Repórter especial de economia em Brasília

Tempo das maldades chegará assim que o período eleitoral acabar


Assessores próximos do ministro Paulo Guedes falam em ‘medidas duras’ depois das eleições

Por Adriana Fernandes

As medidas em estudo pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, vão muito além de propor a reversão das deduções de gastos com saúde e educação do Imposto de Renda de pessoas físicas e mudanças na forma de correção do salário mínimo.

O documento do Ministério da Economia com propostas para mitigar o impacto do aumento de gastos a partir de 2023, ao qual o Estadão teve acesso, elenca, entre outras medidas, o reescalonamento da complementação do novo Fundeb, de 2% para 0,5%, em 2023 e 2024.

Relatora define complementação da União no Fundeb em 23% com 5% para educação infantil Foto: Felipe Rau/Estadão
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No caso do Fundeb, a proposta sugerida é alongar no tempo a regra que exige crescimento de 2% do investimento da União até chegar a 23% a participação do governo federal no fundo, responsável pelo financiamento da educação básica pública. Essa mudança (que não impacta o teto de gastos, mas melhora o resultado primário das contas públicas) tiraria R$ 11 bilhões do Fundeb nos anos de 2023 e 2024.

A equipe de Guedes apontou um rol de medidas que poderiam impactar, positivamente, no resultado das contas públicas de forma geral e no teto de gastos. As medidas listadas têm potencial para abrir um espaço no teto de cerca de R$ 60 bilhões. Há proposta para mudar o abono salarial e o seguro-defeso. E também mudar a forma de correção das aposentadorias cujo valor é acima do mínimo.

Uma das medidas sugeridas é a redução do espaço do teto de gastos dos demais Poderes. Proposta que, convenhamos, vai na direção do recado dado pelo líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento, de que, se o STF acabar com o orçamento secreto, o Congresso cortará os recursos do Tribunal.

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Pressionado pela campanha, Guedes reagiu alegando que é tudo fake news. Não esperava que a imprensa fosse antecipar esse debate, embora assessores próximos a ele já estivessem sinalizando que haveria “medidas duras” pós-eleições. Agenda que foi impulsionada após o resultado das urnas no primeiro turno, que ampliou a força do Centrão no Congresso – quadro que gerou entusiasmo.

Nada mais natural que, diante da perspectiva de piora das contas públicas, a Economia esteja estudando formas de reverter o quadro que está por vir. Ruim seria se não estivesse fazendo nada. É trabalho técnico, mas a orientação é dada pelo comandante da equipe.

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Um reconhecimento de que uma arrumação de rota será preciso. Até para reforçar o discurso vendido para fora de que as contas públicas seguirão em trajetória benigna. Após as bondades e as promessas eleitorais, o tempo das maldades chegará. Ganhe quem ganhar.

As medidas em estudo pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, vão muito além de propor a reversão das deduções de gastos com saúde e educação do Imposto de Renda de pessoas físicas e mudanças na forma de correção do salário mínimo.

O documento do Ministério da Economia com propostas para mitigar o impacto do aumento de gastos a partir de 2023, ao qual o Estadão teve acesso, elenca, entre outras medidas, o reescalonamento da complementação do novo Fundeb, de 2% para 0,5%, em 2023 e 2024.

Relatora define complementação da União no Fundeb em 23% com 5% para educação infantil Foto: Felipe Rau/Estadão

No caso do Fundeb, a proposta sugerida é alongar no tempo a regra que exige crescimento de 2% do investimento da União até chegar a 23% a participação do governo federal no fundo, responsável pelo financiamento da educação básica pública. Essa mudança (que não impacta o teto de gastos, mas melhora o resultado primário das contas públicas) tiraria R$ 11 bilhões do Fundeb nos anos de 2023 e 2024.

