Gabriela Medeiros faz balanço de ‘Renascer’: ‘Como Buba, também desabrochei. Novela me transformou’


A atriz trans discute identidade, estética e impacto do seu papel em uma sociedade que enfrenta desafios em relação à diversidade em entrevista ao ‘Estadão’. Ela fala ainda sobre ataques sofridos, o fim da novela e revela o momento mais emocionante vivido com sua personagem

Por Paula Bonelli
Atualização:
Foto: Karla Freire/Globo
Entrevista comGabriela MedeirosAtriz

No começo, Gabriela Medeiros, 23, sentiu muito medo ao fazer a personagem Buba, em Renascer, em horário nobre na Globo, por causa da expectativa do público. Com o encerramento do folhetim nesta sexta-feira, 6, ela sai do ar com sentimento de dever cumprido. Novata em novelas, transgênero na vida real e na pele de Buba, ela reflete sobre sua figura estonteante, e se isso facilita as pessoas a lhe aceitarem: “Beleza não poupa a gente de sofrer ataques”.

Para ela, o momento mais marcante da novela foi o casamento com José Augusto (Renan Monteiro). Vestindo branco, a reconciliação com a família e o abraço do pai Humberto, personagem de Guilherme Fontes, que a maltratava e a rejeitava pela sua mudança de gênero. Buba promoveu lições de amor, perdão e reconciliação na novela.

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Discreta sobre a sua vida pessoal, Gabriela foi criada pela avó Nalva, mas disse nesta entrevista ao Estadão, que tem contato como seus pais e que eles são seus amigos. Quando passou pelo processo de redesignação sexual aos 18 anos, seus familiares não a expulsaram de casa, mas se silenciaram e se distanciaram. Confira a entrevista realizada por e-mail:

A sociedade evoluiu entre a primeira versão da novela e o remake de hoje, entre a primeira e a segunda Buba?

Em alguns aspectos, sim; em outros, não. Acho que ainda falta levar mais pautas para debater sobre assuntos envolvendo identidade de gênero.

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Você acha que sua beleza motiva as pessoas a aceitarem sua transição?

Não sei, não é sobre beleza. As pessoas, a partir do momento que sabem que você é uma pessoa trans, elas se sentem no direito de violar seu corpo. Não é sobre beleza, e sim sobre transfobia. Beleza não poupa a gente de sofrer ataques como esses.

Não quero ser a única mulher trans escalada em um elenco, sabe? Quero ver mais pessoas da minha comunidade ao meu lado!

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Você se vê como um exemplo positivo para pessoas na mesma posição?

Sim, me sinto muito honrada de estar nesse lugar; é um privilégio. É sobre abrir mais portas e espaços para pessoas trans. Não quero ser a única mulher trans escalada em um elenco, sabe? Quero ver mais pessoas da minha comunidade ao meu lado!

Quais eram as suas preocupações no começo da novela e qual é o sentimento agora na reta final, com o trabalho já finalizado?

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No começo, a estreia apertava bastante meu coração, tinha muito medo da expectativa do público em relação à Buba de 2024. Eu optei por um caminho ousado de construção da personagem, introspectiva e mais melancólica. Nessa reta final, eu me sinto com o dever cumprido, sabe? Em relação à Buba, fui muito fiel a ela, aos sentimentos dessa personagem e também ao que eu propus durante esse período; ela desabrochou. E fico muito feliz com os feedbacks das pessoas quando me param na rua para falar sobre essa personagem tão especial.

Acha que as pessoas compreenderam direito a sua atuação? Você ficou satisfeita?

Sinto que no começo não muito, mas ao longo do tempo foram compreendendo as cores que eu trouxe à Buba. Ela é melancólica, doce, sutil e muito delicada. E quando me param na rua para elogiar meu trabalho, eu me sinto muito honrada. Fui por uma vertente muito naturalista.

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Qual momento da novela te emocionou mais? E foi mais importante para você?

O casamento. Estar naquela atmosfera, me ver de noiva, ver todo o núcleo da Buba reunido; ali, eu tive um sentimento muito profundo, me emocionei demais. Ela conseguiu o que queria, trouxe sua família para perto, tem o grande amor da sua vida e suas amigas queridas; ela concretizou seus desejos.

