Repórter especial de economia em Brasília

Planilha do ‘plano Haddad’ vai atormentar o ministro a cada frustração das medidas


Ao prometer déficit zero no primeiro ano de governo, Haddad repetiu Guedes – que foi cobrado por isso

Por Adriana Fernandes

Na cadeira de ministro da Fazenda há duas semanas, Fernando Haddad trabalhou para apresentar um forte compromisso com a promessa de reversão rápida do déficit fiscal de R$ 242,7 bilhões estimado para 2023 no pacote de medidas anunciado na quinta-feira.

Ele quis dar uma resposta rápida à pressão que o mercado financeiro (“sem coração”, nas palavras de Lula) faz a ele após o aumento de gastos com a PEC da Transição.

Haddad disse que garante uma queda do déficit para abaixo de 1% do PIB (algo entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões), mas deixou confuso quem olhou a planilha apresentada no material do anúncio.

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Ela mostra uma conta diferente, com a virada das contas públicas do vermelho para o azul com um superávit de R$ 11,13 bilhões ao fim de 2023.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda de Lula  Foto: Wilton Junior/Estadão

Como nem tudo ali é factível de acontecer (são muitos os percalços a serem enfrentados por sua equipe, entre eles, de natureza política no Congresso e no governo), o ministro achou por bem passar a real ao falar que esse cenário pode não acontecer.

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Haddad disse que vai monitorar e tomar novas medidas caso o impacto das já anunciadas deixem o caminho traçado. Mas, com a divulgação da planilha, pode ter contratado um problema para ele mesmo.

Se não era esse o esperado, por que apresentá-la desse jeito? Não teria sido melhor uma tabela mais próxima do que pode acontecer e ir faturando a melhora passo a passo?

A planilha do “plano Haddad” vai ficar sempre a atormentar o ministro a cada frustração das medidas, e pode tirar a paz da sua equipe.

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A própria ideia de que há um déficit projetado superior a R$ 200 bilhões é contestada por economistas do PT, que observam que a reestimativa para cima das receitas em R$ 36 bilhões feita no pacote continua baixa, podendo ser algo entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões.

Haddad acabou seguindo o caminho do ex-ministro da Economia Paulo Guedes. Ele prometera zerar o déficit das contas no 1.º ano do governo Bolsonaro, não conseguiu e foi a todo momento cobrado por isso. Ficava irritado. Com Haddad, vai acontecer o mesmo.

De pronto, o ministro cumpriu a promessa de apresentar o seu plano nos primeiros dias de governo. Não houve o famoso “para a próxima semana” que marcou a gestão anterior.

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A aposta maior é com o efeito da aprovação da reforma tributária e com um novo arcabouço fiscal a ser apresentado até abril. São duas sinalizações que soam como bálsamo para o mercado. Resistências às medidas, porém, não serão poucas. É só o começo.

Na cadeira de ministro da Fazenda há duas semanas, Fernando Haddad trabalhou para apresentar um forte compromisso com a promessa de reversão rápida do déficit fiscal de R$ 242,7 bilhões estimado para 2023 no pacote de medidas anunciado na quinta-feira.

Ele quis dar uma resposta rápida à pressão que o mercado financeiro (“sem coração”, nas palavras de Lula) faz a ele após o aumento de gastos com a PEC da Transição.

Haddad disse que garante uma queda do déficit para abaixo de 1% do PIB (algo entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões), mas deixou confuso quem olhou a planilha apresentada no material do anúncio.

Ela mostra uma conta diferente, com a virada das contas públicas do vermelho para o azul com um superávit de R$ 11,13 bilhões ao fim de 2023.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda de Lula  Foto: Wilton Junior/Estadão

Como nem tudo ali é factível de acontecer (são muitos os percalços a serem enfrentados por sua equipe, entre eles, de natureza política no Congresso e no governo), o ministro achou por bem passar a real ao falar que esse cenário pode não acontecer.