A equipe de Guedes apontou um rol de medidas que poderiam impactar, positivamente, no resultado das contas públicas de forma geral e no teto de gastos. As medidas listadas têm potencial para abrir um espaço no teto de cerca de R$ 60 bilhões. Há proposta para mudar o abono salarial e o seguro-defeso. E também mudar a forma de correção das aposentadorias cujo valor é acima do mínimo.

Uma das medidas sugeridas é a redução do espaço do teto de gastos dos demais Poderes. Proposta que, convenhamos, vai na direção do recado dado pelo líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento, de que, se o STF acabar com o orçamento secreto, o Congresso cortará os recursos do Tribunal.

Pressionado pela campanha, Guedes reagiu alegando que é tudo fake news. Não esperava que a imprensa fosse antecipar esse debate, embora assessores próximos a ele já estivessem sinalizando que haveria “medidas duras” pós-eleições. Agenda que foi impulsionada após o resultado das urnas no primeiro turno, que ampliou a força do Centrão no Congresso – quadro que gerou entusiasmo.

Nada mais natural que, diante da perspectiva de piora das contas públicas, a Economia esteja estudando formas de reverter o quadro que está por vir. Ruim seria se não estivesse fazendo nada. É trabalho técnico, mas a orientação é dada pelo comandante da equipe.

Um reconhecimento de que uma arrumação de rota será preciso. Até para reforçar o discurso vendido para fora de que as contas públicas seguirão em trajetória benigna. Após as bondades e as promessas eleitorais, o tempo das maldades chegará. Ganhe quem ganhar.

As medidas em estudo pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, vão muito além de propor a reversão das deduções de gastos com saúde e educação do Imposto de Renda de pessoas físicas e mudanças na forma de correção do salário mínimo.

O documento do Ministério da Economia com propostas para mitigar o impacto do aumento de gastos a partir de 2023, ao qual o Estadão teve acesso, elenca, entre outras medidas, o reescalonamento da complementação do novo Fundeb, de 2% para 0,5%, em 2023 e 2024.

Relatora define complementação da União no Fundeb em 23% com 5% para educação infantil Foto: Felipe Rau/Estadão

No caso do Fundeb, a proposta sugerida é alongar no tempo a regra que exige crescimento de 2% do investimento da União até chegar a 23% a participação do governo federal no fundo, responsável pelo financiamento da educação básica pública. Essa mudança (que não impacta o teto de gastos, mas melhora o resultado primário das contas públicas) tiraria R$ 11 bilhões do Fundeb nos anos de 2023 e 2024.

A equipe de Guedes apontou um rol de medidas que poderiam impactar, positivamente, no resultado das contas públicas de forma geral e no teto de gastos. As medidas listadas têm potencial para abrir um espaço no teto de cerca de R$ 60 bilhões. Há proposta para mudar o abono salarial e o seguro-defeso. E também mudar a forma de correção das aposentadorias cujo valor é acima do mínimo.

Uma das medidas sugeridas é a redução do espaço do teto de gastos dos demais Poderes. Proposta que, convenhamos, vai na direção do recado dado pelo líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento, de que, se o STF acabar com o orçamento secreto, o Congresso cortará os recursos do Tribunal.

Pressionado pela campanha, Guedes reagiu alegando que é tudo fake news. Não esperava que a imprensa fosse antecipar esse debate, embora assessores próximos a ele já estivessem sinalizando que haveria “medidas duras” pós-eleições. Agenda que foi impulsionada após o resultado das urnas no primeiro turno, que ampliou a força do Centrão no Congresso – quadro que gerou entusiasmo.

Nada mais natural que, diante da perspectiva de piora das contas públicas, a Economia esteja estudando formas de reverter o quadro que está por vir. Ruim seria se não estivesse fazendo nada. É trabalho técnico, mas a orientação é dada pelo comandante da equipe.

Um reconhecimento de que uma arrumação de rota será preciso. Até para reforçar o discurso vendido para fora de que as contas públicas seguirão em trajetória benigna. Após as bondades e as promessas eleitorais, o tempo das maldades chegará. Ganhe quem ganhar.

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