‘Renascer’ tem estreia grandiosa e adaptação na trajetória de José Inocêncio; veja comparação


Bruno Luperi, autor da nova versão da novela, trouxe dois novos personagens para tornar a história do protagonista verossímil nos dias atuais. Remake também homenageou a atriz Chica Xavier, a Inácia de primeira versão

Por Danilo Casaletti

A novela Renascer estreou na noite desta segunda-feira, 22. Em um capítulo especial com cerca de 1h30 de duração, Bruno Luperi, autor na nova versão da trama criada por Benedito Ruy Barbosa, (re) apresentou ao público a fascinante história de José Inocêncio com pequenas modificações em relação ao primeiro capítulo da exibição original, de 1993.

O ator Humberto Carrão em nova versão de cena clássica de 'Renascer' Foto: Fabio Rocha/TVGlobo

Renascer, assim como no passado, abriu com o forasteiro Zé Inocêncio se deparando com o jequitibá, árvore pela qual ele fica fascinado e na qual decide fincar seu facão e destino. Capturados por capangas de um coronel da região, ele sangra dependurado na árvore como se fosse um Cristo. Até ser salvo e costurado pelo mascate libanês Rachid (Gabriel Sater).

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Humberto Carrão, mais experiente como ator do que Leonardo Vieira era na primeira versão, conseguiu construir um Zé Inocêncio mais centrado e menos eufórico do que o original. Ponto também para a direção, comandada por Gustavo Fernández.

A partir do resgate de Zé Inocêncio, Luperi fez uma pequena adaptação para que a segunda fase de Renascer possa ser apresentada nos dias atuais. A primeira versão, conduzida por Benedito, terminou quando a vassoura-de-bruxa, uma praga que atinge os pés de cacau, começava a afetar as plantações no sul da Bahia, em meados dos anos 1990.

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A Renascer de 2024, portanto, começou nesse momento. Com isso, uma nova personagem, a fazendeira Cândida, magistralmente defendida pela atriz Maria Fernanda Cândido, foi criada por Luperi. Ela luta para salvar uma fazenda que já estava se tornando improdutiva, além de enfrentar a ameaça do coronel Firmino (Enrique Diaz), outra novidade, que se aproveita de sua situação. Tudo isso só enriqueceu ainda mais a história, favorecendo a verossimilhança.

Recuperado, Zé Inocêncio decide assumir a fazenda de Cândida. Ao entender a praga que afeta o cacau, ele decide usar o solo de maneira racional e sustentável. É por conta disso que ele consegue se destacar em meio aos produtores da região e superar a crise na plantação. Foi posta, assim, a principal característica do Zé Inocêncio do século 21.

Cândida ( Maria Fernanda Cândido) : uma nova personagem para fazer a história ainda mais atraente Foto: Estevam Avelar/
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Ao contrário da antecessora Terra e Paixão, frágil no argumento da disputa de terras, Renascer é um clássico do tema. A cena em que Firmino e o Coronel Belarmino, com Antônio Calloni irrepreensível, se encontram e se estranham na venda, valeu o capítulo.

Com grandiosa estreia – dados prévios do Ibope, no entanto, apontam que a novela não atingiu os desejados 30 pontos -, Renascer promete ser uma das grandes atrações do ano. E tudo deve ir em uma crescente a partir do momento em que José Inocêncio se aproximar de Maria Santa (Duda Santos) e de que outros conflitos se apresentarem e se intensificarem. Todos eles terão reflexos na segunda fase, quando Marcos Palmeira assumir o papel de Carrão.

Há uma ressalva: essa primeira fase, ou, pelo menos, o primeiro capítulo, tem algo de anacrônico que não situa claramente o telespectador sobre o ano em que tudo se passa. Isso está em roupas, automóveis e objetos.

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Uma das poucas referências cronológicas foi a lambada Adocica, sucesso de Beto Barbosa em 1988, que tocou na cena em que a casa de Jacutinga é apresentada ao público. Jacutinga nas mãos de Juliana Paes também é um ponto que merece atenção. A atriz parece que honrará o papel herdado de Fernanda Montenegro.

