Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

Opinião|Os combustíveis fósseis voltaram à cena em 2023


O tamanho e a complexidade da transição energética estão muito além das expectativas iniciais

Por Adriano Pires

Os discursos de agentes do setor de energia no Brasil e no mundo apontam, cada vez mais, para uma ressignificação do papel das fontes fósseis no processo de transição energética. Isso ficou muito claro na COP-28. O cenário atual, altamente competitivo e volátil, é um reflexo de quase quatro anos consecutivos de crises de ordem sanitária, geopolítica e econômica. A mudança de prioridades, que acarretou a ressurgência dos fósseis, trouxe, também, o aumento da influência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, como a Rússia (OPEP+) nos mercados de energia globais.

Nesse contexto, enquanto as energias renováveis seguiram como sendo a principal escolha para o fornecimento energético no longo prazo, a questão da segurança energética assumiu o centro dos debates de curto e médio prazos. Por ocupar uma posição estratégica nos conflitos recentes, o primeiro devido ao envolvimento direto da Rússia, já no segundo, Israel-Hamas, em função da presença ostensiva de membros da OPEP+ na região, o petróleo e seus derivados retomaram o protagonismo no planejamento da matriz energética mundial e seu papel na transição foi amplamente debatido na COP-28.

O crescimento da influência do maior cartel de O&G no mundo vai na contramão das expectativas de especialistas na virada do milênio, que viam a queda iminente da organização. O mesmo pode ser dito em relação às majors do setor, muitas das quais recentemente interromperam seus planos de transição e reorientaram seus investimentos no segmento de fósseis. Entre os melhores exemplos desta guinada estão as últimas fusões e aquisições da ExxonMobil e Chevron.

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Durante entrevista, em 14 de novembro, Darren Woods, CEO da Exxon Mobil, afirmou que tratar a indústria de O&G como vilã da transição não só não contribui para a redução das emissões globais, como alimenta a insegurança energética. Segundo ele, isso “na verdade coloca em risco o fornecimento confiável de energia, (...) desestabilizando economias globais, degradando o padrão de vida das pessoas e, como vimos na Europa, aumentando as emissões”.

Extração de gás natural; 2023 demonstrou mais uma vez que combustíveis fósseis ainda serão utilizados por vários anos Foto: André Valentim / Agência Petrobras

As mudanças de hoje apontam para um futuro complexo, no qual as tecnologias alternativas coexistem com as fósseis tradicionais, utilizando-se não só da redução das emissões absolutas, como também da captura de carbono já presente na atmosfera. O tamanho e a complexidade da transição estão muito além das expectativas iniciais. Desmantelar um sistema energético construído ao longo de mais de 150 anos demanda um esforço hercúleo e a cooperação de todos os agentes envolvidos, e isso agora está mais claro do que nunca. O imediatismo, que poderia ser notado em discursos de 5 anos atrás, hoje dá lugar à racionalidade. Não se pode mais falar de transição sem falar de segurança.

Os discursos de agentes do setor de energia no Brasil e no mundo apontam, cada vez mais, para uma ressignificação do papel das fontes fósseis no processo de transição energética. Isso ficou muito claro na COP-28. O cenário atual, altamente competitivo e volátil, é um reflexo de quase quatro anos consecutivos de crises de ordem sanitária, geopolítica e econômica. A mudança de prioridades, que acarretou a ressurgência dos fósseis, trouxe, também, o aumento da influência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, como a Rússia (OPEP+) nos mercados de energia globais.

Nesse contexto, enquanto as energias renováveis seguiram como sendo a principal escolha para o fornecimento energético no longo prazo, a questão da segurança energética assumiu o centro dos debates de curto e médio prazos. Por ocupar uma posição estratégica nos conflitos recentes, o primeiro devido ao envolvimento direto da Rússia, já no segundo, Israel-Hamas, em função da presença ostensiva de membros da OPEP+ na região, o petróleo e seus derivados retomaram o protagonismo no planejamento da matriz energética mundial e seu papel na transição foi amplamente debatido na COP-28.

O crescimento da influência do maior cartel de O&G no mundo vai na contramão das expectativas de especialistas na virada do milênio, que viam a queda iminente da organização. O mesmo pode ser dito em relação às majors do setor, muitas das quais recentemente interromperam seus planos de transição e reorientaram seus investimentos no segmento de fósseis. Entre os melhores exemplos desta guinada estão as últimas fusões e aquisições da ExxonMobil e Chevron.

Durante entrevista, em 14 de novembro, Darren Woods, CEO da Exxon Mobil, afirmou que tratar a indústria de O&G como vilã da transição não só não contribui para a redução das emissões globais, como alimenta a insegurança energética. Segundo ele, isso “na verdade coloca em risco o fornecimento confiável de energia, (...) desestabilizando economias globais, degradando o padrão de vida das pessoas e, como vimos na Europa, aumentando as emissões”.

Extração de gás natural; 2023 demonstrou mais uma vez que combustíveis fósseis ainda serão utilizados por vários anos Foto: André Valentim / Agência Petrobras

As mudanças de hoje apontam para um futuro complexo, no qual as tecnologias alternativas coexistem com as fósseis tradicionais, utilizando-se não só da redução das emissões absolutas, como também da captura de carbono já presente na atmosfera. O tamanho e a complexidade da transição estão muito além das expectativas iniciais. Desmantelar um sistema energético construído ao longo de mais de 150 anos demanda um esforço hercúleo e a cooperação de todos os agentes envolvidos, e isso agora está mais claro do que nunca. O imediatismo, que poderia ser notado em discursos de 5 anos atrás, hoje dá lugar à racionalidade. Não se pode mais falar de transição sem falar de segurança.

