Opinião|A vaca velha e o novilho precoce


Para que o péssimo exemplo não se repita, torna-se imperativo que a empresa francesa seja acionada judicialmente

Por Roberto Giannetti da Fonseca

Essa novela começa quando o CEO mundial da rede de supermercados Carrefour anunciou publicamente, dias atrás, por carta aos produtores rurais franceses, que o Carrefour deixaria de comprar carne bovina produzida nos países do Mercosul para suas lojas na França, seja por motivos de solidariedade aos produtores locais ou seja por afirmar que “a carne originária dos países do Mercosul não obedecia aos rigorosos padrões sanitários europeus”. Sem apresentar qualquer documento ou base científica para essa alegação, colocou irresponsavelmente a carne provinda do Mercosul sob suspeição.

A reação dos frigoríficos brasileiros foi firme e imediata: se o Carrefour julga que a carne brasileira não atende aos padrões sanitários europeus, deixariam também de vendê-la à rede Carrefour no Brasil. Afinal, se não serve para lá, não deveria servir para cá. Ou os consumidores europeus do Carrefour merecem maior respeito e consideração que os brasileiros?

De repente a malfadada bravata do CEO francês começou a doer no bolso e na imagem da sua empresa, e ele de forma vaga e envergonhada escreveu uma breve carta ao ministro da Agricultura e Pecuária reconhecendo que a carne brasileira é “saudável”, e ficou por aí. Não a publicou nas suas redes sociais nem deu a devida divulgação na mídia francesa.

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Frigoríficos brasileiros apresentaram reação firme e imediata ao posicionamento do CEO global do Carrefour Foto: Felipe Rau/Estadão

Trata-se, na verdade, do acirramento de uma agressiva e desleal campanha de protecionismo agrícola europeu contra o Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia, que, após longa gestação de mais de 20 anos, foi finalmente assinado pelas partes de ambos os blocos econômicos dias atrás. Na falta de outros argumentos, busca-se camuflar esse protecionismo com falsas acusações de inconformidade ambiental e sanitária das exportações de alimentos do Mercosul para a União Europeia.

Enquanto no Brasil o gado de corte predominantemente de raça zebuína é abatido entre 24 e 36 meses, na França, por volta de 80% dos abates são de vacas leiteiras descartadas com idade de 7 a 10 anos. Cabe destacar que a produção de gado de corte a pasto, como ocorre de forma predominante no Brasil, garante a higidez sanitária e mitiga problemas importantes, como as encefalopatias espongiformes transmissíveis, consideradas doenças de grande impacto sobre a economia dos países produtores de proteína de origem animal, com repercussões preocupantes para a segurança alimentar mundial.

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Trata-se da concorrência do novilho precoce brasileiro contra a vaca velha francesa. Qual será que o consumidor prefere? Para que o péssimo exemplo do CEO do Carrefour não se repita, torna-se imperativo que a empresa francesa seja acionada judicialmente no Brasil. Só assim eles sentirão “na carne” o prejuízo de imagem que nos causaram.

Essa novela começa quando o CEO mundial da rede de supermercados Carrefour anunciou publicamente, dias atrás, por carta aos produtores rurais franceses, que o Carrefour deixaria de comprar carne bovina produzida nos países do Mercosul para suas lojas na França, seja por motivos de solidariedade aos produtores locais ou seja por afirmar que “a carne originária dos países do Mercosul não obedecia aos rigorosos padrões sanitários europeus”. Sem apresentar qualquer documento ou base científica para essa alegação, colocou irresponsavelmente a carne provinda do Mercosul sob suspeição.

A reação dos frigoríficos brasileiros foi firme e imediata: se o Carrefour julga que a carne brasileira não atende aos padrões sanitários europeus, deixariam também de vendê-la à rede Carrefour no Brasil. Afinal, se não serve para lá, não deveria servir para cá. Ou os consumidores europeus do Carrefour merecem maior respeito e consideração que os brasileiros?

De repente a malfadada bravata do CEO francês começou a doer no bolso e na imagem da sua empresa, e ele de forma vaga e envergonhada escreveu uma breve carta ao ministro da Agricultura e Pecuária reconhecendo que a carne brasileira é “saudável”, e ficou por aí. Não a publicou nas suas redes sociais nem deu a devida divulgação na mídia francesa.