Para os telespectadores mais atentos, foi possível notar que a atriz Chica Xavier (1932-2020), a intérprete de Inácia na primeira versão, foi homenageada no primeiro capítulo. A atriz Edvana Carvalho, nova titular da personagem, apareceu com um brinco com uma pedra vermelha muito similar ao que Chica usou em Renascer e em outras novelas, como Amor Com Amor Se Paga. Um close do rosto de Edvana deixou clara a intenção da direção.

Inácia (Edvana Carvalho) homenageou a atriz Chica Xavier Foto: Fabio Rocha/TVGlobo
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A religiosidade de Chica também foi uma diferença entre o primeiro capítulo da versão original e do remake. Na vida real, Chica era ialorixá da Umbanda. Sua neta, a atriz Luana Xavier, havia declarado que a avó costumava dizer que “uma vela e um copo de água” ajudava a resolver muitos problemas.

Foi assim, e com ajuda de banhos de ervas e rezas, que a Inácia de 2024 curou José Inocêncio depois que ele levou uma surra dos capangas do Coronel Belarmino e foi costurado vivo.

Em entrevista ao Estadão, Luperi afirmou que vai abordar a multiplicidade de religiões para mostrar que todas podem conviver em paz. Além da Inácia e das religiões de matrizes africanas, haverá o pastor Lívio – um padre na primeira versão -para mostrar as várias faces do cristianismo.

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Como também declarou Luperi ao jornal, Renascer vai mudar para manter sua essência de uma grande telenovela. É o que todos esperavam. Afinal, aí está o segredo de um grande remake.

A novela Renascer estreou na noite desta segunda-feira, 22. Em um capítulo especial com cerca de 1h30 de duração, Bruno Luperi, autor na nova versão da trama criada por Benedito Ruy Barbosa, (re) apresentou ao público a fascinante história de José Inocêncio com pequenas modificações em relação ao primeiro capítulo da exibição original, de 1993.

O ator Humberto Carrão em nova versão de cena clássica de 'Renascer' Foto: Fabio Rocha/TVGlobo

Renascer, assim como no passado, abriu com o forasteiro Zé Inocêncio se deparando com o jequitibá, árvore pela qual ele fica fascinado e na qual decide fincar seu facão e destino. Capturados por capangas de um coronel da região, ele sangra dependurado na árvore como se fosse um Cristo. Até ser salvo e costurado pelo mascate libanês Rachid (Gabriel Sater).

Humberto Carrão, mais experiente como ator do que Leonardo Vieira era na primeira versão, conseguiu construir um Zé Inocêncio mais centrado e menos eufórico do que o original. Ponto também para a direção, comandada por Gustavo Fernández.

A partir do resgate de Zé Inocêncio, Luperi fez uma pequena adaptação para que a segunda fase de Renascer possa ser apresentada nos dias atuais. A primeira versão, conduzida por Benedito, terminou quando a vassoura-de-bruxa, uma praga que atinge os pés de cacau, começava a afetar as plantações no sul da Bahia, em meados dos anos 1990.

A Renascer de 2024, portanto, começou nesse momento. Com isso, uma nova personagem, a fazendeira Cândida, magistralmente defendida pela atriz Maria Fernanda Cândido, foi criada por Luperi. Ela luta para salvar uma fazenda que já estava se tornando improdutiva, além de enfrentar a ameaça do coronel Firmino (Enrique Diaz), outra novidade, que se aproveita de sua situação. Tudo isso só enriqueceu ainda mais a história, favorecendo a verossimilhança.

Recuperado, Zé Inocêncio decide assumir a fazenda de Cândida. Ao entender a praga que afeta o cacau, ele decide usar o solo de maneira racional e sustentável. É por conta disso que ele consegue se destacar em meio aos produtores da região e superar a crise na plantação. Foi posta, assim, a principal característica do Zé Inocêncio do século 21.

Cândida ( Maria Fernanda Cândido) : uma nova personagem para fazer a história ainda mais atraente Foto: Estevam Avelar/

Ao contrário da antecessora Terra e Paixão, frágil no argumento da disputa de terras, Renascer é um clássico do tema. A cena em que Firmino e o Coronel Belarmino, com Antônio Calloni irrepreensível, se encontram e se estranham na venda, valeu o capítulo.

Com grandiosa estreia – dados prévios do Ibope, no entanto, apontam que a novela não atingiu os desejados 30 pontos -, Renascer promete ser uma das grandes atrações do ano. E tudo deve ir em uma crescente a partir do momento em que José Inocêncio se aproximar de Maria Santa (Duda Santos) e de que outros conflitos se apresentarem e se intensificarem. Todos eles terão reflexos na segunda fase, quando Marcos Palmeira assumir o papel de Carrão.

