Série 'Sense8' chega ao fim: 'É uma grande história de amor', diz intérprete de Nomi


Último episódio chega ao serviço Netflix nesta sexta-feira, 8

Por Pedro Antunes

Era uma vez no México, em um hotel de luxo situado na principal avenida da capital do país, num fim de tarde de março de 2015. Sentados lado a lado, os atores Alfonso Herrera, Erendira Ibarra e Miguel Angel Silvestre riem e trocam olhares ao serem questionados sobre qual era a principal força de Sense8, um misterioso projeto da Netflix, criado pelas irmãs Wachowski (de Matrix) e J. Michael Straczynski (da Babylon 5).

Cena do último episódio da série 'Sense8' Foto: Segolene Lagny

Não foram capazes de explicar a trama além daquelas poucas linhas de resumo entregues aos repórteres com antecedência. Sabia-se que se tratava de uma das mais ambiciosas séries criadas pela empresa de TV por streaming, com um orçamento estimado de US$ 4,5 milhões por episódio (na segunda temporada, de acordo com o produtor Roberto Malerba, cada capítulo custou US$ 9 milhões) e locações em oito diferentes cidades do mundo: São Francisco, Chicago (EUA), Londres (Inglaterra), Reykjavik (Islândia), Seul (Coreia do Sul), Mumbai (Índia), Berlim (Alemanha), Nairóbi (Quênia) e Cidade do México (México). 

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Num resumo simplista, Sense8 é uma história iniciada a partir de oito protagonistas que, de uma forma misteriosa, passam a se conectar uns com os outros pela sua consciência. Eles são chamados de sensitivos. Assim, se um sofre dor ou prazer, o outro sente, como se fosse com ele, mesmo. Complexo? Um pouco. Silvestre, na ocasião, buscou um exemplo mais fácil: “Ser um sensitivo significa que se um deles souber boxear ou dirigir como um piloto de F1, eu vou saber também”, disse. 

Isso, contudo, é o básico do básico da história de Sense8 desenvolvida ao longo de duas temporadas. A primeira, lançada em 2015, e a segunda, colocada no catálogo em 2017 – entre elas, houve um episódio especial de Natal. Mais do que uma ideia que parece ter saído de algum livro de ficção científica baseado em transferência ou troca de consciência, Sense8 acabou por se tornar uma grande jornada de minorias que, unidas, mostram-se fortes. 

Fazer televisão, contudo, é um negócio. Sense8 entrou na faca da Netflix e acabou cancelada ao final do segundo ano e sem uma conclusão para a história contada até ali. É bom dizer, contudo, que a empresa especialista em ressuscitar séries que têm fins prematuros por culpa de baixos índices de audiência na TV aberta, como é o caso da comédia Arrested Development e The Killing, ou de criar novas temporadas de produções donas de fãs ferrenhos, tais como Full House e Gilmore Girls

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Cena do último episódio da série 'Sense8' Foto: Segolene Lagny

A reação dos fãs em redes sociais foi acalorada, com o uso de hashtags, abaixo-assinado com 500 mil assinaturas, e-mails remetidos para a concorrente no serviço de TV por streaming Amazon Prime e até o envio de chinelos para a sede da empresa com as palavras “renove Sense8”.

A comoção foi tamanha que a empresa voltou atrás na decisão e programou mais um episódio – na verdade, um filme, com mais de duas horas de duração – para que Lana Wachowski pudesse encerrar a história do “cluster”, como é denominado o grupo de oito personagens sensitivos que protagonizam a série. Lilly, a outra Wachowski, já havia deixado a produção na segunda temporada. “De forma improvável, o amor de vocês trouxe Sense8 de volta”, escreveu Lana, na época. 

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Estreia, portanto, nesta sexta, 8, o resultado dessa vitória. O episódio final, já visto pelo Estado, dá um fim digno à trama. “É um final maior do que eu imaginava”, diz Jamie Clayton, intérprete de Nomi, de volta a São Paulo (eles gravaram durante a Parada do Orgulho LGBT da cidade em 2016).

