Repórter especial de economia em Brasília

Ata da reunião do BC aponta copo meio cheio e meio vazio


Copom abriu a porta para iniciar corte da Selic em agosto, mas subiu o chamado juro neutro – que, na prática, sinaliza juros altos por mais tempo para domar a inflação

Por Adriana Fernandes
Atualização:

O Banco Central abriu a porta para uma redução dos juros em agosto, mas a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) subiu o chamado juro neutro da economia brasileira, que é aquele que não acelera e nem desacelera a inflação.

Isso significa, na prática, que o Banco Central está sinalizando juros altos por mais tempo para colocar a inflação sob controle.

A mudança não passou despercebida pela área econômica do governo, que vê na alteração um dos sinais mais importantes da ata, sem espaço para interpretação diferente.

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A outra novidade foi a divergência entre os diretores – um grupo enxergando que o processo desinflacionário em curso pode permitir a queda da taxa Selic em agosto e outro grupo bem mais cauteloso. Há quem aposte que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, esteja no primeiro grupo.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil Foto: Andressa Anholete/ Bloomberg

Na ata da reunião do Copom, nesta terça-feira, o BC informou que a sua estimativa de taxa de juros real neutra subiu de 4,0% para 4,5% ao ano. O BC apontou três principais razões para a subida: uma possível elevação das taxas de juros neutras nas principais economias, a resiliência da atividade econômica brasileira aliada a um processo desinflacionário lento no Brasil.

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À coluna, o ex-diretor do BC, Jose Julio Senna, avaliou que a informação da elevação do juro neutro foi muito importante. Para ele, significa a necessidade de ainda mais “parcimônia e cautela. “Na medida em que acreditam que realmente subiu, não resta alternativa a não ser reconhecer isso. A rigor, é algo que eles têm amadurecido lentamente”, diz.

Ele destaca a “resiliência na atividade econômica diante de um forte aperto monetário que já dura sete trimestres e lentidão do processo inflacionário”. O que isso significa? Para a inflação ceder, o BC diz que é necessário esfriar mais a economia.

“Se a atividade e a inflação demoram a ceder, talvez seja porque o (juro) neutro subiu, e o aperto tem sido menos expressivo do que o imaginado” afirma. Senna pontua que estimativas recentes do Fed de Nova York não dão suporte à tese de que o juro neutro subiu nos Estados Unidos, mas aparentemente subiu na Zona do Euro.

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No mercado, há uma leitura de que desaceleração não está ocorrendo no ritmo esperado pelo BC. Uma possível explicação é que o governo resolveu gastar mais. Tanto o governo Lula como o do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A reunião do Copom, na semana passada, foi polêmica. O BC manteve os juros em 13,75% ao ano, mas no comunicado, que é divulgado em seguida à reunião, não abriu as portas para a queda. Essa interpretação serviu de estopim para aumentar a queda de braço do governo com Roberto Campos Neto, em torno do início do processo da queda de juros.

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Embora o embate tenha contornos políticos, a discussão que cerca a polêmica sobre a política monetária é se o BC já colheu os efeitos que esperava para conter a inflação ou se precisa persistir mais um tempo com os juros em 13,75%.

Nesse caso, o risco que é apontado por integrantes do governo é com a desaceleração do crescimento e aumento do desemprego.

O que está em jogo, segundo auxiliares do presidente Lula, é a redução ainda mais da atividade econômica e, consequentemente, do mercado de trabalho.

O Banco Central abriu a porta para uma redução dos juros em agosto, mas a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) subiu o chamado juro neutro da economia brasileira, que é aquele que não acelera e nem desacelera a inflação.

Isso significa, na prática, que o Banco Central está sinalizando juros altos por mais tempo para colocar a inflação sob controle.

A mudança não passou despercebida pela área econômica do governo, que vê na alteração um dos sinais mais importantes da ata, sem espaço para interpretação diferente.

A outra novidade foi a divergência entre os diretores – um grupo enxergando que o processo desinflacionário em curso pode permitir a queda da taxa Selic em agosto e outro grupo bem mais cauteloso. Há quem aposte que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, esteja no primeiro grupo.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil Foto: Andressa Anholete/ Bloomberg

Na ata da reunião do Copom, nesta terça-feira, o BC informou que a sua estimativa de taxa de juros real neutra subiu de 4,0% para 4,5% ao ano. O BC apontou três principais razões para a subida: uma possível elevação das taxas de juros neutras nas principais economias, a resiliência da atividade econômica brasileira aliada a um processo desinflacionário lento no Brasil.

À coluna, o ex-diretor do BC, Jose Julio Senna, avaliou que a informação da elevação do juro neutro foi muito importante. Para ele, significa a necessidade de ainda mais “parcimônia e cautela. “Na medida em que acreditam que realmente subiu, não resta alternativa a não ser reconhecer isso. A rigor, é algo que eles têm amadurecido lentamente”, diz.