Há uma ressalva: essa primeira fase, ou, pelo menos, o primeiro capítulo, tem algo de anacrônico que não situa claramente o telespectador sobre o ano em que tudo se passa. Isso está em roupas, automóveis e objetos.

Uma das poucas referências cronológicas foi a lambada Adocica, sucesso de Beto Barbosa em 1988, que tocou na cena em que a casa de Jacutinga é apresentada ao público. Jacutinga nas mãos de Juliana Paes também é um ponto que merece atenção. A atriz parece que honrará o papel herdado de Fernanda Montenegro.

Para os telespectadores mais atentos, foi possível notar que a atriz Chica Xavier (1932-2020), a intérprete de Inácia na primeira versão, foi homenageada no primeiro capítulo. A atriz Edvana Carvalho, nova titular da personagem, apareceu com um brinco com uma pedra vermelha muito similar ao que Chica usou em Renascer e em outras novelas, como Amor Com Amor Se Paga. Um close do rosto de Edvana deixou clara a intenção da direção.

Inácia (Edvana Carvalho) homenageou a atriz Chica Xavier Foto: Fabio Rocha/TVGlobo

A religiosidade de Chica também foi uma diferença entre o primeiro capítulo da versão original e do remake. Na vida real, Chica era ialorixá da Umbanda. Sua neta, a atriz Luana Xavier, havia declarado que a avó costumava dizer que “uma vela e um copo de água” ajudava a resolver muitos problemas.

Foi assim, e com ajuda de banhos de ervas e rezas, que a Inácia de 2024 curou José Inocêncio depois que ele levou uma surra dos capangas do Coronel Belarmino e foi costurado vivo.

Em entrevista ao Estadão, Luperi afirmou que vai abordar a multiplicidade de religiões para mostrar que todas podem conviver em paz. Além da Inácia e das religiões de matrizes africanas, haverá o pastor Lívio – um padre na primeira versão -para mostrar as várias faces do cristianismo.

Como também declarou Luperi ao jornal, Renascer vai mudar para manter sua essência de uma grande telenovela. É o que todos esperavam. Afinal, aí está o segredo de um grande remake.

A novela Renascer estreou na noite desta segunda-feira, 22. Em um capítulo especial com cerca de 1h30 de duração, Bruno Luperi, autor na nova versão da trama criada por Benedito Ruy Barbosa, (re) apresentou ao público a fascinante história de José Inocêncio com pequenas modificações em relação ao primeiro capítulo da exibição original, de 1993.

O ator Humberto Carrão em nova versão de cena clássica de 'Renascer' Foto: Fabio Rocha/TVGlobo

Renascer, assim como no passado, abriu com o forasteiro Zé Inocêncio se deparando com o jequitibá, árvore pela qual ele fica fascinado e na qual decide fincar seu facão e destino. Capturados por capangas de um coronel da região, ele sangra dependurado na árvore como se fosse um Cristo. Até ser salvo e costurado pelo mascate libanês Rachid (Gabriel Sater).

Humberto Carrão, mais experiente como ator do que Leonardo Vieira era na primeira versão, conseguiu construir um Zé Inocêncio mais centrado e menos eufórico do que o original. Ponto também para a direção, comandada por Gustavo Fernández.

A partir do resgate de Zé Inocêncio, Luperi fez uma pequena adaptação para que a segunda fase de Renascer possa ser apresentada nos dias atuais. A primeira versão, conduzida por Benedito, terminou quando a vassoura-de-bruxa, uma praga que atinge os pés de cacau, começava a afetar as plantações no sul da Bahia, em meados dos anos 1990.

A Renascer de 2024, portanto, começou nesse momento. Com isso, uma nova personagem, a fazendeira Cândida, magistralmente defendida pela atriz Maria Fernanda Cândido, foi criada por Luperi. Ela luta para salvar uma fazenda que já estava se tornando improdutiva, além de enfrentar a ameaça do coronel Firmino (Enrique Diaz), outra novidade, que se aproveita de sua situação. Tudo isso só enriqueceu ainda mais a história, favorecendo a verossimilhança.