Com ela, vieram Brian J. Smith, Miguel Angel Silvestre, Tina Desai e Toby Onwumere, todos também protagonistas, para uma pré-estreia do episódio final, realizada para 800 fãs. “É importante encerrar essa jornada aqui, sei como os fãs brasileiros fizeram de tudo para que a série voltasse”, diz Silvestre

E, três anos depois, novamente diante de parte do elenco de Sense8, vem a mesma pergunta: afinal, do que trata a série? “Depois dessa jornada, diria que é uma história que mostra que quando você junta minorias e elas se entendem, elas passam a ser uma maioria”, opina Silvestre, em uma metáfora que pode ser usada sobre o retorno de Sense8.

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Jamie, contudo, é quem conclui com exatidão: “É uma história de amor. Uma grande história de amor”. 

Tina Desai, Miguel Angel Silvestre, Toby Onwumere, Brian J. Smith and Jamie Clayton, durante evento com fãs para a exibição do episódio final de Sense8, em São Paulo Foto: Mauricio Santana/Netflix

Era uma vez no México, em um hotel de luxo situado na principal avenida da capital do país, num fim de tarde de março de 2015. Sentados lado a lado, os atores Alfonso Herrera, Erendira Ibarra e Miguel Angel Silvestre riem e trocam olhares ao serem questionados sobre qual era a principal força de Sense8, um misterioso projeto da Netflix, criado pelas irmãs Wachowski (de Matrix) e J. Michael Straczynski (da Babylon 5).

Cena do último episódio da série 'Sense8' Foto: Segolene Lagny

Não foram capazes de explicar a trama além daquelas poucas linhas de resumo entregues aos repórteres com antecedência. Sabia-se que se tratava de uma das mais ambiciosas séries criadas pela empresa de TV por streaming, com um orçamento estimado de US$ 4,5 milhões por episódio (na segunda temporada, de acordo com o produtor Roberto Malerba, cada capítulo custou US$ 9 milhões) e locações em oito diferentes cidades do mundo: São Francisco, Chicago (EUA), Londres (Inglaterra), Reykjavik (Islândia), Seul (Coreia do Sul), Mumbai (Índia), Berlim (Alemanha), Nairóbi (Quênia) e Cidade do México (México). 

Num resumo simplista, Sense8 é uma história iniciada a partir de oito protagonistas que, de uma forma misteriosa, passam a se conectar uns com os outros pela sua consciência. Eles são chamados de sensitivos. Assim, se um sofre dor ou prazer, o outro sente, como se fosse com ele, mesmo. Complexo? Um pouco. Silvestre, na ocasião, buscou um exemplo mais fácil: “Ser um sensitivo significa que se um deles souber boxear ou dirigir como um piloto de F1, eu vou saber também”, disse. 

Isso, contudo, é o básico do básico da história de Sense8 desenvolvida ao longo de duas temporadas. A primeira, lançada em 2015, e a segunda, colocada no catálogo em 2017 – entre elas, houve um episódio especial de Natal. Mais do que uma ideia que parece ter saído de algum livro de ficção científica baseado em transferência ou troca de consciência, Sense8 acabou por se tornar uma grande jornada de minorias que, unidas, mostram-se fortes. 

Fazer televisão, contudo, é um negócio. Sense8 entrou na faca da Netflix e acabou cancelada ao final do segundo ano e sem uma conclusão para a história contada até ali. É bom dizer, contudo, que a empresa especialista em ressuscitar séries que têm fins prematuros por culpa de baixos índices de audiência na TV aberta, como é o caso da comédia Arrested Development e The Killing, ou de criar novas temporadas de produções donas de fãs ferrenhos, tais como Full House e Gilmore Girls

Cena do último episódio da série 'Sense8' Foto: Segolene Lagny

A reação dos fãs em redes sociais foi acalorada, com o uso de hashtags, abaixo-assinado com 500 mil assinaturas, e-mails remetidos para a concorrente no serviço de TV por streaming Amazon Prime e até o envio de chinelos para a sede da empresa com as palavras “renove Sense8”.