Frigoríficos brasileiros apresentaram reação firme e imediata ao posicionamento do CEO global do Carrefour Foto: Felipe Rau/Estadão

Trata-se, na verdade, do acirramento de uma agressiva e desleal campanha de protecionismo agrícola europeu contra o Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia, que, após longa gestação de mais de 20 anos, foi finalmente assinado pelas partes de ambos os blocos econômicos dias atrás. Na falta de outros argumentos, busca-se camuflar esse protecionismo com falsas acusações de inconformidade ambiental e sanitária das exportações de alimentos do Mercosul para a União Europeia.

Enquanto no Brasil o gado de corte predominantemente de raça zebuína é abatido entre 24 e 36 meses, na França, por volta de 80% dos abates são de vacas leiteiras descartadas com idade de 7 a 10 anos. Cabe destacar que a produção de gado de corte a pasto, como ocorre de forma predominante no Brasil, garante a higidez sanitária e mitiga problemas importantes, como as encefalopatias espongiformes transmissíveis, consideradas doenças de grande impacto sobre a economia dos países produtores de proteína de origem animal, com repercussões preocupantes para a segurança alimentar mundial.

Trata-se da concorrência do novilho precoce brasileiro contra a vaca velha francesa. Qual será que o consumidor prefere? Para que o péssimo exemplo do CEO do Carrefour não se repita, torna-se imperativo que a empresa francesa seja acionada judicialmente no Brasil. Só assim eles sentirão “na carne” o prejuízo de imagem que nos causaram.

Essa novela começa quando o CEO mundial da rede de supermercados Carrefour anunciou publicamente, dias atrás, por carta aos produtores rurais franceses, que o Carrefour deixaria de comprar carne bovina produzida nos países do Mercosul para suas lojas na França, seja por motivos de solidariedade aos produtores locais ou seja por afirmar que “a carne originária dos países do Mercosul não obedecia aos rigorosos padrões sanitários europeus”. Sem apresentar qualquer documento ou base científica para essa alegação, colocou irresponsavelmente a carne provinda do Mercosul sob suspeição.

A reação dos frigoríficos brasileiros foi firme e imediata: se o Carrefour julga que a carne brasileira não atende aos padrões sanitários europeus, deixariam também de vendê-la à rede Carrefour no Brasil. Afinal, se não serve para lá, não deveria servir para cá. Ou os consumidores europeus do Carrefour merecem maior respeito e consideração que os brasileiros?

De repente a malfadada bravata do CEO francês começou a doer no bolso e na imagem da sua empresa, e ele de forma vaga e envergonhada escreveu uma breve carta ao ministro da Agricultura e Pecuária reconhecendo que a carne brasileira é “saudável”, e ficou por aí. Não a publicou nas suas redes sociais nem deu a devida divulgação na mídia francesa.

Frigoríficos brasileiros apresentaram reação firme e imediata ao posicionamento do CEO global do Carrefour Foto: Felipe Rau/Estadão

Trata-se, na verdade, do acirramento de uma agressiva e desleal campanha de protecionismo agrícola europeu contra o Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia, que, após longa gestação de mais de 20 anos, foi finalmente assinado pelas partes de ambos os blocos econômicos dias atrás. Na falta de outros argumentos, busca-se camuflar esse protecionismo com falsas acusações de inconformidade ambiental e sanitária das exportações de alimentos do Mercosul para a União Europeia.

Enquanto no Brasil o gado de corte predominantemente de raça zebuína é abatido entre 24 e 36 meses, na França, por volta de 80% dos abates são de vacas leiteiras descartadas com idade de 7 a 10 anos. Cabe destacar que a produção de gado de corte a pasto, como ocorre de forma predominante no Brasil, garante a higidez sanitária e mitiga problemas importantes, como as encefalopatias espongiformes transmissíveis, consideradas doenças de grande impacto sobre a economia dos países produtores de proteína de origem animal, com repercussões preocupantes para a segurança alimentar mundial.

Trata-se da concorrência do novilho precoce brasileiro contra a vaca velha francesa. Qual será que o consumidor prefere? Para que o péssimo exemplo do CEO do Carrefour não se repita, torna-se imperativo que a empresa francesa seja acionada judicialmente no Brasil. Só assim eles sentirão “na carne” o prejuízo de imagem que nos causaram.

Opinião por Roberto Giannetti da Fonseca

Economista e empresário, foi secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex) no governo FHC e presidente da Abiec (2007-2010)

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