Assim como a Buba, eu também desabrochei. Foi um processo muito intenso e um grande confronto comigo mesma, mas cresci como indivíduo e isso não tem preço que pague.

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A novela está mudando a sua vida?

A novela me transformou por dentro; sempre penso nesse ponto, mais do que no externo. Assim como a Buba, eu também desabrochei. Foi um processo muito intenso e um grande confronto comigo mesma, mas cresci como indivíduo e isso não tem preço que pague.

É seu papel educar as pessoas a respeitarem a diferença?

Não só meu, mas é papel de todos buscarem se informar sobre racismo, homofobia, transfobia etc. Uma sociedade se transforma em conjunto.

Você quer ser mãe como Buba?

Sim, quero muito! Mas penso num futuro distante; agora quero focar no meu trabalho. Consolidar minha carreira, construir uma base sólida e aí sim pensar em ter uma criança. Ser mãe é algo lindo e muito mágico; quero estar inteira para criar um indivíduo.

Como está a sua relação com sua família? Você tem contato com seus pais?

Sim, tenho super! São meus amigos.

O que deseja para o futuro e quais são os seus planos para depois da novela?

Eu quero muito continuar trabalhando e estudando também. Penso em publicar algo em breve, mas ainda não posso comentar muito sobre; sou muito ampla... adoro escrever, amo desenhar e atuar. Quero usar meus talentos para me aprimorar cada vez mais.

A atriz Gabriela Medeiros interpretando Buba em 'Renascer' Foto: Estevam Avella/TV Globo

No começo, Gabriela Medeiros, 23, sentiu muito medo ao fazer a personagem Buba, em Renascer, em horário nobre na Globo, por causa da expectativa do público. Com o encerramento do folhetim nesta sexta-feira, 6, ela sai do ar com sentimento de dever cumprido. Novata em novelas, transgênero na vida real e na pele de Buba, ela reflete sobre sua figura estonteante, e se isso facilita as pessoas a lhe aceitarem: “Beleza não poupa a gente de sofrer ataques”.

Para ela, o momento mais marcante da novela foi o casamento com José Augusto (Renan Monteiro). Vestindo branco, a reconciliação com a família e o abraço do pai Humberto, personagem de Guilherme Fontes, que a maltratava e a rejeitava pela sua mudança de gênero. Buba promoveu lições de amor, perdão e reconciliação na novela.

Discreta sobre a sua vida pessoal, Gabriela foi criada pela avó Nalva, mas disse nesta entrevista ao Estadão, que tem contato como seus pais e que eles são seus amigos. Quando passou pelo processo de redesignação sexual aos 18 anos, seus familiares não a expulsaram de casa, mas se silenciaram e se distanciaram. Confira a entrevista realizada por e-mail:

A sociedade evoluiu entre a primeira versão da novela e o remake de hoje, entre a primeira e a segunda Buba?

Em alguns aspectos, sim; em outros, não. Acho que ainda falta levar mais pautas para debater sobre assuntos envolvendo identidade de gênero.

Você acha que sua beleza motiva as pessoas a aceitarem sua transição?

Não sei, não é sobre beleza. As pessoas, a partir do momento que sabem que você é uma pessoa trans, elas se sentem no direito de violar seu corpo. Não é sobre beleza, e sim sobre transfobia. Beleza não poupa a gente de sofrer ataques como esses.

Não quero ser a única mulher trans escalada em um elenco, sabe? Quero ver mais pessoas da minha comunidade ao meu lado!

Você se vê como um exemplo positivo para pessoas na mesma posição?

Sim, me sinto muito honrada de estar nesse lugar; é um privilégio. É sobre abrir mais portas e espaços para pessoas trans. Não quero ser a única mulher trans escalada em um elenco, sabe? Quero ver mais pessoas da minha comunidade ao meu lado!

Quais eram as suas preocupações no começo da novela e qual é o sentimento agora na reta final, com o trabalho já finalizado?

No começo, a estreia apertava bastante meu coração, tinha muito medo da expectativa do público em relação à Buba de 2024. Eu optei por um caminho ousado de construção da personagem, introspectiva e mais melancólica. Nessa reta final, eu me sinto com o dever cumprido, sabe? Em relação à Buba, fui muito fiel a ela, aos sentimentos dessa personagem e também ao que eu propus durante esse período; ela desabrochou. E fico muito feliz com os feedbacks das pessoas quando me param na rua para falar sobre essa personagem tão especial.