A comoção foi tamanha que a empresa voltou atrás na decisão e programou mais um episódio – na verdade, um filme, com mais de duas horas de duração – para que Lana Wachowski pudesse encerrar a história do “cluster”, como é denominado o grupo de oito personagens sensitivos que protagonizam a série. Lilly, a outra Wachowski, já havia deixado a produção na segunda temporada. “De forma improvável, o amor de vocês trouxe Sense8 de volta”, escreveu Lana, na época. 

Estreia, portanto, nesta sexta, 8, o resultado dessa vitória. O episódio final, já visto pelo Estado, dá um fim digno à trama. “É um final maior do que eu imaginava”, diz Jamie Clayton, intérprete de Nomi, de volta a São Paulo (eles gravaram durante a Parada do Orgulho LGBT da cidade em 2016).

Com ela, vieram Brian J. Smith, Miguel Angel Silvestre, Tina Desai e Toby Onwumere, todos também protagonistas, para uma pré-estreia do episódio final, realizada para 800 fãs. “É importante encerrar essa jornada aqui, sei como os fãs brasileiros fizeram de tudo para que a série voltasse”, diz Silvestre

E, três anos depois, novamente diante de parte do elenco de Sense8, vem a mesma pergunta: afinal, do que trata a série? “Depois dessa jornada, diria que é uma história que mostra que quando você junta minorias e elas se entendem, elas passam a ser uma maioria”, opina Silvestre, em uma metáfora que pode ser usada sobre o retorno de Sense8.

Jamie, contudo, é quem conclui com exatidão: “É uma história de amor. Uma grande história de amor”. 

Tina Desai, Miguel Angel Silvestre, Toby Onwumere, Brian J. Smith and Jamie Clayton, durante evento com fãs para a exibição do episódio final de Sense8, em São Paulo Foto: Mauricio Santana/Netflix

Era uma vez no México, em um hotel de luxo situado na principal avenida da capital do país, num fim de tarde de março de 2015. Sentados lado a lado, os atores Alfonso Herrera, Erendira Ibarra e Miguel Angel Silvestre riem e trocam olhares ao serem questionados sobre qual era a principal força de Sense8, um misterioso projeto da Netflix, criado pelas irmãs Wachowski (de Matrix) e J. Michael Straczynski (da Babylon 5).

Cena do último episódio da série 'Sense8' Foto: Segolene Lagny

Não foram capazes de explicar a trama além daquelas poucas linhas de resumo entregues aos repórteres com antecedência. Sabia-se que se tratava de uma das mais ambiciosas séries criadas pela empresa de TV por streaming, com um orçamento estimado de US$ 4,5 milhões por episódio (na segunda temporada, de acordo com o produtor Roberto Malerba, cada capítulo custou US$ 9 milhões) e locações em oito diferentes cidades do mundo: São Francisco, Chicago (EUA), Londres (Inglaterra), Reykjavik (Islândia), Seul (Coreia do Sul), Mumbai (Índia), Berlim (Alemanha), Nairóbi (Quênia) e Cidade do México (México). 

Num resumo simplista, Sense8 é uma história iniciada a partir de oito protagonistas que, de uma forma misteriosa, passam a se conectar uns com os outros pela sua consciência. Eles são chamados de sensitivos. Assim, se um sofre dor ou prazer, o outro sente, como se fosse com ele, mesmo. Complexo? Um pouco. Silvestre, na ocasião, buscou um exemplo mais fácil: “Ser um sensitivo significa que se um deles souber boxear ou dirigir como um piloto de F1, eu vou saber também”, disse. 

Isso, contudo, é o básico do básico da história de Sense8 desenvolvida ao longo de duas temporadas. A primeira, lançada em 2015, e a segunda, colocada no catálogo em 2017 – entre elas, houve um episódio especial de Natal. Mais do que uma ideia que parece ter saído de algum livro de ficção científica baseado em transferência ou troca de consciência, Sense8 acabou por se tornar uma grande jornada de minorias que, unidas, mostram-se fortes. 

