Na tarde desta sexta-feira, 19, Vanessa Lopes apertou o botão de desistência do Big Brother Brasil 24. A saúde mental da influenciadora no reality tem sido motivo de preocupação entre telespectadores do programa. Isso porque a sister apresentou diversos comportamentos contraditórios nos últimos dias.
Leia também:
Na madrugada desta quinta, 18, durante a festa, a sister ficou sozinha no quarto e começou a confabular que seria como a protagonista do filme Jogos Vorazes. Mais tarde, ela também inferiu que a produção do programa estaria conspirando contra ela, e que Beatriz e Alane e seriam atrizes contratadas, e não participantes do reality.
Apesar de alguns internautas alegarem que a influenciadora estaria fazendo um personagem, as atitudes de Vanessa levantaram o debate sobre os efeitos de um confinamento na saúde mental e como acontece o acompanhamento psicológico no BBB.
O Estadão conversou com Juliette, vencedora da edição de 2021 (veja a entrevista completa aqui), que detalhou a relação que os participantes têm com a psicóloga do programa. A campeã do BBB 21 revelou que, assim como Vanessa, passou por uma crise no início do programa que a fez cogitar desistir da competição. Ela explicou qual foi a abordagem da profissional na época:
“Ela falou só o óbvio: ‘nada está perdido, o jogo começou agora, aí dentro é um jogo, são pessoas que você vai conhecer’”. Desfazendo qualquer ideia de que a psicóloga dava dicas aos participantes, Juliette disse que “era mais para dar clareza às coisas. Ela não dava mensagem ou induzia nada, era um apoio de sanidade, uma opinião não viciada para quem está participando”.
Segundo Paloma Muniz, psicóloga que trabalha na equipe do La Maison - Drag me as a Queen, edição do programa do canal fechado E! Entertainment, reações como de Juliette e Vanessa, nas primeiras semanas, são comuns. Justamente por isso, os realities têm o cuidado de fornecer auxílio antes mesmo da estreia.
“A ansiedade na primeira semana é algo que já prevíamos. Por isso, desde a seleção final, nos preocupamos em dar apoio psicológico em todos o processo de desenvolvimento, até o momento das gravações, o que teceu uma relação de confiança. Fundamental para que eu fosse acessada em qualquer situação de desconforto emocional, além de encorajá-las a se sentirem livres e bancarem sua autenticidade”, descreve.
O psicólogo canadense Steven Stein, que já trabalhou em programas como Big Brother Canada (4 temporadas), The Amazing Race Canada (4 temporadas) e MasterChef Canada (3 temporadas), enumera as possíveis crises que os participantes podem passar:
“Ansiedade, bullying social, medo do que o público vê/interpreta, saudade da família (geralmente dos filhos), solidão/alienação, falta de confiança, problemas interpessoais. Quando o programa não é o que o candidato esperava, a sensação de que a produção não está apoiando o suficiente, entre outros”.