Sem Wagner Moura, Narcos chega a sua terceira temporada


Série agora mostrará especificamente a relação entre o tráfico de drogas e a política

Por Hyndara Freitas
Atualização:

BOGOTÁ, COLÔMBIA - "No dia em que Pablo Escobar caiu, o cartel de Cali se tornou o inimigo número um das autoridades", narra Javier Peña nos primeiros minutos da terceira temporada de Narcos, que estreia nesta sexta-feira, 1. O cartel já havia sido apresentado anteriormente, mas agora ele vira a estrela da série que já não conta mais com Wagner Moura no elenco.  Logo nos primeiros minutos da nova fase, fica claro que o modo de operação do Cartel de Cali é muito diferente do de Escobar. Enquanto 'el patrón' fazia de tudo para conseguir apoio popular, os 'cavalheiros de Cali' trabalhavam escondido, por trás de grandes companhias e políticos.

Cena da terceira temporada de 'Narcos' Foto: Juan Pablo Gutierrez/ Netflix

E é justamente a relação entre o tráfico de drogas e a política o grande mote desta temporada. Quase como em uma analogia ao segundo filme do Tropa de Elite - O Inimigo Agora É Outro, o agente especial da DEA (Drug Enforcement Administration) Javier Peña se vê isolado com seus ideais de combate aos grandes cartéis de cocaína enquanto descobre como os mais diversos setores do executivo e do legislativo estão corrompidos.  "Cali é mais interessante. A verdade é que a indústria da cocaína não foi afetada pela morte de Escobar. Infelizmente, ela cresceu e isso teve tudo a ver com os poderosos chefões de Cali, com o jeito que eles expandiram seus negócios, de uma forma mais disciplinada", comenta Pedro Pascal, que dá vida a Peña, em entrevista ao Estado.  "Eles basicamente controlavam todo o sistema da cidade de Cali. Aqui não estamos mais lidando com apenas um grande rei, que derruba um avião, que concorre a deputado. Nós estamos lidando com pessoas que estão controlando toda a sociedade, em termos de governo, em termos de vigilância. Se você quer lutar contra isso, é quase como lutar contra Goldman Sachs". O Cartel de Cali é comandado pelos irmãos Miguel (Francisco Denis) e Gilberto Rodriguez (Damian Alcazar) Orejuela, Pacho Herrera (Alberto Amman) e Chepe Santacruz Londoño (Pepe Rapazote), que começam a temporada anunciando um acordo com o governo da Colômbia para saírem do ramo da cocaína - em troca de liberdade e manutenção da fortuna. Peña, porém, tenta dissuadir as autoridades e o DEA dessa ideia.  Em sua terceira temporada, Narcos, que continua com episódios produzidos e dirigidos pelo brasileiro José Padilha e tem muitos novos personagens, mas o destaque vai para Jorge Salcedo, o chefe de segurança do cartel, interpretado pelo sueco Matías Varela. O fascinante personagem ganha contornos complexos ao longo de todos os dez episódios em que aparece e a tarefa de descobrir os reais propósito de suas ações é cada vez mais intrigante para o espectador.  "Ele é um personagem real. Ele encarna o drama, ele está em uma tempestade entre dois mundos diferentes. Às vezes você gosta dele, às vezes você o odeia, às vezes você o entende. Ele leva uma montanha-russa de emoções. Salcedo está sempre em perigo, qualquer coisa que ele diz, que ele faz está sendo vigiada, ele é um personagem muito incomum, e ele realmente existiu", diz Andi Baiz, um dos diretores da série.  Baiz já dirigiu vários episódios da primeira e da segunda temporadas, mas agora ganha mais força justamente porque Cali é sua cidade natal. "Para mim, é fascinante, porque eu tive a oportunidade de gravar na minha cidade. Eu conhecia muitas das locações, eu fiquei muito animado por contar a história do cartel que eu conhecia tão bem", disse.  Questionado se Narcos vai ser uma série antológica a partir de agora, ele diz que é uma possibilidade. "Eu não posso dizer que será antológica, porque pode ser que isso não aconteça sempre, mas nós temos a liberdade de mudar as histórias, e acho que essa é a coisa mais legal da série: podemos mudar a narrativa, as histórias, e sempre vai continuar sendo a mesma série, com os mesmos temas, com a mesma complexidade, mas de um jeito diferente a cada vez", explica Baiz. Na quarta temporada, que já está confirmada há quase um ano, os agentes da DEA deixarão a Colômbia e partem rumo ao México. Lá, o foco será o Cartel de Juárez, que liderou o tráfico de cocaína no país durante a década de 1990. O cartel era comandado por Amado Carillo, ou o Senhor de Los Cielos, que já aparece na terceira temporada de Narcos, vivido pelo mexicano Jose Maria Yazpik. 

