Repórter especial de economia em Brasília

Lula precisa do milagre da multiplicação de ministérios para acomodar frente ampla que criou


Para cada impasse na acomodação das forças políticas na formação do novo governo, a solução sugerida é dividir o ministério, mas ninguém quer assumir uma pasta esvaziada

Por Adriana Fernandes

Só o milagre da multiplicação para resolver a disputa política por cargos entre os ministeriáveis da frente ampla que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva construiu para ganhar as eleições.

Soma-se a essa guerra por cargos entre os aliados da frente ampla a negociação que o governo já teve e está tendo que fazer para conseguir aprovar a PEC da Transição.

Para cada impasse na acomodação das forças políticas na formação do novo governo, a solução sugerida é dividir o ministério.

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Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito; Lula precisa acomodar a frente ampla que criou no período eleitoral Foto: André Borges/EFE

O superministério da Economia deve ser dividido em quatro (Fazenda, Indústria, Planejamento e Gestão), o que pode abrir espaço para mais um petista na equipe econômica. O próprio ministro indicado para a Fazenda, Fernando Haddad, atuou para que ocorresse essa divisão.

O Ministério da Infraestrutura é alvo da cobiça e se fala até mesmo em divisão de transportes, aeroportos e portos. A possibilidade de divisão do Ministério da Educação em duas pastas também foi cogitada. Um ministério para a educação básica e outro para o ensino superior.

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Ao União Brasil foram prometidos os ministérios de Minas e Energia e de Desenvolvimento Regional. O senador Davi Alcolumbre e o deputado Elmar Nascimento disputam as duas pastas. Com isso, o Desenvolvimento pode ser fatiado também: em Integração e Cidades. A Codevasf, objeto de desejo do Centrão, ficaria em Cidades. Essa é a pasta que o União quer.

O Ministério da Agricultura também corre o risco de não passar ileso pelo processo da multiplicação e fala-se em ser fatiado em agricultura, pesca e desenvolvimento agrário.

O Ministério da Saúde está sendo cobiçado pela tropa do presidente da Câmara, Arthur Lira, em troca da aprovação da PEC sem grande desidratação – apenas a redução do prazo de validade da expansão de gastos de dois para um ano e a retirada dos “penduricalhos” que aumentam as exceções ao teto, como as despesas custeadas por empréstimos de organismos internacionais.

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O PSD quer que os dois ministérios virem, na prática, três com a contabilização da indicação do senador Alexandre Silveira (PSD-MG) para a cota pessoal de Lula. Ele foi relator da PEC da Transição no Senado. O mesmo vale para Simone Tebet no MDB, que disputa o Ministério do Desenvolvimento Social. Ela vai perdendo força a cada dia nesse xadrez político.

A briga é tanta que a divisão dos ministérios virou piada em Brasília. Fala-se de forma jocosa na separação da pasta de Minas e Energia em dois: um ministério para Minas e outro para Energia. Mas nesse caso é ironia mesmo. Ou quem sabe vira realidade amanhã. Quando se pergunta qual vai ser o ministério, a resposta é: em qual mês? Prenúncio de mudanças à frente a cada negociação importante no Congresso que Lula tiver de enfrentar.

Nessa multiplicação dos ministérios, o impasse acontece porque ninguém quer assumir um ministério esvaziado. Não adianta o governo dizer que não será um governo inflado porque não terá aumento de servidores. Só remanejamento.

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A pressão por novas vagas será consequência natural dessa inflação de ministérios. Todos querendo mostrar serviços e projetos novos. Imagina Haddad enfrentar a pressão por gastos com uma Esplanada tão grande. Pior é o risco de os novos ministros quererem inventar a roda criando políticas que já foram experimentadas sem sucesso.

Só o milagre da multiplicação para resolver a disputa política por cargos entre os ministeriáveis da frente ampla que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva construiu para ganhar as eleições.

Soma-se a essa guerra por cargos entre os aliados da frente ampla a negociação que o governo já teve e está tendo que fazer para conseguir aprovar a PEC da Transição.

Para cada impasse na acomodação das forças políticas na formação do novo governo, a solução sugerida é dividir o ministério.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito; Lula precisa acomodar a frente ampla que criou no período eleitoral Foto: André Borges/EFE

O superministério da Economia deve ser dividido em quatro (Fazenda, Indústria, Planejamento e Gestão), o que pode abrir espaço para mais um petista na equipe econômica. O próprio ministro indicado para a Fazenda, Fernando Haddad, atuou para que ocorresse essa divisão.

O Ministério da Infraestrutura é alvo da cobiça e se fala até mesmo em divisão de transportes, aeroportos e portos. A possibilidade de divisão do Ministério da Educação em duas pastas também foi cogitada. Um ministério para a educação básica e outro para o ensino superior.

Ao União Brasil foram prometidos os ministérios de Minas e Energia e de Desenvolvimento Regional. O senador Davi Alcolumbre e o deputado Elmar Nascimento disputam as duas pastas. Com isso, o Desenvolvimento pode ser fatiado também: em Integração e Cidades. A Codevasf, objeto de desejo do Centrão, ficaria em Cidades. Essa é a pasta que o União quer.

