Série 'Itinerários do Olhar' resgata a história de fotógrafos brasileiros


O fotógrafo e cineasta Lauro Escorel dirige a série ‘Itinerários do Olhar’, que estreia nesta segunda, 1.º, no Canal Brasil, e terá cinco episódios sobre duplas de fotógrafos

Por Luiz Zanin Oricchio

Ninguém como um grande fotógrafo para “falar” de outros fotógrafos. Esse traço é que torna especial a série Itinerários do Olhar – que estreia nesta segunda, dia 2, às 20h30, no Canal Brasil –, em que Lauro Escorel dramatiza figuras fundamentais da nossa fotografia, dos primórdios aos tempos modernos.

“São cinco episódios, cada um deles relacionado à trajetória de dois fotógrafos, num período que vai do século 19 ao início dos anos 1960”, conta Escorel. O modelo para a série foi o curta-metragem Farkas e Medeiros, no qual Escorel faz essa espécie de “vidas paralelas” entre esses dois amigos de vida toda e colegas de profissão que foram Thomaz Farkas e José Medeiros.

Lauro Escorel lança seu olhar agudo para a obra de pioneiros e modernos em série do Canal Brasil Foto: Bruno Danielius
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A estrutura dos episódios é bastante estável, do ponto de vista formal. Buscam-se as falas dos artistas, devidamente “interpretadas” a partir de documentos deixados por eles. Alguns poucos especialistas comentam seu trabalho, tanto do ponto de vista estético como de suas implicações sociais. Todo o privilégio é dado às fotos em si mesmas, expostas de maneira longa, oferecendo-se ao olhar dos espectadores com esse mistério e magia que trazem as fotografias antigas.

No primeiro episódio, Escorel traz à luz duas figuras fundamentais dos primórdios da nossa fotografia – Joaquim Insley Pacheco e Marc Ferrez. Dois fotógrafos do Segundo Império, ambos íntimos de dom Pedro II. É preciso lembrar que dom Pedro foi, ele também, um “imperador-fotógrafo”, tendo comprado o primeiro aparelho de daguerreotopia do Rio de Janeiro e praticado com entusiasmo essa arte. Era normal, portanto, que se aproximasse dos profissionais da fotografia do seu tempo, Pacheco e Ferrez.

Como diz o pesquisador Milton Guran, “na pintura chegamos atrasados, mas na fotografia estávamos em cima da hora”, em igualdade de condições com europeus e norte-americanos. O que faz com que as imagens mais antigas do Rio sejam as de fotografias de não de pinturas, diz o também especialista Pedro Corrêa do Lago.

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Na escolha feita por Escorel, há uma série de confluências e oposições que se complementam. A formação de Insley Pacheco era mais norte-americana – ele foi aos Estados Unidos informar-se das novas técnicas. A matriz de Marc Ferrez era francesa e europeia. Um era mais retratista, o outro, paisagista privilegiado. Mas Ferrez era também humanista e frequentemente incluía entre seus retratos personagens populares, como vendedores ambulantes e negros escravos.

Insley Pacheco notabilizou-se como retratista. E como retratista imperial. Nesse sentido, é inovador. Entende que não é preciso fotografar o imperador sobre um fundo neutro, como era usual, mas monta “cenários” para essas imagens. A mais notável delas mostra Pedro II sentado sobre o que parece ser uma rocha, rodeado por uma autêntica floresta tropical, óbvia montagem de estúdio. A historiadora Lilia Schwarcz nota o contraste entre um monarca vestido à europeia e o “tropicalismo” dessa montagem de estúdio.

É de Lilia também o comentário sutil sobre uma das imagens famosas de Ferrez, com os escravos trabalhando na secagem do café, uma foto de múltiplos personagens. Entre eles, na parte central, destaca-se uma figura, muito tempo interpretada como sendo a de um feitor. Mas, como a foto é de alta qualidade, pela aproximação vê-se que se trata de um assistente de Ferrez, “dirigindo” os personagens da foto. Muitos deles humilhados com a situação, constrangidos e embaraçados. “É um exemplo da luta entre o fotógrafo e seus modelos”, diz a historiadora.