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* A repórter viajou a convite da Netflix

BOGOTÁ, COLÔMBIA - "No dia em que Pablo Escobar caiu, o cartel de Cali se tornou o inimigo número um das autoridades", narra Javier Peña nos primeiros minutos da terceira temporada de Narcos, que estreia nesta sexta-feira, 1. O cartel já havia sido apresentado anteriormente, mas agora ele vira a estrela da série que já não conta mais com Wagner Moura no elenco.  Logo nos primeiros minutos da nova fase, fica claro que o modo de operação do Cartel de Cali é muito diferente do de Escobar. Enquanto 'el patrón' fazia de tudo para conseguir apoio popular, os 'cavalheiros de Cali' trabalhavam escondido, por trás de grandes companhias e políticos.

Cena da terceira temporada de 'Narcos' Foto: Juan Pablo Gutierrez/ Netflix

E é justamente a relação entre o tráfico de drogas e a política o grande mote desta temporada. Quase como em uma analogia ao segundo filme do Tropa de Elite - O Inimigo Agora É Outro, o agente especial da DEA (Drug Enforcement Administration) Javier Peña se vê isolado com seus ideais de combate aos grandes cartéis de cocaína enquanto descobre como os mais diversos setores do executivo e do legislativo estão corrompidos.  "Cali é mais interessante. A verdade é que a indústria da cocaína não foi afetada pela morte de Escobar. Infelizmente, ela cresceu e isso teve tudo a ver com os poderosos chefões de Cali, com o jeito que eles expandiram seus negócios, de uma forma mais disciplinada", comenta Pedro Pascal, que dá vida a Peña, em entrevista ao Estado.  "Eles basicamente controlavam todo o sistema da cidade de Cali. Aqui não estamos mais lidando com apenas um grande rei, que derruba um avião, que concorre a deputado. Nós estamos lidando com pessoas que estão controlando toda a sociedade, em termos de governo, em termos de vigilância. Se você quer lutar contra isso, é quase como lutar contra Goldman Sachs". O Cartel de Cali é comandado pelos irmãos Miguel (Francisco Denis) e Gilberto Rodriguez (Damian Alcazar) Orejuela, Pacho Herrera (Alberto Amman) e Chepe Santacruz Londoño (Pepe Rapazote), que começam a temporada anunciando um acordo com o governo da Colômbia para saírem do ramo da cocaína - em troca de liberdade e manutenção da fortuna. Peña, porém, tenta dissuadir as autoridades e o DEA dessa ideia.  Em sua terceira temporada, Narcos, que continua com episódios produzidos e dirigidos pelo brasileiro José Padilha e tem muitos novos personagens, mas o destaque vai para Jorge Salcedo, o chefe de segurança do cartel, interpretado pelo sueco Matías Varela. O fascinante personagem ganha contornos complexos ao longo de todos os dez episódios em que aparece e a tarefa de descobrir os reais propósito de suas ações é cada vez mais intrigante para o espectador.  "Ele é um personagem real. Ele encarna o drama, ele está em uma tempestade entre dois mundos diferentes. Às vezes você gosta dele, às vezes você o odeia, às vezes você o entende. Ele leva uma montanha-russa de emoções. Salcedo está sempre em perigo, qualquer coisa que ele diz, que ele faz está sendo vigiada, ele é um personagem muito incomum, e ele realmente existiu", diz Andi Baiz, um dos diretores da série.  Baiz já dirigiu vários episódios da primeira e da segunda temporadas, mas agora ganha mais força justamente porque Cali é sua cidade natal. "Para mim, é fascinante, porque eu tive a oportunidade de gravar na minha cidade. Eu conhecia muitas das locações, eu fiquei muito animado por contar a história do cartel que eu conhecia tão bem", disse.  Questionado se Narcos vai ser uma série antológica a partir de agora, ele diz que é uma possibilidade. "Eu não posso dizer que será antológica, porque pode ser que isso não aconteça sempre, mas nós temos a liberdade de mudar as histórias, e acho que essa é a coisa mais legal da série: podemos mudar a narrativa, as histórias, e sempre vai continuar sendo a mesma série, com os mesmos temas, com a mesma complexidade, mas de um jeito diferente a cada vez", explica Baiz. Na quarta temporada, que já está confirmada há quase um ano, os agentes da DEA deixarão a Colômbia e partem rumo ao México. Lá, o foco será o Cartel de Juárez, que liderou o tráfico de cocaína no país durante a década de 1990. O cartel era comandado por Amado Carillo, ou o Senhor de Los Cielos, que já aparece na terceira temporada de Narcos, vivido pelo mexicano Jose Maria Yazpik. 

