O que a linguagem corporal pode revelar na vida e em ‘Casamento às Cegas’?


Coach de voz e leitora de energia que posta análises do reality show que estreou sua 7ª temporada nos EUA, na Netflix, fala sobre o que está por trás do que se diz

Por Annemarie Conte

Pode pegar a champanhe: a série da Netflix Casamento às Cegas está de volta, com o primeiro episódio da sétima temporada lançado na quarta-feira, 2, e o apresentador Nick Lachey aprendendo o que é relacionamento aberto. A série que inspirou brincadeiras com bebida (tome um gole toda vez que alguém disser “conexão verdadeira”) – e é tanto um reality show quanto um experimento social – chegou a Washington, D.C., desta vez para ajudar 29 solteiros a encontrar o amor.

A premissa, claro, é que os solteiros não podem ver com quem estão conversando por causa de uma parede azul entre eles, destinada a eliminar todas as coisas superficiais que podem atrapalhar o amor. Quando um casal decide ficar noivo, eles se veem pela primeira vez e tentam fazer o relacionamento funcionar, com todas as complicações que vêm com os celulares, o trabalho e a atração física.

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Stephen e Monica, participantes da 7º temporada do reality americano 'Casamento às Cegas' Foto: Reprodução/Love is Blind/Netflix

Nas últimas temporadas, a pergunta sobre os participantes do programa era incômoda: eles estão aqui por amor ou por influência? (A última temporada de Love Is Blind: U.K foi saudada como um retorno à vibe original do programa, por seu elenco mais ou menos saudável em termos emocionais e sem muito drama).

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CC Rice, coach de voz e leitora de energia que posta análises de linguagem corporal do programa no perfil @guidedinspiration, diz que descobrir a motivação dos participantes é tanto uma arte quanto uma ciência.

Casamento às Cegas é essa oportunidade incrível de ver as pessoas na vida privada”, ela disse. “Fico lendo todos os sinais: o que as pessoas trazem à tona? Para onde elas olham enquanto falam? Elas são evasivas? Elas estão tentando se conectar?”

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Somente as pessoas envolvidas — e, talvez, os produtores do programa — sabem as verdadeiras motivações, mas Rice traz algumas pistas importantes, com base nos participantes das temporadas anteriores.

Esta entrevista foi editada e condensada para maior clareza.

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Procure o olhar

Uma das coisas mais importantes é o olhar. O que os olhos fazem a cada momento?

Numa interação romântica positiva, você quer espelhamento, e isso acontece com o olhar e a voz: espelhamento físico e contato visual. O espelhamento acontece com o corpo, as duas pessoas se posicionando uma para a outra. Elas balançam a cabeça juntas. Elas fazem contato visual nos mesmos momentos. Elas repetem uma frase, ou dão risada ao mesmo tempo. Elas fazem o mesmo movimento quando rirem.

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Agora, o contato visual nem sempre é uma coisa boa, se alguém fica só encarando e seus olhos nunca saem dos olhos da outra pessoa. É aí que fico de olho nos sinais de alerta.

Repare nos gestos autoconscientes

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Os gestos autoconscientes não são uma coisa ruim. Só significam que, naquele momento, a pessoa está consciente de si mesma na situação. As mulheres tendem a ser melhores nisso porque somos mais inclinadas a ficar nos aprumando, ponto final. E então temos um jeito particular de querer aparecer. E mesmo que não estejamos na frente do espelho, quando ficamos conscientes do eu na situação, começamos a ajeitar as coisas, mesmo que saibamos que não tem nada fora do lugar.

As pessoas começam a se arrumar com as pontas dos dedos. Elas começam a mexer no cabelo. Os homens ficam mexendo na barba. Quando isso acontece, os olhos se desviam ou evitam o olhar da outra pessoa.

Mesmo que eu não esteja recebendo um sinal de que estou deslocada, eu me sinto deslocada. E então meu instinto é resolver, consertar e me arrumar. “Oh, estou numa situação desconfortável agora. Como está meu cabelo? Vou tentar ficar mais apresentável”.

Observe a postura protetora

A postura protetora é essencialmente proteger o corpo, sobretudo os órgãos vitais. Tem a coluna em forma de C, ou o que chamamos de olhar para o umbigo, quando a pessoa enrola o corpo para dentro e seu olhar se volta para si mesma. Ela não consegue mais olhar para cima e para fora, não consegue olhar para você.

