RIO - O Brasil acaba de colocar em operação a primeira usina solar flutuante da América Latina instalada em uma cava já exaurida de mineração. Orçado em R$ 5 milhões, o projeto inédito foi implantado pela F2B, empresa brasileira especializada em projetos de geração fotovoltaica em espelhos d’água, na unidade de mineração do Grupo AB Areias, no município de Roseira, no interior de São Paulo.
A usina entrou em operação nos primeiros dias do mês de outubro e tem capacidade de geração de 1 megawatt (MW). Segundo a empresa informou ao Estadão/Broadcast, a energia é suficiente para atender a demanda total da unidade da mineradora em operação naquele município, com redução de custos com eletricidade e ampliação dos programas de sustentabilidade da companhia.
A usina abrange uma área de 8 mil metros quadrados, com 1.852 painéis solares instalados em cima de flutuadores. A cava da mineradora que terá o empreendimento possui uma área total de 200 mil metros quadrados.
De acordo com o sócio-diretor da F2B, Orestes Gonçalves, a tecnologia utilizada no projeto suporta peso de até 350 quilos por metro quadrado, além de ter a opção de colocar na ilha flutuante os inversores e o transformador, com menor custo de cabos e maior produção de energia. Os produtos são fabricados no Brasil.
“Com o sucesso da parceria com o Grupo AB areias, referência de mercado na mineração de agregados para construção, a perspectiva agora é replicar o projeto de Roseira nas outras unidades do grupo que operam em outros municípios do Vale do Paraíba”, disse o executivo.
A tecnologia dos flutuadores utilizada no empreendimento é de origem italiana e tem fabricação no Brasil pela própria F2B. A capacidade hoje de fabricação no Brasil é de 80 MWs por ano em flutuadores. Para o próximo ano, de 300 MW com crescimento de 40% ao ano.
“Com a fabricação em território brasileiro, a nossa intenção é oferecer aos clientes a possibilidade de linhas de crédito bastante atrativas, como o Finame, por exemplo. A expectativa da empresa nessa área é obter um volume de negócios da ordem de dezenas de milhões com a entrada de cerca de 200 megawatts nos próximos 12 meses”, conclui o executivo.