mundo. Então, obrigada capitalismo!”

Questionada se o The Office da Austrália é melhor do que outras versões, Felicity nem ousa responder – pouco antes, ela admitiu que tem um medo tremendo das críticas que podem surgir na internet. Apenas admite que são propostas diferentes, cada uma com suas ideias.

“O conceito de The Office funciona porque todo mundo já trabalhou para alguém. Muitos não sabem como conseguiram o emprego, nem como permaneceram nele, e nem como não foram demitidas até hoje”, diz. “Todos nós já trabalhamos para alguém e pensamos: ‘essa pessoa tem que ser demitida, não dá para passar batido’. E, mesmo assim, elas continuam lá. Isso é David Brent. Isso é Michael Scott. E é também Hannah Howard”, finaliza.

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Atriz australiana é a primeira mulher a protagonizar adaptação da série de comédia

Foram necessárias 15 adaptações de The Office até a chegada de uma protagonista feminina. Mas finalmente aconteceu: a atriz Felicity Ward é o principal nome por trás da nova versão australiana de The Office, série que chega ao catálogo do Prime Video nesta sexta, 18. A essência é a mesma, mas com novos toques: ainda que Hanna Howard seja tão incompetente quanto Michael Scott, há mais piadas sobre o trabalho dos anos 2020.

“Acho que o grande ponto dessa série, e de ter uma chefe mulher, é que não há nada de empoderador em Hannah Howard. Este não é um programa motivacional para mulheres. Não é um programa feminista. Se é que posso dizer, isso retrocede o movimento feminista. Ela é uma chefe terrível”, diz Felicity Ward, em entrevista ao Estadão.

No entanto, ao mesmo tempo, a atriz acredita que a série está passando por um grande avanço ao tratar uma personagem feminina assim. Para Felicity, era o que precisavam.

Felicity Howard é a chefe do escritório desta vez, e é muito engraçada Foto: Amazon Prime Video/Divulgação

“Quando você tem uma personagem feminina como protagonista em uma sitcom, ela é a pessoa mais competente da sala. É quem organiza as coisas, é neurótica, tem questões de controle”, contextualiza. “Existem muitos estereótipos e ser um desastre e incompetente não é, geralmente, o que temos a oportunidade de interpretar. Por isso, simplesmente amo interpretar mulheres incompetentes. Adoro. Gosto que as pessoas digam que as mulheres são ruins em seus trabalhos e que podemos ser medianas e ainda assim estar no poder.”

Novos tempos

O fato é que não dá para ser a mesma coisa que a primeira versão da série, criada por Ricky Gervais em 2001, tampouco repetir as sacadas da adaptação de maior sucesso, a americana, de 2005. Novos assuntos surgem, como o fim do espaço físico para um trabalho remoto, mas continua aquele mesmo clima de constrangimento geral que The Office sabe fazer tão bem – Hannah, a personagem de Felicity, é obcecada pela “família do trabalho”.

A 'família do trabalho' de Hanna Howard em 'The Office' Foto: Amazon Prime Video/Divulgação

No final das contas, Felicity agradece ao capitalismo por permitir novas discussões. “Estavam desenvolvendo a ideia de que todo mundo trabalharia de casa a partir daquele momento. É uma conversa que está acontecendo literalmente agora, onde volta e meia surge essa questão: ‘podemos voltar a trabalhar cinco dias por semana?’”, diz Felicity. “Eu pensei que talvez essa conversa já tivesse acabado, mas não acabou. Continua acontecendo nas empresas ao redor do mundo. Então, obrigada capitalismo!”

Questionada se o The Office da Austrália é melhor do que outras versões, Felicity nem ousa responder – pouco antes, ela admitiu que tem um medo tremendo das críticas que podem surgir na internet. Apenas admite que são propostas diferentes, cada uma com suas ideias.

“O conceito de The Office funciona porque todo mundo já trabalhou para alguém. Muitos não sabem como conseguiram o emprego, nem como permaneceram nele, e nem como não foram demitidas até hoje”, diz. “Todos nós já trabalhamos para alguém e pensamos: ‘essa pessoa tem que ser demitida, não dá para passar batido’. E, mesmo assim, elas continuam lá. Isso é David Brent. Isso é Michael Scott. E é também Hannah Howard”, finaliza.

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