Em vez disso, ela puxa o olhar para dentro de si mesma e, muitas vezes, os braços se cruzam em cima do coração, para que não haja energia. O coração emite mais energia do corpo do que qualquer outro lugar. Nosso instinto natural é proteger os órgãos sexuais, os órgãos vitais, o peito.

Falamos sobre feromônios e cheiros – todos nós ainda captamos essas coisas inconscientemente. Quando alguém fecha as axilas, cruza as pernas, puxa os pés para mais perto de si e esconde o topo da cabeça com um chapéu, o que está fazendo é cobrir todos os espaços que emitem seu cheiro e suor. Estamos inconscientemente protegendo as partes que enviam sinais de feromônio para a outra pessoa sobre como estamos nos sentindo e nosso nível de conforto.

Tome cuidado com a manipulação

A manipulação geralmente vem na forma de dramaturgia (um conceito que depois ela creditou a Stephen Buescher, professor de movimento na Universidade da Califórnia, em San Diego). As pessoas tentam implantar uma informação na sua consciência, implantá-la como verdade, para que você não possa negá-la com sua própria experiência. Em geral, isso vem com muita conversa sobre alguém – a pessoa coloca uma linguagem na sua boca ou impede você de responder no seu ritmo.

É uma tática de dominância – e é uma maneira de estabelecer dominância contínua ao longo do relacionamento. É exatamente aquilo que a pessoa quer que você diga: “Diga que eu estou incrível com essa roupa. Estou muito incrível, não estou?” Quando alguém impõe uma linguagem, impede que você crie uma linguagem por conta própria. Agora que essa linguagem foi implantada, você fica com muita dificuldade em pensar seus próprios pensamentos.

Em vez disso, faça uma pergunta de verdade, uma pergunta aberta, em que a resposta não esteja incluída na pergunta. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Pode pegar a champanhe: a série da Netflix Casamento às Cegas está de volta, com o primeiro episódio da sétima temporada lançado na quarta-feira, 2, e o apresentador Nick Lachey aprendendo o que é relacionamento aberto. A série que inspirou brincadeiras com bebida (tome um gole toda vez que alguém disser “conexão verdadeira”) – e é tanto um reality show quanto um experimento social – chegou a Washington, D.C., desta vez para ajudar 29 solteiros a encontrar o amor.

A premissa, claro, é que os solteiros não podem ver com quem estão conversando por causa de uma parede azul entre eles, destinada a eliminar todas as coisas superficiais que podem atrapalhar o amor. Quando um casal decide ficar noivo, eles se veem pela primeira vez e tentam fazer o relacionamento funcionar, com todas as complicações que vêm com os celulares, o trabalho e a atração física.

Stephen e Monica, participantes da 7º temporada do reality americano 'Casamento às Cegas' Foto: Reprodução/Love is Blind/Netflix

Nas últimas temporadas, a pergunta sobre os participantes do programa era incômoda: eles estão aqui por amor ou por influência? (A última temporada de Love Is Blind: U.K foi saudada como um retorno à vibe original do programa, por seu elenco mais ou menos saudável em termos emocionais e sem muito drama).

CC Rice, coach de voz e leitora de energia que posta análises de linguagem corporal do programa no perfil @guidedinspiration, diz que descobrir a motivação dos participantes é tanto uma arte quanto uma ciência.

Casamento às Cegas é essa oportunidade incrível de ver as pessoas na vida privada”, ela disse. “Fico lendo todos os sinais: o que as pessoas trazem à tona? Para onde elas olham enquanto falam? Elas são evasivas? Elas estão tentando se conectar?”

Somente as pessoas envolvidas — e, talvez, os produtores do programa — sabem as verdadeiras motivações, mas Rice traz algumas pistas importantes, com base nos participantes das temporadas anteriores.

Esta entrevista foi editada e condensada para maior clareza.

Procure o olhar

Uma das coisas mais importantes é o olhar. O que os olhos fazem a cada momento?

Numa interação romântica positiva, você quer espelhamento, e isso acontece com o olhar e a voz: espelhamento físico e contato visual. O espelhamento acontece com o corpo, as duas pessoas se posicionando uma para a outra. Elas balançam a cabeça juntas. Elas fazem contato visual nos mesmos momentos. Elas repetem uma frase, ou dão risada ao mesmo tempo. Elas fazem o mesmo movimento quando rirem.

Agora, o contato visual nem sempre é uma coisa boa, se alguém fica só encarando e seus olhos nunca saem dos olhos da outra pessoa. É aí que fico de olho nos sinais de alerta.