Os discursos de agentes do setor de energia no Brasil e no mundo apontam, cada vez mais, para uma ressignificação do papel das fontes fósseis no processo de transição energética. Isso ficou muito claro na COP-28. O cenário atual, altamente competitivo e volátil, é um reflexo de quase quatro anos consecutivos de crises de ordem sanitária, geopolítica e econômica. A mudança de prioridades, que acarretou a ressurgência dos fósseis, trouxe, também, o aumento da influência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, como a Rússia (OPEP+) nos mercados de energia globais.

Nesse contexto, enquanto as energias renováveis seguiram como sendo a principal escolha para o fornecimento energético no longo prazo, a questão da segurança energética assumiu o centro dos debates de curto e médio prazos. Por ocupar uma posição estratégica nos conflitos recentes, o primeiro devido ao envolvimento direto da Rússia, já no segundo, Israel-Hamas, em função da presença ostensiva de membros da OPEP+ na região, o petróleo e seus derivados retomaram o protagonismo no planejamento da matriz energética mundial e seu papel na transição foi amplamente debatido na COP-28.

O crescimento da influência do maior cartel de O&G no mundo vai na contramão das expectativas de especialistas na virada do milênio, que viam a queda iminente da organização. O mesmo pode ser dito em relação às majors do setor, muitas das quais recentemente interromperam seus planos de transição e reorientaram seus investimentos no segmento de fósseis. Entre os melhores exemplos desta guinada estão as últimas fusões e aquisições da ExxonMobil e Chevron.

Durante entrevista, em 14 de novembro, Darren Woods, CEO da Exxon Mobil, afirmou que tratar a indústria de O&G como vilã da transição não só não contribui para a redução das emissões globais, como alimenta a insegurança energética. Segundo ele, isso “na verdade coloca em risco o fornecimento confiável de energia, (...) desestabilizando economias globais, degradando o padrão de vida das pessoas e, como vimos na Europa, aumentando as emissões”.

Extração de gás natural; 2023 demonstrou mais uma vez que combustíveis fósseis ainda serão utilizados por vários anos Foto: André Valentim / Agência Petrobras

As mudanças de hoje apontam para um futuro complexo, no qual as tecnologias alternativas coexistem com as fósseis tradicionais, utilizando-se não só da redução das emissões absolutas, como também da captura de carbono já presente na atmosfera. O tamanho e a complexidade da transição estão muito além das expectativas iniciais. Desmantelar um sistema energético construído ao longo de mais de 150 anos demanda um esforço hercúleo e a cooperação de todos os agentes envolvidos, e isso agora está mais claro do que nunca. O imediatismo, que poderia ser notado em discursos de 5 anos atrás, hoje dá lugar à racionalidade. Não se pode mais falar de transição sem falar de segurança.

Os discursos de agentes do setor de energia no Brasil e no mundo apontam, cada vez mais, para uma ressignificação do papel das fontes fósseis no processo de transição energética. Isso ficou muito claro na COP-28. O cenário atual, altamente competitivo e volátil, é um reflexo de quase quatro anos consecutivos de crises de ordem sanitária, geopolítica e econômica. A mudança de prioridades, que acarretou a ressurgência dos fósseis, trouxe, também, o aumento da influência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, como a Rússia (OPEP+) nos mercados de energia globais.

Nesse contexto, enquanto as energias renováveis seguiram como sendo a principal escolha para o fornecimento energético no longo prazo, a questão da segurança energética assumiu o centro dos debates de curto e médio prazos. Por ocupar uma posição estratégica nos conflitos recentes, o primeiro devido ao envolvimento direto da Rússia, já no segundo, Israel-Hamas, em função da presença ostensiva de membros da OPEP+ na região, o petróleo e seus derivados retomaram o protagonismo no planejamento da matriz energética mundial e seu papel na transição foi amplamente debatido na COP-28.

O crescimento da influência do maior cartel de O&G no mundo vai na contramão das expectativas de especialistas na virada do milênio, que viam a queda iminente da organização. O mesmo pode ser dito em relação às majors do setor, muitas das quais recentemente interromperam seus planos de transição e reorientaram seus investimentos no segmento de fósseis. Entre os melhores exemplos desta guinada estão as últimas fusões e aquisições da ExxonMobil e Chevron.

Durante entrevista, em 14 de novembro, Darren Woods, CEO da Exxon Mobil, afirmou que tratar a indústria de O&G como vilã da transição não só não contribui para a redução das emissões globais, como alimenta a insegurança energética. Segundo ele, isso “na verdade coloca em risco o fornecimento confiável de energia, (...) desestabilizando economias globais, degradando o padrão de vida das pessoas e, como vimos na Europa, aumentando as emissões”.

Extração de gás natural; 2023 demonstrou mais uma vez que combustíveis fósseis ainda serão utilizados por vários anos Foto: André Valentim / Agência Petrobras

As mudanças de hoje apontam para um futuro complexo, no qual as tecnologias alternativas coexistem com as fósseis tradicionais, utilizando-se não só da redução das emissões absolutas, como também da captura de carbono já presente na atmosfera. O tamanho e a complexidade da transição estão muito além das expectativas iniciais. Desmantelar um sistema energético construído ao longo de mais de 150 anos demanda um esforço hercúleo e a cooperação de todos os agentes envolvidos, e isso agora está mais claro do que nunca. O imediatismo, que poderia ser notado em discursos de 5 anos atrás, hoje dá lugar à racionalidade. Não se pode mais falar de transição sem falar de segurança.

Opinião por Adriano Pires

Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

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