Repórter especial de economia em Brasília

Negociações da reforma tributária seguem a portas fechadas


O impasse em torno do Imposto Seletivo tem crescido, com setores cobrando mais segurança jurídica

Por Adriana Fernandes

As negociações da proposta de reforma tributária no Senado entraram naquela fase mais perigosa: sem notícias que impulsionam um debate público de forma transparente e aberta.

Enquanto a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde a PEC tramita agora depois da votação histórica na Câmara, faz audiências públicas, nos bastidores, a movimentação é intensa dos lobistas de setores interessados em obter mais vantagens e tratamento diferenciado.

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Aí que mora o perigo. Querem muito além das exceções que já foram feitas na Câmara. A imprensa se ocupa das audiências, mas o que importa está nas reuniões a portas fechadas, que passam ao largo de todos.

Numa rápida passagem pelos corredores do Senado no meio da semana, é possível ver o tititi na entrada do gabinete do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco; do relator, senador Eduardo Braga; e de outros senadores que têm tentado se colocar como atores influentes na decisão do que está no parecer final.

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O principal deles é o senador Efraim Filho, muitas vezes até mesmo confundido como relator pelos desavisados.

Senador Efraim Filho é até confundido como relator da reforma tributária Foto: André Dusek / Estadão

Setores já super beneficiados na votação da Câmara, como o agronegócio, estão pedindo mais. Imagina os tantos outros que ficaram de fora. Há demandas justas para melhorar o texto e outras, uma afronta ao bom senso; mas elas não aparecem em detalhes nos debates públicos.

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Nas últimas semanas, o relator Eduardo Braga pisou o pé no freio da exposição pública. Reduziu sua participação em eventos e tem dado poucos sinais sobre se vai aceitar incorporar mais exceções – como cobram os setores – ou enxugar o texto.

Ampliar ou limitar as exceções para diminuir o tamanho da alíquota, porém, não é o único ponto de tensão nas negociações.

Há quatro eixos de polêmica: a governança do Conselho Federativo (órgão que vai gerir o novo imposto dos Estados e municípios), o alcance do Imposto Seletivo, as alíquotas diferenciadas para os setores e o prazo de transição.

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O impasse em torno do Imposto Seletivo tem crescido, com setores importantes, como de energia e telecomunicações, cobrando mais segurança jurídica para que não serem taxados no futuro. No passado recente, impostos que nasceram para serem regulatórios se tornaram arrecadatórios. O temor é que isso volte a acontecer com o também chamado “imposto do pecado”.

Mas, de toda a movimentação que acontece no Senado, a mais estranha é a da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que promete até fazer um “relatório paralelo” para confrontar o do relator oficial. O presidente da CAE, Valderlan Cardoso, de Goiás, deu palco extra para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, defensor maior dos grupos que não querem que haja reforma nenhuma.

A CAE quer o debate ou impedi-lo? O que não pode acontecer é uma nova emenda “Cavalo de Troia” do tipo que apareceu no último minuto do segundo tempo da votação da Câmara, com tudo que tinha sido negociado no escurinho dos gabinetes.

As negociações da proposta de reforma tributária no Senado entraram naquela fase mais perigosa: sem notícias que impulsionam um debate público de forma transparente e aberta.

Enquanto a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde a PEC tramita agora depois da votação histórica na Câmara, faz audiências públicas, nos bastidores, a movimentação é intensa dos lobistas de setores interessados em obter mais vantagens e tratamento diferenciado.

Aí que mora o perigo. Querem muito além das exceções que já foram feitas na Câmara. A imprensa se ocupa das audiências, mas o que importa está nas reuniões a portas fechadas, que passam ao largo de todos.

Numa rápida passagem pelos corredores do Senado no meio da semana, é possível ver o tititi na entrada do gabinete do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco; do relator, senador Eduardo Braga; e de outros senadores que têm tentado se colocar como atores influentes na decisão do que está no parecer final.

O principal deles é o senador Efraim Filho, muitas vezes até mesmo confundido como relator pelos desavisados.

Senador Efraim Filho é até confundido como relator da reforma tributária Foto: André Dusek / Estadão

Setores já super beneficiados na votação da Câmara, como o agronegócio, estão pedindo mais. Imagina os tantos outros que ficaram de fora. Há demandas justas para melhorar o texto e outras, uma afronta ao bom senso; mas elas não aparecem em detalhes nos debates públicos.