Ele destaca a “resiliência na atividade econômica diante de um forte aperto monetário que já dura sete trimestres e lentidão do processo inflacionário”. O que isso significa? Para a inflação ceder, o BC diz que é necessário esfriar mais a economia.

“Se a atividade e a inflação demoram a ceder, talvez seja porque o (juro) neutro subiu, e o aperto tem sido menos expressivo do que o imaginado” afirma. Senna pontua que estimativas recentes do Fed de Nova York não dão suporte à tese de que o juro neutro subiu nos Estados Unidos, mas aparentemente subiu na Zona do Euro.

No mercado, há uma leitura de que desaceleração não está ocorrendo no ritmo esperado pelo BC. Uma possível explicação é que o governo resolveu gastar mais. Tanto o governo Lula como o do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A reunião do Copom, na semana passada, foi polêmica. O BC manteve os juros em 13,75% ao ano, mas no comunicado, que é divulgado em seguida à reunião, não abriu as portas para a queda. Essa interpretação serviu de estopim para aumentar a queda de braço do governo com Roberto Campos Neto, em torno do início do processo da queda de juros.

Embora o embate tenha contornos políticos, a discussão que cerca a polêmica sobre a política monetária é se o BC já colheu os efeitos que esperava para conter a inflação ou se precisa persistir mais um tempo com os juros em 13,75%.

Nesse caso, o risco que é apontado por integrantes do governo é com a desaceleração do crescimento e aumento do desemprego.

O que está em jogo, segundo auxiliares do presidente Lula, é a redução ainda mais da atividade econômica e, consequentemente, do mercado de trabalho.

O Banco Central abriu a porta para uma redução dos juros em agosto, mas a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) subiu o chamado juro neutro da economia brasileira, que é aquele que não acelera e nem desacelera a inflação.

Isso significa, na prática, que o Banco Central está sinalizando juros altos por mais tempo para colocar a inflação sob controle.

A mudança não passou despercebida pela área econômica do governo, que vê na alteração um dos sinais mais importantes da ata, sem espaço para interpretação diferente.

A outra novidade foi a divergência entre os diretores – um grupo enxergando que o processo desinflacionário em curso pode permitir a queda da taxa Selic em agosto e outro grupo bem mais cauteloso. Há quem aposte que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, esteja no primeiro grupo.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil Foto: Andressa Anholete/ Bloomberg

Na ata da reunião do Copom, nesta terça-feira, o BC informou que a sua estimativa de taxa de juros real neutra subiu de 4,0% para 4,5% ao ano. O BC apontou três principais razões para a subida: uma possível elevação das taxas de juros neutras nas principais economias, a resiliência da atividade econômica brasileira aliada a um processo desinflacionário lento no Brasil.

À coluna, o ex-diretor do BC, Jose Julio Senna, avaliou que a informação da elevação do juro neutro foi muito importante. Para ele, significa a necessidade de ainda mais “parcimônia e cautela. “Na medida em que acreditam que realmente subiu, não resta alternativa a não ser reconhecer isso. A rigor, é algo que eles têm amadurecido lentamente”, diz.

Ele destaca a “resiliência na atividade econômica diante de um forte aperto monetário que já dura sete trimestres e lentidão do processo inflacionário”. O que isso significa? Para a inflação ceder, o BC diz que é necessário esfriar mais a economia.

“Se a atividade e a inflação demoram a ceder, talvez seja porque o (juro) neutro subiu, e o aperto tem sido menos expressivo do que o imaginado” afirma. Senna pontua que estimativas recentes do Fed de Nova York não dão suporte à tese de que o juro neutro subiu nos Estados Unidos, mas aparentemente subiu na Zona do Euro.

No mercado, há uma leitura de que desaceleração não está ocorrendo no ritmo esperado pelo BC. Uma possível explicação é que o governo resolveu gastar mais. Tanto o governo Lula como o do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A reunião do Copom, na semana passada, foi polêmica. O BC manteve os juros em 13,75% ao ano, mas no comunicado, que é divulgado em seguida à reunião, não abriu as portas para a queda. Essa interpretação serviu de estopim para aumentar a queda de braço do governo com Roberto Campos Neto, em torno do início do processo da queda de juros.

Embora o embate tenha contornos políticos, a discussão que cerca a polêmica sobre a política monetária é se o BC já colheu os efeitos que esperava para conter a inflação ou se precisa persistir mais um tempo com os juros em 13,75%.

Nesse caso, o risco que é apontado por integrantes do governo é com a desaceleração do crescimento e aumento do desemprego.

O que está em jogo, segundo auxiliares do presidente Lula, é a redução ainda mais da atividade econômica e, consequentemente, do mercado de trabalho.

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