Fazer televisão, contudo, é um negócio. Sense8 entrou na faca da Netflix e acabou cancelada ao final do segundo ano e sem uma conclusão para a história contada até ali. É bom dizer, contudo, que a empresa especialista em ressuscitar séries que têm fins prematuros por culpa de baixos índices de audiência na TV aberta, como é o caso da comédia Arrested Development e The Killing, ou de criar novas temporadas de produções donas de fãs ferrenhos, tais como Full House e Gilmore Girls

Cena do último episódio da série 'Sense8' Foto: Segolene Lagny

A reação dos fãs em redes sociais foi acalorada, com o uso de hashtags, abaixo-assinado com 500 mil assinaturas, e-mails remetidos para a concorrente no serviço de TV por streaming Amazon Prime e até o envio de chinelos para a sede da empresa com as palavras “renove Sense8”.

A comoção foi tamanha que a empresa voltou atrás na decisão e programou mais um episódio – na verdade, um filme, com mais de duas horas de duração – para que Lana Wachowski pudesse encerrar a história do “cluster”, como é denominado o grupo de oito personagens sensitivos que protagonizam a série. Lilly, a outra Wachowski, já havia deixado a produção na segunda temporada. “De forma improvável, o amor de vocês trouxe Sense8 de volta”, escreveu Lana, na época. 

Estreia, portanto, nesta sexta, 8, o resultado dessa vitória. O episódio final, já visto pelo Estado, dá um fim digno à trama. “É um final maior do que eu imaginava”, diz Jamie Clayton, intérprete de Nomi, de volta a São Paulo (eles gravaram durante a Parada do Orgulho LGBT da cidade em 2016).

Com ela, vieram Brian J. Smith, Miguel Angel Silvestre, Tina Desai e Toby Onwumere, todos também protagonistas, para uma pré-estreia do episódio final, realizada para 800 fãs. “É importante encerrar essa jornada aqui, sei como os fãs brasileiros fizeram de tudo para que a série voltasse”, diz Silvestre

E, três anos depois, novamente diante de parte do elenco de Sense8, vem a mesma pergunta: afinal, do que trata a série? “Depois dessa jornada, diria que é uma história que mostra que quando você junta minorias e elas se entendem, elas passam a ser uma maioria”, opina Silvestre, em uma metáfora que pode ser usada sobre o retorno de Sense8.

Jamie, contudo, é quem conclui com exatidão: “É uma história de amor. Uma grande história de amor”. 

Tina Desai, Miguel Angel Silvestre, Toby Onwumere, Brian J. Smith and Jamie Clayton, durante evento com fãs para a exibição do episódio final de Sense8, em São Paulo Foto: Mauricio Santana/Netflix

Era uma vez no México, em um hotel de luxo situado na principal avenida da capital do país, num fim de tarde de março de 2015. Sentados lado a lado, os atores Alfonso Herrera, Erendira Ibarra e Miguel Angel Silvestre riem e trocam olhares ao serem questionados sobre qual era a principal força de Sense8, um misterioso projeto da Netflix, criado pelas irmãs Wachowski (de Matrix) e J. Michael Straczynski (da Babylon 5).

Cena do último episódio da série 'Sense8' Foto: Segolene Lagny

Não foram capazes de explicar a trama além daquelas poucas linhas de resumo entregues aos repórteres com antecedência. Sabia-se que se tratava de uma das mais ambiciosas séries criadas pela empresa de TV por streaming, com um orçamento estimado de US$ 4,5 milhões por episódio (na segunda temporada, de acordo com o produtor Roberto Malerba, cada capítulo custou US$ 9 milhões) e locações em oito diferentes cidades do mundo: São Francisco, Chicago (EUA), Londres (Inglaterra), Reykjavik (Islândia), Seul (Coreia do Sul), Mumbai (Índia), Berlim (Alemanha), Nairóbi (Quênia) e Cidade do México (México). 

Num resumo simplista, Sense8 é uma história iniciada a partir de oito protagonistas que, de uma forma misteriosa, passam a se conectar uns com os outros pela sua consciência. Eles são chamados de sensitivos. Assim, se um sofre dor ou prazer, o outro sente, como se fosse com ele, mesmo. Complexo? Um pouco. Silvestre, na ocasião, buscou um exemplo mais fácil: “Ser um sensitivo significa que se um deles souber boxear ou dirigir como um piloto de F1, eu vou saber também”, disse. 