* A repórter viajou a convite da Netflix

BOGOTÁ, COLÔMBIA - "No dia em que Pablo Escobar caiu, o cartel de Cali se tornou o inimigo número um das autoridades", narra Javier Peña nos primeiros minutos da terceira temporada de Narcos, que estreia nesta sexta-feira, 1. O cartel já havia sido apresentado anteriormente, mas agora ele vira a estrela da série que já não conta mais com Wagner Moura no elenco.  Logo nos primeiros minutos da nova fase, fica claro que o modo de operação do Cartel de Cali é muito diferente do de Escobar. Enquanto 'el patrón' fazia de tudo para conseguir apoio popular, os 'cavalheiros de Cali' trabalhavam escondido, por trás de grandes companhias e políticos.

Cena da terceira temporada de 'Narcos' Foto: Juan Pablo Gutierrez/ Netflix

E é justamente a relação entre o tráfico de drogas e a política o grande mote desta temporada. Quase como em uma analogia ao segundo filme do Tropa de Elite - O Inimigo Agora É Outro, o agente especial da DEA (Drug Enforcement Administration) Javier Peña se vê isolado com seus ideais de combate aos grandes cartéis de cocaína enquanto descobre como os mais diversos setores do executivo e do legislativo estão corrompidos.  "Cali é mais interessante. A verdade é que a indústria da cocaína não foi afetada pela morte de Escobar. Infelizmente, ela cresceu e isso teve tudo a ver com os poderosos chefões de Cali, com o jeito que eles expandiram seus negócios, de uma forma mais disciplinada", comenta Pedro Pascal, que dá vida a Peña, em entrevista ao Estado.  "Eles basicamente controlavam todo o sistema da cidade de Cali. Aqui não estamos mais lidando com apenas um grande rei, que derruba um avião, que concorre a deputado. Nós estamos lidando com pessoas que estão controlando toda a sociedade, em termos de governo, em termos de vigilância. Se você quer lutar contra isso, é quase como lutar contra Goldman Sachs". O Cartel de Cali é comandado pelos irmãos Miguel (Francisco Denis) e Gilberto Rodriguez (Damian Alcazar) Orejuela, Pacho Herrera (Alberto Amman) e Chepe Santacruz Londoño (Pepe Rapazote), que começam a temporada anunciando um acordo com o governo da Colômbia para saírem do ramo da cocaína - em troca de liberdade e manutenção da fortuna. Peña, porém, tenta dissuadir as autoridades e o DEA dessa ideia.  Em sua terceira temporada, Narcos, que continua com episódios produzidos e dirigidos pelo brasileiro José Padilha e tem muitos novos personagens, mas o destaque vai para Jorge Salcedo, o chefe de segurança do cartel, interpretado pelo sueco Matías Varela. O fascinante personagem ganha contornos complexos ao longo de todos os dez episódios em que aparece e a tarefa de descobrir os reais propósito de suas ações é cada vez mais intrigante para o espectador.  "Ele é um personagem real. Ele encarna o drama, ele está em uma tempestade entre dois mundos diferentes. Às vezes você gosta dele, às vezes você o odeia, às vezes você o entende. Ele leva uma montanha-russa de emoções. Salcedo está sempre em perigo, qualquer coisa que ele diz, que ele faz está sendo vigiada, ele é um personagem muito incomum, e ele realmente existiu", diz Andi Baiz, um dos diretores da série.  Baiz já dirigiu vários episódios da primeira e da segunda temporadas, mas agora ganha mais força justamente porque Cali é sua cidade natal. "Para mim, é fascinante, porque eu tive a oportunidade de gravar na minha cidade. Eu conhecia muitas das locações, eu fiquei muito animado por contar a história do cartel que eu conhecia tão bem", disse.  Questionado se Narcos vai ser uma série antológica a partir de agora, ele diz que é uma possibilidade. "Eu não posso dizer que será antológica, porque pode ser que isso não aconteça sempre, mas nós temos a liberdade de mudar as histórias, e acho que essa é a coisa mais legal da série: podemos mudar a narrativa, as histórias, e sempre vai continuar sendo a mesma série, com os mesmos temas, com a mesma complexidade, mas de um jeito diferente a cada vez", explica Baiz. Na quarta temporada, que já está confirmada há quase um ano, os agentes da DEA deixarão a Colômbia e partem rumo ao México. Lá, o foco será o Cartel de Juárez, que liderou o tráfico de cocaína no país durante a década de 1990. O cartel era comandado por Amado Carillo, ou o Senhor de Los Cielos, que já aparece na terceira temporada de Narcos, vivido pelo mexicano Jose Maria Yazpik. 

* A repórter viajou a convite da Netflix

BOGOTÁ, COLÔMBIA - "No dia em que Pablo Escobar caiu, o cartel de Cali se tornou o inimigo número um das autoridades", narra Javier Peña nos primeiros minutos da terceira temporada de Narcos, que estreia nesta sexta-feira, 1. O cartel já havia sido apresentado anteriormente, mas agora ele vira a estrela da série que já não conta mais com Wagner Moura no elenco.  Logo nos primeiros minutos da nova fase, fica claro que o modo de operação do Cartel de Cali é muito diferente do de Escobar. Enquanto 'el patrón' fazia de tudo para conseguir apoio popular, os 'cavalheiros de Cali' trabalhavam escondido, por trás de grandes companhias e políticos.