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As duplas de fotógrafos dos episódios seguintes são Valerio Vieira e Vicenzo Pastore, Hildegard Rosenthal e Alice Brill, Pierre Verger e Marcel Gautherot, Thomaz Farkas e José Medeiros.

Ninguém como um grande fotógrafo para “falar” de outros fotógrafos. Esse traço é que torna especial a série Itinerários do Olhar – que estreia nesta segunda, dia 2, às 20h30, no Canal Brasil –, em que Lauro Escorel dramatiza figuras fundamentais da nossa fotografia, dos primórdios aos tempos modernos.

“São cinco episódios, cada um deles relacionado à trajetória de dois fotógrafos, num período que vai do século 19 ao início dos anos 1960”, conta Escorel. O modelo para a série foi o curta-metragem Farkas e Medeiros, no qual Escorel faz essa espécie de “vidas paralelas” entre esses dois amigos de vida toda e colegas de profissão que foram Thomaz Farkas e José Medeiros.

Lauro Escorel lança seu olhar agudo para a obra de pioneiros e modernos em série do Canal Brasil Foto: Bruno Danielius

A estrutura dos episódios é bastante estável, do ponto de vista formal. Buscam-se as falas dos artistas, devidamente “interpretadas” a partir de documentos deixados por eles. Alguns poucos especialistas comentam seu trabalho, tanto do ponto de vista estético como de suas implicações sociais. Todo o privilégio é dado às fotos em si mesmas, expostas de maneira longa, oferecendo-se ao olhar dos espectadores com esse mistério e magia que trazem as fotografias antigas.

No primeiro episódio, Escorel traz à luz duas figuras fundamentais dos primórdios da nossa fotografia – Joaquim Insley Pacheco e Marc Ferrez. Dois fotógrafos do Segundo Império, ambos íntimos de dom Pedro II. É preciso lembrar que dom Pedro foi, ele também, um “imperador-fotógrafo”, tendo comprado o primeiro aparelho de daguerreotopia do Rio de Janeiro e praticado com entusiasmo essa arte. Era normal, portanto, que se aproximasse dos profissionais da fotografia do seu tempo, Pacheco e Ferrez.

Como diz o pesquisador Milton Guran, “na pintura chegamos atrasados, mas na fotografia estávamos em cima da hora”, em igualdade de condições com europeus e norte-americanos. O que faz com que as imagens mais antigas do Rio sejam as de fotografias de não de pinturas, diz o também especialista Pedro Corrêa do Lago.

Na escolha feita por Escorel, há uma série de confluências e oposições que se complementam. A formação de Insley Pacheco era mais norte-americana – ele foi aos Estados Unidos informar-se das novas técnicas. A matriz de Marc Ferrez era francesa e europeia. Um era mais retratista, o outro, paisagista privilegiado. Mas Ferrez era também humanista e frequentemente incluía entre seus retratos personagens populares, como vendedores ambulantes e negros escravos.

Insley Pacheco notabilizou-se como retratista. E como retratista imperial. Nesse sentido, é inovador. Entende que não é preciso fotografar o imperador sobre um fundo neutro, como era usual, mas monta “cenários” para essas imagens. A mais notável delas mostra Pedro II sentado sobre o que parece ser uma rocha, rodeado por uma autêntica floresta tropical, óbvia montagem de estúdio. A historiadora Lilia Schwarcz nota o contraste entre um monarca vestido à europeia e o “tropicalismo” dessa montagem de estúdio.

É de Lilia também o comentário sutil sobre uma das imagens famosas de Ferrez, com os escravos trabalhando na secagem do café, uma foto de múltiplos personagens. Entre eles, na parte central, destaca-se uma figura, muito tempo interpretada como sendo a de um feitor. Mas, como a foto é de alta qualidade, pela aproximação vê-se que se trata de um assistente de Ferrez, “dirigindo” os personagens da foto. Muitos deles humilhados com a situação, constrangidos e embaraçados. “É um exemplo da luta entre o fotógrafo e seus modelos”, diz a historiadora.