Isso, contudo, é o básico do básico da história de Sense8 desenvolvida ao longo de duas temporadas. A primeira, lançada em 2015, e a segunda, colocada no catálogo em 2017 – entre elas, houve um episódio especial de Natal. Mais do que uma ideia que parece ter saído de algum livro de ficção científica baseado em transferência ou troca de consciência, Sense8 acabou por se tornar uma grande jornada de minorias que, unidas, mostram-se fortes. 

Fazer televisão, contudo, é um negócio. Sense8 entrou na faca da Netflix e acabou cancelada ao final do segundo ano e sem uma conclusão para a história contada até ali. É bom dizer, contudo, que a empresa especialista em ressuscitar séries que têm fins prematuros por culpa de baixos índices de audiência na TV aberta, como é o caso da comédia Arrested Development e The Killing, ou de criar novas temporadas de produções donas de fãs ferrenhos, tais como Full House e Gilmore Girls

Cena do último episódio da série 'Sense8' Foto: Segolene Lagny

A reação dos fãs em redes sociais foi acalorada, com o uso de hashtags, abaixo-assinado com 500 mil assinaturas, e-mails remetidos para a concorrente no serviço de TV por streaming Amazon Prime e até o envio de chinelos para a sede da empresa com as palavras “renove Sense8”.

A comoção foi tamanha que a empresa voltou atrás na decisão e programou mais um episódio – na verdade, um filme, com mais de duas horas de duração – para que Lana Wachowski pudesse encerrar a história do “cluster”, como é denominado o grupo de oito personagens sensitivos que protagonizam a série. Lilly, a outra Wachowski, já havia deixado a produção na segunda temporada. “De forma improvável, o amor de vocês trouxe Sense8 de volta”, escreveu Lana, na época. 

Estreia, portanto, nesta sexta, 8, o resultado dessa vitória. O episódio final, já visto pelo Estado, dá um fim digno à trama. “É um final maior do que eu imaginava”, diz Jamie Clayton, intérprete de Nomi, de volta a São Paulo (eles gravaram durante a Parada do Orgulho LGBT da cidade em 2016).

Com ela, vieram Brian J. Smith, Miguel Angel Silvestre, Tina Desai e Toby Onwumere, todos também protagonistas, para uma pré-estreia do episódio final, realizada para 800 fãs. “É importante encerrar essa jornada aqui, sei como os fãs brasileiros fizeram de tudo para que a série voltasse”, diz Silvestre

E, três anos depois, novamente diante de parte do elenco de Sense8, vem a mesma pergunta: afinal, do que trata a série? “Depois dessa jornada, diria que é uma história que mostra que quando você junta minorias e elas se entendem, elas passam a ser uma maioria”, opina Silvestre, em uma metáfora que pode ser usada sobre o retorno de Sense8.

Jamie, contudo, é quem conclui com exatidão: “É uma história de amor. Uma grande história de amor”. 

Tina Desai, Miguel Angel Silvestre, Toby Onwumere, Brian J. Smith and Jamie Clayton, durante evento com fãs para a exibição do episódio final de Sense8, em São Paulo Foto: Mauricio Santana/Netflix

Era uma vez no México, em um hotel de luxo situado na principal avenida da capital do país, num fim de tarde de março de 2015. Sentados lado a lado, os atores Alfonso Herrera, Erendira Ibarra e Miguel Angel Silvestre riem e trocam olhares ao serem questionados sobre qual era a principal força de Sense8, um misterioso projeto da Netflix, criado pelas irmãs Wachowski (de Matrix) e J. Michael Straczynski (da Babylon 5).