Cena da terceira temporada de 'Narcos' Foto: Juan Pablo Gutierrez/ Netflix

E é justamente a relação entre o tráfico de drogas e a política o grande mote desta temporada. Quase como em uma analogia ao segundo filme do Tropa de Elite - O Inimigo Agora É Outro, o agente especial da DEA (Drug Enforcement Administration) Javier Peña se vê isolado com seus ideais de combate aos grandes cartéis de cocaína enquanto descobre como os mais diversos setores do executivo e do legislativo estão corrompidos.  "Cali é mais interessante. A verdade é que a indústria da cocaína não foi afetada pela morte de Escobar. Infelizmente, ela cresceu e isso teve tudo a ver com os poderosos chefões de Cali, com o jeito que eles expandiram seus negócios, de uma forma mais disciplinada", comenta Pedro Pascal, que dá vida a Peña, em entrevista ao Estado.  "Eles basicamente controlavam todo o sistema da cidade de Cali. Aqui não estamos mais lidando com apenas um grande rei, que derruba um avião, que concorre a deputado. Nós estamos lidando com pessoas que estão controlando toda a sociedade, em termos de governo, em termos de vigilância. Se você quer lutar contra isso, é quase como lutar contra Goldman Sachs". O Cartel de Cali é comandado pelos irmãos Miguel (Francisco Denis) e Gilberto Rodriguez (Damian Alcazar) Orejuela, Pacho Herrera (Alberto Amman) e Chepe Santacruz Londoño (Pepe Rapazote), que começam a temporada anunciando um acordo com o governo da Colômbia para saírem do ramo da cocaína - em troca de liberdade e manutenção da fortuna. Peña, porém, tenta dissuadir as autoridades e o DEA dessa ideia.  Em sua terceira temporada, Narcos, que continua com episódios produzidos e dirigidos pelo brasileiro José Padilha e tem muitos novos personagens, mas o destaque vai para Jorge Salcedo, o chefe de segurança do cartel, interpretado pelo sueco Matías Varela. O fascinante personagem ganha contornos complexos ao longo de todos os dez episódios em que aparece e a tarefa de descobrir os reais propósito de suas ações é cada vez mais intrigante para o espectador.  "Ele é um personagem real. Ele encarna o drama, ele está em uma tempestade entre dois mundos diferentes. Às vezes você gosta dele, às vezes você o odeia, às vezes você o entende. Ele leva uma montanha-russa de emoções. Salcedo está sempre em perigo, qualquer coisa que ele diz, que ele faz está sendo vigiada, ele é um personagem muito incomum, e ele realmente existiu", diz Andi Baiz, um dos diretores da série.  Baiz já dirigiu vários episódios da primeira e da segunda temporadas, mas agora ganha mais força justamente porque Cali é sua cidade natal. "Para mim, é fascinante, porque eu tive a oportunidade de gravar na minha cidade. Eu conhecia muitas das locações, eu fiquei muito animado por contar a história do cartel que eu conhecia tão bem", disse.  Questionado se Narcos vai ser uma série antológica a partir de agora, ele diz que é uma possibilidade. "Eu não posso dizer que será antológica, porque pode ser que isso não aconteça sempre, mas nós temos a liberdade de mudar as histórias, e acho que essa é a coisa mais legal da série: podemos mudar a narrativa, as histórias, e sempre vai continuar sendo a mesma série, com os mesmos temas, com a mesma complexidade, mas de um jeito diferente a cada vez", explica Baiz. Na quarta temporada, que já está confirmada há quase um ano, os agentes da DEA deixarão a Colômbia e partem rumo ao México. Lá, o foco será o Cartel de Juárez, que liderou o tráfico de cocaína no país durante a década de 1990. O cartel era comandado por Amado Carillo, ou o Senhor de Los Cielos, que já aparece na terceira temporada de Narcos, vivido pelo mexicano Jose Maria Yazpik. 

* A repórter viajou a convite da Netflix

BOGOTÁ, COLÔMBIA - "No dia em que Pablo Escobar caiu, o cartel de Cali se tornou o inimigo número um das autoridades", narra Javier Peña nos primeiros minutos da terceira temporada de Narcos, que estreia nesta sexta-feira, 1. O cartel já havia sido apresentado anteriormente, mas agora ele vira a estrela da série que já não conta mais com Wagner Moura no elenco.  Logo nos primeiros minutos da nova fase, fica claro que o modo de operação do Cartel de Cali é muito diferente do de Escobar. Enquanto 'el patrón' fazia de tudo para conseguir apoio popular, os 'cavalheiros de Cali' trabalhavam escondido, por trás de grandes companhias e políticos.