As duplas de fotógrafos dos episódios seguintes são Valerio Vieira e Vicenzo Pastore, Hildegard Rosenthal e Alice Brill, Pierre Verger e Marcel Gautherot, Thomaz Farkas e José Medeiros.

Ninguém como um grande fotógrafo para “falar” de outros fotógrafos. Esse traço é que torna especial a série Itinerários do Olhar – que estreia nesta segunda, dia 2, às 20h30, no Canal Brasil –, em que Lauro Escorel dramatiza figuras fundamentais da nossa fotografia, dos primórdios aos tempos modernos.

“São cinco episódios, cada um deles relacionado à trajetória de dois fotógrafos, num período que vai do século 19 ao início dos anos 1960”, conta Escorel. O modelo para a série foi o curta-metragem Farkas e Medeiros, no qual Escorel faz essa espécie de “vidas paralelas” entre esses dois amigos de vida toda e colegas de profissão que foram Thomaz Farkas e José Medeiros.

Lauro Escorel lança seu olhar agudo para a obra de pioneiros e modernos em série do Canal Brasil Foto: Bruno Danielius

A estrutura dos episódios é bastante estável, do ponto de vista formal. Buscam-se as falas dos artistas, devidamente “interpretadas” a partir de documentos deixados por eles. Alguns poucos especialistas comentam seu trabalho, tanto do ponto de vista estético como de suas implicações sociais. Todo o privilégio é dado às fotos em si mesmas, expostas de maneira longa, oferecendo-se ao olhar dos espectadores com esse mistério e magia que trazem as fotografias antigas.

No primeiro episódio, Escorel traz à luz duas figuras fundamentais dos primórdios da nossa fotografia – Joaquim Insley Pacheco e Marc Ferrez. Dois fotógrafos do Segundo Império, ambos íntimos de dom Pedro II. É preciso lembrar que dom Pedro foi, ele também, um “imperador-fotógrafo”, tendo comprado o primeiro aparelho de daguerreotopia do Rio de Janeiro e praticado com entusiasmo essa arte. Era normal, portanto, que se aproximasse dos profissionais da fotografia do seu tempo, Pacheco e Ferrez.

Como diz o pesquisador Milton Guran, “na pintura chegamos atrasados, mas na fotografia estávamos em cima da hora”, em igualdade de condições com europeus e norte-americanos. O que faz com que as imagens mais antigas do Rio sejam as de fotografias de não de pinturas, diz o também especialista Pedro Corrêa do Lago.

Na escolha feita por Escorel, há uma série de confluências e oposições que se complementam. A formação de Insley Pacheco era mais norte-americana – ele foi aos Estados Unidos informar-se das novas técnicas. A matriz de Marc Ferrez era francesa e europeia. Um era mais retratista, o outro, paisagista privilegiado. Mas Ferrez era também humanista e frequentemente incluía entre seus retratos personagens populares, como vendedores ambulantes e negros escravos.

Insley Pacheco notabilizou-se como retratista. E como retratista imperial. Nesse sentido, é inovador. Entende que não é preciso fotografar o imperador sobre um fundo neutro, como era usual, mas monta “cenários” para essas imagens. A mais notável delas mostra Pedro II sentado sobre o que parece ser uma rocha, rodeado por uma autêntica floresta tropical, óbvia montagem de estúdio. A historiadora Lilia Schwarcz nota o contraste entre um monarca vestido à europeia e o “tropicalismo” dessa montagem de estúdio.

É de Lilia também o comentário sutil sobre uma das imagens famosas de Ferrez, com os escravos trabalhando na secagem do café, uma foto de múltiplos personagens. Entre eles, na parte central, destaca-se uma figura, muito tempo interpretada como sendo a de um feitor. Mas, como a foto é de alta qualidade, pela aproximação vê-se que se trata de um assistente de Ferrez, “dirigindo” os personagens da foto. Muitos deles humilhados com a situação, constrangidos e embaraçados. “É um exemplo da luta entre o fotógrafo e seus modelos”, diz a historiadora.