Repare nos gestos autoconscientes

Os gestos autoconscientes não são uma coisa ruim. Só significam que, naquele momento, a pessoa está consciente de si mesma na situação. As mulheres tendem a ser melhores nisso porque somos mais inclinadas a ficar nos aprumando, ponto final. E então temos um jeito particular de querer aparecer. E mesmo que não estejamos na frente do espelho, quando ficamos conscientes do eu na situação, começamos a ajeitar as coisas, mesmo que saibamos que não tem nada fora do lugar.

As pessoas começam a se arrumar com as pontas dos dedos. Elas começam a mexer no cabelo. Os homens ficam mexendo na barba. Quando isso acontece, os olhos se desviam ou evitam o olhar da outra pessoa.

Mesmo que eu não esteja recebendo um sinal de que estou deslocada, eu me sinto deslocada. E então meu instinto é resolver, consertar e me arrumar. “Oh, estou numa situação desconfortável agora. Como está meu cabelo? Vou tentar ficar mais apresentável”.

Observe a postura protetora

A postura protetora é essencialmente proteger o corpo, sobretudo os órgãos vitais. Tem a coluna em forma de C, ou o que chamamos de olhar para o umbigo, quando a pessoa enrola o corpo para dentro e seu olhar se volta para si mesma. Ela não consegue mais olhar para cima e para fora, não consegue olhar para você.

Em vez disso, ela puxa o olhar para dentro de si mesma e, muitas vezes, os braços se cruzam em cima do coração, para que não haja energia. O coração emite mais energia do corpo do que qualquer outro lugar. Nosso instinto natural é proteger os órgãos sexuais, os órgãos vitais, o peito.

Falamos sobre feromônios e cheiros – todos nós ainda captamos essas coisas inconscientemente. Quando alguém fecha as axilas, cruza as pernas, puxa os pés para mais perto de si e esconde o topo da cabeça com um chapéu, o que está fazendo é cobrir todos os espaços que emitem seu cheiro e suor. Estamos inconscientemente protegendo as partes que enviam sinais de feromônio para a outra pessoa sobre como estamos nos sentindo e nosso nível de conforto.

Tome cuidado com a manipulação

A manipulação geralmente vem na forma de dramaturgia (um conceito que depois ela creditou a Stephen Buescher, professor de movimento na Universidade da Califórnia, em San Diego). As pessoas tentam implantar uma informação na sua consciência, implantá-la como verdade, para que você não possa negá-la com sua própria experiência. Em geral, isso vem com muita conversa sobre alguém – a pessoa coloca uma linguagem na sua boca ou impede você de responder no seu ritmo.

É uma tática de dominância – e é uma maneira de estabelecer dominância contínua ao longo do relacionamento. É exatamente aquilo que a pessoa quer que você diga: “Diga que eu estou incrível com essa roupa. Estou muito incrível, não estou?” Quando alguém impõe uma linguagem, impede que você crie uma linguagem por conta própria. Agora que essa linguagem foi implantada, você fica com muita dificuldade em pensar seus próprios pensamentos.

Em vez disso, faça uma pergunta de verdade, uma pergunta aberta, em que a resposta não esteja incluída na pergunta. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Pode pegar a champanhe: a série da Netflix Casamento às Cegas está de volta, com o primeiro episódio da sétima temporada lançado na quarta-feira, 2, e o apresentador Nick Lachey aprendendo o que é relacionamento aberto. A série que inspirou brincadeiras com bebida (tome um gole toda vez que alguém disser “conexão verdadeira”) – e é tanto um reality show quanto um experimento social – chegou a Washington, D.C., desta vez para ajudar 29 solteiros a encontrar o amor.

A premissa, claro, é que os solteiros não podem ver com quem estão conversando por causa de uma parede azul entre eles, destinada a eliminar todas as coisas superficiais que podem atrapalhar o amor. Quando um casal decide ficar noivo, eles se veem pela primeira vez e tentam fazer o relacionamento funcionar, com todas as complicações que vêm com os celulares, o trabalho e a atração física.

Stephen e Monica, participantes da 7º temporada do reality americano 'Casamento às Cegas' Foto: Reprodução/Love is Blind/Netflix

Nas últimas temporadas, a pergunta sobre os participantes do programa era incômoda: eles estão aqui por amor ou por influência? (A última temporada de Love Is Blind: U.K foi saudada como um retorno à vibe original do programa, por seu elenco mais ou menos saudável em termos emocionais e sem muito drama).

CC Rice, coach de voz e leitora de energia que posta análises de linguagem corporal do programa no perfil @guidedinspiration, diz que descobrir a motivação dos participantes é tanto uma arte quanto uma ciência.