Cena da terceira temporada de 'Narcos' Foto: Juan Pablo Gutierrez/ Netflix

E é justamente a relação entre o tráfico de drogas e a política o grande mote desta temporada. Quase como em uma analogia ao segundo filme do Tropa de Elite - O Inimigo Agora É Outro, o agente especial da DEA (Drug Enforcement Administration) Javier Peña se vê isolado com seus ideais de combate aos grandes cartéis de cocaína enquanto descobre como os mais diversos setores do executivo e do legislativo estão corrompidos.  "Cali é mais interessante. A verdade é que a indústria da cocaína não foi afetada pela morte de Escobar. Infelizmente, ela cresceu e isso teve tudo a ver com os poderosos chefões de Cali, com o jeito que eles expandiram seus negócios, de uma forma mais disciplinada", comenta Pedro Pascal, que dá vida a Peña, em entrevista ao Estado.  "Eles basicamente controlavam todo o sistema da cidade de Cali. Aqui não estamos mais lidando com apenas um grande rei, que derruba um avião, que concorre a deputado. Nós estamos lidando com pessoas que estão controlando toda a sociedade, em termos de governo, em termos de vigilância. Se você quer lutar contra isso, é quase como lutar contra Goldman Sachs". O Cartel de Cali é comandado pelos irmãos Miguel (Francisco Denis) e Gilberto Rodriguez (Damian Alcazar) Orejuela, Pacho Herrera (Alberto Amman) e Chepe Santacruz Londoño (Pepe Rapazote), que começam a temporada anunciando um acordo com o governo da Colômbia para saírem do ramo da cocaína - em troca de liberdade e manutenção da fortuna. Peña, porém, tenta dissuadir as autoridades e o DEA dessa ideia.  Em sua terceira temporada, Narcos, que continua com episódios produzidos e dirigidos pelo brasileiro José Padilha e tem muitos novos personagens, mas o destaque vai para Jorge Salcedo, o chefe de segurança do cartel, interpretado pelo sueco Matías Varela. O fascinante personagem ganha contornos complexos ao longo de todos os dez episódios em que aparece e a tarefa de descobrir os reais propósito de suas ações é cada vez mais intrigante para o espectador.  "Ele é um personagem real. Ele encarna o drama, ele está em uma tempestade entre dois mundos diferentes. Às vezes você gosta dele, às vezes você o odeia, às vezes você o entende. Ele leva uma montanha-russa de emoções. Salcedo está sempre em perigo, qualquer coisa que ele diz, que ele faz está sendo vigiada, ele é um personagem muito incomum, e ele realmente existiu", diz Andi Baiz, um dos diretores da série.  Baiz já dirigiu vários episódios da primeira e da segunda temporadas, mas agora ganha mais força justamente porque Cali é sua cidade natal. "Para mim, é fascinante, porque eu tive a oportunidade de gravar na minha cidade. Eu conhecia muitas das locações, eu fiquei muito animado por contar a história do cartel que eu conhecia tão bem", disse.  Questionado se Narcos vai ser uma série antológica a partir de agora, ele diz que é uma possibilidade. "Eu não posso dizer que será antológica, porque pode ser que isso não aconteça sempre, mas nós temos a liberdade de mudar as histórias, e acho que essa é a coisa mais legal da série: podemos mudar a narrativa, as histórias, e sempre vai continuar sendo a mesma série, com os mesmos temas, com a mesma complexidade, mas de um jeito diferente a cada vez", explica Baiz. Na quarta temporada, que já está confirmada há quase um ano, os agentes da DEA deixarão a Colômbia e partem rumo ao México. Lá, o foco será o Cartel de Juárez, que liderou o tráfico de cocaína no país durante a década de 1990. O cartel era comandado por Amado Carillo, ou o Senhor de Los Cielos, que já aparece na terceira temporada de Narcos, vivido pelo mexicano Jose Maria Yazpik. 

* A repórter viajou a convite da Netflix

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