As duplas de fotógrafos dos episódios seguintes são Valerio Vieira e Vicenzo Pastore, Hildegard Rosenthal e Alice Brill, Pierre Verger e Marcel Gautherot, Thomaz Farkas e José Medeiros.

Ninguém como um grande fotógrafo para “falar” de outros fotógrafos. Esse traço é que torna especial a série Itinerários do Olhar – que estreia nesta segunda, dia 2, às 20h30, no Canal Brasil –, em que Lauro Escorel dramatiza figuras fundamentais da nossa fotografia, dos primórdios aos tempos modernos.

“São cinco episódios, cada um deles relacionado à trajetória de dois fotógrafos, num período que vai do século 19 ao início dos anos 1960”, conta Escorel. O modelo para a série foi o curta-metragem Farkas e Medeiros, no qual Escorel faz essa espécie de “vidas paralelas” entre esses dois amigos de vida toda e colegas de profissão que foram Thomaz Farkas e José Medeiros.

Lauro Escorel lança seu olhar agudo para a obra de pioneiros e modernos em série do Canal Brasil Foto: Bruno Danielius

A estrutura dos episódios é bastante estável, do ponto de vista formal. Buscam-se as falas dos artistas, devidamente “interpretadas” a partir de documentos deixados por eles. Alguns poucos especialistas comentam seu trabalho, tanto do ponto de vista estético como de suas implicações sociais. Todo o privilégio é dado às fotos em si mesmas, expostas de maneira longa, oferecendo-se ao olhar dos espectadores com esse mistério e magia que trazem as fotografias antigas.

No primeiro episódio, Escorel traz à luz duas figuras fundamentais dos primórdios da nossa fotografia – Joaquim Insley Pacheco e Marc Ferrez. Dois fotógrafos do Segundo Império, ambos íntimos de dom Pedro II. É preciso lembrar que dom Pedro foi, ele também, um “imperador-fotógrafo”, tendo comprado o primeiro aparelho de daguerreotopia do Rio de Janeiro e praticado com entusiasmo essa arte. Era normal, portanto, que se aproximasse dos profissionais da fotografia do seu tempo, Pacheco e Ferrez.

Como diz o pesquisador Milton Guran, “na pintura chegamos atrasados, mas na fotografia estávamos em cima da hora”, em igualdade de condições com europeus e norte-americanos. O que faz com que as imagens mais antigas do Rio sejam as de fotografias de não de pinturas, diz o também especialista Pedro Corrêa do Lago.

Na escolha feita por Escorel, há uma série de confluências e oposições que se complementam. A formação de Insley Pacheco era mais norte-americana – ele foi aos Estados Unidos informar-se das novas técnicas. A matriz de Marc Ferrez era francesa e europeia. Um era mais retratista, o outro, paisagista privilegiado. Mas Ferrez era também humanista e frequentemente incluía entre seus retratos personagens populares, como vendedores ambulantes e negros escravos.

Insley Pacheco notabilizou-se como retratista. E como retratista imperial. Nesse sentido, é inovador. Entende que não é preciso fotografar o imperador sobre um fundo neutro, como era usual, mas monta “cenários” para essas imagens. A mais notável delas mostra Pedro II sentado sobre o que parece ser uma rocha, rodeado por uma autêntica floresta tropical, óbvia montagem de estúdio. A historiadora Lilia Schwarcz nota o contraste entre um monarca vestido à europeia e o “tropicalismo” dessa montagem de estúdio.

É de Lilia também o comentário sutil sobre uma das imagens famosas de Ferrez, com os escravos trabalhando na secagem do café, uma foto de múltiplos personagens. Entre eles, na parte central, destaca-se uma figura, muito tempo interpretada como sendo a de um feitor. Mas, como a foto é de alta qualidade, pela aproximação vê-se que se trata de um assistente de Ferrez, “dirigindo” os personagens da foto. Muitos deles humilhados com a situação, constrangidos e embaraçados. “É um exemplo da luta entre o fotógrafo e seus modelos”, diz a historiadora.

As duplas de fotógrafos dos episódios seguintes são Valerio Vieira e Vicenzo Pastore, Hildegard Rosenthal e Alice Brill, Pierre Verger e Marcel Gautherot, Thomaz Farkas e José Medeiros.