Acha que as pessoas compreenderam direito a sua atuação? Você ficou satisfeita?

Sinto que no começo não muito, mas ao longo do tempo foram compreendendo as cores que eu trouxe à Buba. Ela é melancólica, doce, sutil e muito delicada. E quando me param na rua para elogiar meu trabalho, eu me sinto muito honrada. Fui por uma vertente muito naturalista.

Qual momento da novela te emocionou mais? E foi mais importante para você?

O casamento. Estar naquela atmosfera, me ver de noiva, ver todo o núcleo da Buba reunido; ali, eu tive um sentimento muito profundo, me emocionei demais. Ela conseguiu o que queria, trouxe sua família para perto, tem o grande amor da sua vida e suas amigas queridas; ela concretizou seus desejos.

Assim como a Buba, eu também desabrochei. Foi um processo muito intenso e um grande confronto comigo mesma, mas cresci como indivíduo e isso não tem preço que pague.

A novela está mudando a sua vida?

A novela me transformou por dentro; sempre penso nesse ponto, mais do que no externo. Assim como a Buba, eu também desabrochei. Foi um processo muito intenso e um grande confronto comigo mesma, mas cresci como indivíduo e isso não tem preço que pague.

É seu papel educar as pessoas a respeitarem a diferença?

Não só meu, mas é papel de todos buscarem se informar sobre racismo, homofobia, transfobia etc. Uma sociedade se transforma em conjunto.

Você quer ser mãe como Buba?

Sim, quero muito! Mas penso num futuro distante; agora quero focar no meu trabalho. Consolidar minha carreira, construir uma base sólida e aí sim pensar em ter uma criança. Ser mãe é algo lindo e muito mágico; quero estar inteira para criar um indivíduo.

Como está a sua relação com sua família? Você tem contato com seus pais?

Sim, tenho super! São meus amigos.

O que deseja para o futuro e quais são os seus planos para depois da novela?

Eu quero muito continuar trabalhando e estudando também. Penso em publicar algo em breve, mas ainda não posso comentar muito sobre; sou muito ampla... adoro escrever, amo desenhar e atuar. Quero usar meus talentos para me aprimorar cada vez mais.

A atriz Gabriela Medeiros interpretando Buba em 'Renascer' Foto: Estevam Avella/TV Globo

No começo, Gabriela Medeiros, 23, sentiu muito medo ao fazer a personagem Buba, em Renascer, em horário nobre na Globo, por causa da expectativa do público. Com o encerramento do folhetim nesta sexta-feira, 6, ela sai do ar com sentimento de dever cumprido. Novata em novelas, transgênero na vida real e na pele de Buba, ela reflete sobre sua figura estonteante, e se isso facilita as pessoas a lhe aceitarem: “Beleza não poupa a gente de sofrer ataques”.

Para ela, o momento mais marcante da novela foi o casamento com José Augusto (Renan Monteiro). Vestindo branco, a reconciliação com a família e o abraço do pai Humberto, personagem de Guilherme Fontes, que a maltratava e a rejeitava pela sua mudança de gênero. Buba promoveu lições de amor, perdão e reconciliação na novela.

Discreta sobre a sua vida pessoal, Gabriela foi criada pela avó Nalva, mas disse nesta entrevista ao Estadão, que tem contato como seus pais e que eles são seus amigos. Quando passou pelo processo de redesignação sexual aos 18 anos, seus familiares não a expulsaram de casa, mas se silenciaram e se distanciaram. Confira a entrevista realizada por e-mail:

A sociedade evoluiu entre a primeira versão da novela e o remake de hoje, entre a primeira e a segunda Buba?

Em alguns aspectos, sim; em outros, não. Acho que ainda falta levar mais pautas para debater sobre assuntos envolvendo identidade de gênero.

Você acha que sua beleza motiva as pessoas a aceitarem sua transição?

Não sei, não é sobre beleza. As pessoas, a partir do momento que sabem que você é uma pessoa trans, elas se sentem no direito de violar seu corpo. Não é sobre beleza, e sim sobre transfobia. Beleza não poupa a gente de sofrer ataques como esses.

Não quero ser a única mulher trans escalada em um elenco, sabe? Quero ver mais pessoas da minha comunidade ao meu lado!