Recuperado, Zé Inocêncio decide assumir a fazenda de Cândida. Ao entender a praga que afeta o cacau, ele decide usar o solo de maneira racional e sustentável. É por conta disso que ele consegue se destacar em meio aos produtores da região e superar a crise na plantação. Foi posta, assim, a principal característica do Zé Inocêncio do século 21.

Cândida ( Maria Fernanda Cândido) : uma nova personagem para fazer a história ainda mais atraente Foto: Estevam Avelar/

Ao contrário da antecessora Terra e Paixão, frágil no argumento da disputa de terras, Renascer é um clássico do tema. A cena em que Firmino e o Coronel Belarmino, com Antônio Calloni irrepreensível, se encontram e se estranham na venda, valeu o capítulo.

Com grandiosa estreia – dados prévios do Ibope, no entanto, apontam que a novela não atingiu os desejados 30 pontos -, Renascer promete ser uma das grandes atrações do ano. E tudo deve ir em uma crescente a partir do momento em que José Inocêncio se aproximar de Maria Santa (Duda Santos) e de que outros conflitos se apresentarem e se intensificarem. Todos eles terão reflexos na segunda fase, quando Marcos Palmeira assumir o papel de Carrão.

Há uma ressalva: essa primeira fase, ou, pelo menos, o primeiro capítulo, tem algo de anacrônico que não situa claramente o telespectador sobre o ano em que tudo se passa. Isso está em roupas, automóveis e objetos.

Uma das poucas referências cronológicas foi a lambada Adocica, sucesso de Beto Barbosa em 1988, que tocou na cena em que a casa de Jacutinga é apresentada ao público. Jacutinga nas mãos de Juliana Paes também é um ponto que merece atenção. A atriz parece que honrará o papel herdado de Fernanda Montenegro.

Para os telespectadores mais atentos, foi possível notar que a atriz Chica Xavier (1932-2020), a intérprete de Inácia na primeira versão, foi homenageada no primeiro capítulo. A atriz Edvana Carvalho, nova titular da personagem, apareceu com um brinco com uma pedra vermelha muito similar ao que Chica usou em Renascer e em outras novelas, como Amor Com Amor Se Paga. Um close do rosto de Edvana deixou clara a intenção da direção.

Inácia (Edvana Carvalho) homenageou a atriz Chica Xavier Foto: Fabio Rocha/TVGlobo

A religiosidade de Chica também foi uma diferença entre o primeiro capítulo da versão original e do remake. Na vida real, Chica era ialorixá da Umbanda. Sua neta, a atriz Luana Xavier, havia declarado que a avó costumava dizer que “uma vela e um copo de água” ajudava a resolver muitos problemas.

Foi assim, e com ajuda de banhos de ervas e rezas, que a Inácia de 2024 curou José Inocêncio depois que ele levou uma surra dos capangas do Coronel Belarmino e foi costurado vivo.

Em entrevista ao Estadão, Luperi afirmou que vai abordar a multiplicidade de religiões para mostrar que todas podem conviver em paz. Além da Inácia e das religiões de matrizes africanas, haverá o pastor Lívio – um padre na primeira versão -para mostrar as várias faces do cristianismo.

Como também declarou Luperi ao jornal, Renascer vai mudar para manter sua essência de uma grande telenovela. É o que todos esperavam. Afinal, aí está o segredo de um grande remake.

A novela Renascer estreou na noite desta segunda-feira, 22. Em um capítulo especial com cerca de 1h30 de duração, Bruno Luperi, autor na nova versão da trama criada por Benedito Ruy Barbosa, (re) apresentou ao público a fascinante história de José Inocêncio com pequenas modificações em relação ao primeiro capítulo da exibição original, de 1993.

O ator Humberto Carrão em nova versão de cena clássica de 'Renascer' Foto: Fabio Rocha/TVGlobo

Renascer, assim como no passado, abriu com o forasteiro Zé Inocêncio se deparando com o jequitibá, árvore pela qual ele fica fascinado e na qual decide fincar seu facão e destino. Capturados por capangas de um coronel da região, ele sangra dependurado na árvore como se fosse um Cristo. Até ser salvo e costurado pelo mascate libanês Rachid (Gabriel Sater).

Humberto Carrão, mais experiente como ator do que Leonardo Vieira era na primeira versão, conseguiu construir um Zé Inocêncio mais centrado e menos eufórico do que o original. Ponto também para a direção, comandada por Gustavo Fernández.