Ninguém como um grande fotógrafo para “falar” de outros fotógrafos. Esse traço é que torna especial a série Itinerários do Olhar – que estreia nesta segunda, dia 2, às 20h30, no Canal Brasil –, em que Lauro Escorel dramatiza figuras fundamentais da nossa fotografia, dos primórdios aos tempos modernos.

“São cinco episódios, cada um deles relacionado à trajetória de dois fotógrafos, num período que vai do século 19 ao início dos anos 1960”, conta Escorel. O modelo para a série foi o curta-metragem Farkas e Medeiros, no qual Escorel faz essa espécie de “vidas paralelas” entre esses dois amigos de vida toda e colegas de profissão que foram Thomaz Farkas e José Medeiros.

Lauro Escorel lança seu olhar agudo para a obra de pioneiros e modernos em série do Canal Brasil Foto: Bruno Danielius

A estrutura dos episódios é bastante estável, do ponto de vista formal. Buscam-se as falas dos artistas, devidamente “interpretadas” a partir de documentos deixados por eles. Alguns poucos especialistas comentam seu trabalho, tanto do ponto de vista estético como de suas implicações sociais. Todo o privilégio é dado às fotos em si mesmas, expostas de maneira longa, oferecendo-se ao olhar dos espectadores com esse mistério e magia que trazem as fotografias antigas.

No primeiro episódio, Escorel traz à luz duas figuras fundamentais dos primórdios da nossa fotografia – Joaquim Insley Pacheco e Marc Ferrez. Dois fotógrafos do Segundo Império, ambos íntimos de dom Pedro II. É preciso lembrar que dom Pedro foi, ele também, um “imperador-fotógrafo”, tendo comprado o primeiro aparelho de daguerreotopia do Rio de Janeiro e praticado com entusiasmo essa arte. Era normal, portanto, que se aproximasse dos profissionais da fotografia do seu tempo, Pacheco e Ferrez.

Como diz o pesquisador Milton Guran, “na pintura chegamos atrasados, mas na fotografia estávamos em cima da hora”, em igualdade de condições com europeus e norte-americanos. O que faz com que as imagens mais antigas do Rio sejam as de fotografias de não de pinturas, diz o também especialista Pedro Corrêa do Lago.

Na escolha feita por Escorel, há uma série de confluências e oposições que se complementam. A formação de Insley Pacheco era mais norte-americana – ele foi aos Estados Unidos informar-se das novas técnicas. A matriz de Marc Ferrez era francesa e europeia. Um era mais retratista, o outro, paisagista privilegiado. Mas Ferrez era também humanista e frequentemente incluía entre seus retratos personagens populares, como vendedores ambulantes e negros escravos.

Insley Pacheco notabilizou-se como retratista. E como retratista imperial. Nesse sentido, é inovador. Entende que não é preciso fotografar o imperador sobre um fundo neutro, como era usual, mas monta “cenários” para essas imagens. A mais notável delas mostra Pedro II sentado sobre o que parece ser uma rocha, rodeado por uma autêntica floresta tropical, óbvia montagem de estúdio. A historiadora Lilia Schwarcz nota o contraste entre um monarca vestido à europeia e o “tropicalismo” dessa montagem de estúdio.

É de Lilia também o comentário sutil sobre uma das imagens famosas de Ferrez, com os escravos trabalhando na secagem do café, uma foto de múltiplos personagens. Entre eles, na parte central, destaca-se uma figura, muito tempo interpretada como sendo a de um feitor. Mas, como a foto é de alta qualidade, pela aproximação vê-se que se trata de um assistente de Ferrez, “dirigindo” os personagens da foto. Muitos deles humilhados com a situação, constrangidos e embaraçados. “É um exemplo da luta entre o fotógrafo e seus modelos”, diz a historiadora.

As duplas de fotógrafos dos episódios seguintes são Valerio Vieira e Vicenzo Pastore, Hildegard Rosenthal e Alice Brill, Pierre Verger e Marcel Gautherot, Thomaz Farkas e José Medeiros.

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