Haddad disse que vai monitorar e tomar novas medidas caso o impacto das já anunciadas deixem o caminho traçado. Mas, com a divulgação da planilha, pode ter contratado um problema para ele mesmo.

Se não era esse o esperado, por que apresentá-la desse jeito? Não teria sido melhor uma tabela mais próxima do que pode acontecer e ir faturando a melhora passo a passo?

A planilha do “plano Haddad” vai ficar sempre a atormentar o ministro a cada frustração das medidas, e pode tirar a paz da sua equipe.

A própria ideia de que há um déficit projetado superior a R$ 200 bilhões é contestada por economistas do PT, que observam que a reestimativa para cima das receitas em R$ 36 bilhões feita no pacote continua baixa, podendo ser algo entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões.

Haddad acabou seguindo o caminho do ex-ministro da Economia Paulo Guedes. Ele prometera zerar o déficit das contas no 1.º ano do governo Bolsonaro, não conseguiu e foi a todo momento cobrado por isso. Ficava irritado. Com Haddad, vai acontecer o mesmo.

De pronto, o ministro cumpriu a promessa de apresentar o seu plano nos primeiros dias de governo. Não houve o famoso “para a próxima semana” que marcou a gestão anterior.

A aposta maior é com o efeito da aprovação da reforma tributária e com um novo arcabouço fiscal a ser apresentado até abril. São duas sinalizações que soam como bálsamo para o mercado. Resistências às medidas, porém, não serão poucas. É só o começo.

Na cadeira de ministro da Fazenda há duas semanas, Fernando Haddad trabalhou para apresentar um forte compromisso com a promessa de reversão rápida do déficit fiscal de R$ 242,7 bilhões estimado para 2023 no pacote de medidas anunciado na quinta-feira.

Ele quis dar uma resposta rápida à pressão que o mercado financeiro (“sem coração”, nas palavras de Lula) faz a ele após o aumento de gastos com a PEC da Transição.

Haddad disse que garante uma queda do déficit para abaixo de 1% do PIB (algo entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões), mas deixou confuso quem olhou a planilha apresentada no material do anúncio.

Ela mostra uma conta diferente, com a virada das contas públicas do vermelho para o azul com um superávit de R$ 11,13 bilhões ao fim de 2023.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda de Lula  Foto: Wilton Junior/Estadão

Como nem tudo ali é factível de acontecer (são muitos os percalços a serem enfrentados por sua equipe, entre eles, de natureza política no Congresso e no governo), o ministro achou por bem passar a real ao falar que esse cenário pode não acontecer.

Haddad disse que vai monitorar e tomar novas medidas caso o impacto das já anunciadas deixem o caminho traçado. Mas, com a divulgação da planilha, pode ter contratado um problema para ele mesmo.

Se não era esse o esperado, por que apresentá-la desse jeito? Não teria sido melhor uma tabela mais próxima do que pode acontecer e ir faturando a melhora passo a passo?

A planilha do “plano Haddad” vai ficar sempre a atormentar o ministro a cada frustração das medidas, e pode tirar a paz da sua equipe.

A própria ideia de que há um déficit projetado superior a R$ 200 bilhões é contestada por economistas do PT, que observam que a reestimativa para cima das receitas em R$ 36 bilhões feita no pacote continua baixa, podendo ser algo entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões.

Haddad acabou seguindo o caminho do ex-ministro da Economia Paulo Guedes. Ele prometera zerar o déficit das contas no 1.º ano do governo Bolsonaro, não conseguiu e foi a todo momento cobrado por isso. Ficava irritado. Com Haddad, vai acontecer o mesmo.

De pronto, o ministro cumpriu a promessa de apresentar o seu plano nos primeiros dias de governo. Não houve o famoso “para a próxima semana” que marcou a gestão anterior.

A aposta maior é com o efeito da aprovação da reforma tributária e com um novo arcabouço fiscal a ser apresentado até abril. São duas sinalizações que soam como bálsamo para o mercado. Resistências às medidas, porém, não serão poucas. É só o começo.

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