Você se vê como um exemplo positivo para pessoas na mesma posição?

Sim, me sinto muito honrada de estar nesse lugar; é um privilégio. É sobre abrir mais portas e espaços para pessoas trans. Não quero ser a única mulher trans escalada em um elenco, sabe? Quero ver mais pessoas da minha comunidade ao meu lado!

Quais eram as suas preocupações no começo da novela e qual é o sentimento agora na reta final, com o trabalho já finalizado?

No começo, a estreia apertava bastante meu coração, tinha muito medo da expectativa do público em relação à Buba de 2024. Eu optei por um caminho ousado de construção da personagem, introspectiva e mais melancólica. Nessa reta final, eu me sinto com o dever cumprido, sabe? Em relação à Buba, fui muito fiel a ela, aos sentimentos dessa personagem e também ao que eu propus durante esse período; ela desabrochou. E fico muito feliz com os feedbacks das pessoas quando me param na rua para falar sobre essa personagem tão especial.

Acha que as pessoas compreenderam direito a sua atuação? Você ficou satisfeita?

Sinto que no começo não muito, mas ao longo do tempo foram compreendendo as cores que eu trouxe à Buba. Ela é melancólica, doce, sutil e muito delicada. E quando me param na rua para elogiar meu trabalho, eu me sinto muito honrada. Fui por uma vertente muito naturalista.

Qual momento da novela te emocionou mais? E foi mais importante para você?

O casamento. Estar naquela atmosfera, me ver de noiva, ver todo o núcleo da Buba reunido; ali, eu tive um sentimento muito profundo, me emocionei demais. Ela conseguiu o que queria, trouxe sua família para perto, tem o grande amor da sua vida e suas amigas queridas; ela concretizou seus desejos.

Assim como a Buba, eu também desabrochei. Foi um processo muito intenso e um grande confronto comigo mesma, mas cresci como indivíduo e isso não tem preço que pague.

A novela está mudando a sua vida?

A novela me transformou por dentro; sempre penso nesse ponto, mais do que no externo. Assim como a Buba, eu também desabrochei. Foi um processo muito intenso e um grande confronto comigo mesma, mas cresci como indivíduo e isso não tem preço que pague.

É seu papel educar as pessoas a respeitarem a diferença?

Não só meu, mas é papel de todos buscarem se informar sobre racismo, homofobia, transfobia etc. Uma sociedade se transforma em conjunto.

Você quer ser mãe como Buba?

Sim, quero muito! Mas penso num futuro distante; agora quero focar no meu trabalho. Consolidar minha carreira, construir uma base sólida e aí sim pensar em ter uma criança. Ser mãe é algo lindo e muito mágico; quero estar inteira para criar um indivíduo.

Como está a sua relação com sua família? Você tem contato com seus pais?

Sim, tenho super! São meus amigos.

O que deseja para o futuro e quais são os seus planos para depois da novela?

Eu quero muito continuar trabalhando e estudando também. Penso em publicar algo em breve, mas ainda não posso comentar muito sobre; sou muito ampla... adoro escrever, amo desenhar e atuar. Quero usar meus talentos para me aprimorar cada vez mais.

A atriz Gabriela Medeiros interpretando Buba em 'Renascer' Foto: Estevam Avella/TV Globo

No começo, Gabriela Medeiros, 23, sentiu muito medo ao fazer a personagem Buba, em Renascer, em horário nobre na Globo, por causa da expectativa do público. Com o encerramento do folhetim nesta sexta-feira, 6, ela sai do ar com sentimento de dever cumprido. Novata em novelas, transgênero na vida real e na pele de Buba, ela reflete sobre sua figura estonteante, e se isso facilita as pessoas a lhe aceitarem: “Beleza não poupa a gente de sofrer ataques”.

Para ela, o momento mais marcante da novela foi o casamento com José Augusto (Renan Monteiro). Vestindo branco, a reconciliação com a família e o abraço do pai Humberto, personagem de Guilherme Fontes, que a maltratava e a rejeitava pela sua mudança de gênero. Buba promoveu lições de amor, perdão e reconciliação na novela.