Cena do último episódio da série 'Sense8' Foto: Segolene Lagny

Não foram capazes de explicar a trama além daquelas poucas linhas de resumo entregues aos repórteres com antecedência. Sabia-se que se tratava de uma das mais ambiciosas séries criadas pela empresa de TV por streaming, com um orçamento estimado de US$ 4,5 milhões por episódio (na segunda temporada, de acordo com o produtor Roberto Malerba, cada capítulo custou US$ 9 milhões) e locações em oito diferentes cidades do mundo: São Francisco, Chicago (EUA), Londres (Inglaterra), Reykjavik (Islândia), Seul (Coreia do Sul), Mumbai (Índia), Berlim (Alemanha), Nairóbi (Quênia) e Cidade do México (México). 

Num resumo simplista, Sense8 é uma história iniciada a partir de oito protagonistas que, de uma forma misteriosa, passam a se conectar uns com os outros pela sua consciência. Eles são chamados de sensitivos. Assim, se um sofre dor ou prazer, o outro sente, como se fosse com ele, mesmo. Complexo? Um pouco. Silvestre, na ocasião, buscou um exemplo mais fácil: “Ser um sensitivo significa que se um deles souber boxear ou dirigir como um piloto de F1, eu vou saber também”, disse. 

Isso, contudo, é o básico do básico da história de Sense8 desenvolvida ao longo de duas temporadas. A primeira, lançada em 2015, e a segunda, colocada no catálogo em 2017 – entre elas, houve um episódio especial de Natal. Mais do que uma ideia que parece ter saído de algum livro de ficção científica baseado em transferência ou troca de consciência, Sense8 acabou por se tornar uma grande jornada de minorias que, unidas, mostram-se fortes. 

Fazer televisão, contudo, é um negócio. Sense8 entrou na faca da Netflix e acabou cancelada ao final do segundo ano e sem uma conclusão para a história contada até ali. É bom dizer, contudo, que a empresa especialista em ressuscitar séries que têm fins prematuros por culpa de baixos índices de audiência na TV aberta, como é o caso da comédia Arrested Development e The Killing, ou de criar novas temporadas de produções donas de fãs ferrenhos, tais como Full House e Gilmore Girls

Cena do último episódio da série 'Sense8' Foto: Segolene Lagny

A reação dos fãs em redes sociais foi acalorada, com o uso de hashtags, abaixo-assinado com 500 mil assinaturas, e-mails remetidos para a concorrente no serviço de TV por streaming Amazon Prime e até o envio de chinelos para a sede da empresa com as palavras “renove Sense8”.

A comoção foi tamanha que a empresa voltou atrás na decisão e programou mais um episódio – na verdade, um filme, com mais de duas horas de duração – para que Lana Wachowski pudesse encerrar a história do “cluster”, como é denominado o grupo de oito personagens sensitivos que protagonizam a série. Lilly, a outra Wachowski, já havia deixado a produção na segunda temporada. “De forma improvável, o amor de vocês trouxe Sense8 de volta”, escreveu Lana, na época. 

Estreia, portanto, nesta sexta, 8, o resultado dessa vitória. O episódio final, já visto pelo Estado, dá um fim digno à trama. “É um final maior do que eu imaginava”, diz Jamie Clayton, intérprete de Nomi, de volta a São Paulo (eles gravaram durante a Parada do Orgulho LGBT da cidade em 2016).

Com ela, vieram Brian J. Smith, Miguel Angel Silvestre, Tina Desai e Toby Onwumere, todos também protagonistas, para uma pré-estreia do episódio final, realizada para 800 fãs. “É importante encerrar essa jornada aqui, sei como os fãs brasileiros fizeram de tudo para que a série voltasse”, diz Silvestre

E, três anos depois, novamente diante de parte do elenco de Sense8, vem a mesma pergunta: afinal, do que trata a série? “Depois dessa jornada, diria que é uma história que mostra que quando você junta minorias e elas se entendem, elas passam a ser uma maioria”, opina Silvestre, em uma metáfora que pode ser usada sobre o retorno de Sense8.

Jamie, contudo, é quem conclui com exatidão: “É uma história de amor. Uma grande história de amor”. 

Tina Desai, Miguel Angel Silvestre, Toby Onwumere, Brian J. Smith and Jamie Clayton, durante evento com fãs para a exibição do episódio final de Sense8, em São Paulo Foto: Mauricio Santana/Netflix

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