Repórter especial de economia em Brasília

Haddad terá mais dificuldade de fazer ajuste via impostos em meio à instabilidade; leia análise


Marcha golpista deste domingo em Brasília deve paralisar a adoção das primeiras medidas econômicas que eram esperadas para esta semana

Por Adriana Fernandes
Atualização:

Os atos criminosos que levaram à invasão e depredação do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal são péssimos para a economia e para a fase inicial de arrumação da casa prometida pelo novo governo.

A instabilidade por si só já deve gerar volatilidade, mas há ainda o risco do que aconteceu em Brasília se alastrar pelos Estados.

De imediato, a marcha golpista deste domingo deve paralisar a ação para as primeiras medidas do governo que já eram esperadas para essa semana.

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Atos golpistas levaram o caos ao Distrito Federal Foto: Eraldo Peres/AP

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha antecipado que iria anunciar o plano de ajuste com medidas para reduzir o rombo nas contas públicas. Luiz Marinho, ministro do Trabalho, daria uma entrevista sobre o reajuste do salário mínimo.

Não há clima e todo o foco estará na defesa da democracia. Os ministros mal tinham formado a equipe. Os três Poderes em Brasília estarão centrados na tarefa de mitigar os danos e impedir que novos atos aconteçam nos Estados com uma ação coordenada com governadores.

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A marcha golpista vai ampliar as dificuldades para o ministro Haddad adotar medidas impopulares, sobretudo, de aumento de impostos. Ele queria acabar com a desoneração da gasolina, prorrogada por dois meses, mas dificilmente terá aval para prosseguir com os planos que ajudariam a aumentar a arrecadação em 2023. E tinha descartado para 2023 a correção da tabela do Imposto de Renda.

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Na virada do ano, Haddad foi atropelado pela ala política que defendeu junto a Lula a necessidade de prorrogação da isenção alegando o risco de a alta dos tributos se transformarem em pólvora para as ações dos extremistas que estavam acampados nas portas dos QGs. Com a invasão, essas vozes dentro do governo ganham ainda mais força.

Trocas de mensagem de executivos de instituições financeiras, no domingo à noite, já indicavam uma reação negativa dos mercados. A leitura no mercado é que a busca de governabilidade pode acabar sendo confundida com a necessidade de ampliação de mais gastos.

Se as cenas de Brasília foram comparadas com a invasão do Capitólio por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, contrários à eleição do presidente Joe Biden, paralelo na área econômica também está sendo feito com os Estados Unidos

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O governo Biden iniciou com um “waiver” aprovado pelo Congresso de US$ 1,2 trilhão para novos investimentos. Ele começou vários programas populares para estudantes, jovens, crianças e reduziu imposto de renda federal.

Mas não ganhou popularidade. Ao contrário. A inflação crescente junto com decisões consideradas desastrosas (como a retirada das tropas do Afeganistão e do Iraque) derrubaram a popularidade do presidente americano.

Os atos criminosos que levaram à invasão e depredação do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal são péssimos para a economia e para a fase inicial de arrumação da casa prometida pelo novo governo.

A instabilidade por si só já deve gerar volatilidade, mas há ainda o risco do que aconteceu em Brasília se alastrar pelos Estados.

De imediato, a marcha golpista deste domingo deve paralisar a ação para as primeiras medidas do governo que já eram esperadas para essa semana.

Atos golpistas levaram o caos ao Distrito Federal Foto: Eraldo Peres/AP

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha antecipado que iria anunciar o plano de ajuste com medidas para reduzir o rombo nas contas públicas. Luiz Marinho, ministro do Trabalho, daria uma entrevista sobre o reajuste do salário mínimo.

Não há clima e todo o foco estará na defesa da democracia. Os ministros mal tinham formado a equipe. Os três Poderes em Brasília estarão centrados na tarefa de mitigar os danos e impedir que novos atos aconteçam nos Estados com uma ação coordenada com governadores.