Discreta sobre a sua vida pessoal, Gabriela foi criada pela avó Nalva, mas disse nesta entrevista ao Estadão, que tem contato como seus pais e que eles são seus amigos. Quando passou pelo processo de redesignação sexual aos 18 anos, seus familiares não a expulsaram de casa, mas se silenciaram e se distanciaram. Confira a entrevista realizada por e-mail:

A sociedade evoluiu entre a primeira versão da novela e o remake de hoje, entre a primeira e a segunda Buba?

Em alguns aspectos, sim; em outros, não. Acho que ainda falta levar mais pautas para debater sobre assuntos envolvendo identidade de gênero.

Você acha que sua beleza motiva as pessoas a aceitarem sua transição?

Não sei, não é sobre beleza. As pessoas, a partir do momento que sabem que você é uma pessoa trans, elas se sentem no direito de violar seu corpo. Não é sobre beleza, e sim sobre transfobia. Beleza não poupa a gente de sofrer ataques como esses.

Não quero ser a única mulher trans escalada em um elenco, sabe? Quero ver mais pessoas da minha comunidade ao meu lado!

Você se vê como um exemplo positivo para pessoas na mesma posição?

Sim, me sinto muito honrada de estar nesse lugar; é um privilégio. É sobre abrir mais portas e espaços para pessoas trans. Não quero ser a única mulher trans escalada em um elenco, sabe? Quero ver mais pessoas da minha comunidade ao meu lado!

Quais eram as suas preocupações no começo da novela e qual é o sentimento agora na reta final, com o trabalho já finalizado?

No começo, a estreia apertava bastante meu coração, tinha muito medo da expectativa do público em relação à Buba de 2024. Eu optei por um caminho ousado de construção da personagem, introspectiva e mais melancólica. Nessa reta final, eu me sinto com o dever cumprido, sabe? Em relação à Buba, fui muito fiel a ela, aos sentimentos dessa personagem e também ao que eu propus durante esse período; ela desabrochou. E fico muito feliz com os feedbacks das pessoas quando me param na rua para falar sobre essa personagem tão especial.

Acha que as pessoas compreenderam direito a sua atuação? Você ficou satisfeita?

Sinto que no começo não muito, mas ao longo do tempo foram compreendendo as cores que eu trouxe à Buba. Ela é melancólica, doce, sutil e muito delicada. E quando me param na rua para elogiar meu trabalho, eu me sinto muito honrada. Fui por uma vertente muito naturalista.

Qual momento da novela te emocionou mais? E foi mais importante para você?

O casamento. Estar naquela atmosfera, me ver de noiva, ver todo o núcleo da Buba reunido; ali, eu tive um sentimento muito profundo, me emocionei demais. Ela conseguiu o que queria, trouxe sua família para perto, tem o grande amor da sua vida e suas amigas queridas; ela concretizou seus desejos.

Assim como a Buba, eu também desabrochei. Foi um processo muito intenso e um grande confronto comigo mesma, mas cresci como indivíduo e isso não tem preço que pague.

A novela está mudando a sua vida?

A novela me transformou por dentro; sempre penso nesse ponto, mais do que no externo. Assim como a Buba, eu também desabrochei. Foi um processo muito intenso e um grande confronto comigo mesma, mas cresci como indivíduo e isso não tem preço que pague.

É seu papel educar as pessoas a respeitarem a diferença?

Não só meu, mas é papel de todos buscarem se informar sobre racismo, homofobia, transfobia etc. Uma sociedade se transforma em conjunto.

Você quer ser mãe como Buba?

Sim, quero muito! Mas penso num futuro distante; agora quero focar no meu trabalho. Consolidar minha carreira, construir uma base sólida e aí sim pensar em ter uma criança. Ser mãe é algo lindo e muito mágico; quero estar inteira para criar um indivíduo.

Como está a sua relação com sua família? Você tem contato com seus pais?

Sim, tenho super! São meus amigos.

O que deseja para o futuro e quais são os seus planos para depois da novela?

Eu quero muito continuar trabalhando e estudando também. Penso em publicar algo em breve, mas ainda não posso comentar muito sobre; sou muito ampla... adoro escrever, amo desenhar e atuar. Quero usar meus talentos para me aprimorar cada vez mais.

A atriz Gabriela Medeiros interpretando Buba em 'Renascer' Foto: Estevam Avella/TV Globo
Entrevista por Paula Bonelli

Formada em Jornalismo pela PUC-SP, é repórter atenta às novidades de São Paulo e ao que as celebridades têm a dizer.

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