A partir do resgate de Zé Inocêncio, Luperi fez uma pequena adaptação para que a segunda fase de Renascer possa ser apresentada nos dias atuais. A primeira versão, conduzida por Benedito, terminou quando a vassoura-de-bruxa, uma praga que atinge os pés de cacau, começava a afetar as plantações no sul da Bahia, em meados dos anos 1990.

A Renascer de 2024, portanto, começou nesse momento. Com isso, uma nova personagem, a fazendeira Cândida, magistralmente defendida pela atriz Maria Fernanda Cândido, foi criada por Luperi. Ela luta para salvar uma fazenda que já estava se tornando improdutiva, além de enfrentar a ameaça do coronel Firmino (Enrique Diaz), outra novidade, que se aproveita de sua situação. Tudo isso só enriqueceu ainda mais a história, favorecendo a verossimilhança.

Recuperado, Zé Inocêncio decide assumir a fazenda de Cândida. Ao entender a praga que afeta o cacau, ele decide usar o solo de maneira racional e sustentável. É por conta disso que ele consegue se destacar em meio aos produtores da região e superar a crise na plantação. Foi posta, assim, a principal característica do Zé Inocêncio do século 21.

Cândida ( Maria Fernanda Cândido) : uma nova personagem para fazer a história ainda mais atraente Foto: Estevam Avelar/

Ao contrário da antecessora Terra e Paixão, frágil no argumento da disputa de terras, Renascer é um clássico do tema. A cena em que Firmino e o Coronel Belarmino, com Antônio Calloni irrepreensível, se encontram e se estranham na venda, valeu o capítulo.

Com grandiosa estreia – dados prévios do Ibope, no entanto, apontam que a novela não atingiu os desejados 30 pontos -, Renascer promete ser uma das grandes atrações do ano. E tudo deve ir em uma crescente a partir do momento em que José Inocêncio se aproximar de Maria Santa (Duda Santos) e de que outros conflitos se apresentarem e se intensificarem. Todos eles terão reflexos na segunda fase, quando Marcos Palmeira assumir o papel de Carrão.

Há uma ressalva: essa primeira fase, ou, pelo menos, o primeiro capítulo, tem algo de anacrônico que não situa claramente o telespectador sobre o ano em que tudo se passa. Isso está em roupas, automóveis e objetos.

Uma das poucas referências cronológicas foi a lambada Adocica, sucesso de Beto Barbosa em 1988, que tocou na cena em que a casa de Jacutinga é apresentada ao público. Jacutinga nas mãos de Juliana Paes também é um ponto que merece atenção. A atriz parece que honrará o papel herdado de Fernanda Montenegro.

Para os telespectadores mais atentos, foi possível notar que a atriz Chica Xavier (1932-2020), a intérprete de Inácia na primeira versão, foi homenageada no primeiro capítulo. A atriz Edvana Carvalho, nova titular da personagem, apareceu com um brinco com uma pedra vermelha muito similar ao que Chica usou em Renascer e em outras novelas, como Amor Com Amor Se Paga. Um close do rosto de Edvana deixou clara a intenção da direção.

Inácia (Edvana Carvalho) homenageou a atriz Chica Xavier Foto: Fabio Rocha/TVGlobo

A religiosidade de Chica também foi uma diferença entre o primeiro capítulo da versão original e do remake. Na vida real, Chica era ialorixá da Umbanda. Sua neta, a atriz Luana Xavier, havia declarado que a avó costumava dizer que “uma vela e um copo de água” ajudava a resolver muitos problemas.

Foi assim, e com ajuda de banhos de ervas e rezas, que a Inácia de 2024 curou José Inocêncio depois que ele levou uma surra dos capangas do Coronel Belarmino e foi costurado vivo.

Em entrevista ao Estadão, Luperi afirmou que vai abordar a multiplicidade de religiões para mostrar que todas podem conviver em paz. Além da Inácia e das religiões de matrizes africanas, haverá o pastor Lívio – um padre na primeira versão -para mostrar as várias faces do cristianismo.

Como também declarou Luperi ao jornal, Renascer vai mudar para manter sua essência de uma grande telenovela. É o que todos esperavam. Afinal, aí está o segredo de um grande remake.

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