A marcha golpista vai ampliar as dificuldades para o ministro Haddad adotar medidas impopulares, sobretudo, de aumento de impostos. Ele queria acabar com a desoneração da gasolina, prorrogada por dois meses, mas dificilmente terá aval para prosseguir com os planos que ajudariam a aumentar a arrecadação em 2023. E tinha descartado para 2023 a correção da tabela do Imposto de Renda.

Na virada do ano, Haddad foi atropelado pela ala política que defendeu junto a Lula a necessidade de prorrogação da isenção alegando o risco de a alta dos tributos se transformarem em pólvora para as ações dos extremistas que estavam acampados nas portas dos QGs. Com a invasão, essas vozes dentro do governo ganham ainda mais força.

Trocas de mensagem de executivos de instituições financeiras, no domingo à noite, já indicavam uma reação negativa dos mercados. A leitura no mercado é que a busca de governabilidade pode acabar sendo confundida com a necessidade de ampliação de mais gastos.

Se as cenas de Brasília foram comparadas com a invasão do Capitólio por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, contrários à eleição do presidente Joe Biden, paralelo na área econômica também está sendo feito com os Estados Unidos

O governo Biden iniciou com um “waiver” aprovado pelo Congresso de US$ 1,2 trilhão para novos investimentos. Ele começou vários programas populares para estudantes, jovens, crianças e reduziu imposto de renda federal.

Mas não ganhou popularidade. Ao contrário. A inflação crescente junto com decisões consideradas desastrosas (como a retirada das tropas do Afeganistão e do Iraque) derrubaram a popularidade do presidente americano.

Os atos criminosos que levaram à invasão e depredação do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal são péssimos para a economia e para a fase inicial de arrumação da casa prometida pelo novo governo.

A instabilidade por si só já deve gerar volatilidade, mas há ainda o risco do que aconteceu em Brasília se alastrar pelos Estados.

De imediato, a marcha golpista deste domingo deve paralisar a ação para as primeiras medidas do governo que já eram esperadas para essa semana.

Atos golpistas levaram o caos ao Distrito Federal Foto: Eraldo Peres/AP

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha antecipado que iria anunciar o plano de ajuste com medidas para reduzir o rombo nas contas públicas. Luiz Marinho, ministro do Trabalho, daria uma entrevista sobre o reajuste do salário mínimo.

Não há clima e todo o foco estará na defesa da democracia. Os ministros mal tinham formado a equipe. Os três Poderes em Brasília estarão centrados na tarefa de mitigar os danos e impedir que novos atos aconteçam nos Estados com uma ação coordenada com governadores.

A marcha golpista vai ampliar as dificuldades para o ministro Haddad adotar medidas impopulares, sobretudo, de aumento de impostos. Ele queria acabar com a desoneração da gasolina, prorrogada por dois meses, mas dificilmente terá aval para prosseguir com os planos que ajudariam a aumentar a arrecadação em 2023. E tinha descartado para 2023 a correção da tabela do Imposto de Renda.

Na virada do ano, Haddad foi atropelado pela ala política que defendeu junto a Lula a necessidade de prorrogação da isenção alegando o risco de a alta dos tributos se transformarem em pólvora para as ações dos extremistas que estavam acampados nas portas dos QGs. Com a invasão, essas vozes dentro do governo ganham ainda mais força.

Trocas de mensagem de executivos de instituições financeiras, no domingo à noite, já indicavam uma reação negativa dos mercados. A leitura no mercado é que a busca de governabilidade pode acabar sendo confundida com a necessidade de ampliação de mais gastos.

Se as cenas de Brasília foram comparadas com a invasão do Capitólio por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, contrários à eleição do presidente Joe Biden, paralelo na área econômica também está sendo feito com os Estados Unidos

O governo Biden iniciou com um “waiver” aprovado pelo Congresso de US$ 1,2 trilhão para novos investimentos. Ele começou vários programas populares para estudantes, jovens, crianças e reduziu imposto de renda federal.

Mas não ganhou popularidade. Ao contrário. A inflação crescente junto com decisões consideradas desastrosas (como a retirada das tropas do Afeganistão e do Iraque) derrubaram a popularidade do presidente americano.

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