Repórter especial de economia em Brasília

Arida deu o recado a Brasília, que tem enfiado o pé na jaca com PEC da Transição


Há caminhos para Lula não ficar refém antes de se sentar na cadeira de presidente

Por Adriana Fernandes

Escalado para a equipe de transição, o economista Pérsio Arida deu a real para o mundo político de Brasília, que uniu a fome com a vontade de comer e tem enfiado o pé na jaca nas negociações da PEC da Transição.

Menos de 24 horas depois do anúncio do seu nome para integrar o quarteto econômico da transição, ao lado de André Lara Resende, Nelson Barbosa e Guilherme Mello, Arida deu vários recados numa evidente tentativa de correção de rota das negociações.

O economista Persio Arida, ex-presidente do Banco Central, integra GT da área econômica para transição de governo. Foto: Nilton Fukuda/Estadão
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Ele disse que, se estiver certo e os juros nos Estados Unidos tiverem de ir para a ordem de 6%, será muito ruim para o Brasil. Um cenário, segundo Arida, que teria potencial de derrubar preços de commodities e reduzir o fluxo de capitais para países emergentes, com impacto negativo para a economia brasileira.

Arida se juntou também a muitos economistas que desde a semana passada vêm alertando integrantes do futuro governo para o risco de repetir a crise deflagrada no Reino Unido pelo pacote fiscal da então primeira-ministra Liz Truss. “Serve como recado para que o novo governo evite começar com uma política econômica percebida como desastrosa.”

A comparação, considerada exagerada e sem paralelo com a realidade brasileira pelos negociadores políticos do PT, fica para registro posterior. Foi essa a percepção de muita gente do mercado que acompanhou com lupa as declarações de Arida nesta quarta-feira em webinar da Câmara de Comércio França-Brasil.

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Todos esses recados colocam pressão adicional nos grupos dentro da equipe de Lula que acham que o melhor caminho para 2023 é justamente ampliar bastante os gastos e evitar um impacto negativo maior no PIB. A realidade é que o crescimento lento já está contratado.

É nesse cenário que entra a discussão da PEC da Transição. Ela pode ser apresentada neste ano e não, necessariamente, aprovada. Há caminhos para Lula deixar para o ano que vem e não ficar refém da faca do Centrão antes de ele se sentar na cadeira de presidente da República. “Se forem caminhar para tirar o Auxílio Brasil do teto de gastos, eles podem mudar o nome da PEC de PEC da Transição para PEC da Crise Fiscal”, diz Daniel Weeks, sócio-economista-chefe da Garde Asset. Esse é o clima no mercado. O governo eleito não vai conseguir virar as costas para essa pressão.

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A pauta-bomba já começou a ser armada. Dois projetos tiram bem mais de R$ 100 bilhões de receita do governo federal, Estados e municípios. Governadores eleitos estão em polvorosa.

Escalado para a equipe de transição, o economista Pérsio Arida deu a real para o mundo político de Brasília, que uniu a fome com a vontade de comer e tem enfiado o pé na jaca nas negociações da PEC da Transição.

Menos de 24 horas depois do anúncio do seu nome para integrar o quarteto econômico da transição, ao lado de André Lara Resende, Nelson Barbosa e Guilherme Mello, Arida deu vários recados numa evidente tentativa de correção de rota das negociações.

O economista Persio Arida, ex-presidente do Banco Central, integra GT da área econômica para transição de governo. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Ele disse que, se estiver certo e os juros nos Estados Unidos tiverem de ir para a ordem de 6%, será muito ruim para o Brasil. Um cenário, segundo Arida, que teria potencial de derrubar preços de commodities e reduzir o fluxo de capitais para países emergentes, com impacto negativo para a economia brasileira.

Arida se juntou também a muitos economistas que desde a semana passada vêm alertando integrantes do futuro governo para o risco de repetir a crise deflagrada no Reino Unido pelo pacote fiscal da então primeira-ministra Liz Truss. “Serve como recado para que o novo governo evite começar com uma política econômica percebida como desastrosa.”