O Ministério da Agricultura também corre o risco de não passar ileso pelo processo da multiplicação e fala-se em ser fatiado em agricultura, pesca e desenvolvimento agrário.

O Ministério da Saúde está sendo cobiçado pela tropa do presidente da Câmara, Arthur Lira, em troca da aprovação da PEC sem grande desidratação – apenas a redução do prazo de validade da expansão de gastos de dois para um ano e a retirada dos “penduricalhos” que aumentam as exceções ao teto, como as despesas custeadas por empréstimos de organismos internacionais.

O PSD quer que os dois ministérios virem, na prática, três com a contabilização da indicação do senador Alexandre Silveira (PSD-MG) para a cota pessoal de Lula. Ele foi relator da PEC da Transição no Senado. O mesmo vale para Simone Tebet no MDB, que disputa o Ministério do Desenvolvimento Social. Ela vai perdendo força a cada dia nesse xadrez político.

A briga é tanta que a divisão dos ministérios virou piada em Brasília. Fala-se de forma jocosa na separação da pasta de Minas e Energia em dois: um ministério para Minas e outro para Energia. Mas nesse caso é ironia mesmo. Ou quem sabe vira realidade amanhã. Quando se pergunta qual vai ser o ministério, a resposta é: em qual mês? Prenúncio de mudanças à frente a cada negociação importante no Congresso que Lula tiver de enfrentar.

Nessa multiplicação dos ministérios, o impasse acontece porque ninguém quer assumir um ministério esvaziado. Não adianta o governo dizer que não será um governo inflado porque não terá aumento de servidores. Só remanejamento.

A pressão por novas vagas será consequência natural dessa inflação de ministérios. Todos querendo mostrar serviços e projetos novos. Imagina Haddad enfrentar a pressão por gastos com uma Esplanada tão grande. Pior é o risco de os novos ministros quererem inventar a roda criando políticas que já foram experimentadas sem sucesso.

Só o milagre da multiplicação para resolver a disputa política por cargos entre os ministeriáveis da frente ampla que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva construiu para ganhar as eleições.

Soma-se a essa guerra por cargos entre os aliados da frente ampla a negociação que o governo já teve e está tendo que fazer para conseguir aprovar a PEC da Transição.

Para cada impasse na acomodação das forças políticas na formação do novo governo, a solução sugerida é dividir o ministério.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito; Lula precisa acomodar a frente ampla que criou no período eleitoral Foto: André Borges/EFE

O superministério da Economia deve ser dividido em quatro (Fazenda, Indústria, Planejamento e Gestão), o que pode abrir espaço para mais um petista na equipe econômica. O próprio ministro indicado para a Fazenda, Fernando Haddad, atuou para que ocorresse essa divisão.

O Ministério da Infraestrutura é alvo da cobiça e se fala até mesmo em divisão de transportes, aeroportos e portos. A possibilidade de divisão do Ministério da Educação em duas pastas também foi cogitada. Um ministério para a educação básica e outro para o ensino superior.

Ao União Brasil foram prometidos os ministérios de Minas e Energia e de Desenvolvimento Regional. O senador Davi Alcolumbre e o deputado Elmar Nascimento disputam as duas pastas. Com isso, o Desenvolvimento pode ser fatiado também: em Integração e Cidades. A Codevasf, objeto de desejo do Centrão, ficaria em Cidades. Essa é a pasta que o União quer.

O Ministério da Agricultura também corre o risco de não passar ileso pelo processo da multiplicação e fala-se em ser fatiado em agricultura, pesca e desenvolvimento agrário.

O Ministério da Saúde está sendo cobiçado pela tropa do presidente da Câmara, Arthur Lira, em troca da aprovação da PEC sem grande desidratação – apenas a redução do prazo de validade da expansão de gastos de dois para um ano e a retirada dos “penduricalhos” que aumentam as exceções ao teto, como as despesas custeadas por empréstimos de organismos internacionais.

O PSD quer que os dois ministérios virem, na prática, três com a contabilização da indicação do senador Alexandre Silveira (PSD-MG) para a cota pessoal de Lula. Ele foi relator da PEC da Transição no Senado. O mesmo vale para Simone Tebet no MDB, que disputa o Ministério do Desenvolvimento Social. Ela vai perdendo força a cada dia nesse xadrez político.

A briga é tanta que a divisão dos ministérios virou piada em Brasília. Fala-se de forma jocosa na separação da pasta de Minas e Energia em dois: um ministério para Minas e outro para Energia. Mas nesse caso é ironia mesmo. Ou quem sabe vira realidade amanhã. Quando se pergunta qual vai ser o ministério, a resposta é: em qual mês? Prenúncio de mudanças à frente a cada negociação importante no Congresso que Lula tiver de enfrentar.

Nessa multiplicação dos ministérios, o impasse acontece porque ninguém quer assumir um ministério esvaziado. Não adianta o governo dizer que não será um governo inflado porque não terá aumento de servidores. Só remanejamento.

A pressão por novas vagas será consequência natural dessa inflação de ministérios. Todos querendo mostrar serviços e projetos novos. Imagina Haddad enfrentar a pressão por gastos com uma Esplanada tão grande. Pior é o risco de os novos ministros quererem inventar a roda criando políticas que já foram experimentadas sem sucesso.

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