Nas últimas semanas, o relator Eduardo Braga pisou o pé no freio da exposição pública. Reduziu sua participação em eventos e tem dado poucos sinais sobre se vai aceitar incorporar mais exceções – como cobram os setores – ou enxugar o texto.

Ampliar ou limitar as exceções para diminuir o tamanho da alíquota, porém, não é o único ponto de tensão nas negociações.

Há quatro eixos de polêmica: a governança do Conselho Federativo (órgão que vai gerir o novo imposto dos Estados e municípios), o alcance do Imposto Seletivo, as alíquotas diferenciadas para os setores e o prazo de transição.

O impasse em torno do Imposto Seletivo tem crescido, com setores importantes, como de energia e telecomunicações, cobrando mais segurança jurídica para que não serem taxados no futuro. No passado recente, impostos que nasceram para serem regulatórios se tornaram arrecadatórios. O temor é que isso volte a acontecer com o também chamado “imposto do pecado”.

Mas, de toda a movimentação que acontece no Senado, a mais estranha é a da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que promete até fazer um “relatório paralelo” para confrontar o do relator oficial. O presidente da CAE, Valderlan Cardoso, de Goiás, deu palco extra para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, defensor maior dos grupos que não querem que haja reforma nenhuma.

A CAE quer o debate ou impedi-lo? O que não pode acontecer é uma nova emenda “Cavalo de Troia” do tipo que apareceu no último minuto do segundo tempo da votação da Câmara, com tudo que tinha sido negociado no escurinho dos gabinetes.

As negociações da proposta de reforma tributária no Senado entraram naquela fase mais perigosa: sem notícias que impulsionam um debate público de forma transparente e aberta.

Enquanto a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde a PEC tramita agora depois da votação histórica na Câmara, faz audiências públicas, nos bastidores, a movimentação é intensa dos lobistas de setores interessados em obter mais vantagens e tratamento diferenciado.

Aí que mora o perigo. Querem muito além das exceções que já foram feitas na Câmara. A imprensa se ocupa das audiências, mas o que importa está nas reuniões a portas fechadas, que passam ao largo de todos.

Numa rápida passagem pelos corredores do Senado no meio da semana, é possível ver o tititi na entrada do gabinete do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco; do relator, senador Eduardo Braga; e de outros senadores que têm tentado se colocar como atores influentes na decisão do que está no parecer final.

O principal deles é o senador Efraim Filho, muitas vezes até mesmo confundido como relator pelos desavisados.

Senador Efraim Filho é até confundido como relator da reforma tributária Foto: André Dusek / Estadão

Setores já super beneficiados na votação da Câmara, como o agronegócio, estão pedindo mais. Imagina os tantos outros que ficaram de fora. Há demandas justas para melhorar o texto e outras, uma afronta ao bom senso; mas elas não aparecem em detalhes nos debates públicos.

Nas últimas semanas, o relator Eduardo Braga pisou o pé no freio da exposição pública. Reduziu sua participação em eventos e tem dado poucos sinais sobre se vai aceitar incorporar mais exceções – como cobram os setores – ou enxugar o texto.

Ampliar ou limitar as exceções para diminuir o tamanho da alíquota, porém, não é o único ponto de tensão nas negociações.

Há quatro eixos de polêmica: a governança do Conselho Federativo (órgão que vai gerir o novo imposto dos Estados e municípios), o alcance do Imposto Seletivo, as alíquotas diferenciadas para os setores e o prazo de transição.

O impasse em torno do Imposto Seletivo tem crescido, com setores importantes, como de energia e telecomunicações, cobrando mais segurança jurídica para que não serem taxados no futuro. No passado recente, impostos que nasceram para serem regulatórios se tornaram arrecadatórios. O temor é que isso volte a acontecer com o também chamado “imposto do pecado”.

Mas, de toda a movimentação que acontece no Senado, a mais estranha é a da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que promete até fazer um “relatório paralelo” para confrontar o do relator oficial. O presidente da CAE, Valderlan Cardoso, de Goiás, deu palco extra para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, defensor maior dos grupos que não querem que haja reforma nenhuma.

A CAE quer o debate ou impedi-lo? O que não pode acontecer é uma nova emenda “Cavalo de Troia” do tipo que apareceu no último minuto do segundo tempo da votação da Câmara, com tudo que tinha sido negociado no escurinho dos gabinetes.

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