A comparação, considerada exagerada e sem paralelo com a realidade brasileira pelos negociadores políticos do PT, fica para registro posterior. Foi essa a percepção de muita gente do mercado que acompanhou com lupa as declarações de Arida nesta quarta-feira em webinar da Câmara de Comércio França-Brasil.

Todos esses recados colocam pressão adicional nos grupos dentro da equipe de Lula que acham que o melhor caminho para 2023 é justamente ampliar bastante os gastos e evitar um impacto negativo maior no PIB. A realidade é que o crescimento lento já está contratado.

É nesse cenário que entra a discussão da PEC da Transição. Ela pode ser apresentada neste ano e não, necessariamente, aprovada. Há caminhos para Lula deixar para o ano que vem e não ficar refém da faca do Centrão antes de ele se sentar na cadeira de presidente da República. “Se forem caminhar para tirar o Auxílio Brasil do teto de gastos, eles podem mudar o nome da PEC de PEC da Transição para PEC da Crise Fiscal”, diz Daniel Weeks, sócio-economista-chefe da Garde Asset. Esse é o clima no mercado. O governo eleito não vai conseguir virar as costas para essa pressão.

A pauta-bomba já começou a ser armada. Dois projetos tiram bem mais de R$ 100 bilhões de receita do governo federal, Estados e municípios. Governadores eleitos estão em polvorosa.

Escalado para a equipe de transição, o economista Pérsio Arida deu a real para o mundo político de Brasília, que uniu a fome com a vontade de comer e tem enfiado o pé na jaca nas negociações da PEC da Transição.

Menos de 24 horas depois do anúncio do seu nome para integrar o quarteto econômico da transição, ao lado de André Lara Resende, Nelson Barbosa e Guilherme Mello, Arida deu vários recados numa evidente tentativa de correção de rota das negociações.

O economista Persio Arida, ex-presidente do Banco Central, integra GT da área econômica para transição de governo. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Ele disse que, se estiver certo e os juros nos Estados Unidos tiverem de ir para a ordem de 6%, será muito ruim para o Brasil. Um cenário, segundo Arida, que teria potencial de derrubar preços de commodities e reduzir o fluxo de capitais para países emergentes, com impacto negativo para a economia brasileira.

Arida se juntou também a muitos economistas que desde a semana passada vêm alertando integrantes do futuro governo para o risco de repetir a crise deflagrada no Reino Unido pelo pacote fiscal da então primeira-ministra Liz Truss. “Serve como recado para que o novo governo evite começar com uma política econômica percebida como desastrosa.”

A comparação, considerada exagerada e sem paralelo com a realidade brasileira pelos negociadores políticos do PT, fica para registro posterior. Foi essa a percepção de muita gente do mercado que acompanhou com lupa as declarações de Arida nesta quarta-feira em webinar da Câmara de Comércio França-Brasil.

Todos esses recados colocam pressão adicional nos grupos dentro da equipe de Lula que acham que o melhor caminho para 2023 é justamente ampliar bastante os gastos e evitar um impacto negativo maior no PIB. A realidade é que o crescimento lento já está contratado.

É nesse cenário que entra a discussão da PEC da Transição. Ela pode ser apresentada neste ano e não, necessariamente, aprovada. Há caminhos para Lula deixar para o ano que vem e não ficar refém da faca do Centrão antes de ele se sentar na cadeira de presidente da República. “Se forem caminhar para tirar o Auxílio Brasil do teto de gastos, eles podem mudar o nome da PEC de PEC da Transição para PEC da Crise Fiscal”, diz Daniel Weeks, sócio-economista-chefe da Garde Asset. Esse é o clima no mercado. O governo eleito não vai conseguir virar as costas para essa pressão.

A pauta-bomba já começou a ser armada. Dois projetos tiram bem mais de R$ 100 bilhões de receita do governo federal, Estados e municípios. Governadores eleitos estão em polvorosa.

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