O risco é de que “muitas empresas da indústria” possam sucumbir, “gerando uma devastação do parque industrial nacional”.
O índice de confiança da indústria da FGV mostrou queda de 1,8% entre outubro e novembro e o Sensor da Fiesp indicou recuo de 2 pontos na confiança da indústria paulista. Outros dados do IBGE sobre o terceiro trimestre mostraram que a queda do PIB foi liderada pela indústria de transformação, que caiu 11,3% em relação a igual período de 2014, muito superior ao recuo do PIB no período.
Os Indicadores Industriais da CNI mostraram declínio do emprego e das horas trabalhadas pelo nono mês consecutivo, ao mesmo tempo que caíam a massa salarial e o uso de capacidade. Segundo a CNI, entre outubro de 2014 e outubro de 2015 o faturamento real caiu 15,3%, o número de horas trabalhadas diminuiu 12,8%, o emprego cedeu 7,7%, a massa salarial real caiu 9% e o rendimento médio real, 1,3%. O salário dos que continuaram trabalhando foi quase preservado, mas meio milhão de vagas na indústria foram suprimidas nos últimos 12 meses.
Em vez de sinais de melhora, registra-se um agravamento da situação da indústria. Cadeias inteiras de produção são atingidas pela crise da Petrobrás. O setor da construção pesada entra em paralisia pela crise das finanças públicas combinada com a corrupção identificada na Operação Lava Jato.
Segundo a PIM, entre os meses de outubro de 2014 e 2015 a produção de bens de capital caiu 32,6% e a de bens de consumo duráveis, 28,7%. Essas quedas foram determinantes para o comportamento da indústria.
Sem perspectivas favoráveis no cenário macroeconômico, a indústria terá de se valer do câmbio mais favorável ou de nichos de mercados para sair do sufoco. Mas nem todas as empresas podem evitar o agravamento de seus problemas.