Casamento às Cegas é essa oportunidade incrível de ver as pessoas na vida privada”, ela disse. “Fico lendo todos os sinais: o que as pessoas trazem à tona? Para onde elas olham enquanto falam? Elas são evasivas? Elas estão tentando se conectar?”

Somente as pessoas envolvidas — e, talvez, os produtores do programa — sabem as verdadeiras motivações, mas Rice traz algumas pistas importantes, com base nos participantes das temporadas anteriores.

Esta entrevista foi editada e condensada para maior clareza.

Procure o olhar

Uma das coisas mais importantes é o olhar. O que os olhos fazem a cada momento?

Numa interação romântica positiva, você quer espelhamento, e isso acontece com o olhar e a voz: espelhamento físico e contato visual. O espelhamento acontece com o corpo, as duas pessoas se posicionando uma para a outra. Elas balançam a cabeça juntas. Elas fazem contato visual nos mesmos momentos. Elas repetem uma frase, ou dão risada ao mesmo tempo. Elas fazem o mesmo movimento quando rirem.

Agora, o contato visual nem sempre é uma coisa boa, se alguém fica só encarando e seus olhos nunca saem dos olhos da outra pessoa. É aí que fico de olho nos sinais de alerta.

Repare nos gestos autoconscientes

Os gestos autoconscientes não são uma coisa ruim. Só significam que, naquele momento, a pessoa está consciente de si mesma na situação. As mulheres tendem a ser melhores nisso porque somos mais inclinadas a ficar nos aprumando, ponto final. E então temos um jeito particular de querer aparecer. E mesmo que não estejamos na frente do espelho, quando ficamos conscientes do eu na situação, começamos a ajeitar as coisas, mesmo que saibamos que não tem nada fora do lugar.

As pessoas começam a se arrumar com as pontas dos dedos. Elas começam a mexer no cabelo. Os homens ficam mexendo na barba. Quando isso acontece, os olhos se desviam ou evitam o olhar da outra pessoa.

Mesmo que eu não esteja recebendo um sinal de que estou deslocada, eu me sinto deslocada. E então meu instinto é resolver, consertar e me arrumar. “Oh, estou numa situação desconfortável agora. Como está meu cabelo? Vou tentar ficar mais apresentável”.

Observe a postura protetora

A postura protetora é essencialmente proteger o corpo, sobretudo os órgãos vitais. Tem a coluna em forma de C, ou o que chamamos de olhar para o umbigo, quando a pessoa enrola o corpo para dentro e seu olhar se volta para si mesma. Ela não consegue mais olhar para cima e para fora, não consegue olhar para você.

Em vez disso, ela puxa o olhar para dentro de si mesma e, muitas vezes, os braços se cruzam em cima do coração, para que não haja energia. O coração emite mais energia do corpo do que qualquer outro lugar. Nosso instinto natural é proteger os órgãos sexuais, os órgãos vitais, o peito.

Falamos sobre feromônios e cheiros – todos nós ainda captamos essas coisas inconscientemente. Quando alguém fecha as axilas, cruza as pernas, puxa os pés para mais perto de si e esconde o topo da cabeça com um chapéu, o que está fazendo é cobrir todos os espaços que emitem seu cheiro e suor. Estamos inconscientemente protegendo as partes que enviam sinais de feromônio para a outra pessoa sobre como estamos nos sentindo e nosso nível de conforto.

Tome cuidado com a manipulação

A manipulação geralmente vem na forma de dramaturgia (um conceito que depois ela creditou a Stephen Buescher, professor de movimento na Universidade da Califórnia, em San Diego). As pessoas tentam implantar uma informação na sua consciência, implantá-la como verdade, para que você não possa negá-la com sua própria experiência. Em geral, isso vem com muita conversa sobre alguém – a pessoa coloca uma linguagem na sua boca ou impede você de responder no seu ritmo.

É uma tática de dominância – e é uma maneira de estabelecer dominância contínua ao longo do relacionamento. É exatamente aquilo que a pessoa quer que você diga: “Diga que eu estou incrível com essa roupa. Estou muito incrível, não estou?” Quando alguém impõe uma linguagem, impede que você crie uma linguagem por conta própria. Agora que essa linguagem foi implantada, você fica com muita dificuldade em pensar seus próprios pensamentos.

Em vez disso, faça uma pergunta de verdade, uma pergunta aberta, em que a resposta não esteja incluída na pergunta. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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